sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Encontro com o destino

Encontrei uma caneta no chão, junto à nona árvore que encontrará do seu lado direito quem descer a rua mais bonita de Lisboa. Criaria uma imagem romântica da minha existência como escrevente se dissesse que o destino quer que eu volte a escrever tanto quanto dantes.

(tanto quanto dantes, parece um trava-línguas, que ironia...)

Imperdível

Ó vós, neste post mostro em que palavra secou a caneta verde. Não percais, lede na íntegra, porquanto ocorreu um momento excecional.


Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia de contar o que se vai fazer no fim-de-semana. Ah... Vou conjeturar, está bem. Vai ter que estar. Vou limpar a casa, tratar da roupa, ir às compras, fazer um bolo e gravar filmes, editá-los e publicá-los.

(este post faz prova de quão distante estou da grafomania, que sucinta, não?)

Primeiro

Bom dia... ai perdão, boa tarde. É meio-dia e dezanove. Isto de escrever pouco, pá... Ultimamente não tenho sido lá muito grafómana, quando assim é começo a achar-me pouco ligada ao nome que dei ao blogue. O que se tem passado é que as molas do trampolim que uso para saltar das ideias para o blogue enfraqueceram. Ou seja, vejo as coisas lá fora, acontecem ou fixam-se num ponto, tanto faz, e falta-me o ânimo para as depositar no blogue porque às molas se lhes falta a pujança. Não estou inteiramente viva, é o que é, isto sem ironias. Claro que posso tentar escrever na mesma, no fundo é o que estou a fazer neste momento, esperando que as molas revigorem por conta disso. O 'tentar' pu-lo em itálico porque estou efetivamente a escrever.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Grande novidade

Tenho uma camisola nova para andar aqui no estaminé. É verde e verde. Verde assim de alface e verde assim de tropa. Verdes que formam (quero eu crer...) um padrão tribal. Quem daqui por uns quinze dias assistir aos meus vídeos conseguirá vê-la e sentirá um prazer enorme logo após.

Postais de Natal

Os postais de Natal estão ali, dentro da caixa, já os fui espreitar. De saúde, é o que estão, aguardando esta que escreve, porém não tão ansiosamente como ela aguarda a época natalícia.
A saúde é o que mais se deseja no Natal: 'muita saúdinha, é o que desejo, que é o mais importante, havendo saúde...'
(mais não se pode pedir)
É proibido, o pedir. É o pedir e o queixar, são coisas de gente pobre, vá. Depois acontece que todos instalamos a pobreza no espírito. Ah, pedinchices e lamúrias é coisa de gente sem tino.

Ó Gina, tu leste?

Não.

E já me ia esquecendo de referir que há uma quarta voz dentro do livro que ando a ler. Há dias fiz mal as contas, é ver aqui, querendo inteirar-se deste assunto. A quarta voz é a da cozinheira Nelly Boxall, num registo pessoal mas escrito ô puã, o que contrasta vivamente com as partes que, supostamente, foram retiradas do seu diário, tal como está escrito. Supostamente, continuo sem saber se há algo de real no livro ou é todo ele ficção.

'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett

Primeiro

Boa tarde. São dezasseis e dezoito. Tem estado umas tardes muito quentes, mas é outubro que está à porta. É que nem rima com junho, o outubro.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Caneta

Aos vinte e oito de setembro de dois mil e dezasseis a caneta verde secou. Passo mesmo a vida a escrever e vou mesmo dedicar-me à fotografia.

Lápis

Os lápis de cera têm quase todos as pontas rombas. Quanto mais alegre a cor do lápis, mais romba a sua ponta, o que prova a minha incessante procura do alegre colorido. É a terceira vez que abalo do blogue para me dedicar à fotografia, a ver se é desta.

Agrafos

Estive a misturar os agrafos todos numa só caixinha, agora estão para lá os cromados e os bronze à mistura, oxalá se dêem todos bem e me deixem governar a minha vida. Vou então dedicar-me à fotografia.

Passo a vida a escrever

A caneta verde é britânica e permanece no estaminé há tanto tempo como eu. Eram muitas canetas verdes e britânicas, dezenas, resta esta, que quando acabar, acabou. Era algo que a britânica dizia amiúde, 'quando acabar, acabou'. Passo a vida a escrever, é melhor dedicar-me à fotografia.

Raramente

A beleza não é rara quando facilmente alcançável. É que eu às vezes fico a pensar: caraças pá, então quando é que a beleza é rara? E vai que me respondo: a beleza é rara quando a gente não lhe pode jogar a mão.

TU

Amas, se amas aceitas, se aceitas rendes-te.

TI

Ama o que já existia antes, se governa sem, se manterá além.
Pois.
Não podes alterar a Natureza, não é. É. Então ama-a.

As horas que são

São onze e cinco. Estou quase a deixar de escrever, quase a deixar estar tudo como está, quase a deixar o blogue. É na vida que há fora do blogue que está o alento, o que nunca existiu por dentro do blogue, não senhores, foi, e é, sempre do lado de fora que está a graça, o blogue funciona como depósito e para ali ficam as minhas considerações. Portanto: caso não encontre alento ou graça na vida lá fora, não encho o depósito e eu é que para aqui fico.

Primeiro

Bom dia. São dez e vinte e quatro. Aproveito este bocadinho para me esconder atrás do ecrã e escrever umas coisas enquanto falam e falam e falam e falam...
becabecabecabecabecabeca...
Violinos e bandolins e a juventude no passado. Tenho um balde+espremedor para pendurar lá em cima e um rolo com duzentos e cinquenta gramas de fio cisal para pôr na gaveta. Vá, andem lá com isso, pá.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cortinados

Já no outro dia deixei um post revelando o meu (quase) desprezo pelos cortinados. Sério, só tenho cortinados na minha casa porque, quando não, a vizinhança assistiria à minha vida, em vertentes como domesticidade e lazer, e eu cá gosto de resguardar certos temas. Contudo, eu não gostar de cortinados mas dar-lhes guarida - pronto, vá, venham lá daí, cortinadozinhos fofos da mamã... - há algo relacionado com a sua permanência no meu lar que me dá cabo da cabeça: comprá-los. Eh pá, chateia-me. Note bem: não me chateia lá muito fazê-los, chateia-me que se farta comprá-los. E brevemente vai ter que ser... É que o quarto laranja precisa efetivamente duma coberturazinha na janela, a menos que eu ache apropriado a vizinhança conhecer a cor do meu sutiã ou ver-me enfiar as cuecas, e não acho. Mudo agora de divisão e passo para a cozinha, que está também precisada dumas cortinas coloridas, que as que lá estão penduradas, além de serem bembembem velhas, com as remodelações que temos levado a cabo adquiriram pontos de tinta aqui e ali e, sinceramente, não vale a pena pôr-me à procura das tintinhas aqui e ali e esfregaresfregaresfregar. Ora acontece que já tirei as medidas à janela do quarto laranja e à porta da cozinha (branca? ah ah) e já ando carregada com um papelinho cá dos meus onde apontei os números.

Dia de (disseram na Radio)

Dia Mundial do Turismo, hoje. Pediram aos ouvintes que ligassem para lá ou usassem uma das redes sociais para declarar o que fizeram e o que gostariam de fazer em termos de turismo. Disseram ainda que o Turismo é uma coisa fixe porquanto é sempre bom de termos e fazermos e obtermos.
Eu gostei muito da Provença.
Eu hei de voltar à Provença.
Daí se depreenderá, depreendo, que gostei bués e à brava do lugar, que admirei as vistas e as flores e as árvores e os campos e, pasme-se, até as pessoas. Sério, nunca em lugar nenhum, isto no estrangeiro, me vi tão bem tratada como na Provença. Também há sabonetes e lavanda e oliveiras, que é o que a gente vê na têvê e nas netes, mas as pessoas são efetivamente educadas e afáveis. E há pêssegos, trouxe de lá uns pêssegos... Hum. E da comida em geral também gostei muito, os restaurantes são simples mas elegantes, os Pirenéus são... Deslumbrantes. Mas o Bonaparte. Certo dia de turismo aventureiro, entrei numa pensão/restaurante para reservar um quarto. Quando estamos em França quem fala sou eu, até parece, ah ah, mas pronto: bon-jour madame, je veux un chambre pour trois, s' il vous plaît, e arranjaram, merci bien, madame. Mas quando entrei, entrei sozinha, os outros dois ficaram no carro, e eis-me num lugar mítico, vazio de gente, apetrechado de objetos que reportavam ao passado, um lugar cheio de alma e pressentimentos, e nisto dou de caras com o busto do Bonaprte, o que me fez formigueiros cá por dentro e assim. Estaquei e admirei, mesmo com os formigueiros a mandar-me embora dali. A meu ver, formigueiros não é sinónimo de medo. Bom, diz que o homem era mau - é morto, está bem, mas era mau - nada do que envolve a sua figura e a sua história é agradável, nada, a não ser o amor pelas mulheres... Mas esse não leva a melhor, a ruindade elimina quaiquer vestígios dum coração mole e apaixonado. Decerto não faltarão livros acerca de, mas. Mas não os conheço.
Então ó Gina, conta lá à gente que raio fazia um busto do Bonaparte numa pensãozinha à beira duma estradinha da Provença?
Bonaparte pernoitou naquele lugar, escondido das gentes que o queriam ver morto. A história está sucintamente escrita no menu do restaurante da pensão, não recordo pormenores, mas usando o sucinto eu também, é isso: Bonaparte escondeu-se ali, por entre algumas daquelas paredes. Teriam sido as mesmas onde pernoitei eu também...?
Mas ver o busto do Bonaparte foi qualquer coisa de especial, acho que tenho fotos, só não as ponho aqui porque teria de gastar muito tempo à procura, fica para outro dia, caso malembre disso.
Ah, e lá para junho, ou que é, vou à Provença.

