segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A ver se

A ver se me lembro de me sentar na rua, num banco, num muro, onde for, para apontar as coisinhas. Tenho deixado fugir montes delas. Eu dantes fazia isso de parar a cada pensamento, tanto os capazes como os incapazes, a bem dizer nunca liguei lá muito à qualidade do que escrevo, mas dizia eu que dantes parava para escrever. Sério. É tóin xirú. As árvores da rua mais bonita de Lisboa, agora me lembro, estão a ver, pois, não havia apontado, lembrei-me por acaso, porque sim, mas as árvores, eis que as primeiras cinco de cada lado estão com folhinhas novas, umas mais e outras menos, mas todas têm rebentos. Já tive a ideia de plantar no blogue, não árvores, ah ah, mas uma foto do google maps, uma daquelas fotos de topo, sabem, tão irreais quanto reais e tão mas tão belas por conta dessa mistura de avessos. Mas é que o google diz o nome das ruas, se aproximamos muito, e eu não quero nada disso, que ainda se me escapa o encanto. Não o da rua, o meu, é que eu gosto muito de segredos, esse é um dos meus encantos. Nunca vi ninguém interessado em saber qual é a rua mais bonita de Lisboa, mas pronto, talvez isso se deva ao facto de eu saber manter segredos porque mantenho o pessoal lá longe.

Lugar da musa

Cheira a tinta de caneta.
Ou:
ilusão de muito manuscrever.

Vídeos


Podia dizer que não sei encaixar os vídeos no blogue e despachava a questão. Mas não. Não é não saber, aquilo era pô-los para aqui e pronto. O não-sei libera efetivamente a pessoa, desculpabiliza-a, tu dizes que não sabes e ficas livre de saber. Não sabes, e se não sabes não carregas culpa. Mas não é que não saiba encaixar os vídeos no blogue, é que não lhe acho um jeito, uma forma, e até uma fórmula, não combina, não combino eu também com as letras e os fonemas. Eu sou a mesma, até me acho parecida nos dois modos, como se não me estivesse traindo, que é lá isso, não, mas não consigo ficar descansada quando me apresento oral e vivamente porque não combino com o blogue. Que chatice, pá.

Tristeza advinda sei lá de onde, de todos os lugares ou isso

Subia a avenida e vinha a ver as folhinhas, como referi no post anterior, e achei que o aspeto das árvores prenuncia a primavera. Hoje em dia a primavera é sinónimo de pingo no nariz e picos nos olhos, mas deixemos isso, está bem, por conta da beleza e vida que, ainda, estão inerentes à primavera. Não costumo ser e/ou estar menos triste lá porque está mais quentinho e quês. Nada disso. Sâmar taime sédnece. Não é lá por nessa altura o poeta sequer se avistar devido à folhagem imensa que não me hei-de sentir inundada pela tristeza. Não tarda é verão, sim, sim, óquei, e depois?

Subida

Subia a avenida e notei as folhinhas a despontar em todas as árvores.
Saí do Banco e lembrei-me «ó pá! as florzinhas das árvores do jardim! tenho de ir vê-las!» Lá estavam. Haver fotos, há, mas estão no lixo por conta duma certa distância entre o meu olhar e a imagem que avisto no ecrã.

Almoço

As magrinhas comem peixinho. Pronto, as magrinhas são magrinhas porque comem peixinho. Com alface. Batatas, não, está bem, que eu sou magrinha e tenho nojo disso tão. Encorpado. E sem azeite, está bem, tudo o que é lubrificante dá-me umas náuseas...

Comer é foder, 'miga, escute lá o que Maria Alice diz, olhe que ela percebe dessas coisas.

As horas que são

São mei... É meio-dia e vinte e oito. Estou aqui que não posso, cheia de saudades do percurso habitual. Há algo em mim estupidamente contraditório:
  • o susto e o prazer que a travessia da praça compreende
  • a rotina e a imensa necessidade de ser surpreendida

Confusão

Sabes quando tens uma enorme confusão no meio da testa? E te coças mas não há alívio, há antes dor porque com a ânsia te arranhaste? E sangue. Perguntas. Sangue, não.

Acerca da produção

Acerca da produção de vídeos e coiso, eis que este fim-de-semana tratei duns quantos. Eu explico, que adoro explicar cosinhas. É que o pc de secretária não tinha como principal servidor o Google Chrome, o que me impedia de usar algumas ferramentas do Youtube no sentido de aprimorar os meus vídeos, agrupá-los e isso assim mas, como tenho um pc portátil com essa demanda, acabava por me safar com o dito e ia vivendo assim, um tanto ou quanto saltitante, de pc em pc. Ora acontece que o pc portátil deu-lhe o amoque. Pois foi. Fiquei desvairada. Oh céus, como é que eu agora aprimoro os meus vídeos...? Como pô-los em grupinhos disto e daquilo...? Mas como...?! E eu que tenho uma legião de espectadores, pá...! Tudo ansioso por me ver e ouvir...! Mas já tenho isso do crome e coiso instalado no pc de secretária. Não custou nada. E perguntam-m' as pessoas, então mas ó Gina, porque é que não trataste disso mais cedo.
«Ó Gina, porque é que não trataste disso mais cedo?»
E eu respondo que pensei que não ia dar porque dantes não dava.
«Pensei que não dava, pá, é que dantes não dava! Só por dizer que agora deu, estás-m' a ver?!»
Pronto, já tenho ferramentas ónelaine, isto no sentido de melhorar as minhas imagens movimentacionais. Movidas a ar. Ah ah.

Lisboa, 29 de fevereiro de 2016

Ano bissexto dá nisto, dia invulgar, mas certo, aparece em cada quatro anos. Este post é um 'Dia de (disseram na Radio)', é que hoje, por ser um dia especial, é dia de a gente comemorar, ou lembrar, às tantas é mas é isso, algo que somente se faça ou cumpra exatamente neste dia e não no dia arranjado à pressa pelos anos comuns, o 1 de março, pois qual quê, nada disso, é neste dia... Bom, já se percebeu, não é. É. Pois eis que este é o terceiro dia deste tipo que vivo na blogosfera, e para comemorar nada melhor do que ir espreitar o que publiquei das outras duas vezes em que. Na verdade sei, sem ir espreitar, que no último 29 de fevereiro (2012) recordei o que tinha escrito no anterior (2008), portanto creio que nem vale a pena ir lá tão longe, bastar-me-á portanto recuar a 2012. Vamos lá.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Uma especialidade
Houve tempo em que me achava aquém na escrita, na forma de escrever, desconhecia que para escrever é somente preciso ter algo a dizer, mais nada.
Houve tempo em que receava chegar ao fim, esgotar os temas, se me deixasse enredar pelas malhas da vergonha e abolisse assuntos, então mais rápido seria. Um horror. Nada disso, a vida transforma-se a cada segundo, sendo por isso possível recontá-la infinitamente. E sempre dum modo diferente.
Houve tempo em que me achei especial, podia esperar que me chegasse a tal da inspiração. Só precisava 'descansar', 'viver', 'observar' sem o intuito subliminar de escrever.
Hoje não me acho aquém, finita ou especial. Sou eu. Só isso é tudo.
O sorriso
As pessoas ficam bonitas quando sorriem. Pouco importa se o sorriso é falso, quanto mais vivo mas se aviva a ideia de que é a falsidade que nos comanda.
As pessoas ficam bonitas quando sorriem, retorno. Com um bebé ao colo é muito fácil. O que há em nós de mais puro e belo aflora se carregarmos um desses seres minúsculos. Se lhes tocarmos rejuvenescemos um pouco. É bom passar o dedo indicador no antebraço – antebracinho, ah pois – do bebé. Hum, é tão fofinha, a pele. Contagia.
O toque é sempre importante, agora me lembro. Não me venham dizer que fantasiar é fixe, agora não.
Viver & Escrever
Sou admiradora profunda do que é real. Não sei escrever o idealizado; imaginado; inventado. Atrapalho-me toda, nada fica claro para mim. Posso escrever suposições mas rara e dificilmente escrevo invenções.
Para alguns (leitores), os meus textos poderão revelar sentimentos ou situações que devia guardar para mim, ou acharão que me exponho em demasia. Concordo.
Se eu criar personagens, eles – e principalmente elas – serão à semelhança do que eu queria – quero - ser e as situações aproximar-se-ão do que eu queria – quero - viver. É mais revelador contar histórias que não viva ou testemunhe, pois desmascararia num ápice os desejos mais íntimos e impróprios. Seria avassalador.
Linguagem canina
Passa na rua a senhora da cadela Bela. Sei que é Bela porque a senhora em questão passa a vida a chamar e a ralhar com ela, a cadela.
Bela, quieta!
Bela, para aqui!
Bela, senta!
Enquanto isso escolhe a melhor cera para a empregada passar no chão da sala, que está tão feio.
Noutro dia vendi-lhe umas coisas, outras coisas que não cera, e depois enganei-me na conta. Só dei conta (?!) quando ela, que não a cadela, havia saído para a rua e já ia longe. A próxima vez que a vir devo pedir-lhe que me dissolva o défice em biscoitos para cão? Perdão, para cadela?
A madrinha
Vai ali aquela que eu acho que é a madrinha da outra. Não têm nada a ver uma com a outra, claro. Só que eu acho que são iguais, muito embora saiba que não são a mesma. Mas não o são, claro. Aquela que vai ali e a madrinha, quero eu dizer. E acho aquela que vai ali tem cara de madrinha da outra porque esta, quando vinha aqui, fazia-se acompanhar da madrinha que é parecida com aquela que vai ali e que também está metida nesta história. É daí que vem a falsa ideia. Mas a madrinha e a afilhada, as propriamente ditas, ou o raio que parta isto e o caraças mais a história confusa que estou a escrever... Nada têm a ver com aquela que vai ali.
De nível
Um senhor subia a alameda. Um senhor muito, muito alto. Uma senhora muito, muito baixa descia a alameda.
A dada altura, é disso mesmo que se trata: altura, ficaram ao mesmo nível, à mesma altura.
Um retrato da vida, este. Altos. Baixos. Caminhos opostos. Iguais. À mesma altura. Ao mesmo nível. Embora diferentes.
Escrito pela Gina G Sem comentários:
Se calhar não...
Talvez não seja por acaso que os vocábulos 'aparecida' e 'apreciada' são grafados com as mesmíssimas letras.
Não serás apreciada se não te fizeres aparecida...
A leitora
Ler no lugar da musa é altamente revelador, ou prenúncio de vida - vejo pessoas passeando nos botões do meu casaco.
Incrível...
Não há vontade de escrever se estou cansada de fingir que sou boa pessoa. Ausenta-se, essa vontade. Ao invés de ficar mais leve por existirem menos milhentas coisinhas cá dentro em ebulição, prestes a explodir... Pois não senhores! Há uma carga adicional, incrivelmente. Não escrever pesa-me.
Aromas da Natureza
Estou particularmente sensível aos cheiros. (Algo me diz que me afaste do ego...)
Ela tem uma sensibilidade incrível aos cheiros e aromas.
O cheiro adocicado daquela cliente velhinha que tem uma quinta no Pinhal Novo provoca-lhe náuseas.
O cheiro acre - que entende como grosso e fatalmente percetível – da mulher da caixa do banco revira-lhe o estômago e é a custo que se sustém na fila.
O cheiro a colas e sintéticos que emana da esquina mais próxima onde trabalha um sapateiro, tem como consequência o ato de levar as mãos à boca e ao nariz, a ver se aquilo passa.
O cheiro do casaco de cima do senhor Adeodato é insuportável. A custo se mantém próxima do dito senhor. Fala sem respirar. Afasta-se subtilmente para não feri-lo, que é sempre tão amavelmente… rude.
Voltando ao ego... Sempre que aprofundo as tristezas tenho esta hipersensibilidade, acontece-me há uns tempos.
Se escrever passa.
Passa?
Passa.
29 de fevereiro*
É a segunda vez que este dia existe desde que tenho o blogue. Como não sei o que escrever, e porque me apetece escrever – estranhamente – fui cuscar o que escrevi em 29 de Fevereiro de 2008. Diz assim:
O tempo passa veloz. Nasci num ano bissexto e este é o meu décimo ano bissexto, logo... tenho __?__ anos.
Para abrilhantar e clarear este dia mais raro que os outros, ouvi um saboroso elogio de um cliente habitual*: - "Que Deus a conserve com saúde! Que linda senhora!"
Quando eu tinha menos uns quantos anos bissextos - para aí metade dos que tenho agora - ninguém me dizia coisas destas. Será que agora sou mais bonita do que fui na juventude?
* o asterisco quer dizer que o elogio foi dito com o maior respeito por alguém que já conheço há alguns anos, para além de que, acho que vou estar para aí uns dois dias sem odiar a minha profissão porque, eu não sou mais bonita do que era na juventude, o que acontece é que, se eu não lidasse de uma forma tão directa com tantas pessoas tão diversas na sua maneira de comunicar, não ouviria agradabilidades destas...

