sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Graminhas

Graminhas, ah pois!, e eu lá me ia embora do - por mim tão - adorado blogue em derradeira sexta-feira de dois mil e dezassete sem lhe acrescentar os meus graminhas?!
Não.

seiscentos e vinte gramas de pêras
dois mil seiscentos e quinze gramas de laranjas
setecentos e noventa gramas de clementinas
setecentos e oitenta gramas de maçãs
quatrocentos e sessenta gramas de batata-doce
duzentos e sessenta e cinco gramas de cebolas
cento e trinta gramas de alho
quinhentos e cinquenta e cinco gramas de abóbora

Comprinhas


1 conjunto de colheres-medidoras em quatro medidas, que enumero em crescente: 1 colher de sopa, 1 colher de chá, ½ colher de chá, ¼ colher de chá. São em dois materiais: plástico, os cabos, silicone, as conchas. O engraçado é que os cabos são enfiados nas ranhuras que as conchas têm, eu querendo, tiro-os, mas não quero. Ó pá, pronto, na verdade já tirei uma, a de sopa, mas o melhor é não brincar muito para não esbeiçar a ranhura. Ah, e são duas cores: transparente fosco, os cabos, amarelas, as conchas. Este conjunto tem, contudo, um senão, eu preferia que as duas colherinhas mais pequeninas não fossem aos meios e aos quartos, cá pra era assim: colher de sopa, colher de sobremesa, colher de chá, colher de café. Mas olha, paciência.

1 frasco de plástico transparente e mole com maçãs ao estilo grâni smite impressas. O plástico mole pode ser bom para a pancada, pois como se sabe, o plástico rígido é coisa quebrável por qualquer palhinha ou nervo bom. Este frasco já está a uso, contém grande parte do meu espólio escrevinhador, ele é canetas e ele é lápis. É cá um molho deles! Andei que tempos à procura de um frasco não-muito-caro/versus/próquié-que-sa-lixa-qualidade, é que tinha que ter vinte centímetros no mínimo, isto por conta de uma caneta finíssima e compridíssima, de giríssimo e pretíssimo moustache no topo. Um dia medi-a. Media. Média. Mas era alta, a caneta, vinte centímetros. Ponderei despachá-la – leia-se jogá-la no lixo – mas foi-me oferecida por um senhor que não tem bigode e deu-me pena ele, não a caneta. Sabem como é, pronto, há aquele sentimento de desonra para com a amizade – tenha ela a escala ou o calibre que tiver – se a gente jogar no lixo uma oferta. Obviamente o cavalheiro jamais saberia o destino da caneta, a menos que lho transmitisse, obviamente o cavalheiro já não lembra o que ofereceu, mas. Então, o que aconteceu foi que demorei o tempo que demorei a decidir-me por um frasco que no entre dos tantos tenho estado a apresentar-vos.

Vida animal

Os bichos-gato não quiseram saber de mim para nada, já num post abaixo está isso explícito, e agora reforço a ideia. Quero dizer: Kildo, o extrovertido, logo ao início ficou, uma vez mais, interessadíssimo no conteúdo do balde, creio, porque quero crer, que o interesse se deveu a um perfume diferente que adicionei à água. Pouco depois lá estava ele, debaixo da mesa da sala, mas em cima de uma cadeira, sentadinho, rabo tapando as patas dianteiras, como é comum na raça, mirando eu de um lado para o outro. Pus-me nas cenas do costume e, a dada altura, ouvindo o arrastar da porta da cozinha, Kildo correu com destino à varanda. Não deixei que lá chegasse, claro, e ele já não largou a soleira da porta, cheirando a fresta uma vez e outra, até que se sentou à espera que eu me descuidasse. Já Karen, essa sim, se debaixo do edredão estava quando cheguei, debaixo do edredão se manteve enquanto por lá cirandei. Mas eu gosto de a ver, tanto gosto que a espreitei: olá Karen, estás aqui?, ah tu estás aqui...É linda, a bicha-gata, clarinha em pêlo e olhos, pena não se deixar ver tanto como o seu mano, já a senhora diz e digo eu também. A propósito de dizer, enquanto lá estou, digo bué coisas aos bichos-gato com a certeza de que não me entendem, mas não faz mal, eles gostam de mim na mesma.