Frente & Verso da pedicura

Anúncio na Radio

A Radio anda a anunciar que esta é a semana do elogio e mais não sei o quê e a incentivar as pessoas nessa onda e mais não sei o quê. E mais não o quê. O mais não sei o quê é o que sei, pois sei, sei que sou muito boa a fazer coisas, algumas, só algumas, calma aí. Claro que isto sou eu a dizer de mim e não alguém a dizer-me, mas, vendo bem, ou então por outro prisma, porque não substituir o elogio doutrem pelo meu, ora essa. Haverá alguém que me conheça melhor as capacidades? É que os outros podem também conhecê-las, não duvido, mas reconhecê-las e ainda por cima dizer-mas... Hum.
Entretanto, vejam só, calhou ontem ver um vídeo no Youtube acerca da positividade. Sei lá, apareceu em forma de sugestão e eu anuí, clicando e ao depois pumba e coiso. É um filmezinho para aí com um quarto de hora de tamanho, cujas primeiras cenas são passadas num parque de estacionamento onde há um posto para validar o bilhete dos usuários... é ver aqui o resto. É muito emocional mas é muito bonito. Tudo em muito. Tem é que se abrir o coração e destemer completamente a lamechice.

Post do passado

No sábado publiquei um vídeo* montes de longo, não fiquei esperando vistas e visitas, mas ainda assim pois que também, reconhecendo que o dito é longo demais, mas ora bem contudo quiçá. Fazer um vídeo assim era algo que eu queria fazer há meses, só não tinha ainda feito exatamente por isso de ser longo e o mais certo era os leitores não o verem na íntegra. Este vídeo foi assim, mas assim como, ó Gina? Então, em vez de escrever posts, falei-os, daí o ror de tempo que somei.

Primeiro

Bom dia. São dez e um. 10:01, capicua, ah ah, há muitas capicuas que não registo as capicuas que o número de posts forma. E é que nem saudades disso tenho, cá pra mim chupei tudo e agora não sai nada. Este é o post 1763, há capicua não tarda.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

ri-te lá

falta(va) isto:
o risível é que afinal somos todos iguais
pois

Dicionário

Fingimento:
Irradiar boas energias quando se tem o peito cheio das más.

Perspetivas

Desespero
Se o mainde não sei quê me acabasse com a tristeza eu ia ser uma mulher muito alegre.
Esperança
Quando o mainde não sei quê me acabar com a tristeza eu vou ser uma mulher muito alegre.

Pinta os lábios

A pintar, ao perto. A cantar, enquanto. A falar, por entre.

Moedas

Encontrei uma moeda no banco mãozinhas. Encontrei uma moeda junto ao muro de pedra. Estou fartinha de ganhar dinheiro à conta da merda de vida que levo.

Sipipú

Quando ninguém me está a ver sou uma conversadora inexplícita.

Desinteresse, ou então habituação

Ninguém até hoje perguntou: ó Gina, o que tanto escreves tu nesses papelinhos?

Golfinhos

Tenho um estojo metálico para pôr canetas e lápis e borrachas e afias mas não tenho lá nada. Ainda. O fecho não é fecho nenhum, trata-se de saliências na tampa e rebaixos na base, vai daí encaixam uns nos outros e pumba e coiso. É a velha questão: o côncavo e o convexo, aproxima-se um do outro, dá-se o clique e o encaixe. São dez os golfinhos, todos em salto, no ar, o céu lá atrás e por junto o oceano e a linha que os separa. Os golfinhos são dez, já disse, e todos estão fora d' água, mas as rodelas de espuma são apenas seis. Eu até percebo que desenhando dez rodelas ia ficar confuso, uma coisa é nuvens, outra coisa é rodelas de espuma. Como se chama o contrário de mergulho? Salto. Uns (quatro) estão virados para a direita, outros (seis) para a esquerda.

Recinto

Muitas senhoras
Muitos senhores
Muitas escadas
Muitas bugigangas
Muitas plantas
Muitos ares no centro
Muitas partes esconsas
Muito:
Aprumo
Vaidade
Sujidade
Desleixo
Tónus
Flacidez

Sítio

Sítio do pianista
Se este não falta
Sítio do piano
Se falta

A rua é a subir

Subi a rua dos quarenta e oito jacarandás. Não sei se da outra vez disse isto: Há uns quantos que têm o tronco muito fininho, são ainda jovens.

Post do passado

Era sexta-feira, fui ao Banco e a senhora do Banco comentou que eu estava com cara de segunda-feira e que cara é essa que traz hoje e que eu costumo estar sempre tão bem disposta mas naquele dia não. Bom, acho que já se percebeu. Sorri com a cor amarela a liderar e lembrei-me logo: olha, mas que tema tão engraçado para fazer um post. Pois. É que a senhora do Banco ainda acrescentou que era sexta-feira e portanto o normal é o ânimo sentir-se e não se ver a cor amarela. Daqui depreendi que o comum nas gentes é imperar a boa-disposição e esquecer o trabalho e inclusive as mágoas. Pois. Depois fui andando pensamento afora, que em ideias sou profícua e célere. Pois. E pus-me a pensar que na verdade à sexta-feira estamos bem próximos da segunda-feira, o que pode, quiçá, deprimir este ou aquele. Há o fim-de-semana de permeio, ok, vá, o que é uma bengala robusta, mas a segunda-feira está tão perto... Ou seja: quando a segunda-feira se deixa sentir, que é hoje, está mais longe da próxima sexta-feira do que essa sexta-feira estará da próxima segunda-feira, vai daí os fracos de cabeça deprimem e não é pouco.

Primeiro

Bom dia. São dez e dez. O fim-de-semana foi bom, obrigadinha.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Ó Gina, tu leste?

Sim.

O livro do momento  'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett' tem três vozes:
a da autora, escrita na primeira pessoa, descrevendo a saga em busca da verdadeira relação que existiu entre Virginia Woolf, a escritora, e Nelly Boxall, a sua cozinheira, apoiada nos diários de ambas
a da cozinheira, assim como que escrita à pressa e sem brio: ausência de vírgulas e pontuação mal-amanhada, os textos são escritos obviamente na primeira pessoa para vincar o registo diarista, escrito pobremente para parecer uma cozinheira que tem o gosto pelas memórias
a da autora, em modo romance, idealizando, julgo eu, a relação entre as duas criadas (há uma outra, Lottie) e os patrões, estes excertos têm as vírgulas todas, ah ah, e uma pontuação excecional, ah ah, é que nem eu fazia melhor, ah ah, contém inclusive diálogos mas sempre sob o ponto de vista das criadas, é portanto uma voz escrita na terceira pessoa
Estas são as vozes, portanto é um livro algo confuso, mas bom, muito bom. O que ainda não consegui descortinar é se todo o livro é ficção, ou então não. Deixo agora um excerto da voz da criada Nelly Boxall a comprovar a minha segunda consideração.

«Escrevo para dizer uma coisa importante a mais importante e é a que na segunda-feira eu e a Lottie fomos ver a senhora e despedimo-nos. Eu não queria fazer isso de maneira nenhuma mas no fim acho que a Lottie tem razão e que não temos ajuda de nenhuma mulher-a-dias e pagam-nos pouco.»

Este post é

Este post é para dizer que ontem, o derradeiro dia de verão, o número um de outono... olha, estou a lembrar-me que o verão e o outono não só se despedem amigavelmente, presumo, como ainda repartem um dia entre si. Mas o resto, é que eu vinha falar dum cheiro que cheirei ontem logo de manhãzinha, que foi o cheiro do inverno, o qual confesso que não sei descrever. Sei lá, parecia que cheirava a pelo de casaco e a lama. Talvez as pessoas já andem com roupas mais peludas e haja mais humidade. Hum, pois, é isso, as pessoas já se encasacam e a humidade é muita nestas manhãs de setembro e cheirou-me a isso, a inverno, e gostei. Ainda que a época gélida não combine comigo, devo dizer que sou mulher para gostar dalgumas das suas inerências. Um dia despacho uma listinha de prazeres gelados, não hoje, que o tempo se me escasseia muito.
Falta ainda dizer que este é o primeiro dia inteiro do outono de dois mil e dezasseis, aos vinte e três de setembro. De nada, ora essa.

Primeiro

Bom dia. São onze e cinquenta e cinco. Pois são, ah pois são. Estive a trabalhar, muito, claro está, daí serem as horas que são, quase meio-dia, oh céus, e ainda não ter dado notícias ao mundo de que estou viva, obrigadinha.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Adoro explicar coisinhas

O que foi, peguntou ele. E eu...

… É que ouvi o som do elétrico e fez aquele barulho normal dele mas entretanto eu estava a olhar para o carro do lado e notei que fez assim umas ondas como se tivesse passado por cima duma tampa de esgoto e calhou o barulho do elétrico coincidir com as ondas do carro e eu fiquei a pensar que o barulho era o carro a passar por cima duma tampa de esgoto mas quando o carro passou vi que não havia aí tampa nenhuma...

Ahhh, fez ele. E eu:

Gostaste da explicação? E eu agora nem ando a tomar aquela coisa do mainde não sei quê, imagina se andasse!

Visita esperada

Fui ao escritório do senhor doutor deixar uma fatura. Deixar. O fundamental da transação é receber, mas eu fui deixar, que há transações um bocado lentas. Depois, claro está, espreitei o jardim do costume através da janela do costume. Gosto daquele cheiro a pó. Pois. A janela tem pó, pouco, mas tem, de maneiras que o vento que entra e rodopia no átrio do prédio só pode trazer com ele o pó porque é o que está mais perto de mim, mas à mistura também vem cheiro a flores e a folhas. Um dos vidros da janela estava partido e solto, de maneiras que a fresta hoje era menor. Agora o que mais interessa é dizer que o sentimento é o de sempre no lugar de sempre, ele é o cheiro, ele é o vento, ele é o jardim, ele é o espreitar, ele é o prazer tolo.

Ó Gina, tu leste?

Sim.

«Seja como for, os patrões ajudaram-nos. A senhora atou um pano à cabeça para se proteger do pó. Levantava o espanador no ar e estatelava-o depois sobre a pesada perna de uma das mesas, morta de riso. Estranha mulher que tanto chora como ri.» 'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett

Entretanto, li tanto que, note bem, cheguei à página (96) onde guardo as faturas que já descrevi neste post.