Primeiro

prelúdio
dois pontos

vírgula
vamos lá viver
travessão
Bom dia. São dez e quinze.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

As horas que são

São vinte e dezasseis. Descafeínado, agora. É que quando não, não durmo. Não é a mesma coisa, pronto, um café é um café, com cafeína, poderoso e impactante.
Acordei de madrugada, para aí às cinco, e ouvi o pássaro. Não sei se é a altura do ano, ou como é que é, isto do pássaro. Fiquei acordada durante horas, creio que duas, uma vez que me levantei às sete. Há alturas em que estar na cama me é desconfortável.
Não tenho sono. Se lavar o chão da cozinha mo trouxesse...

Quarto de brincar

Agora sou eu que brinco no quarto do rico filho. Aquele ainda é o quarto do André. Hum, temos de tratar do quarto do André. Não, isso já não está no quarto do André. Olha, temos de pôr isso no quarto do André. E agora sou eu que brinco no quarto do André... Ah ah.


Primeiro

Boa tarde. São dezassete e quatro. Mesmo a tempo de me levantar daqui, largar este poiso e ir fazer a sopinha. Cremezinho de cenourinha.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Que se atente bem na indecisão desta mulher...

Eis um vídeo a escrever que tenho feito vídeos à mesma e a escrever isso mesmo





Não é que não tenha feito vídeos, ok? É que não me tem apetecido mostrá-los. Aliás, nem é bem isso, é que o pc de secretária não tem as ferramentas necessárias para os editar, vai daí, o tempo tem sido curto e tal, e também pronto, eh pá, aos poucos vou-me deixando de falar. Sabem, assim falar, mesmo falar. É um instante enquanto deixo a opção oral...

Estou melhor, obrigadinha

Não estou melhor, afinal, qual quê. O texto* abaixo foi sendo construído nos últimos dias e ontem deixei-o rascunhado por considerar que o poderia alargar de modo a ficar mais expressivo. Mas não.
Há a questão socio-familiar a moer-me os cornos, diz que sou - também – da família. Não sou de 'fazer parte' nem de 'grupinhos' e papo 'grupos' pra caraças, mas nunca me desconsiderei da família. Doeu, 'miga. A sensação que tenho é que alguém virou o bico ao prego e mo espetou, não sou eu que - também - sou da família, é alguém que não me deseja na sua família. Adiante.
Ao fim do dia o cansaço mental é enorme, ando há dias a controlar as minhas coisas parvas, a engolir os medos, a fingir que não sei nem sinto a responsabilidade e os afazeres até nem duplicaram. No supermercado, aqueles corredores vazios fizeram o mesmo papel da praça deserta. Tanto ar. Fui a correr, a mão a tapar a boca para poder respirar parvamente. Quando o vi ele estava a pedir o fiambre. Vi muitas pessoas. Desconhecidas. Que iam ficar conhecedoras. Engoli a coisa parva. Outra vez. Isto não é mau, é muito mau, não posso ter coisas parvas no supermercado, as coisas parvas são recorrentes, acontecem nos mesmo lugares, sob as mesmas circunstâncias, a mente é um desalinho que encontrando uma linha condutora., para o bem e para o mal, a segue. É como um rastilho, bum.
E hoje é sábado. Estou triste porque é sábado. Estou triste porque me sinto parva. Ok, vá, eu controlei a coisa parva, não sou assim tão parva, mas sou parva porque as coisas parvas vêm uma vez e outra, uma vez e outra, uma vez e outra.

*Desde que tenho este blogue melhorei alguns aspetos da minha vida, só não sei exatamente o que me levou a melhorar, muito embora gostasse tanto, mas tanto, de saber.
Bom. Vá. Vá lá.
Subo uma ladeira alcatroada em todos os finais de dia. Os passeios são estreitos e vai que o pessoal aparca as viaturas, acabando por lhes ocupar metade da largura, o que me leva a escolher o alcatrão para andar. Geralmente dou-me melhor encostada ao lado esquerdo, no meio não dá e à direita é desconfortável que se farta. Tanta seleção deve-se ao meu pé torto e parvo. Eu tenho um pé torto e parvo. Pois. Devido ao meu caminhar incessante, à má postura, ao correr dos anos, que já não são poucos, não sei, sei lá, talvez a soma de tudo isso, tenho um pé torto e parvo. O esquerdo.
Por um lado, melhorei uns quantos aspetos do meu viver, como referi no início deste post, porque mudar de blogue porporcionou-me poder publicar assuntozinhos como o que apresento no parágrafo anterior. Acontece porém que o motivo para tal proibição, por mim imposta, que não se duvide disso, é a verdadeira razão de eu ter mudado de blogue. Bom, então, estando num blogue diferente, tenho mais liberdade. Em modo sucinto, é isso.
Por outro lado, acabo, sem querer, por aumentar o número de vezes que discurso enquanto gravo vídeos. Isso gerou uma certa descontração, levando-me, sem querer, ah ah, a melhorar a sintonia entre o pensamento e a fala e assim alcançar uma velocidade do caneco. Isso alegra-me e não é pouco. Não sei se se sabe, mas se não se sabe vai passar a saber-se: eu inciei esta coisa todas dos vídeos e quês por conta duma certa ansiedade: a de me considerar inapta ao discurso. Mas qual quê, não é. É. Ora então, como estou feliz porque afinal de contas até sei desenvolver os meus assuntos oralmente, estou melhor dos meus medos e questões parvas.

...





«Olha a poesia disto aqui. Não, sente-a. A poesia está em toda a parte, em toda a gente, mas creio que é mais fácil notá-las nas coisas do que nas pessoas.»

Sábado

Estou no estaminé, e é sábado. Mergulhei aqui os cornos há bocado. Não é costume eu e o estaminé relacionarmo-nos aos sábados, mas às vezes lá calha e hoje calhou mergulhar aqui os cornos. Ah, pois, já tido dito o mergulho, é que gosto da expressão. De nada, ora essa.

Primeiro

Bom dia. São dez e trinta e seis.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Como falava de cores e preferências e assim...

No tempo em que andava para aí toda contentinha por já saber usar mais ferramentas do editor do mister Youtube, pus-me a tirar pedacinhos dum vídeo imensamente rico e interessante que um dia, lá atrás no tempo, fiz por conta de querer apresentar ao mundo a vasta a colorida gama de grampos que havia comprado recentemente. E vai que, à falta de prática, lancei um pedacinho netes afora sem resguardar o vídeo original. Fiz asneira, portanto, e perdi um bom bocado de película digital. Mas ficou este, ó:



Como falava de cores e preferências e assim... Pois é. É, é. É, não é. É.

Por que raio fui

Porque raio guardei eu um linque para um vídeo que vai dar a uma série de vídeos meus, sem relação entre si, e por junto todo um post, onde explano os motivos de ler este e aquele blogue, se os blogueres me conhecem, se cá deixam comentários e esse tipo de coisas? Mas porquê?!
É um bocado chato não me lembrar, pronto, e não me lembro, vai daí pumba e coiso.

