sexta-feira, 24 de abril de 2020

Biblió-coisas

Encontrei um livro acerca de Lisboa e fiquei feliz - ulha!, sabia lá que tinha cá este livro! - pensei. Trata-se de 'Lisboa - Livro de Bordo' de José Cardoso Pires. Comecei a lê-lo. Eu, a pessoa que. Enfim. Então. A dada página...

«Agora estou virado a sul em formato postal e tu, Lisboa, com o rio em fundo num azul de entontecer. O Tejo visto do mastro real, poderia dizer-se
Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os nossos olhos vêem,
seria o aparte de Pedro Tamen se aqui estivesse. E eu faria que sim, mais que convicto, porque em poucos lugares como este de tantas cores cada cor é feita.
Azul de azuis? Branco áspero de pérola e cinza? Ocres de pardacentos e vermelhos lisos? Bem, pelos tons desta foto é Verão de Agosto, ia jurar. Mas também podia ser um daqueles meios-dias de Abril em que de repente se apaga a chuva e se abre sobre ti um sol carregado de andorinhas. Nós, tanto quanto me apercebo, estamos os dois em mais ou menos: tu, cidade desfocada pela luz mundana dos videoturistas que te vieram espreitar de miradouro eu um pouco à margem porque, para mim, panorâmicas e vistas gerais são quase sempre frases feitas ou cenários de catálogo.»

Ai Lisboa, Lisboa. Que saudades. No livro encontrei também referências a Arroios, por o autor ter crescido nesse bairro, e Arroios é também o 'meu' sítio. Há até uma partezinha onde vem referida a rua onde mora o meu estaminé, mas eu depois descubro aquilo com calma.


As biblió-coisas vêm daqui e por diante, é seguir os links em cada post.

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