Mais luzes de Natal
(o Natal já passou?, ah, então está bem)
(a foto é rebuscada e também está bem muito bem, olarila)

Cheguei

Eis-me chegada de dois apertões e uma data de esfregas em cada mama. Menos mal, fosse mal... e mal era. A ideia-desejo é seguir daqui com os dois pingentes tão saudáveis como aqui chegaram. Se eu andasse à procura de resoluções à época, olhem, tinha um, que é a saúde grátis.

Senhora faz crochê em sala de espera de consultório médico. Mulher presume que senhora se dedica afincadamente a lãs & agulha para barriga esperante que há lá em casa. Mulher julga assim porquanto amarelo é cor escolhida em dias de esperança. Mulher não sabe inventar histórias, nada disso, mulher olha melhor para cores de colchinha fofa → há, não só amarelo, como cor de ocre e cor de caramelo e cor de tronco.

Do distraído estranho em Lisboa :
Desci às catacumbas acompanhada de uma mulher. Cruzámo-nos com um homem que nos desejou um bom Natal.

Coroa-jóia

Se encontrei a coroa da rica filha, é o que quereis saber?
É?!
Então está bem.
Encontrei, sim senhores. Num dia de sol, lá fui à caça da linda coroa, cheia de esperança num conhecido e aparatoso Centro Comercial de Lisboa.
Vinguei portanto na vida. Viva o Natal e aquilo da boa-vontade, da tolerância, do nobre desejo de satisfazer supostos e irrisórios e tolos prazeres. Viva. Vivamos. Há anos que cheguei a uma conclusão que alivia: o dinheiro traz felicidade, ok, que é efémera, ok, mas afinal não são todas as felicidades assim? Quero eu dizer as colinas, as ondas, o canto da passarada, as cores do arco-íris e das flores, o cheiro da terra. Não sentem que essa felicidade é também efémera, a um tiquinho do inútil?

Luzes

Do tal espectáculo de que falei neste post, registo agora que o vi todinho. Era luzes e mais luzes refletidas na Fonte Luminosa, eu nunca a tinha visto com tantas, às vezes os senhores que mandam lá naquilo põem umas iluminações ou dão uns banhos às estátuas, mas nada mais que isso. Olhem, foi lindo, mesmo, e fiquem sabendo que vi o espectáculo no último dia em que eu! podia ver.

Sonho

Sim, ainda um outro sonho, é que ando atrasada na escrita. Sonhei com a dona dos bichos-gato.
Ó Gina, não deixe nenhuma porta aberta
Ó Gina, tenha cuidado que o Kildo é doido
Ó Ginó Gina
Devo dizer, fica-me bem, que na vida real fico extenuada com a preocupação constante em manter a atenção nos afazeres e nos bichos-gato em simultâneo. Ó pá, nem queiram saber, é que os bichinhos, se são gatos, não são cães, querem lá eles saber se estou lá ou então não, querem é saber se abro portas, né Kildo?, é 'miga-gina, diz ele.

Sonho

Mais um sonhozinho lindo da mamã. É de cabelos. Sonhei que tinha ido cortar o cabelo e tinha vindo de lá com o cabelo maior e muito macio e agradável à vista. Olhem, isto é mesmo um sonho. Provavelmente - que isto do subconsciente a gente sabe lá, né? - fui sonhar com penteados porque não muito longe deste sonho tinha estado a dizer ao senhor professor de Pilates:
Ai pá, eu acho que estou a falar consigo toda despenteada, sabe que cabelos e capacete não combinam, né?
Enquanto isto penteava-me com os dedos, crendo que melhorara. Sem espelho, apostei na crença.