As horas que são (chegou o outono!)

Chegou o outono!
São quinze e vinte e três.
Eis chegado o outono de dois mil e dezasseis,
oitenta e nove dias de outono,
temos nós pela frente,
disseram na Radio.
Não vou fazer as contas,
tenho tanto para escrever,
oxalá consiga.

Não (ser)

Não me querem séria
Não me querem calada
No fundo não me querem eu
Vai daí aborreço ser

Sou tipo isto assim, enquanto não quero ser aquilo ali

Dias dum Ginásio

Ontem um pugilista fez Pilates com a gente. Chegados à parte da linha do sutiã, não se aguentou e toca de perguntar exclamando: a linha do sutiã?!, e vai que tudo o que era fêmea não aguentou o riso e ah ah. Tudo que é macho, e portanto não usa sutiã, sempre que é novato na sala, aguenta-se e não diz nada, imagina onde fica a linha do sutiã e fica-se.
É melhor esclarecer o que é isto da linha do sutiã. A linha do sutiã é onde quem usa sutiã o apoia, é mesmo aí. Pois. É também assim que o professor define a parte que temos de mandar para baixo, isto no sentido de manter as costas apoiadas no colchão e assim conseguir uma respiração mais estável, eficaz e inclusive prazerosa. Até aqui macho nenhum se tinha indignado com a expressão, só por dizer que ontem foi dia. Vai daí, foi também dia para o professor lhe responder com grande à vontade: não tem sutiã mas de certeza que sabe onde fica!

Fotos antigas

Olhem, nem queiram saber, então não é que tenho duas fotos há mais ou menos duas semanas por publicar no blogue?! Estavam no cartão da máquina fotográfica não tão montes de espetacular assim.
Uma: a cinco de setembro, o dia de anos da rica filha. Lembrei-me desta perspetiva, as velas que usámos para os parabéns, usadas, e uns rolos de pintura em espuma, ainda por.
Duas: a oito de setembro, uma manhã em que olhei para as formas que o sol formava na parede do quarto laranja e achei-as tão lindas que.


Sonho

Não me lembro dos sonhos d' hoje, o que lamento, mas sonhei sim senhores, e lembro-me que ao acordar tinha montes e montes de imagens na memória dos sonhos, as quais na altura não conseguiria descrever de todo, o que lamento, e lamento mais ainda que as imagens presentes na memória seja tão voláteis, quer isto tudo dizer que as imagens se foram embora, o que lamento.

Pacotes de açúcar

Pode dizer-se que faço coleção. De há uns meses para cá não faço assim tantos posts acerca dos pacotes de açúcar, ponho-me a falar para a câmara acerca do que dizem esses pacotes, junto clipes até conseguir um vídeo longo e pronto. Au eva, este post vai conter uma achega, é que a marca de cafés Christina (que nos vídeos* refiro sempre ser aquela marca que tem o agá entre o cê e o érre, porque a bem dizer os espetadores não estão a ver a marca em modo escrito e eu acho imprescindível realçar este pormenor) lançou recentemente mais umas coisinhas fofas que me estão a fazer falar e fazer mais vídeos. Sério, são imensos, os vídeos, tenho até uma lista de reprodução só com essa temática. Uél, deixo já alguns que digitalizei e que gostei tanto de digitalizar e dos quais gostei ainda mais de falar acerca.

*...


Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e...oito. Eram seis, mas estive à espera do oito. De nada, ora essa. O ruim-ratinho roeu os revestimentos do raticida. Creio que é melhor opção eu calar a novela por uns dias, visto não haver novidades. Na verdade, e por ora, espero o dia em que o rato resolva recusar roer o revestimento do raticida. Nesse dia, no dia em que não aviste vida por aí, é morto, o ruim-ratinho, e depois venho fazer obituário. Velório, cerimónia fúnebre e enterro é que não, está bem. Vai ter que estar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O quarto

Tenho mais um, iei!, termino o dia com mais um triângulo! São quatro, agora, e este quarto triângulo chega ao meio do papelinho que contém janeiro último. Ontem marcando o futuro, hoje o passado. O passado é passado, fazer o quê, não é. É.

Cola

Acho muito bem uma marca de feltros dizer que se chama gomagom e que os seus feltros aderem perfeitamente sobre madeira, metal e cristal, isto dentre outros materiais que já não copio, estaquei no cristal porque se me afigurou uma intenção subtil de parecer um artigo de alta qualidade. E é, ok, olhem que é.

Ó Gina, tu leste?

Sim.

« - As moças que lá vão, Lottie, na verdade não sabem quase nada da vida nem pensam por aí além. Acho que nós, seja por que motivo for, acabámos por nos tornar diferentes delas.
– Suponho que sim, e a verdade é que não sei se isso será bom para a nossa vida.» 'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett

Tem custos, as diferenças entre nós, é quantas vezes um fosso. Bem sei que é o único modo de nos distinguirmos, mas às vezes dói tanto que só queremos ser iguais, ser igual é como uma companhia que se tem, algo assim.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia Mundial da Gratidão. Fica bonita, a maiúscula na gratidão, Gratidão. Olhem, obrigadinha por estarem a ler este pedacinho de texto. É que daqui para a frente não sei se manterão o vosso olhar por sobre o resto. Ó pá, a sério, e olhem que é mesmomesmomesmo a sério, não concebo a ideia de haver paciência em alguém para ler o blogue, acredito que é preciso uma quantidade enorme para tal, e depois quem é que. Poucos, e aos poucos: Obrigadinha. Há quem diga obrigadão, o que, no fundo, é igual, inha a parecer pequenininha e ão a parecer grandão, é tudo em muito.

(Questiono-me – tantas vezes! - se devo agradecer os elogios, particularmente os que recebo enquanto blogger e youtuber. É que posso ser poucochinho se estiver sempre a agradecer e a agradecer e a agradecer e a agradecer, caio inevitavelmente na lamechice. No entanto posso parecer desligada e até altiva se não fizer menção à atenção recebida. Pagar com atenção parece um bom caminho, uma boa troca, mas.)

Trinta e cinco

Duma ponta à outra, na minha casa, dou trinta e cinco passos. Estou desejosa que chegue o próximo fim-de-semana e não é para recontar os passos que dou, é para ter o fim-de-semana, e não é para fazer um bolo ou um doce, é para ter tempo de fazer um bolo ou um doce. Até já sei qual é: bolo de feijão preto e cacau. É estranho, não é. É. Mas deve ser bom. Pronto, ok, vá, é um bolo feito a pensar nos diabéticos, portanto não contém açúcar refinado nem farinhas, tendo contudo manteiga. Pois. Vou fazê-lo no sábado, creio, pelo menos é esse o plano, só tenho que comprar o feijão e os ovos, já a stevia ('a' ou 'o', sei lá, como acaba num á, ponho 'a'...) nem sei se compre ou então não. Bom, logo vejo. Às tantas ponho mas é açúcar mascavado e acabou a conversa. Não acabou nada. É que a receita diz que use meio cup de stevia, e eu sei lá como transformar essa quantidade em açúcar! Por outro lado, sendo este é um bolo para diabéticos, tem obviamente uma quantidade reduzida do ingrediente que adoça. Por um outro lado, o bolo levando cinco ovos, é muito ovo, precisa pelo menos de dois cups de açúcar. Pois. Bom, na verdade, sempre que experimento uma receita não faço grandes desvios, cinjo-me ao que leio e vejo, muito embora me dê uma vontade imensa de me armar em sabedora e fazer como faria se a receita fosse minha. Mas é que assim, caso corra mal, posso dizer que fiz como me mandaram.

Sonho

Sonhei que estava a fazer o bolo de feijão e cacau. Daqui a pouco já faço o post alusivo ao plano doce para o fim-de-semana.
Sonhei que estavam dois bancos no recinto onde se encontra a árvore amarela. Era tal e qual como no antigamente das nossas vidas, um debaixo da árvore, outro no canto cruzado, mas eram novos, lisos, pretos e baços. Pareciam de plástico, se calhar eram porque isto era um sonho e nos sonhos, já se sabe, a gente põe lá o que quiser.

Primeiro

Bom dia. São dez e... e... e... doze! Estou aqui que não posso, tal é a vida que tenho, pertubadoramente magnífica, e/ou assim. É. É, é. Ah, é verdade, o ratinho-ruim roeu revestimentos dos raticidas. Hoje está no plural, é que as pastilhas são várias.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Triângulos

Deixo três triângulos, hoje, ali assim no rebordo da secretária. Acho que a minha dinastia findou, amanhã já não seguro o barco bai mai selfe. Quero ainda deixar registo abaute sâmetingue veri impórtante: decidi deixar os triângulos mesmo encostados ao papelinho que dita o próximo dezembro. É que o futuro está cheio de surpresas infinitas e de esperanças várias, portanto uso uma das esperanças para esperar que as surpresas sejam boas.

+pessoas=+e+pessoas

as pessoas que se dão com (muitas, muitas) pessoas são mais pessoas que as pessoas que não, o que tem um bocado a ver com a soma que isto dá, quanto mais pessoas, mais pessoas as pessoas são

Recolha

Sou capaz, também, de apanhar do chão as folhas bonitas e até as muito bonitas. Lá por serem bonitas, não são para desprezar.

Lugar (que também pode ser) da musa

É esquisito ouvir vozes e reconhecê-las como 'pertencendo' ao lugar da musa do antigamente, dentre elas a do homem que não se parece com nada nem com ninguém.
Joguei um boa-tarde para o ar. Era apanhá-lo, quem quisesse. A menina moveu-se sem demora para me atender: pousou o pires, o pacote de açúcar, a colherinha; tirou o café, colocou a chávena em cima do pires e recolheu as moedas. É que nem abriu a boca. Eu abri-a outras vezes, para beber o café.
As septuagenárias lá estavam, desta vez falando da novela, sei lá qual. Duma das septuagenárias ouvi duas exclamações: mataram o velhote!, ela coitadinha não tinha com o que dar de comer aos filhos!