Distanciamento

No mister youtube há um certo distanciamento nas relações entre utilizadores. Eu cá acho. Aconteceu eu no outro dia mandar um email a uma youtuber sugerindo-lhe um tema. Não é ideia que tenha assim como que partido de mim, que a moça tem uma página onde as recebe, mas resolvi mandar-lhe antes um email, quiçá por ter a mania que sou diferente. Não foi nada, é que considerei ser mais particular, e por isso, não mais digno de atenção, mas mais fácil dar-se por mim, pois como se sabe, quando a movimentação e os comentários são muitos, a lista fica enorme e vai descendo e descendo e descendo, acabando por perder-se o rasto aos comentários mais antigos. E pronto, creio que já se percebeu que não recebi porra de resposta nenhuma àquele email, não é. É. Pois, e vão duas, é que já não é a primeira vez. Já os senhores e senhoras blogueres como quem me relacionei via email, e já lá vão umas quantas, ainda nunca, repito: nunca, fiquei sem resposta. Se calhar somos, não pequeninos, que é lá isso, mas poucochinhos, vai daí dá tempo de a gente se ver uns aos outros.

As horas que são

Meio-dia e dezanove. Meio-dia e vinte, afinal, quem manda olhar para o relógio outra vez? Não vou ver o jardim e suas florzinhas lindas que decerto já despontaram. O intervalo grande vai servir para outras coisas. Quiçá me cheguem assuntos, me estalem as pipocas na cabeça, no lugar para onde vou. O lugar até nem é importante, as pipocas é que são. Este blogue ainda não contém a presença das pipocas. Sorrio gostosamente, agora, por conta das pipocas, pena não se ver, por isso escrevo o facto. As pipocas fazem-me sorrir e rir. Quando as faço na panela, toda aquela rebentação me dá uma alegria imensa, e rio que eu sei lá, mas desde miúda que assim é. E depois, há coisa de três ou quatro anos, lembrei-me de associar os estalos das pipocas às sucessivas ideias que tenho para escrever. Quando digo sucessivas, é mesmo sucessivas que quero dizer, quantas vezes me atropelo cá por dentro, me despenho, me arranho toda, mas ainda não morri. Eu estou sempre a escrever. Sempre. Não queiram conhecer-me que eu vou escrever acerca de. Vocês. E vocês não vão gostar. Sério. Há um lume qualquer que me faz estalar as pipocas. A bem dizer há mas é muitos lumes, tanto pode ser isto como aquilo. Pode ser tudo, é efetivamente tudo, e depois faço uma escolha.

Contagem

Veio cá o homem contar a luz. Preparei-lhe caminho, desculpando-me um pouco da barafunda que este estaminé consegue ser aos olhos de quem não passa aqui os seus dias de labor.
Ah, olhe lá, eu saber onde estão os interruptores, sei, agora o contador é que é pior...
A frase acima é um desenho das minhas desculpas. O homem diz que não tem importância, deixe lá isso, também mal seria, não é. É. Conversador que era, a dada altura pergunta:
Você dá conta disto, destes parafusos todos?
E eu:
Isso não são parafusos.
E ele:
Destas porcas...?
Isso não são porcas.
(Ah ahs da gente os dois.)
Vou-me safando.
Fui parvamente modesta. Eu não me vou safando e já está, nada disso, eu percebo disto aqui pra caraças.

Esquisitice

Estou gorda mas não estou gorda.
Sinto-me gorda mas olho para mim e não me vejo gorda.
Uma esquisitice, isto.
O excesso deve estar mas é na minha cabeça.

Dia de (disseram na radio)

Hoje é dia do anel no dedo. Não tenho. Ah ah. Eu explico, que adoro explicar coisinhas. É que é inverno, agora, e eu cá no inverno não me alindo tanto.

Primeiro

Bom dia. São onze e dez.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Em fevereiro de

Em fevereiro de dois mil e cinco estive em Londres, acabando por entrar num daqueles grandes armazéns onde comprei dois topes de feitio e tipo de tecido iguais, os quais joguei ontem no lixo por já não me darem prazer nenhum. Um mantinha as cores laranja e fúchia, outro azul e lilás. O fúchia e o lilás assentavam no laranja e no azul em desenhos que tanto podiam ser énimal printe como lítale flauâres como áder tingues que me apetecesse ver. As orlas dos topes eram bordadas na cor de fundo e assim como que ao meio pregaram um lacinho da mesma cor. Pronto, era isto. É que estes topes eram-me tão preciosos que achei melhor perpetuá-los.

Doutora saudosa

Recebi uma carta pelo correio tradicional, o que achei incrível. Por dentro uma folha á-quatro impressa na fonte não sei das quantas e no tamanho onze, foto tipo passe no canto superior esquerdo que revelava o rosto duma sorridente senhora, por fora um envelope com carimbo dum consultório como remetente e os meus dados apontados à mão, numa letra gorda e espaçada, como destinatário. Esta missiva, chamo-lhe assim para relevar o método de envio que é montes de antigo, veio das mãos duma senhora doutora onde em tempos andei a ver do meu aparelho reprodutor. E estava tudo bem, claro, pois, afinal está sempre tudo bem. Mas a missiva. É que mesmo decorridos uns oito ou nove anos, o meu nome perdurou nos ficheiros, e como a senhora doutora foi para casa dar mais atenção à família, estou a usar os termos dela, mas por outras palavras a verdade é que a senhora reformou-se e quis despedir-se de todos os aparelhos reprodutores por onde passou, literalmente, tanto mãos como instrumentos de pontas, pontas essas que me permitiram ver, um dia, uma vez, a imagem do meu útero num computador, e isto sem qualquer nado-vivo lá dentro, não era portanto uma imagem ultra-sónica (sei lá como se chamam as ecografias...) nem nada disso, era uma imagem mesmo a sério, mesmo, mesmo imagem, como se estivesse a ver um filme na tv. Sem guião. As paredes dum útero são assim como que rosadas. Sim, sou muito bonita por dentro. E nem me vou desculpar pela piada comum e por isso desengraçada.
Bom, então adeus, senhora doutora, também gostei muito de lidar consigo.

A idade sem inocência

O post anterior fez-me lembrar que isto dos entas é uma outra adolescência que a gente vive e tem de viver, não somos velhos mas também não somos novos, ainda que estejamos, eu cá creio nisso, a aprender a ser velhos. Enquanto que na primeira adolescência aprendemos a ser adultos. Paulatinamente, tanto num como noutro caso.

Deixaram um prospeto

Deixaram um prospeto no estaminé. Só esta frase já me dá conta da cabeça: porque raio a gente diz deixaram, plural, quando a pessoa que deixou, singular, foi só uma. Mas pronto. Um senhor deixou, melhorei o discurso, um prospeto que publicita uma farmácia. Ora como se sabe, farmácia que é farmácia, é farmácia para todas as idades, doenças, anormalidades e questões relacionadas com saúde e bem-estar. Mas não. Ou pelo menos não neste caso, é que dum lado o prospeto apresenta coisinhas fofas com vista aos bebés e seus quês e porquês, papinhas e pomadinhas para rabinhos assados e cotonetes com formas esquisitas às pontas, doutro é ver marcas que unicamente têm a ver com pessoas que já viveram no mínimo setenta e cinco por cento da sua vida, como por exemplo fraldas e colas para placas de dentes. Acho um ultraje. Caraças, pá, então onde fica o pessoal dos quarentas?! Ah, está bem, pois, é isso, a gente ainda está aí para as curvas e ademais a gente aos quarentas pode ter bebés, portanto depois de, e sofrer de incontinência, ou seja antes de.

Gestos

Tenho uns tiques feios, muito feios. Arqueio as sobrancelhas, fungo, franzo a cana do nariz e vai daí a boca levanta-se-me aos cantos. Contanto ninguém mos observe... Este é aquele tipo de questão que não se quer ver observada e muito menos comentada. Esses meus gestos nunca foram comentados na minha presença, até agora tenho-me livrado de tal embaraço, já observados é outra coisa, sei lá eu se faço aquilo sem dar por isso.

Era uma vez

Era uma vez uma senhora que queria dizer 'cona' mas encontrava uma obscenidade de tamanhão na palavrita. Vai daí escolheu dizer 'cana' e eu exclamei 'sacana?!' e depois, pela reação da distinta, percebi que 'sacana' também lhe era penoso.

Tenho uma camisola

Tenho uma camisola tão comunicativa, pá. Diz ela assim:
live
work
create
Vai ser para usar no estaminé em vindo o tempo quente. Assim que a vi no expositor dos restos de coleção chamou-me a atenção ser amarela e depois gostei também dos dizeres, afinal de contas eu
vivo
trabalho
crio
Tudo no estaminé. Pois.

Ó pá, eu

Ó pá, eu quero imitar uma onda que anda na blogosfera onde a malta se põe a dizer coisas que se lhes adentrou vida adentro, bem sei que a frase está mal construída mas paciência, antes dos vinte anos e vai que também quero dizer coisas, pronto. Creio que me vai ser difícil, mas vá, afinal não é a primeira vez que construo um post difícil.
Música
Walking on the sunshine da Katrina and the Waves fazia-me vibrar de tal maneira que punha o volume de som do radio no máximo e ia para o quintal berrar a canção e fingir que sabia a letra e mostrar à vizinhança que vibrava. Mas a cantoria durava pouco, a minha mãe cortava o pio ao radio. Na altura ficava lixada mas agora percebo, afinal aquele aparelho era um bocado roufenho.
Trabalho
Para cortar uma vista só tinha de assentar parte do decote em cima dum restinho de tecido, mas assim em maneiras de ficar redondo, sem aqueles bicos que as sobras por vezes apresentam. Tive de aprender e aprender é bom. Lembro-me tão bem da sensação 'eu já sei fazer isto'.
Roupa
Era eu que confecionava a maior parte das roupas que vestia, era costureira, e acho mesmo que isso se me adentrou vida adentro. Olarila. Já viram o que é a gente não andar por aí com roupa tudo igual aos outros? Qual Mash, qual Porfírios, qual quê, então eu trabalhava num atliê que confecionava roupa dessas marcas! Tendo portanto a possibilidade de copiar modelos fantásticos, ou juntar partes de modelos, como por exemplo as mangas giríssimas daquele camiseiro com as frentes dum vestido e tudo isso num tecido que nada tinha que ver com mashes e porfírios e o caraças. Nada. Era o máximo. Sério.
Paixão
A paixão era andar de bicicleta, claro. Ah ah. Uma vez fui do Pinheiro de Loures até Á-dos-Cãos. Custou-me horrores, é que a paixão estava cá mas a condição física não. O meu cão, o Tobi, acompanhou-me sem que eu lho pedisse. Sempre fiel, o Tobi. Vai portanto esta achegazinha em duas paixões, a bicicleta e o cão.