É saudades

Tenho saudades do meu anterior blogue. Não é por uma questão de querer fugir das pessoas que moram neste, é aliás e exatamente pela sua presença que ainda não abalei daqui. A raposa tem razão, a responsabilidade que se sente em relação às pessoas que se cativa, é coisa real e paralizante.

Sonho

Sonhei que estava num consultório. Era tipo um acampamento ou assim, a doutora dava consultas numa tenda (acho que me inspirei, inconscientemente, claro está, em obras missionárias e coisas assim) e as pessoas queriam ser atendidas todas ao mesmo tempo. Quando me consegui abeirar da médica expus o meu problema facilmente, sem que no entanto um monte de gente sobrepusesse a sua à minha voz. Só por dizer que ninguém levou a melhor sobre mim, que a doutora era toda minha. Era mesmo um sonho.

Escantilhão

Quando sobrepus todas as cartolinas com as forminhas recortadas, deu nisto:




É tão bonito, não é. É.

Primeiro

Bom dia. São onze e dezasseis. O ruim-ratinho roeu o revestimento do raticida. Cadáver pelo chão: ainda não.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tinta verde

A tinta da caneta verde falhou. Até parei de respirar. Depois retomou a escrita e eu a respiração. Tenho dois triângulos no rebordo da minha secretária, consegui-os porque por ora quem está no leme sou eu. Isto é para que conste no blogue outra vez, nada tem que ver com o assunto anterior, é que hoje ainda não me repeti, e dia em que me não repita, pá, olha.

Intervalo grande

Do lugar da musa ao fornecedor que eu precisava visitar, foram decorridos 35 minutos. O estaminé está no meio, portanto vá que tenha levado 17 minutos e meio em cada metade. Eh pá, isto está engraçado, um meio em cada metade. Depois, do fornecedor ao estaminé, fiz o percurso em 20 minutos. Eu explico, que eu adoro explicar coisinhas. É que eu vinha carregada com duas placas de coiso, uma com 120x 60cm, outra de 895x57cm. Ora acontece que o braço não se me chegava ao fundo, de maneiras que eu, o mais que pude fazer, foi agarrar muito bem no plástico-bolinhas que protegia as placas de coiso e vir por aí, sem vergonhas nenhumas. Sabem aquela sensação 'tem que ser e o que tem que ser tem muita força', é isso, vergonha pra quê, afinal de contas estava em trabalho, desde quando o trabalho é vergonhoso, ora essa, é que não há puta nem ladrão que a tenha, quanto mais. Pronto, isto tudo é para dizer que levei mais 2 minutos e meio só porque ia com uma carga no braço. Ah, e apoiei-a no chão três vezes, eu cá acho poucas.

As horas que são

Meio-dia e quarenta e seis. Vou para almoço daqui a nada. Passarei pela loja grande para comprar mais forminhas, desta feita noutras formas e cores. Para já tenho estas:





Eu já digo qualquer coisa, provavelmente neste mesmo post.

São dezesseis e cinco. Cá estou eu, ah ah, aqui e agora, ah ah. Trouxe comigo as forminhas, umas a parecerem mini queques, outras mini tarteletes. Fiz desenhos assim mais ou menos como que.


Bombons

Fiz bombons no fim-de-semana. A minha intenção era usar partes iguais de natas e chocolate porque estava convencida que eram essas as proporções, só que não, é uma parte para duas, sendo uma de natas e duas de chocolate. Ó pá, pronto, fiz como idealizei fazer, derreti ambos os ingredientes, pu-los dentro das forminhas e o restante coloquei num prato com o intuito de lhe dar outra forma, que não aquela toda bonitinha, de florzinha e isso. Solidificou somente no congelador, portanto comemos os bombons assim como que congelados, o que não é mau de todo, uma vez que estamos, ainda, no verão. O que ficou no prato, congelei, há-de dar para qualquer coisa um dia desses.

À segunda-feira

No caminho para o estaminé já eu vinha a pensar nos papelinhos e nos plásticozinhos (acho que foi assim que lhes chamei no passado sábado) que deixei em cima da fotocopiadora. Entretanto já estão no lixo, eh pá, pronto, estava na hora. Há ainda uns espalhados nas prateleiras, posso inclusive registar quantos e exatamente onde:
dois entre o ocre e os puxadores de plástico, tão juntinhos que pareciam só um, vejam lá
vinte ao pé dos limpa-metais, alguns desses, rebeldes, em pé, vejam lá

Outra coisa que aconteceu logo que entrei no estaminé, e que não é vez primeira, é ter encontrado vestígios de rato estaminé afora, ou adentro, sei lá, mais concretamente ratinho, porque pelo tamanho dos vestígios só pode ser inho. Roeu-me o pêssego, o ruim-ratinho, ao redor do qual deixou inúmeros vestígios. Entretanto, pelo que percebi, roeu o pêssego, sim senhores, mas somente a polpa, que a juntar aos vestígios havia também partículas de casca decomposta. Tão espertinho, o ruim-ratinho. Tenho companhia, portanto, e tenho um palpite que vou conseguir escrever uma novela do caraças só com esta temática. O raticida já foi espalhado por aí em forma de pastilhas. Mal seria, não é. É. Ora essa, então ando a vender raticidas das mais variadas formas e texturas há qu'anos e agora não punha o saber a correr, não é. É. É, é.

Posta-restante:
Hoje foi dia para conseguir dois triângulos daqueles, isto por conta de me encontrar ao leme.

Primeiro

Bom dia. São nove e cinquenta e nove. Gosto destas horas do quase-quase-quase. É melhor expor já neste 'Primeiro' post a foto que tirei de manhã. Quando levantei o estore vi um céu muito bonito, em tons de azul céu, ah ah, e laranja nascer do sol, ah ah. A máquina fotográfica, ainda que seja montes de espetacular, não fez jus ao que vi. Olhem, paciência, quero registar o momento e, como tal, pumba e coiso.


sábado, 17 de setembro de 2016

Contar – treze, nove, dois...

Há treze papelinhos e nove plásticozinhos. Estão aqui ao pé de mim, agora estão ao pé de mim, quero eu dizer, amontoados, dois montes em cima da fotocopiadora. Fui eu que anteriormente os tinha espalhado, assim como que a fazer de confetis, já que a vida é uma festa, e há pouco deu-me para os amontoar e ir contando, contagem que deu os números que já referi acima. Entretanto não sei que destino lhes dar, de maneiras que vão passar o fim-de-semana ali. Se entretanto tiver que usar a fotocopiadora, fica já assente que os deito no lixo.

Culpa

A culpa duma vida arruinada, presumo, é repartida pelos sistemas, as circunstâncias e a pessoa. Eu posso melhorar a minha vida. Desenterrar-me. Sempre. O que implica atitude, que me livra da culpa. 

Primeiro

Bom dia. São dez e vinte e dois. Avanço já que hoje é sábado e me encontro no estaminé, a trabalho, daí o costume das horas a que (re)começo o blogue, e continuo com o dito, mostrando duas fotos lindíssimas, e isto sou eu a exagerar propositadamente, a ver se lhes acho realmente uma graça suprema, ao menos no blogue. Quem lê este blogue regularmente, sabe que o mesmo é, na sua essência, o esforço descomunal de encontrar interesse na vida e, sobretudo, exagerar nos factos, isto no sentido de encontrar interesse na vida. E tudo isto porque é (também) essa a minha essência, tipo assim: vá, ó Gina, esmiuça lá umas coisinhas, quando não, a forca torna-se demasiado atrativa, e isto, claro está, sou eu cheia de exagero a mostrar a minha essência. Mas as fotos. De manhãzinha, estava na varanda a apanhar ar fresco, olhei em lonjura e vi os bidões azuis. Pensei
que lindos devem ficar com aquele filtro azul!
O ponto de exclamação é por conta do entusiasmo que senti dentro do pensamento, que é o tal exagero, o entusiasmo é o exagero, quero eu dizer, e o pensamento é a essência. Então fui buscar a máquina, preparei-a e cliquei. Entretanto tive vontade de usar também o filtro verde e agora mostro tudo.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Bom, vou falar

Bom, vou falar das pedras mediterrânicas e do~plano e mais não sei o quê. Estou a ver o meu plano ser seriamente arrasado, isto passa tanto pelo facto de o banco não constar debaixo da árvore amarela nem eu ter esperança de vir a constar brevemente. Portanto ando a pensar numa solução, a qual passa, obviamente, pela mudança de lugar onde fazer o depósito das ditas pedras. O pior vai ser gravar a cerimónia. Pois. É que eu queria mesmo que ficasse registado, para isso preciso dum banco, pá! Eu sou uma youtuber minimalista, não há mais ninguém e não me vou dar ao trabalho de carregar o tripé! Mas há solução, isto é preciso é ter calma. Há o banco hater, acompanhado (e bem) por outros bancos (também congnominados e importantes, se bem que nem tanto assim, mas pronto), portanto apoio a máquina num banco qualquer er faço o que tenho a fazer, que neste caso é colocar as pedras mediterrânicas na base do banco hater. Posso atuar da mesmíssima maneira com os bancos que estão na rua mais bonita de Lisboa, ou então escolher uma árvore, há-as também muitíssimo importantes na minha vida, como é o caso da árvore arredondada, que é a primeira que encontra ao seu lado esquerdo quem desce a rua, ou então a oitava, que é a oitava (pois claro) que encontra ao lado direito quem desce, uma por uma questão, a outra por tantas, mas ocorre que as rodelas no chão têm merda de cão (acho eu que é de cão...) e se há coisa que não me apetece que fique nos meus arquivos de imagem... é merda. Portanto, o tempo passando de tal forma que o intento esfrie, inclino-me para um desses lugares e acabou a conversa. Ah, espera lá, também posso pôr as pedras nas rodelas dalguma das árvores da praça. O ponto chato de não colocar as ditas pedras debaixo da árvore amarela, é que pondo-as assim como que mais à vista, em lugares de grande tráfego de transeuntes, como é o caso da praça, pode ser que me levem as pedras, ademais: se há ser vivo especial para mim, é efetivamente a árvore amarela. Bom, ainda estou indecisa, não é lá por escrever as minhas ânsias num lbogue... ai perdão, blogue, que as vou eliminar.