Dia de (disseram na Radio)

É dia dos cheiros preferidos, hoje. A ver se logo à noite me ponho à procura dumas fotos que sei que tenho, de limas cortadas ao meio e assim, é que o melhor odor do mundo, para mim, é o da lima acabada de cortar, não necessária e/ou exatamente ao meio, mas acabada de cortar. Foi o Luís quem me lembrou desta minha eleição. Esse cheiro é a mistura díspar da acidez e da doçura, não sei em que proporções, isso é que já não sei, mas sei que esse cheiro é um deleite.




Nota: Como se pode ver acima, tive paciência para ir à procura duma foto... Datada de julho de dois mil e quinze.

Primeiro

Bom dia.
São onze e três.
Vamos escrever?
Vamos!
Ao momento a hora tem os três.
Ah ah.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Ah... Tenho uma

Ah... Tenho uma camisola nova. É de verão e tal, fresca e leve e colorida. Gosto desta fase do ano, em que andam já nas montras umas pecinhas assim como que primaveris e eu, para as experimentar, dispo montes de roupa, acabando por parecer menos volumosa. Oh céus. E a isto acresce aquele facto um bocado tolo e ilusório de nos provadores parecermos mais esguias por conta duns espelhos mentirosos. Mas a camisola. Então a camisola não passa dum retângulo a que coseram parte das laterais para ali se enfiar os braços. O estampado consta de apenas dois elefantes, mas grandes, ali assim ao nível da zona mamária. Que espertinhos, esses elefantes. Depois, no decote coseram umas tiras que imitam pele, alindadas por umas quantas contas e rematadas por uns terminais que suportam cada uma a sua pena, ou penas a fingir que são penas, penas de fingir, vá. A fingir. Essas penas descem até à zona genital. É que eu não sou lá muito alta. Tenho de as cortar, a ver se me dão aí pela crista ilíaca.

Leitura

Ando a fazer uma espécie de férias. Quero dizer, não é bem, bem férias, é um hiato, um não-forçar a leitura. Ainda não lhe sinto a falta. Até quando. Pergunto. É que eu tenho de ler, pois quando não tendo a pensar que só eu existo, por conta desta coisa de escrever. Sério, leio para que outras pessoas que não as de sempre possam existir, o escrever isola e as pessoas de sempre passam para segundo plano, ainda que o não deseje. É mesmo, mesmo assim. Depois fico cheia de razões, fechada.

Lugar da musa

O chefe aconselhava o moço que tira os cafés no sentido de ele conseguir tirá-los melhor. Quem dera que algum dos dois tivesse olhado para mim para eu acenar levemente, e esse aceno seria para dizer: sim, ó 'migo, pronto, você é mal sucedido no tiranço, é sim senhor, e o café que agora bebo está mau, pois está'.
Mas não.
No fim da conversa olharam os dois para mim, assim como que comprometidos e pumba, nada de.

Diz que não

Não fui ver o jardim, afinal. Esqueci-me.

Diz que sim

Dona Custódia pergunta quanto custam os 'meus' sacos de água quente.
Custam blás cada um, dona Custódia.
Dona Custódia diz que compra sacos de água quente muito mais baratos dos que os 'meus'.
Dona Custódia pergunta a cotação de algo que não precisa, ou tampouco quer, comprar. Foi, portanto, isto o que aconteceu.

Oferta

Um dos meus fornecedores ofereceu-me uma amostra dum novo produto para retirar das paredes e tetos tudo quanto é fungos e bolores. Um fofo, este senhor. Fofo rima com mofo. Ah ah.

Primeiro

Bom dia. São dez e trinta e cinco.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

e por agora era isto

ponto final

Banco hater

Banco hater, ah que saudades. Estive lá sentada, a escrever. Sinto muito a falta das letras que me diziam 'hater'. Essas letras até falavam comigo, falavam, sim senhores. Hater. Hater. Hater. Pintaram-nas a vermelho para serem corrosivas. À falta dessas letras a praça perdeu toda a glória. Tenho medo dessa praça, já antes tinha, o espaço, o ar, os voos, ninguém imagina a falta que me faz a companhia das palavras e rabiscos que haviam naqueles bancos. Olha, é assim, olho para a caravela no cimo da torre e pronto. Não substitui a glória mas atenua-me as dores. E o poeta, esse lá está, também, em oposição à torre. Se o poeta tivesse olhos, e portanto não fosse de pedra, não veria a caravela, assim não vê à mesma.

Doutras árvores

Às extremidades da rua mais bonita de Lisboa pertencem quatro árvores. A essas quatro árvores já se lhes rebentou folhinhas, como aliás já ontem referi uma dessas árvores em particular, apresentando inclusive foto. A totalidade das árvores que embelezam essa rua é de vinte e seis, há portanto vinte e duas ainda nuas. E isto de umas sim e outras não será porquê, haverá mais água no mais alto e no mais baixo da rua, ou serão árvores de espécies diferentes?

Árvore amarela

A árvore amarela, pelo que observei de longe, ainda nada despontou, engordou-se-lhe os nós, lá isso engordou, mas ainda não despontou coisa nenhuma em verde. Tampouco em verdinho.

Jardim

Tenho de ir espreitar o jardim. Há lá umas árvores daquelas que deitam umas florzinhas em tons de rosa e com uns certos laivos avermelhados, é assim em todos os fevereiros. Já não me lembro bem, bem como é que designava as florzinhas mas isso, caso as designe diferentemente, mostra criatividade, assim sempre vou reinventando as expressões.

Lugar da musa

Dos quadros expostos no lugar da musa, tinha eu dito ontem. Numa parede há três, noutra três há, mas agora vou para a primeira que referi. Um dos quadros tem um desenho tão abstrato que tanto pode parecer a ceia de cristo como uma multidão que se nos dirige ou ainda uma onda encrespada e com muitos remoinhos. Falta vírgulas, na última frase, não gosto lá muito delas. Os dois quadros retratam mulheres grávidas, uma num e outra noutro, quadros, abuso de vírgulas, por ora, e apresento ainda uma certa redundância, uma mulher está pintada em azul e outra em cinzento, muda ainda o penteado e o tamanho das mamas.
O moço que tira os cafés viu-me a tirar macacos do nariz. O mal reside no facto de o moço me ter visto e não no resto. Depois fiz bolinhas com a nhanha, já não valia a pena estar a encolher os gestos.
Anda muito vazio, este lugar. Será que é o fim do mês ou o fim do inverno?

Do verbo conhecer

Conheço-o pelo casaco que sempre enverga, aquando do tempo frio, independentemente do ângulo de visão a que esteja sujeita. É cinzento e tem um escapulário aos quadrados com vários tons de cinzento, para não destoar. Destoa porém o tamanho dos seus ombros para com o escapulário, que lhe pinga braços abaixo e nas costas faz uma marreca. Um primor, portanto, já se vê.

Do verbo comprar

Há uma sapataria na avenida cujo nome tem mais um éne e mais um á que o meu.
Ó Gina, já compraste lá alguma coisa?
Hum-hum, sandálias num dourado um bocado parvo, aqui há uns três verões atrás.
Compras.
Compras, compras.
Nunca comprei tudo aquilo que me apetece, tampouco tudo o que quero e, ademais, já comprei o que não queria nem me apetecia comprar. Olarila.

Almoço

Coelho assado no forno com batatas e mais um arroz feito com as miudezas do dito. Uma senhora engasgou-se, sim estou noutro assunto mas não me apeteceu fazer parágrafo, está bem, mas dizia eu que uma senhora se engasgou, e vai daí o meu colega salta do seu lugar para lhe pressionar o tórax. Um mártir, este meu colega... Ai espera lá que não estou a compo-lo como deve ser, o meu colega é mas é um herói. Mártir... Ah ah. Herói, pá, herói.

Da mão

Vem mais ou menos a propósito do post anterior, uma vez que vou falar de mãos. Tenho um dói-dói na palma da mão, ali assim onde há mais chicha. Estava a limpar uma faca lá em casa, uma faca que corta mal, e eis que a dita, mesmo cortando mal, trespassa o pano de cozinha e me corta a pele, mas, como corta mal, o corte dói que se farta e dói que se farta há dois dias, que isto foi no domingo e hoje é terça-feira.
Este é o tipo de post que um/a bloguer com muitos leitores e comentários não poderá publicar. Quero dizer, poder publicar pode, que a gente pode publicar o que quiser, mas a bem dizer este é um assunto que arranca comentários de dois tipos:
1 - eh pá ó Gina deixa-te mas é de merdas, atão tás a fazer um post pra te queixares dum cortezinho da treta
2 - ah, coitada, bolas, isso deve doer à brava! olha, as tuas melhoras

História de vida (das luvas, das formas, dos bolos)

Tive de comprar mais uma embalagem de luvas descartáveis. Sabem aquelas luvas que na gíria se lhes chama luvas-palhaço mas que na verdade, qual gíria, qual quê, não são para palhaços lhes darem uso? Pronto, então são essas. Geralmente, ou quase sempre, ou mesmo sempre, faço uso delas para untar formas de bolos. Pronto, dão jeito, não só para não sujar as mãos como para não desperdiçar manteiga. Ora bem, se cada embalagem dessas contém cem luvas, isso significa que já untei no mínimo duzentas formas de bolos. E, se a memória não me falta agora e as semanas que um ano tem são efetivamente cinquenta e duas, pois que há mais ou menos quatro anos que dei início ao uso destas luvas tão engraçadas. Ó pra uma delas na minha mão a dizer coisas de números.


Número oito

Até parece que venho do post anterior, onde se tratava do número sete e vai daí tenho de seguir a numeração, não é. É. Mas não. Bom, não venho falar de quando tinha oito anos, afinal não era lá muito diferente de quando tinha sete, venho mas é falar da estrada número oito, a qual notei para aí aos dez anos, quando comecei por frequentar o Ciclo Preparatório e para isso tinha que me deslocar de camioneta no percurso casa-escola-casa (Pinheiro de Loures-Loures-Pinheiro de Loures). Algures pelo caminho, no sentido Loures-Pinheiro de Loures, havia uma placa que sempre me encantou, era um retângulo não muito grande, talvez demasiado pequeno para a importância que tinha, isto digo eu, porque anunciava que era a estrada número oito (E8) e que faltavam oitenta quilómetros (80 KM) para Caldas da Rainha. A placa encantava-me porque para já, Caldas da Rainha era um nome interessantíssimo, depois acrescia que não conhecia a cidade e queria muito conhecer, assim como queria muito conhecer lugares de somenos como Póvoa da Galega, À-dos Cãos, Bucelas, Terrugem, Ericeira, Cabeço de Montachique, nomes que eram os destinos das camionetas que eu via todos os dias. Curiosidade infantil, meramente, sim senhores, mas que perdurou. Entretanto conheci todas as terreolas e também a cidade que ficava a oitenta quilómetros de Loures. E o que resta, então? Resta percorrer toda a extensão da estrada número oito, que sei ter o seu início em Lisboa, ali assim à Calçada de Carriche, mas não sei se termina em Caldas da Rainha ou vai até Leiria, ou mais longe ainda. Um dia faço esse percurso. Olarila. Tenho o desejo implementado em mim há trinta e tal anos.
E tenho outro.
Já adulta, isto que vou contar talvez tenha uns quinze a vinte anos de implementado, numa viagem ao Algarve notei que a estrada número dois tem início em Faro e... Termina em Chaves. São setecentos e não sei quantos quilómetros de estrada a ligar as duas cidades, que como se sabe estão em pontos extremos do país. Muitas estradas estão hoje cortadas, sei-o porque um dia fiz uma pesquisa e percebi isso, mas seja lá como for, eh pá, há uma estrada que atravessa Portugal! Se calhar há mais, mas pronto, eh pá, esta tem setecentos e não sei quantos quilómetros! E este país é tão pequeno e consegue ser tão grande! Quanto a esta tão grande extensão já tenho dúvidas de algum dia vir a percorrer, mas nunca se sabe, não é. É. Isso do desconhecido dá cá uma pica, não é. É.

Sete anos

Quando eu tinha sete anos era uma menina tímida. Aí sim, é que eu era tímida. Não me podia a senhora professora chamar ao quadro que toda eu tremia. De medo.
Mas medo porquê?
Medo dos adultos, medo do mundo deles, medo de não saber ser como eles.
De notar que eu não tinha medo de errar a tabuada, eu tinha era medo de não saber ser as coisas que era para eu ser e saber sê-las.

«Once I was seven years old
My momma told me
Go make yourself some friends or you‘ll be lonely»

(Lucas Graham)

Das gravações que me aguardam

Há montes de tempo que se me consta na box uns quantos episódios do Rudolph ('Doces Iguarias de Rudolph', canal 24 Kitchen). É que eu quero experimentar, se não tudo, pelo menos quase tudo o que aquele homem prepara. Vai daí, deixo os programas na box para um dia que tenha tempo me pôr a ver o que realmente me interessa copiar, e no fim-de-semana passado estive de roda daquilo a ver se. Ora acontece que uns doces e/ou bolos por outros, na hora de os ver pela primeira vez, me parecem uma delícia, fáceis de prever as quantidades
(sim, há site para a malta se certificar mas eu gosto desta corda bamba e pôr-me com previsões de quantidades e quês porque tenho a mania que percebo e como tenho a mania que percebo tenho de me pôr com previsões e quês para me certificar que percebo e me deixar de manias)
e ideias que considero absolutamente geniais. É o caso dum bolo suíço que está no episódio 148, o Bolo Basel. Trata-se de forrar com massa vienense uma forma daquelas de abrir, fundo e laterais, e depois rechear com a massa de bolo 4x4, massa essa que tem esse nome porque se inclui os quatro ingredientes normais de bolo: açúcar, manteiga, ovos e farinha em porções iguais. Depois agarra-se em duas ou três maçãs, descascam-se, descaroçam-se e cortam-se em pedaços pequenos, aos quais se juntam passas que já anteriormente se deixaram a marinar em rum. Deita-se então este preparado na forma que já contém a massa vienense e vai ao forno até estar douradinho e tal e tal. A ver se faço este bolo no próximo sábado, querendo isto portanto dizer que ainda agora a terça-feira começou e já há plano para sábado. Ah ah. Pois há. Ah ah.

A caminho

Primeiro

Bom dia. São onze e nove.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

bloqueio

reages e ficas mal porque reages

Até queria para

Até queria para mim isso de ser uma bloguer bem-disposta, acontece porém que não sei que hei-de fazer com tanta boa-disposição e nunca pretendi que mudar de blogue ma trouxesse. Viva isso de ser coisas positivas, vá, viva lá.

Lugar da musa

A livreira mais simpática do lugar da musa voltou a tirar cafés. Rejubilei. Antevi um prazer imenso na toma do café. Assim foi. Que café sublime tomei eu. Estrondoso. Beber café é tratar da cabeça, tanto se me pode parecer que vai rebentar porque ainda não bebi café, como pode parecer que vai rebentar porque já bebi café. Até gostava. Sério. Uma visão que sempre tenho é a de ocorrer uma rebentação e se espalharem as letras que me enchem a cabeça.
Há tanto tempo que não falo dos quadros expostos. Sei lá, não me movem.
Nicole Kidman bebe café naquela mesa em forma de meia-lua. De resto, todas as mesas estão vazias. Quero dizer, todas não, eu preencho uma mesa e uma cadeira. Preencho também os papelinhos com estas ninharias.
Quando for daqui vou escrever. Tenho de escrever.

Tenho uma foto? Não, tenho fotos!

É o primeiro rebentamento da árvore arredondada, aquela que é a primeira que encontra à sua esquerda quem descer a rua mais bonita de Lisboa.




É um fungo numa das árvores da praça de Londres.


Post cheio de calor

Subi a avenida pelo lado da sombra. Sério. Tal como faço no verão. Ah ah. Estamos em fevereiro, não é. É. Que calor. O placar da praça de Londres marcava vinte um graus às treze e quarenta a nove e vinte e um graus às catorze e trinta e nove. Qual marçagão, qual quê, fevereigão, isso sim.
fevereiro, fevereigão
de manhã inverno
à tarde verão

Sim, é de

Sim, é de tarde, agora, ainda mal registei factos, tenho andado ocupada com o estaminé, é que parecendo que não, estar sozinha tem um custo que se chama 'trabalho a dobrar'.

Otim

O que é um telemóvel otimizável?
É um telemóvel que se pode otimizar e portanto ficar otimizado, o que é ótimo.

Sonho

Sonhei com aquela bloguer dos cabelos compridos.
Ah pois. Eu sei lá se a mulher tem cabelos compridos!
Dançava, cheia de vida e elasticidade e boa forma. Diz que a elasticidade e a flexibilidade não são a mesma coisa. Não sei explicar porquê, é que nem a teoria se me vem.
E a cara dela era mesmo aquela, só por dizer que nunca lhe vi a cara. Mas tinha uma cara bonita e alegre, olhos escuros e brilhantes. Coisas dessas, adjetivos, adjetivos desses de dar gosto ver.

11:04

às onze e quatro houve lanchinho


Primeiro

Bom dia. São dez e vinte e quatro.
O senhor Joaquim?
O senhor Joaquim não está.
Encontrei um queque em cima da impressora. Desprotegido. Oh céus. Dona Adelina ofereceu no passado sábado e já não se comeu. Que nódoa enorme no plástico da impressora.
Não é a primeira vez que fico semanas a tomar conta do estaminé alône ende bai mai selfe, só por dizer que os motivos para tal coisa acontecer eram férias, passeios, folgas. Mas não. Bom, vamos lá, há pensamentos bons que posso ter e vou mas é escolher esses.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Novidade...

Calhou de saber

Calhou de saber ontem que o creme suíço se chama creme suíço. Ah ah. O creme suíço consiste em juntar creme de pasteleiro e natas batidas. E é tão mas tão bom.



Bom, o creme é bom. Na foto acima, preparada com o Befunky das netes, sou eu prestes a morder uma fatia de Tarte Primavera, a qual, como tinha aliás planeado, fiz sim senhores, pois fiz. Para tal, preparei a base de tarte com

500 gramas de farinha
200 gramas de manteiga
100 gramas de açúcar
1 ovo

É provável que com estas quantidades sobre massa, do restante pode por exemplo fazer-se bolachas e/ou congelar para futuras aplicações .

Forrei então a forma com a massa, não sem antes a untar e enfarinhar, claro, piquei-a com um garfo, pus-lhe papel vegetal e deitei-lhe uns quantos feijões por cima e vai que espeto com isto tudo no forno durante para aí uns vinte minutos. Quando pois que sim senhores retirei a tarte do forno, retirei os feijões, que voltaram para o pote, retirei o papel vegetal, que foi para o lixo, e deixei arrefecer a base completamente. Entretanto já tinha o creme de  pasteleiro prontinho e também frio...





Aviso desde já, ou anuncio, se calhar é mas é isso,  que o vídeo acima é a minha primeira, portanto: primeiríssima, produção audiovisual em termos de receitas. De nada, ora essa.
Então eis que com a base fria e o creme de pasteleiro retirado do frigorífico e bem mexido, me meto a bater 200 mililitros de natas com umas gotas de limão e umas colherinhas de açúcar, coisa pouca, até estarem consistentes. Misturo ambos, deito na base e espalho frutas frescas. Depois...




É toda uma união. Um sonho. De sonho. Daí o escolher a capinha p&b do Befunky das netes.