Esta é aquela

Esta é aquela altura do ano em que tenho vontade de apanhar todas as folhas do chão. É um querer que me chega independente, pouco me importa se as folhas são bonitas ou feias.


Já sei que

Já sei que nem todos podemos ser em bom, em muito bom, em excelente e, principalmente, iguais, portanto tu és coiso, eu sou isto, eles aquilo. Depois há fatores como a tendência, a genética e a década d' agora, a qual, oh céus, está no fim. Está bem, está tudo bem, está até tudo muito bem. Não está nada, ora essa, na verdade nada disto está bem, é que por ora não está mesmo nada bem, nada, sinto-me uma Popota mas sem a sensualidade e ainda por cima sem os vestidos giros e os acessórios espetaculares. E também sem a dança e a alegria. E sem as amigas.

Dois cantos

Percorri toda a rua onde está a árvore amarela, sei lá, quis saber se os bancos teriam sido jogados para ali algures, num lugar onde a vista não alcançasse, se percorresse o trilho de sempre. Mas não os vi. Ó pá, pronto, é assim: a zona está em remodelações de pavimento há meses e meses, tiraram os bancos dos seus cantos, um estava mesmo por baixo da árvore amarela, o outro no canto oblíquo, estavam realmente envelhecidos, quem sabe afinal tenham sido postos no lixo. Olhem: não acabou a conversa porque ainda quero dizer que desci a rua e desemboquei numa outra que antigamente tinha também bancos de jardim debaixo de árvores, mas bancos, hoje, não os vi. Depois, um pouco mais à frente, parei numa rua minúscula onde antigamente – cá está o antigamente, ah ah – havia um banco de jardim, mas sem o jardim, e hoje nada de banco. Andarão a retirar todos os bancos das ruas daquela zona? Chegarão a retirar os que estão na rua mais bonita de Lisboa? Oh céus.

Leitura

Hoje, incrivelmente, não interrompi a leitura para apontar coisinhas nos papelinhos. Ah... Teve um sabor bom, pelo frescor que a novidade contém.

As horas que são

Meio-dia e quarenta e seis. Olhem: vou para almoço não tarda, ah ah, que novidade, ah ah.

A última

É uma espécie de última sobrevivente do género 'sopeira que veio da terrinha para servir internamente'. Não sei se existem muitas mulheres assim, hoje em dia, esta de que falo é quase tão velha como a patroa e, ao que parece, ambas mantêm a mesma morada há décadas. Queria saber se não lamenta que a vida 'normal' lhe tenha passado ao lado. Pode ser que sim, ou então não, pois claro, portanto: é pela dúvida que isto traz que eu gostava mesmo de saber. Qualquer dia pergunto-lhe. Acrescento só, e ainda, que aparenta ser muito feliz e tremendamente realizada com a vida profissional que tem.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia do guacamole! Oh céus! Fiquei de fazer frente à câmara, não esqueci, e um dia faço. É efetivamente uma mistura saborosa e não adjetivo mais. A maneira de escolher o abacate é ouvir-lhe o caroço a bater lá dentro e são imprescindíveis: a lima, a cebola roxa, a pimenta, o sal o alho e, claro está, os coentros. Claro que isto é tudo uma questão de gosto e ademais, se há comida que pode ser alterada, é o guacamole. Eh pá, pronto, a cebola não tem que ser roxa, mas olhem que é bem melhor, que não pica tanto, o limão pode substituir a lima, mas olhem que a lima... ah, a lima, céus, e quem não gostar de alho, olhe, não o ponha, e porque não colocar antes salsa?, ora essa... ah, falta o tomate, eu costumo pôr tomate aos cubinhos, sem as grainhas, não vá o guacamole ficar fluído, o que, quanto a mim, não presta. Bom, vamos fazer guacamole? E fazer um feijãozinho temperado e arranjar umas tortilhas e fazer o enrolanço à mexicana? Ai pá, espera lá que falta o queijo creme por cima! Ou ao lado. Podemos, ainda, pincelar as tortilhas com azeite, cortá-las aos gomos e levá-las ao forno a tostar, depois enfiamos-las no guacamole... e pumba e coiso.

Plano doce para o fim-de-semana

Bombons de chocolate branco com framboesa. Não soa muitaa bem? Há junção que soe melhor do que framboesa e chocolate branco? Talvez maçã e canela? Borrego e alecrim? Coco e manga? Porco e maçã? Pois é, bombons feitos com chocolate branco e framboesas, mal, não hão-de ficar. A ver se me safo, então. Vou basear-me na fórmula das trufas, partes iguais de chocolate e natas. Ó pá, é que comprei umas forminhas de silicone onde tudo quanto se puser ali e que solidifique fica que parece uma flor! A ideia assim mais requintada, por assim dizer, é a tal da framboesa, que colocarei bem no centro da mistura, quando esta se encontrar mais ou menos densa e ainda mais ou menos quente, então a framboesa descongelará, o chocolate solidificará e... Oh céus!

Papelinhos

Estão já a uso os últimos papelinhos da série retangular, aqueles que são portanto propositadamente feitos em retângulo, quer isto dizer que vêm assim de fábrica, e que numa das extremidades têm uma tirinha que a gente pode destacar pelo picotado. Acrescento ainda que estes papelinhos foram oferecidos por um cliente que quando mos passou para as mãos comentou, como segundo propósito de semelhante oferta, o facto de os papelinhos que a gente usa serem 'tão feiinhos', e o primeiro propósito, já agora fica também cá registado, era andarem aos rebolões resmas no armazém, que ninguém lhes dava uso e mais não sei o quê. Quando a oferta aconteceu, tirei uma foto e fiz post. Tudo isto aconteceu em 16/02/2015, é portanto decorrido um ano e exatamente sete meses por sobre a permanência dos ditos neste estaminé. Não acabaram ainda, pois não, mas é como se, que já lhes vejo o términos. Sou mulher para me pôr a contar quantos tenho ainda agarrados à mola amarela, mas é que tenho tanto para escrever, o que, sinceramente, prefiro fazer.
Mas, já agora, não saio daqui sem deixar a foto dos primórdios destes papelinhos bonitos e capazes.
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Palavras

Há duas palavras que ouvi recentemente e não fui eu que as disse: zumificador; ennoitecer. De nada, ora essa.

Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e nove. Hoje é dia, 'migos, hoje é dia. Aquela parte em que vem o/a lamentoso/a (pode ser outro adjetivo qualquer, é escolher 'migos, é escolher!) diz 'olha lá, ó parva, todos os dias é dia, pá!' não interessa para nada, principalmente porque o dia, seja lá qual for, é dia para tudo. Tudo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Árvore amarela

Os bancos não estão no pequeno jardim que acompanha a árvore amarela, é que nem num frente-a-frente nem num lado-a-lado, nem porra nenhuma. Não sei o que vai ser da minha vida, ai não sei, não.

É uma pena

Virginia Woolf escrevia com uma pena. Eu, Gina Maria, interrompo a leitura, uma vez mais, para apontar que... Virgina Woolf escrevia com uma pena.

Lugar (que também pode ser) da musa

Em cima da mesa em que me sentei... Nada disso, sentei-me numa cadeira, por sinal transparente.
Em cima da mesa em que me apoiei estavam dois pacotes de açúcar fechados, quer isto dizer que as pessoas que tinham estado ali também não põem açúcar no café. Surripiei os pacotes. Provavelmente nunca registei no blogue que arrecado todo e qualquer pacote de açúcar que acompanha os cafés que bebo, mas certamente registei que não junto nenhum desses pacotes ao café, bem como registei montes e montes de pacotes de açúcar e de coleções de pacotes de açúcar, quando estes contêm dizeres, versos, iniciativas. Ultimamente registo este tema (também) em vídeo, mas tempos houve em que não fazia vídeos, logo, vinha tudo parar ao blogue.
À parte tudo isto, os pacotes de açúcar servem para adoçar os meus bolos, facto que não estou certa de já ter registado no blogue. Parecendo que não, isto de ser grafómana absorve todas as certezas - eu sei lá se já escrevi?! Pois. Bom, adiante. Por conta disto de aproveitar o açúcar e tal e coiso, acontece que raramente compro açúcar. Pois. O que me desgosta. Sério, desgosta-me, é que há uns açúcares fantásticos, ele é um fino, ele é um para compotas e gelados, ele é um para pasta de amêndoa, ele é um... Pronto, já sei que o mercado é extenso e o que as pessoas donas de fábricas mais fazem é aliciar as pessoas no sentido de experimentarem coisas, e eu cá sou uma fácil nisto assim, é que sou mesmo, a minha vontade é experimentar tudo e todos. Todos, salvo seja. Queria dizer todos os ingredientes.

Na Radio

Agora, na Radio Comercial, há 'a palavra do dia'. Geralmente é escolhida uma pouco usada, que é para a coisa ter piada. O jogo é tentar ao longo de todo o dia introduzir a palavra em conversa. Não mete escrever, este jogo, mete conversar, não mete falar, mete conversar.
Supimpa, a palavra d' hoje.