Nota: para fazer esta receita inspirei-me no programa 'Doces Iguarias de Rudolph', que passa no canal 24 Kitchen

Primeiro

Boa noite. É noite, é. São dezanove e trinta e dois.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Único

Boa noite. São vinte e duas e nove. Venho dizer que estou viva e mais não digo. Registar, antes registar. Venho registar que estou viva e mais não registo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Tarefa

Não posso esquecer de tirar o segredo que guardei no pote dos alhos, isto se não quiser ver e ter o segredo descoberto. É para logo à noite, essa tarefa, antes que. Das duas, uma:
como-o, mastigando bem todas as partes;
arranjo-lhe nova morada no cestinho dos ovos.

presença desordenada

'auql', ah ah, era 'qual' que eu queria escrever
fqieui, ah ah, eu quereria escrever o quê?

Visita

Naquele dia em que o rico filho veio cá a casa almoçar com a gente, pronto, enfim, como sendo, porque efetivamente era, a sua primeira visita aos pais e mana ao depois da saída oficial, fiquei atenta e curiosíssima no seguinte:
Será que ia tocar à campainha ou usar a chave que sempre usou e ainda mantém... Usou a chave. Ah ah. O rico filho usou a chave para entrar na casa onde viveu quase toda a sua vida! Qual campainha, qual quê!

Primeira lição

A rica filha anda a tirar a Carta, foi ontem a sua primeira aula de Código. Veio de lá satisfeita, diz que é uma área algo interessante, que aprendeu como ficar sem Carta, álcool a mais no sangue, excesso de velocidade, esse tipo de coisas. Para primeira esta é uma boa lição, não é. É.

Temperatura

Na praça de Londres eram catorze e trinta e sete e estavam dezoito graus. Subindo a avenida Manuel Damaia vim a perceber que essa temperatura já é a de abril. Sério, quanto calor ali estava. Quem manda a mim achar que posso fazer como o caracol e pôr os cornos ao sol. Oh céus.

Lugar da musa

O moço que tira os cafés mais ou menos bem, atenção que eu disse mais ou menos bem, ultimamente anda com uns óculos de grandes lentes e armações pretas. Parece mesmo o Clark Kent. Sério. É que é mesmo parecido com essa figura mítica que se une ao Super-homem. Pensei em dizer-lhe 'olhe lá, você com esses óculos fica igualzinho ao Clark Kent'. Mas não. É que o moço é jovem ainda, não fosse ele julgar que o estava a assediar subtilmente. Sendo asism nem lhe dei tempo para pensar e acabou a conversa que nem começou. Mas há mais, é que pôr-me para aqui a esmiuçar esta história fez-me descobrir que o nome Clark Kent é duma poesia imensa:
a última letra do primeiro nome é um kapa
a primeira letra do último nome é um kapa

Nota especial e mui necessária: eu sei que já debitei este assunto oralmente, num vídeo, quero eu dizer, mas é que há coisinhas que lhes noto uma falta tremenda: o registo literário.

Almoço

Já não havia bifinhos de peru com cogumelos e eu cá não gosto lá muito de carne de porco assada nem de favas guisadas. Voltei-me para os crepes de legumes com arroz de cenoura aos cubinhos cortados com pouco esmero. Os crepes vêm sempre a escaldar, quase me pela a língua, oh céus. Tenho um sistema para os arrefecer rapidamente, é cortá-los às postas, e já descobri que as postas do meio são as melhores, tal como na pescada, têm mais chicha.

Estou um bocadinho

Estou um bocadinho triste. Pronto, estou. A tristeza atormenta-me neste blogue também. Diz que é vício. Vaivém. Carrossel. Diz que é vício. Ah ah. É mas é a mania de encontrar respostas a escrever, não é. É.

Planos para o fim-de-semana

Como ontem estive boa parte do dia em casa, pude fazer um creme de pasteleiro frente à câmara. Pois. Não devia pôr-me para aqui com estas revelações, que já não deu tempo de preparar o vídeo na sua forma final, tendo feito somente os filmezinhos, pondo-as ainda à disposição do mister youtube. Quero dizer, disposição, disposição, não, pronto, ficaram lá, boiando, aguardando, sem hipótese de mexedelas doutra gente. Antes de mais mexo eu, está bem, depois logo mexem vocês. Bom, entranto, como tive tempo pra caraças para andar a falar e a falar e a falar para a câmara, dizendo as coisas como só eu sei dizer, não usei o creme de pasteleiro em doce nenhum, portanto está no frigorífico, pousado, aguardando. E aguarda o quê? Aguarda a tarte que se chama primavera e que vou fazer amanhã. Trata-se de descongelar o pedaço de massa para bolachas/base de tarte que anda no congelador aos rebolões, juntar natas ao creme e encimar com frutas frescas. Deve ser bom. Na verdade já uma vez experimentei esta tarte mas correu mal porque o receio de creme e natas ficou muito líquido, mas lá que sabia bem, sabia.

Anulação

Não sei já o que era, não malembra, mas era acerca duma anulação qualquer, este apontamentozinho. Anulação. Ah ah.

Há algo que

Há algo que me apoquenta um tudo-nada neste (ainda tão recente) blogue. As estatísticas do dito. Eh pá, é que não se nota ninguém no quadradinho das presenças, muito embora receba comentários e note que há pessoas que vêm ler. Cá pra mim é mas é aquela coisa de que falei no outro dia, o facto de o pc de secretária não funcionar com o Google Chrome, a raposa fogosa – Firefox – não quer registar as andanças do mister Google.

O paninho

Há ainda mais um assunto que não me deslarga: o paninho de limpar os óculos, ando com isto às malucas há montes de tempo. Pronto, não sei se é consabido mas agora faz de conta que é, é consabido que não se me abala as manchas do paninho com que limpo os óculos, nem que os lave duas ou três vezes. Vai daí, olha, pumba, deito-os no lixo. Ora então o que acontece é que vou descartando os paninhos que vêm em conjunto com outros óculos, escuros e isso assim, dividindo-os em partes para poupar o pano e esticar-lhes o tempo de vida. O último fui buscá-lo aos óculos escuros mais estilosos que tenho, marca Dior. Mas, ainda não contente com isso, ao cortar o paninho em dois, eis que as letras da Dior do corte, resultando portanto em dois paninhos de diferentes tamanhos. Sério. Hei-de fazer todo um rol de paninhos sem que em nenhum momento dê tesouradas nas letras a dizer Dior, que é lá isso.

E eis que fiz

E eis que fiz vídeo dos rabiscos, outra vez.




E eis que fiz foto dos rabiscos, outra vez.




E eis que fiz post dos rabiscos, outra vez... Pois. Ah ah. Olhem: desculpem lá qualquer coisinha, está bem? É que este tema não me deslarga, pá, simplesmente não me deslarga. E o pior nem é isso, o pior é que há mais temas assim, como por exemplo a folha que arranquei da primeira árvore que se encontra do lado esquerdo de quem desce a rua mais bonita de Lisboa. Sério. É mesmo verdade que também esse tema não me deslarga. Há vídeo. Ei-lo aí em baixo. 'Em baixo', não 'embaixo', às vezes lá me lembro como se escreve. Bom, mas o vídeo, vá.


Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e seis. Tinha pensado fazer vídeo a falar o que vou afinal (também) escrever. É que eu desligo o radio, dispo o casaco grosso e eventualmente alguma camisola que sinta a mais, penteio-me com os dedos, pouso a máquina no sitiozinho do costume, ligo-a e falo. Ná... ia falar. Eram dez e quinze quando acionei o botão. E eis que desce o Antunes. Mas assim mesmo antes, antes, antes de eu dar início ao meu discurso, já tinha até os pulmões cheios e... Pumba, o homem desce a escada, sorri, diz bom dia e comenta:
'Eh pá, há montes de tempo que eu não vinha aqui!'
E foi assim que soltei o ar dos pulmões, respondi ao cumprimento, sorri pelo comentário, vesti as duas peças de roupa que tinha tirado, retirei a máquina do sitiozinho do costume e bazei. Voltei sete minutos depois e fiz então o. Agora o chato é que não tenho ainda o vídeo pronto. Fica então para outro dia.






Nota: post alterado a posteriori para acrescentar o dito vídeo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Primeiro e Último

Boa noite. São vinte e uma e trinta e dois. Pois que o dia mais ou menos de folga foi maravilhoso. Diz que as boas sensações não dão grande azo a escrever, não é. É. Então vai que a grafómana hoje falou. E falou. E falou.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

E sai o vídeo que era para sair ontem!

Ando há que

Ando há que tempos para colocar uma imagem no cabeçalho do blogue. Eu cá fazer a imagem, fiz, só por dizer que lhe falta tamanho, fica assim como que perdida no meio do blogue. Entretanto lembrei-me de lá pôr uma frase.
«Sou o algo indefinível que fica entre a genealidade e a estupidez.»
Tenho de tratar disso, provavelmente será amanhã, que vou ter montes de tempo livre lá em casa. É. Antes de começar a brincadeira só tenho de ir tratar dum papelinho, o que me demorará escassas horas, vai daí fico livre que nem um passarinho. Livre. Livre durante muitas horas. Livre.
Isso do algo indefinível que consta na frase entre aspas, trata-se dum pensamento que me ocorreu há cerca dum ano e que resume o meu sentimento para com o ato de escrever, sinto-me especial enquanto escrevente de vidas, tanto da própria como das alheias, mas também me sinto ridícula, o que acontece exata e estranhamente pelos mesmos motivos. Por escrever das vidas, quero eu dizer.

Coisas estranhas aconteceram

Coisas estranhas aconteceram no estaminé durante o interrégno a que tanto chamo 'almoço' como 'intervalo grande'.
::::Um pedaço de folha grossísima repousava em cima do bloco das faltas
::::O computador e as duas impressoras estavam desligadas
Hum... Que mistério.
O mistério perdura, já o lugar e o estado das coisas que encontrei estranhamente estranhas, não.
::::O pedaço de folha está no lixo
::::O computador está ligado, quando não este post não existiria

Almoço

O rico filho veio cá! Olarila! Então, ora essa, precisava duma coisinha e vai que veio cá e se fez vindo e depois ido mas não sem almoçar com a gente! Duas doses de arroz de pato, duas cervejas, duas sobremesas e dois cafés. Mas para três, ah ah.

E planos?


Ah, tenho sempre tantos planos a tantos e tantos níveis! Este é um plano de letras.
Tinha SB a 15 do 2 mas já rasurei brutamente, entretanto fiz as contas e estarei novamente lá caída a 14 do 3
Tenho P a 25 do 2, portanto ainda não difere
Continuo com M numa incógnita, não sei que faça à minha vida
, tenho sempre tantos planos a tantos e tantos níveis! Este é um plano de letras.
Tinha SB a 15 do 2 mas já rasurei brutamente, entretanto fiz as contas e estarei novamente lá caída a 14 do 3
Tenho P a 25 do 2, portanto ainda não difere
Continuo com M numa incógnita, não sei que faça à minha vida

E planos?

Ah, tenho sempre tantos planos para vídeos, oh céus, a bolsa da máquina tem um divisória que serve, neste caso, para lá colocar os papelinhos onde vou apontando as coisinhas que explanarei num futuro que julgo, e espero, não muito longe. Como este aqui, ó...


De lado para a câmara. Sentada no chão, joelhos fletidos, tipo a esconder a barriga, raspando as pernas com as unhas para tirar restos de borbulhas secas, falando do bem que sabe mexer na pele, sobretudo nesta altura do ano, em que quase me esqueço que, por exemplo, tenho pernas. Referir aquela vez em que me saiu um bocado de pus muito rija e muito seca pelos anos de ali estar, quando aquilo saíu até ficou um furinho e tudo. Foi tão bom. É assim tipo um alívio, aquele botãozinho de pus ser arrancado do corpo sem dor nenhuma.


Pronto, ok, vá, só uma achega, obviamente este plano é mais um post que um plano, mas é também um plano, só por dizer que o estendi e promovi a post.

Dos vídeos

Continuo nisso dos vídeos. Aqui há umas semanas vi-me inclinada para fazer vídeos e dispensar a escrita. Mas pus a mão nisso, ou a cabeça, eu vou lá agora deixar de escrever, não é. É. Jamais conseguirei tal coisa, pelomenos não voluntariamente, que obrigatoriamente qualquer dia é dia. O que acontece com os vídeos é que os faço e nem sempre os publico no blogue, o que de resto foi sempre o que aconteceu, a percentagem de vídeos publicados no blogue é duns cinco a dez por cento.
Existem grandes diferenças entre imagem e texto e não me refiro somente ao formato. A preparação dos vídeos é extenuante. Sério. Imaginem: faço os vídeos onde for, tanto pode ser em casa como na rua como no estaminé, se bem que no estaminé me seja mais fácil, é só por a máquina ali pra cima (num apoio que está ali há décadas e nunca serviu para colocar máquina nenhuma), acender uma luz (que está ali há décadas e nunca serviu para me iluminar) e fazê-la incidir por sobre mim, o estaminé é efetivamente o melhor cenário porque tem ainda a grande vantagem de me encontrar sozinha muitas vezes, condição que por enquanto me é imprescindível para estas coisas dos vídeos. Até aqui não se viu ainda grande trabalheira, não é. É. Pois, mas à noite é trabalhoso, tenho de descarregar os vídeos para o computador (lentidão), tenho de carregar os vídeos no youtube (lentidão mais lenta), tenho de, não 'tenho de' mas 'quero', em alguns vídeos colocar um filtro e, mais recentemente cortar-lhes umas partezinhas desinteressantes, e não só desinteressantes mas dispensáveis, porque ao cortar essas partezinhas obtem-se um filme de menor tempo, o que é porreiro sob diversos aspetos, os quais não vou agora explanar (lentidão ainda mais lenta). Ora acontece o seguinte: por conta desta coisa toda de eu querer aprimorar os meus vídeos, torná-los ao menos um pouco dinâmicos e mais não sei o quê, houve aí um dia em que descarreguei um programa para tratar imagens deste género. Fiz asneira e acabei por descarregar também uns cookies ou lá como se chama, o que entrou em conflito com o meu computador de secretária e o fez rejeitar o Google, que era o sistema que lá estava implementado. Tive de me virar doutra maneira, usando então o Firefox. Ora acontece que o Firefox é uma raposa fogosa que não quer nada com o programa que há por dentro do mister youtube para a gente pôr umas capinhas e umas pindurezas giras e brilhantes por sobre os vídeos... Já o computador portátil, esse sim, admite o mister youtube plenamente, mas é mais lento no tipo de descargas que já acima referi e acresce que não tem um rato 'normal' e nesse caso quem fica mais lenta a fazer copiar-colar com a catrefada de textos que levo do estaminé prontos a publicar (não, não há internet no estaminé) sou eu. Vai daí, e por exemplo, a minha vida ontem à noite foi assim...
::::Despejei os vídeos e as fotos no pc de secretária
::::Enquanto isso, despejei os meus textos no blogue e deixei-os em rascunho porque há alguns que necessitam de vídeos e/ou fotos que ainda estavam a ser descarregados/as
::::Escolhi todos os vídeos que considerava a publicação inadiável e também escolhi a ordem
::::Fiquei atenta em qual vídeo disse isto ou aquilo, não fosse o rascunho manuscrito (que antecipadamente preparei no estaminé e inclusive construí mais ou menos ao mesmo ritmo dos vídeos) estar trocado
::::Arrumei a cozinha, tratei da roupa seca , vistoriei que porcariazitas podia adiantar para os dias vindouros, vigiando entretanto os carregamentos
::::Quando todos os vídeos e fotos estavam carregados/as... Bom, ontem acabei por já não ir a correr para o computador portátil colocar as capinhas e as pindurezas por sobre e por entre os vídeos que queria publicar, portanto publicá-los-ei hoje, mais logo. Pelo menos é nisso que creio a esta hora da manhã. Tenho ainda outra questão que me atrasa a publicação dos vídeos: o Ginásio. Pois. Em dias de Ginásio chego tarde a casa, cansada que eu sei lá, então julgo ser melhor publicar vídeos nos dias em que não. Pois. Isso faz com que acumule...
Bom, já se percebeu,. Não é. É. Pronto, a minha vida de bloguer e de youtuber é um tormento.

Não é que

Não é que não tenha rascunhos, tenho sim senhores, mas são poucochinhos, não passam de dois ou três, tanto no documento de texto como na cabeça, o que resulta portanto em quatro, cinco, ou seis rascunhos. Não é mau de todo. Vou-me a eles ou o quê? O quê.Ah ah. Não, vou-me a eles, vou.

Primeiro

Bom dia. São nove e cinquenta e quatro.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Guardadora de segredos

Gosto de segredos, gosto de os ter, gosto de os guardar num fundilho secreto. Gosto, principalmente, que não desconfiem que tenho segredos e, se porventura desconfiarem, acredito que nunca pensem que os meus segredos são aqueles. Ah ah.

Código dá números

É com alguma regularidade que planto no blogue uma espécie de código que substitui números por letras. A ideia é que somente eu saiba descodificar o dito código secreto, por isso mesmo é que é secreto e o mantenho em segredo e essas coisas assim, e é, também, para só eu continuar a saber como descodificar este código. E é por isso mesmo que se chama secreto... ah, pois é, já tinha dito.
Credo, que canseira que foi escrever esta introdução...
Este código vem do remoto tempo em que no estaminé se colocava nas etiquetas, não só o pvp como o pc, e obviamente o pc necessitava de ser em maneiras de somente o pessoal interno saber descodificar, a gente não queria cá olhões a espiar quanto tinha custado este ou aquele artigo, foi para isso que se criou o tal código, método que de resto era bastante comum na época. Vai daí, um dia lembrei-me de usar o mesmo código quando quero escrever números que não quero verdadeiramente revelar, e eis que passei a usar o código. Este código. Ah ah.
Ó Gina, qual é o teu código (?!) postal?
O código postal não digo, pá, nunca escondi que moro em Loures, vai daí iriam poder descodificar no mínimo quatro números.
Ó Gina, quantos anos tens?
Ora... Ando sempre a falar nos 47.
Ó Gina, qual é o número da tua porta?
Ó Gina, qual o número da porta que está mesmo à tua frente no momento em que digitas estas linhas?
ó é


De nada, ora essa.

Lugar da musa

Aqui não é nada como no átrio que visitei ontem. Aqui só eu escrevo. Eles/as falam, eles/as lêem, eles/as folheiam. Eu escrevo. Há momentos de glória, tipo assim: ena, só eu é que escrevo, olha para estas pessoas, sou diferente de todas elas, sou especial. Mas eis que se me mistura um sentimento triste, que tudo transforma, ninguém mais escreve coisas em papelinhos e isso pode ser – e tantas vezes é - duma solidão terrível. Não tenho amigos. Afinidades. Motivos para conversar.

Bom, um pouco e tal, ou então não

Bom, um pouco a propósito da década que já ontem referi e tal, ou então não, sei lá, mas é que há pequeninos nadas que por vezes se juntam e fazem uma manifestação do caneco na minha vida, na minha cabeça, no meu modo de escrever. Olha, tenho de escrever isto, olha, ah tóin xirú pá, tenho de registar no blogue, e percebo que está tudo ligado e tal, ou posso ser eu a ligar tudo porque quero, sei lá, e tanto faz. O que eu sei, por ora, é que a década me persegue, passaram dez anos, dez anos, dez anos. Ah ah. Então 'bora lá.
Em 2006, por volta deste mês, fevereiro, eu escrevia as minhas coisas num caderno, vulgo diário, tipo assim à moda antiga, pronto, chegava ao fim do dia e espetava lá com as questões do dia, tanto boas, quanto más. Entretanto, houve um dia em que decidi descrever-me como era dez anos antes, como era na atualidade e, nesse mesmo dia, decidi também que dez anos depois voltaria a retratar-me. 2016 é portanto o ano em que vou ter de continuar esta obra... E acreditem que continuo a obra sem reler atentamente o que então escrevi, não quero cá influências do outro tempo, que é lá isso. Então, vá.