Primeiro

Bom dia. São onze e trinta e nove. Ó Gina, tu escreve, mulher, tu escreve no blogue, pá. Olha: começo já por dizer que tenho dois documentos importantíssimos junto do pote que contém as pedras mediterrânicas. Os documentos são de papel e sim, a importância é superlativa, tanto que não especifico.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Leitura

O livro do momento – Um quarto que não é seu, Alicia Giménez Bartlett – contem dentro de si duas faturas, uma do próprio livro, outra dum tecido, ambas as faturas estão datadas de 23/10/2013, a do livro foi emitada às 14:16, a do tecido às 14:38. Ora acontece que rubriquei e datei o livro na página morta, costume que tenho há anos, mas datei de 25/10/2013. Hum... Enganei-me...? Hum... Tenho na memória algo referente a este episódio, não propriamente do desfasamento de datas, mas algo em torno das faturas e do livro que comprara, bem como da distância de tempo entre as duas compras. É para isto que serve um lbogue... ai perdão, blogue, não é. É. A gente pode pesquisar, não é. É. Foi assim, ó:
Ainda não, tenho coisas a acrescentar antes de.
Geralmente compro os tecidos na Baixa, portanto a compra do livro deve ter sido efetuada na estação de Metro onde me apeei à vinda, de vez em quando surge por lá uma livraria ambulante. Entretanto, ao pesquisar, descobri um post onde regsitei um episódio passado na estação do Rossio. Agora é que é, eis os posts do antigamente, de 25 de outubro de 2013:

Horas
Por causa das faturas sei horas de coisas que comprei e por causa de esticar assuntos que não lembram a ninguém depreendo coisas que vou fazer.
Às catorze e trinta e oito (e trinta segundos) comprei um tecido para fazer um casaco que um dia faço oh se faço e vai ficar giríssimo e vai fazer-me ficar esplendorosa.
Mas às catorze e dezasseis (segundos não registados) havia comprado um livro: 'Um quarto que não é seu', Alicia Giménez Bartlett, o qual é contado pela criada de quarto de Virginia Wolf. De notar que o livro é fictício. Mais um para a prateleira dos livros ainda não lidos.

Na estação
Devia ter ido na carruagem anterior;
mal de mim ter ficado a descansar no banco de madeira;
tenho tempo
- tenho sempre tanto tempo... –
ai eu
- continuam-se-me os ais de ontem -;
uma mulher fala ininterruptamente com a completa desconhecida que é a sua companheira de banco, o banco de madeira
– assuntos: doenças dos ossos e chuvada algo inesperada e que estão todas molhadas -;
a outra olha para mim de vez em quando encolhendo ligeiramente os ombros não vá a faladora notar;
no lado oposto chega uma outra mulher, não havendo lugares vazios senta-se na pedra
– onde não é banco de madeira –
e vendo uma mancha amarela passa os dedos e leva ao nariz para cheirar
– não vá ser urina que secou e amarelou –
e mesmo assim tira um lenço de papel do bolso para limpar
– mas não consegue apagar a mancha –
e faz de conta que limpa, senta-se e olha-me com um desprezo insano.
São doidas, as três.
Não diferentes, nada disso.
Chega o comboio, as duas primeiras fundem-se com a multidão;
verifico que a terceira coxeia, se tivesse notado antes ter-lhe-ia oferecido o meu lugar no banco de madeira.

Como seria a minha vida sem escrever?

Não viria contar do cliente que disse pinhas em vez pilhas. Ah ah.
Não viria dizer que no tópico (que acabei por usar como título deste post) apontei morrer em vez de escrever. Ah ah. Não só me foge a boca para a verdade como os dedos. Ah ah.
Não viria contar que a menina do lugar (que também pode ser) da musa estava doente e vi-a combinar com uma outra a troca de folga, portanto uma trocou a folga por trabalho pra bem duma colega, a outra, coitada, trocou a folga pela recuperação. Ah ah.
Não havendo blogue eu passaria pela vida mais descansadamente, mas não menos ocupada a observá-la.

Faltar

Falta-me o líquido de limpar os óculos, o óculo, a luneta, as lunetas. Havia ainda uns pingos no fundo do frasco. Não quis saber, sacudi o frasco. Há que abastecê-lo. Não há nada, está no lixo, juntamente com o lixo daqui, ó.
Ó Gina, vais ter que comprar um líquido para limpares os teus óculos todos.

Listar

É escusado colocar na lista de faltas do supermercado géneros como iogurtes ou café. Não há semana nenhuma em que não ponha qualquer um dos dois no carrinho.


Aguardar

Pode aguardar até à proxima visita que segue a próxima visita
Aguarda até à vez seguinte à próxima visita
Aguarda até se cumprir uma visita e na próxima, pumba

Post celestial

A temperatura desceu drasticamente, vai daí, o sol aparece pelo meio das nuvens, elas é que mandam. Há-as de várias cores, então pois claro, e isto do-cinza-ao-branco e do-branco-ao-cinza. Umas quantas mostram-se num branco luminoso. É do sol, penso eu.

Almoço

Bacalhau à Brás. Nunca sei o Brás é o das batatas fritas, e é. Salvou-me o meu colega de fazer figuras tristes extra-estaminé, que eu indo perguntar ao Zé, já se sabe...

Groselhas & Framboesas

Comprei groselhas no outro dia. A rica filha fazia anos e gosta que se farta de alimentos ácidos e portanto já se sabe que frutos vermelhos são grandes em acidez. As groselhas são efetivamente muito ácidas. Muito. É fruto que nunca tinha ingerido, não posso dizer que não gostei, mas acho que. São uns frutinhos muito bonitos, parecem brincos com todos aqueles pontinhos vermelhos, mas ácidos. Provavelmente, sendo uma cultura diferente, seriam diferentes para melhor, como são, por exemplo, as framboesas que compro diretamente ao produtor. Sério. Estou feita uma dona-de-casa à moda antiga, já no outro dia falei do meu fornecedor de ovos, que é também o produtor, e agora venho falar do de framboesas. E são tão boas, oh céus, tão boas, não têm mesmo nada a ver com as que compro no supermercado. Note bem: no supermercado há framboesas o ano inteiro, neste produtor há-as somente de maio a setembro.

Montra

A montra tem que conter tabuleiros de pintura, rolos de pintura, fitas de pintura, produtos de pintura.

O apego ao lixo num dia
O apego no lixo noutro dia

Num dia...
Porque não deito fora coisinhas despropositadas e inúteis como:
as rodelas douradas que caem da minha t-shirt
o aro amarelado que saíu duma etiqueta de fio
a apara de lápis
a tampa da caneta que anda sempre comigo
?
Porque os amigos não se deitam fora.
Esta ideia não é nada que eu não tenha já apresentado no blogue uma catrefada de vezes, só por dizer que quando o faço, uso outras palavras.
Noutro dia...
Deitei coisas destas no lixo, afinal deu-me coragem. Neste momento, além das coisas que enumero acima, já lá estão:
a folha com as formas para bolo
o confeti
o isqueiro
o mosquetão
a ventosa sem gancho
!

Rasgar

Rasguei a folha do ler/ler/ler, a qual tinha criado há tempos, onde exprimia os pontos porquê e para quê disso de ler e da leitura e mais não sei o quê. Não faz sentido ter uma folha colorida, patética e foleira ao pé de mim, é que está tão perto que a vejo a toda a hora. Não. Guardei-a com o intuito de vir a fazer um jogo de letras manuscritas, expondo os porquês dum lado, os para quês do outro, com as respostas organizadas de modo a perceber-se o porquê de eu me forçar a ler, bem como para quê. Creio que ficaria mais explicado, porque na verdade a folha colorida não está ô puã. Agora então é que não está mesmo, porque a rasguei. Eu já tinha dito que rasguei a folha...

Dias dum Ginásio

Ontem, no Ginásio, fiz uma aula de alongamentos, modalidade que não fazia há muito tempo. Curti aqueles quarenta e cinco minutos, afinal não estava assim tão mal... quero dizer: estava, custou pra caraças esticar pedaços de mim que não esticava há muito tempo, mas acontece que os efeitos valem o esforço e as dores. Eu tinha muitas saudades do Ginásio. Muitas.

Primeiro

Bom dia. São nove e cinquenta e oito. Já fui ao lugar escondido. Trouxe fitas de pintor de duas polegadas e de uma e meia, três litros de ácido muriático e três fotos tiradas à tal planta que sobe do chão por entre uma cadeira desmantelada. E afinal são mas é duas plantas, de duas espécies e das fotos publico apenas uma.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

As horas que são

Cinco e quarenta e dois da tarde. Deixo uma folha comprida e estreita, dobrada em muitas. Aí podem ver-se formas para bolos de muitos tipos. É uma publicidade, vá. Com buraco no meio para fazer pão-de-ló. Com buraco no meio para fazer savarim. Com/sem fundo amovível, redondas. Com/sem fundo amovível, quadradas. Com/sem fundo amovível, retangulares. Para pastéis. Para queques. Para pudins lisos. Para pudins ondulados. Para tarteletes. Para pizzas. Note bem: pizzas.

andamos a ver se andamos
vemos se andamos
e se andamos vemos que andámos

andamos a ver se andamos
vemos se andamos
e se andamos vemos que andámos

o trabalho é uma terapia

o trabalho é uma terapia

Intervalo grande

Àquela hora o banco nadois é o único que tem sombra. Bem sei que brevemente o horário muda, vai daí, quando a gente tiver uma hora acrescida às nossas vidas, àquela hora já todos os bancos da praça terão sombra. Depois, em o tempo passando, em o outono adentrando nas tais das nossas vidas, pouco vai importar se está sol ou então não, interessa mais a chuva e, principalmente, o frio.
Por ora a temperatura amainou, o que significa que, eu querendo, já me vou poder sentar num qualquer dos bancos que ficam defronte às meninas-estátua, isto sem queimar as nalgas.

Almoço

Hoje limitei-me a pedir o empadão de vitela ao Zé, sem mais, ainda me apeteceu pedir-lhe que me mandasse a vitela, mas não, ora essa. É que por entre estas andanças ouvi uma senhora dizer que o melhor café das redondezas é o do Zé, portanto já lá estava uma espontânea, para quê eu também?

Lá em baixo

Lá em baixo, no lugar escondido, uma planta sobe do chão por entre duas partes de cadeira. É um quadro muito bonito. A ver se amanhã levo a máquina fotográfica.