Sou uma mulher amadurecida pelo tempo que passou.
Há questões que já não me coloco, há questões que agora me coloco.
«Sou o algo indefinível que fica entre a genialidade e a estupidez» Isto de escrever trouxe-me um saber extraordinário, descobri que sou tão ruim como a outra gente, mas também percebi que sou uma pessoa especial e interessante. Como a outra gente. Pois. Continuo no entanto sem vocação nenhuma para mostrar que sou uma pessoa especial e interessante. Continuo esperando que me apareçam no blogue e no canal levados pelo acaso, só assim me apreciarão, creio.
Ainda sou uma boa mãe, esposa e dona-de-casa em muitos momentos de todos os dias.
Tenho um cão, há dez anos não tinha nem queria ter. Se duma simples folha de árvore retiro ensinamento, retiro-o também dum cão. Sempre gostei de animais, principalmente de cães, passei inclusive grande parte da infância tendo um cão por amigo. Era o Tobi. Gosto portanto muito de cães mas não queria ter nenhum. Sério. Mas sou doida pela minha cadela, o meu bicho-cão, a Olívia.
Continuo a ser empregada de balcão numa drogaria e a não gostar deste espaço, nem da profissão em si. Continuo portanto a ser uma triste profissional. Até quando, pergunto. Até que a morte me separe, respondo. Continuo, mesmo assim, a usar o espaço, o tempo e até a profissão para escrever num blogue tudo aquilo que quero, mas nem tudo o que me apetece.
Não estou nada igual ao que era, passaram dez anos, como estar igual, não é. É. Estou mais velha, mais gorda, mais abatida.
Em sensualidade continuo uma nulidade devido a recalques que eu própria me imponho, a contenções nem sempre tão inteligentes e equilibradas assim. O meu corpo é voluptuoso, foi sempre, a minha alma não, nunca foi.
Em observação dos espaços / pessoas / episódios continuo a ser um ás, ninguém me ganha. Sou muito boa nisso. Muito boa mesmo. Referi que ninguém me ganha em observação estando convencida disso mesmo, só por dizer que não desafio ninguém, quando não alguém decerto me ganharia.

Lisboa, 16 de fevereiro de 2016, Gina G

47 dias

O blogue tem 47 dias. Olarila. E foi assim que achei um número fantástico para fazer um postzinho a falar da minha mania da perseguição e da minha incrível força interior para exterminar essa mania.
Eu tenho a mania da perseguição.
Toda a gente tem, só por dizer que isso não me serve de desculpa, só por dizer que isso serve sim senhores de desculpa quando quem tem a mania da perseguição me persegue com a desculpa de que eu é que tenho a mania da perseguição.
Que confusão, não é. É.
Pois.
Olhem lá, é assim: tenho um blogue com 47 dias e acabe a conversa para que a vida siga.

A caminho

Primeiro

Bom dia. São dez horas e zero minutos. Ah ah. Decerto terão já decorrido vários segundos do minuto zero mas é que o relógio por onde sigo as horas não tem espaço para mostrar os segundos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Aqui há tempos

Aqui há tempos ouvi na Radio o Nuno Markl referir que tem não sei quantos anos de carreira, sendo por isso desculpável que se engane na articulação duma palavrita ou outra.
Dei-lhe razão
Fiquei a pensar
Tenho praticamente dez anos de blogue, percebo desta merda pra caraças. Ai pá, deslarguem-me lá, queu checrevo cou meu quisere, óquei?

Rabiscos

Num dos blocos parvos que o estaminé tem por aí, daqueles que vêm quiçá dum lugar antiquíssimo, com listas verdes e beges em si, com quatro ou cinco fileiras de letras maiúsculas impressas de xis em xis folhas, o que por si só já é fantástico, mas mais fantástico ainda é eu ter encontrado um rabisco algures, por entre essas folhas verdes e beges e com letras e mais não sei o quê. Um rabisco. Tipo um gráfico. Manuscrito. A caneta azul. Grosso, como se a pessoa tivesse passado várias vezes por cima da mesma linha. Não é? Vejam a imagem. Não é? Eh pá, a sério, mas quem raio terá rabiscado tal coisa?! É que é um rabisco que foi rabiscado incrivelmente perto da lombada. Pronto, compreendo que não se perceba que está junto à lombada do bloco, afinal eu separei a folha para a digitalizar, o leitor acredita nisso se quiser, como de resto fará com qualquer post que leia neste blogue, ora essa, esteja à vontade. Mas é incrível.
Já fiz digitalização
Já fiz vídeo
Já fiz post
Descanso, agora.

Intervalo pequeno

Ao subir a avenida vi uma menina encostar-se a um poste, tossindo aflitivamente. Fumava, quiçá o seu primeiro cigarro, e engasgou-se. Com ela estavam outras meninas, duas, que riam nervosamente e como que vigiavam a que se engasgara.
«Tu estás bem? Vê lá se estás bem.»
Tive montes de vontade de ensinar aquela menina. Não a fumar mas a não se deixar cair no vício. Não a condenar o ato mas a viver. Porque o vício mata. Qualquer um. Vício. Se aquela menina se deixar viciar, neste caso, pela nicotina, a tontura perde-se, daqui a dias fumará sem prazer, apenas por conta de matar um vício que a matará sem que ela dê por isso. Eu cá acho. A primeira passa do cigarro é a melhor, não é. É. As primeiras vezes são deleitosas que se farta, não é. É. Se houver um espaço de tempo entre prazeres é como alcançar primeiras vezes. Creio firmemente que se pode viver um sem-número de primeiras vezes ao longo da vida. É só não perder essa tontura, menina, no seu caso é só isso.

No átrio

Então, ora essa, é para ouvir o piano que aqui venho. É raríssimo sentir-me bem, mas venho, debaixo dessa loucura que é gostar de sofrer.
Subo a escadaria e pouso a mala no muro de pedra para procurar as horas que o meu telemóvel diz que são. Não posso atrasar-me nem dois minutos que sejam. Cá em baixo está um casal idoso que me mira interessadamente. Calhando cuidam que vou disparar a arma de fogo, lançar a granada, carregar no botão que aciona a bomba. É que pousei a mala no muro e remexo lá dentro, é preciso cuidado... Fico satisfeita, imaginando que tenho um ar circunspeto, de caso sério, como se dependesse de... Não sei. Tenho uma cara de caso, pronto. E sério. Fico importante. Sinto-me também importante mas, sobretudo, fico. Sou o que eu quiser, cá por dentro, ora essa.
Desço. Sento-me no frio banco de pedra. O casal mira-me novamente, desta feita estamos ao mesmo nível. Escrevo. E eles atentos aos meus gestos. Pouco depois passa-lhes aquilo do interesse, seja lá o que for que lhes chamou a atenção em mim, esfuma-se. Oh. Mas houve um tempo em que estavam ocupadíssimos com a minha presença e gestos. E eu cá por dentro toda importante.

A próposito de

A propósito de vídeos:
Já sei juntar vários vídeos num só
Já sei cortar partes aos vídeos
A primeira aprendizagem aconteceu porque, finalmente, me decidi a pesquisar um tutorial que ensinasse a mexer no programa que o Youtube disponibiliza aos seus utilizadores
Para aprender a usar os cortes decidi-me, finalmente, a ir mexendo nas setas e eis que descobri bai mai selfe como fazer
Agora o que acontece com esta segunda aprendizagem é o seguinte:
Caso eu queira cortar mais do que uma parte vídeo afora, não dá, ou então ainda não descobri como é. O que faço é cortar duas (ou mais) partes, as que portanto me interessam, salvá-las como novo vídeo e lançá-las para o espaço, não sem antes lhes dar um nomezinho que as identifique claramente, esperar que carreguem, e não muitas duma vez, quando não estou que tempos à espera, podendo ainda perderem-se, e depois então juntar todas as partes seguindo uma lógica, tipo assim a dar razão ao meu discurso para não ficar uma coisa disforme e longe da compreensão.
A primeira vez que juntei dois vídeos coloquei-os num só, sim senhores, urras e pulos e coiso, mas pu-las (eu pulo, tu pu-las, ah ah) ao contrário, ou seja: o futuro antes do passado. Ah ah. Depois aprendi, claro. Entretanto, ontem, estive então a fazer uma rapsódia com partes dispersas dos meus discursos. Ei-la:




E agora estou aqui que não posso, contente que eu sei lá. Pois. Com montes de ideias. Só esta coisinha de nada me dá um avanço do caneco na feitura dos meus vídeos, que não deixarão de ser e parecer uma merda, mas quero lá saber disso, ora essa, olha eu a poder fazer uma receitinha, por exemplo, de creme de pasteleiro, que essa é uma das receitas que quero repetir, olarila, e a poder juntar todas as partes, eu a mexer na tigela, eu a mexer no fogão, eu a despejar no tabuleiro, eu a guardar num cantinho do balcão da cozinha, eu a esperar que arrefeça, eu a lamber a colher de pau, eu a provar o doce...

Algo que ficou

Algo que ficou, não por fazer mas por publicar, foi o vídeo dos urras e vivas que celebrariam os dez mil posts. Obviamente não estou a falar deste blogue, que o pobrezito anda ainda pelos trezentos e tal, mas do anterior, onde intentei fazer uma festança enorme quando chegasse àquele número altíssimo para post de blogue. Tanto intentei que no fim-de-semana antes do dia que se previa fautoso, criei os vídeos e escolhi um, o qual apresentaria no blogue de então. Ora acontece que me deu o amoque na noite antes desse dia e vai que o fausto já não ocorreu por me sentir imprópria para festejar, mesmo que a festa fosse minha, mesmo que a festa fosse só minha. Então faço-a hoje, no post 371, número que não tem nada de extraordinário. É só um número, assim como eu sou só uma pessoa que festeja solitariamente. Ah, e era Natal.


Post extremente útil

Todos os cabelos que encontro na caixa registadora, planando junto a moedas de cinco e dois e um cêntimos, são meus. Meus. E porque somente planarão na divisória das moedinhas assim como que não muito valiosas? Ah pois... Isso é porque são menos remexidas que as outras.