Há três bolos na calha

»»» Há bolo de feijão na calha.
Tenho de experimentar fazê-lo, para já pela enormíssima curiosidade em testar a textura e o sabor. Pronto, podia ser outras coisas, quaisquer outras coisas, mas não, é mesmo a curiosidade mais comum que pode existir em termos de comida: textura e sabor. Eia pá, és tão fixe, ó Gina. Pois sou. Quem se teria lembrado de tal coisa, não é. Não. Já disse que não. Tenho portanto, e mas é, que me despachar a fazer o dito porque o programa sai da box não tarda. Pois, já sei que posso visitar o site do canal 24 kitchen e blás mas é que já uma vez me meti nessas andanças e não descobri o que queria. Logo: coiso.
De seguida registo também mais dois bolos que estão na calha. Trata-se de dois episódios do programa As Doces Iguarias de Rudolph, do canal supracitado, que foram para o ar no dia dos meus anos. E eu, como tenho uma grande pancada na cabeça, quero fazer esses bolos, se ainda por cima tenho o tempo do meu lado, que os programas vão estar na box até janeiro próximo.
»»» Há bolo de laranja na calha.
Ah... Parece muito fácil e muito bom e também muito diferente. Trata-se de forrar uma tarteira com massa vienense. É fundamental que a massa seja feita com açúcar em pó, assim obtém-se uma massa mais macia, mais fácil de cortar em fatias. Por cima da massa, ainda crua, dispor um bocado de pão ralado por modo a absorver o sumo dos gomos que depois se deitam lá. Chamo a atenção para o seguinte: é forçoso retirar as membranas dos gomos, quando não o bolo ficará amargo, e vai que se deita por cima um creme de pasteleiro feito com sumo de laranja, ao invés de leite. E vai ao forno. Sei que é um bolo francês e que ostenta um certo requinte. Pois... se é francês...
»»» Há bolo de chá verde na calha.
Este vou fazê-lo sem o matcha, o chá verde japonês. Creio que o matcha dá muito sabor a este bolo, portanto é um bocado tolo não o procurar ou então, por via das dúvidas, colocar no bolo o 'nosso' chá verde, assim muito miudinho, picadinho, esmigalhadinho. O matcha, conforme o Rudolph anuncia no seu programa, é um pó finíssímo, de sabor característico, portanto não me parece que o 'nosso' chá verde substitua o matcha capazmente. Então se não tenho o matcha porque raio vou eu fazer este bolo? Porque o resto da confeção é também ela diferente do comum. Começa-se por derreter manteiga, natas e chocolate branco, batem-se gemas (creio que seis) com metade do açúcar (creio que cento e cinquenta gramas) e bate-se claras (creio que seis, ah ah) com a outra metade do açúcar. Depois junta-se as claras às gemas, os ingredientes derretidos à mistura de claras e gemas e por fim a farinha (creio que duzentos gramas) e o tal matcha. Mas eu, não tendo o matcha... ponho o quê...? Canela? Baunilha? Cacau? Nada?

Post dourado

A rodela dourada estava em cima do banco-escadote. Caíu da t-shirt quando o usei para alcançar lâmpadas (tubulares, brancas, fluorescentes) de dezoito uótes na cor deilaite.

Post verde

Diz que é esperança, a cor verde. Aparas de lápis verde. Caneta verde. Ela escreve a verde. Rasguei o papel onde estava a frase 'não há' em verde. No mesmo verde. Escrevo com o mesmo verde.
Ndo a pensar carregar comigo também esta caneta, uma vez que a tal muito boa e cinzenta e de escrita grossa tem falhas, de longe a longe. Fico doida só de pensar que se me seca a tinta. Mas não tenho coragem de tirar a caneta verde daqui. Mas quero gastar a outra. E se. Ora.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia de pensar positivo. Ah... hum, ok, vá, então está bem. Não tenho muito a dizer, isto da positividade é uma porra que me fode os cornos até mais não. Pronto, já desabafei e acabo aqui esta conversa.
Hoje é dia de mudar a roupa dos armários. Não consegui ouvir esta questão lá muito bem, de modo que julgo que é dia de retirar as roupas de verão dos armários e colocar lá as de inverno, sendo que sobra uma questão do caraças: é uma troca de lugar?!
Oh... O verão tánutérminus... Oh...
Claro que ainda é cedo para mudar as roupas, claro que não se sabe mas eu ando a braços com roupas daqui e dali há semanas, tentando encontrar o melhor poiso para as ditas, sei lá se deixe os vestidos no quarto azul e mude as saias para o quarto laranja, ou ponha mas é os edredões todos no mesmo baú. Oh céus!

Primeiro

Bom dia. São dez e cinquenta e nove. Ó pá tóin xirú! São onze e três, tive de ir arrumar umas coisas, ah ah, mas fica aqui também, já agora, que cinquenta e nove não é pão nem bolo nem cara-metade de coisa nenhuma, é uma terra de ninguém.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Documento único (de nada, ora essa)

Primeiro
Bom dia. São onze e quatro. Ah...! Tanto tempo sem escrever coisinhas! Ah...! Que saudades de escrever. Ah...! Tanto tempo sem escrever, sem atualizar o blogue, mas, ah, esperem lá, eu afinal atualizei o blogue, pois foi, fiz-lhe assim como que uma divisão na vertical, vá, portanto agora tem uma barra na lateral direita onde já coloquei as minhas etiquetas e os meus arquivos. Tudo eu. Tudo meu. Tudo, tudo. Experimentei ainda colocar o meu perfil mas retirei-o logo por conta de a minha foto ser um bocado parva. Pode ser também falta de hábito, sei lá, não estou habituada a ver-me logo ali em cima, tipo a primeiríssima 'coisa' a ver-se, tão patxau, e ainda por cima numa foto um bocado parva. É do tempo em que criei este blogue, para aí de janeiro, na altura eu usava a máquina fotográfica não tão espetacular assim para fazer os filmes, acontece que essa máquina tira uma foto quando carrego no botão 'gravar', então, vai daí, a foto é de eu a ligar a máquina. Ó pá tóin xirú! Pois, não é nada xirú, qual quê. Então e escolhi-a porquê, não é. É. Escolhi-a porque na altura fez sentido esse clicar no botão, os meus filmes não continham cortes desnecessários porque eu não sabia mexer em nenhum editor. Então hoje em dia não faz sentido nenhum, não é. É. Então e porque é que eu não arranjo outra foto mais de acordo com os dias d' agora, não é. É. Porque ainda não me deu na cabeça fazer tal coisa. Falta a predisposição, a disposição, falta-me portanto tudo. Quero dizer: nem tudo, a cara está aqui.
Movimentação
Pois que me movimentei por casa durante todo o fim-de-semana. O quarto azul não tarda está pronto. Não ficará como inicialmente previsto, aquela situação de organizar os lugares dos roupeiros por modo a arranjar um triângulo onde encaixasse o camiseiro, pois que essa ideia perdi-a, foi melhor, aquilo não ficava nada bem. Aconteceu também desistir doutra ideia que me pareceu espetacular durante meses: a de colocar a máquina de costura de encontro ao parapeito da janela, a para com a secretária do computador, pois é, também não ficava bem, acabou por ficar ao lado do tal camiseiro, na parede que estava, afinal, vazia. Mas a secretária com o pêcê lá vai ficar, junto à luz. Só por dizer que às tantas...
Do filme
Um dia ouvi num filme qualquer alguém dizer que o ser humano tem uma compulsão por preencher espaços, daí o entusiasmo todo perante as palavras cruzadas. Então, quiçá debaixo dessa ideia, coloquei a caneta verde e o lápis verde na caixinha, por modo a preencher o espaço que o saquinho verde ocupou nos tempos áureos.
As horas que são
Meio-dia e cinquenta, vou almoçar não tarda. Gostava muito de comer perna de frango assada no forno, só que não sei, por não ser eu a fazer o meu almoço. A ver vou, então, não tarda nada.
Almoço
Pescada à espanhola, afinal, o meu almoço. O meu colega perguntou ao Zé como era a espanhola e eu, mesmo a conversa não sendo comigo, disse logo que a espanhola tinha as mamas grandes. A pescada estava boa, a espanhola é que não sei, que não cheguei a comê-la, tampouco lhe vi as mamas.
Lugar (que também pode ser) da musa
Há muitas pessoas que vêm aqui e que também iam (quem sabe ainda vão) ao lugar da musa do antigamente. Hoje lá estava um senhor muito bem-posto, um daqueles a quem nunca cognominei.
Chegou a septuagenária. Uma das, quero eu dizer.
A tábua, a forma e o plástico – como são?
A tábua
não é tábua, é um bocado de plástico rígido, decorado com desenhos de cores várias e mui alegres, contornos de objetos que habitam cozinhas: cafeteiras, colheres de pau, taças, espremedores de citrinos. Tudo no plural, que a dada altura há repetições. A tábua – que afinal é um plástico – tem um friso toda a volta em rosa-choque.
A forma
para pudim é a tal sem ondinhas, escolhi antes essa, quando não, com o uso, partículas de massa iriam ficando agarradas e vai que me dava nojo e coiso. É que é realmente difícil lavar formas deste género, sei do que falo, já uma vez joguei uma no lixo por causa do nojo.
O plástico
para pôr em cima do móvel da cozinha é tão bonito! Não é nada, é um simples plástico semi opaco, amarelo desmaiado e estanque. Eh pá, é um plástico e pronto. Não fica lá muito bem no móvel, gostava duma cor mais vistosa, mas acontece que não havia e havia, ah ah, isso sim, uma certa, para não dizer grande, pressa em cobrir a porra do móvel porquanto bátegas d' água caíam por sobre o dito de cada vez que se abastecia o depósito da máquina de café e qualquer dia tinha-o apodrecido.
Dourado
Uma das rodelas douradas da tal t-shirt que no outro dia tingi de bórdô, estava a soltar-se, já pendia por sobre si e tudo, puxei-a e pu-la junto às outras, aquelas que aguardam o clique fotográfico ao depois de, com as demais, eu construir uma flor por sobre um papel branco. Clique.
À despedida
Este escrever assim compactado já me deu um enorme prazer. Numa escala de zero a cem, deu-me cento e um em todas as vezes. Hoje não, hoje retirei para aí uns cinquenta e cinco de prazer desta apresentação. Note bem: apresentação.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Designação não comercial

A 984 tem anel em latão amarelo e polido e trevo na oposição ao palhetão.

Ela escreve a verde

Fiz um desenho no livro das faltas enquanto me decidia por entre pedir as mini-tintas ou os estendais.


A caixinha

A caixinha dos pertences está portanto mais vazia, isto do saco verde ter sido despejado fez um grande efeito em termos de preenchimento. Estive a observar o que resta, agora da parte da tarde. O aro triangular não dará para mais nada senão uma fotografia risível.

Ler

Ler dá-me conta da cabeça, não ler dá-me conta da cabeça, o meu aviso ler/ler/ler, o qual vive bem perto de mim desde que criei este post, dá-me conta da cabeça. Não li o livro do momento, este foi portanto outro dia sem ler. A patetice maior é eu andar carregada com o dito e não me pôr a lê-lo.

Banco hater

Para lá
O torpor era tanto que tive de me sentar num dos bancos. Escolhi o hater.
Para cá
São duzentos e doze, o número de passos que há entre a união dos dois pinos da torre com o banco hater. A união dos pinos dá-se quando um do pico e outro do rebordo coincidem, o que acontece para aí uns três passos antes do semáforo. CCXII, ah ah, 212, ah ah, caipcua, ah ah.

Lugar (que também pode ser) da musa

A menina está mal-disposta. Apoia ambas as mãos sobre a barriga enquanto espera que desça o café de cada um dos clientes que me precede.
Ailebidére, soam acordes que me espessam a tristeza, novamente.
Espera lá que isto pode ser 'dito' doutra maneira:
Ailebidére, ouço acordes que, uma vez mais, não espevitam nem por nada o lado feliz desta que escreve.

Espéráíófáxâvôr

A senhora do Banco pediu-me 'só um bocadinho' logo depois de eu lhe passar a mensagem 'é para depositar e são xis euros'.

Almoço: iscas de porco à portuguesa com batatas cozidas

Não sei o que dá na cabeça das pessoas para se porem a comer fígado de porco. Está bem que é cozinhado e, como julgo que se sabe, a fervura anula toda uma série de bactérias e outros bichos maus (e vivos), mas porra, que raio tem a gente em mente quando mastiga e ademais engole fígado de porco, pá?!
É que o fígado é um filtro, é por lá que passa toda a classe de porcarias que o porco ingere... o porco vive numa pocilga...

Nota montes de interessante:
Este é o post 1661, capicua, portanto. É que não me apeteceu fazer um post só a dizer 'ah e tal olha uma capicua, nem me apeteceu deixar passar a dita em branco. Registado, óié.

A tábua, a forma e o plástico - motivos

A tábua
Tenho uma placa redonda, feita num plástico branco e grosso, que chegou num certo dia cheia de sulcos e nestes dias se mostra rugosa. Tem mais de vinte anos, em nova tinha até um friso vermelho. Tinha. Preciso duma coisa nova, por favor. É que não é só estar velha, está encardida e faz-me impressão. Lixívia, não é. Não, não é, 'migos, ai não é, não. Quero uma coisa nova. Obrigadinha. Pode ser madeira, quero lá saber, a minha tábua de corte do costume é de madeira, revela cortes em todas as direções, está também encardida, vai lixívia para cima.
A forma
Quero muito experimentar fazer um pudim à moda de como-deve-ser, ou seja: tampa na forma, tampa, na, forma. É de ovos, o pudim que quero fazer. Vou fazer aquela receita das partes iguais, noutro post registarei incansavelmente os pormenores dessa receita.
O plástico
É que o móvel da cozinha tem em cima dele, desde há duas ou três semanas para cá, a máquina de café. Ora é consabido que uma máquina de café lida com água, logo: pingos cairão mais vezes do que desejo, vai daí apodrecerá rapidamente a madeira do móvel e eu não quero tal coisa na minha vida.

Posta-restante:
Já comprei a tábua, a forma e o plástico.

Legumes

A faina das sopas regressou às minhas lides domésticas. Que preocupação, não é. Não. Já adquiri uns quantos legumes mas outros ainda não. Ao momento tenho cenouras, curgetes, cebolas, raiz de aipo, alhos, pimento vermelho e couve-coração, bem como as leguminosas feijão de vários tipos e grão dum tipo só. Amanhã adquirirei abóbora, nabo, beterraba, alho-francês, beringela e chuchu, depois amanho aquilo tudo, uso o necessário e congelo o remanescente. Ressalvo que as minhas sopas não contêm sobredosagens, se colocar cenouras então não coloco abóbora, se colocar nabo então não coloco beterraba, se colocar alho-francês então retiro um pouco de cebola. Já os alhos, o pimento vermelho, a curgete, a beringela, a raiz de aipo e o chuchu são colocações de sempre.

Cortinados

Não odeio cortinados, mas dispenso-os. O quarto laranja ainda não os tem, o quarto azul duvido que venha a tê-los. Este fim-de-semana prevejo grande movimentação em torno de acabamentos:
»»»passar o produto bom numa parte do roupeiro que na altura não estava acessível, passá-lo também no camiseiro
»»»lavar o chão e a janela
»»»transportar a tralha toda por modo a acabar de encher os roupeiros, bem como transportar a máquina de costura e a secretária do pêcê... ah, pois claro, o pêcê também vai ter que mudar de poiso

Imeiles

De há uns tempos para cá, sempre que recebo um imeil, junto com o nome da pessoa vem uma bola (rosa-choque no caso das damas, azul-forte no caso dos cavalheiros) onde aparecem tingidas de branco as iniciais de quem envia. Gosto de ver as bolas, são bonitas, vistosas, sem serem pirosas. Imagino a minha bola rosa-choque chegando ao seu destino com dois enormes guês. Se são enormes guês, não serão pontos guês.

Saquinho

Cortei o saco verde em muitas partes e pu-lo no lixo. Fiquei com muitas linhas pequeninas no colo, portanto já se vê que esta operação, fi-la sentada. Dava-me pena, o saquinho, para ali estava, sujo, triste e só, também abandonado, de modo que hoje resolvi dar-lhe atenção. Se morreu, não sofre mais. A título informativo registo ainda que guardei o cordão vermelho que aprisionava o saco dentro de si mesmo. Sei porquê. Guardei-o para atar o saco dos flocos de espuma que está à porta do estaminé, ao ar, à publicidade. Esse saco está-se-lhe sempre a romper o fio, quando de algodão, assim, sendo de fibra, o uso abusivo não o destruirá. O algodão morre facilmente, a fibra dá luta.

Quando?

Quando os primeiros acordes duma qualquer canção te espessarem a tristeza, eis quando.

Queratina às corzinhas

Nas deambulações observo as unhas das mulheres com quem me cruzo. As unhas que noto pintadas, raramente combinam pés e mãos.

D' ontem

Ontem fiquei por casa, sem dia de férias/folga, nada disso, antes doente. Não escrevi no blogue nem fiz a ponta dum corno lá em casa, qual quê, pois se estava doente, doente estava, não é. É.

Dia de (disseram na Radio)

Hoje é dia da grávida. Não estou grávida. Nunca estive grávida a oito de setembro. Desse estado, o mais próximo que consegui foi ser puérpera em dois anos diferentes:
a oito do nove de noventa e um, estava muitomuitomuito puérpera
a oito do nove de noventa e quatro, estava a abandonar o estado de puérpera

Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e dois. Por ontem não ter escrito porra nenhuma, hoje estou desligada do escrever para ficar escrito, percebem. Claro que sim, por isso termino a prosa.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Momento extremamente criativo da grafómana

Prevê-se que:

Amanhã
Vai descer a temperatura







Ah...







Listas

Tenho compras a fazer, o que é também um afazer, oh que piada fácil, e blás, mas indo ao que interessa, e não é pouco, oh que afirmação reveladora de sentimentos bons, tenho compras a fazer, que são:

»»»tábua para corte de alimentos
»»»forma para pudim
»»»plástico impermeável

A tábua
podia ser aquela que tem as flores secas a decorar. É mesmo uma tábua, as normas da saúde não chegam aos lares. Ainda. É em forma de pera, foi o senhor Valdemar que esculpiu. Não se diz esculpir se o material é madeira mas eu agora não malembra como se fala da madeira. É um artigo rudimentar, como o meu bloquinho, como o meu blogue, como o meu canal, como eu.
A forma
para pudim está na lista pelo óbvio: falta-me uma coisa assim no armário. Estas formas têm uma tampa que fecha por meio de fechos (lá vem a redundante, ca porra pá), são três. Há umas que não os têm, é só um encaixe, o rebordo da forma entra à confiança no entalhe da tampa e pumba e coiso. Na verdade a tampa não é para estancar, estancar tanto que não entra nem sai ar nenhum, nada disso, estancarestancarestancar → não, é que ainda rebenta... Estas formas são ainda caracaterizadas por terem um buraco no meio, ou então um cone, ah ah, seja lá como for o pudim sai de lá com um buraco no meio. É ainda comum ver nas lojas dois tipos de forma, uma com ondinhas, outra sem elas, e em vários tamanhos, para aí uns três. Creio que escolherei a sem ondinhas por ser mais fácil, tanto desenformar o pudim como lavar a forma, muito embora as ondinhas num pudim sejam grande parte da graça.
O plástico
é para forrar o móvel da cozinha. Sim, esse móvel viveu até aqui sem plástico impermeável, e até sem plástico nenhum, mas.

Tenho tarefas a desempenhar e com este verbo não faço graçolas porque. Pois. Sei lá como.

depositar 
as pedras mediterrânicas junto da base do tronco da árvore amarela (à-parte: as folhas amarelas são cada vez mais, mas ainda não chegaram a um número que eu considere serem muitas)
colocar 
o saco verde na caixa, não colocar o saco verde no lixo
forrar 
o caixote do lixo piriri com a tabela desatualizada, mesmo que se vejam os furos do dosisê, principalmente porque as folhas da tabela não têm furos desses
destruir 
a pequena cartolina com o 4 da fonte não-se-das-quantas, negrito, tamanho 72, ou 80, ou mais
construir 
algo com o triângulo de papel que saiu da etiqueta do fio
desenhar
 a flor com as contas douradas que saltaram da camisola e tirar fotos
abastecer 
o pacote de lenços com guardanapos que assim fazem as vezes de lenços