Sonho

Sonhei com Elisabete Maria, a esotérica, e com Carminho, a esteticista que embeleza. Aos três de janeiro, Carminho tinha a sua agenda preenchida com um embelezamento em Elisabete Maria. Ora acontece que o único dia que eu tinha livre era precisamente esse,
mas ok pronto paciência
vou então a quatro de janeiro
não me dá jeitinho nenhum
mas vá lá
, e vai que Elisabete Maria morreu por estes dias e daí nasceu a possibilidade de eu ser embelezada no desejado dia três, que, chegado, me foram então feitos os embelezamentos, sendo um deles: retirar gordura do queixo. Carminho, cuidadosa como sempre, como só ela, com seu bisturi devidamente desinfetado corta-me o queixo em quatro, coloca um penso por sobre três golpes, puxa-o destemidamente e nele vêm coladas três bolas de sebo.

Este post/sonho é muito na base três/quatro, é.

Gosto de datar?

Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?
Que dia é hoje?





29?


Eu moro no 29, pá! - exclamou aquele senhor que diz a minha menher isto, a minha menher aquilo.
Poderia este senhor, eventualmente-quiçá, perguntar Pá, eu moro no 29?

Gosto de datar

Era 26 de dezembro de 2017 e eu viajava de carro até Albernoa. No caminho percorri parte do caminho pedestre da Barragem do Pego do Altar, ali para os lados de Alcácer do Sal. O que não faltava no chão das bermas baixas era medronhos. Eu, Gina Maria, provei, finalmente, medronho, esse fruto mítico, dada as anunciadas bebedeiras que se arranjam à conta do álcool que contêm. Será mito? Não sei. É, isso sei, um fruto lindíssimo, com as grainhas da parte de fora, qual morango alaranjado, à conta das quais passei montes de tempo a limpar as bochechas por dentro. Ó medronhos, lindos e fofos, adorei-vos. Pronto, vá, a polpa é mole como uma papa, não tem grumos ou fibras, a bem dizer o sabor é nada intenso, nada!, mas eu cá gostei, gostei bués e acabou a conversa.

Era 27 de dezembro de 2017 e a morrinha caía em Lisboa. Ah. Caminho sem cobertura. Um homem de barrete à Pai Natal traz chapéus-de-chuva para vender e mostra-me intencionalmente um. Nego com a mona húmida enquanto penso que tenho um chapéu-de-chuva no saco. Não quero, obrigadinha, 'migo.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Fiz um vídeo para o blogue mas, como em tantos criados sob esse desejo, desmanchou-se-me a vontade de o publicar. Ainda assim, deixo o dito e fiquem sabendo que se não quiserem vê-lo, não faz mal, eu gosto de vocês na mesma.

Não sei o que faça

Não sei o que faça, dizia eu antes do Natal, que isto e aquilo, indecisa, mas contente italital
↙↙↙
Quero fazer bolo-rei rápido
Quero fazer bolo de chocolate
Quero fazer cheescake de nutella
Quero fazer sonhos
Quero fazer camarões ô puã
Quero fazer bacalhau je ne sé quá
↸↸↸ 
Pois que ao bolo-rei deslindei-lhe logo o caso, que encontrara um vizinho pasteleiro com uma massa recheada de doce de gila e que bem me soubera a amostrazinha que provara e mais não sei o quê. Este não fiz.
Dos sonhos, ainda entonteci com a estrondosa ideia de substituí-los por churros, já que a massa não difere tanto assim, tal como a fritura e a cobertura, mas o dia 24 na cozinha levou-me a perceber que os ditos, os churros ou mesmo os sonhos, não fariam falta alguma na minha mesa.
Chego agora ao cheesecake de Nutella. Também não fiz. Aqui foi um não ter comprado a Nutella. Bem sei que a podia fazer, pois se fiz...
Fiz ferrero rocher caseiros! iei! Quero dizer, fazer ferrero rocher, não fiz, não singrei na última etapa deles, acabando por fazer bombons de chocolate e avelãs, os quais, a bem dizer, não passam de trufas com avelãs picadas e recheadas com uma avelã inteira. Falta só uma coisinha: na verdade nem todos os meus bombons tinham uma avelã no recheio e, os que não tinham, foram cobertos por avelã moída, que sobrara do picanço.
Caramba, é que nem o bolo de chocolate fiz! Porquê? Querem saber? Sério? Porque fiz bolachas, umas de chocolate, outras de gengibre. Porque num repente quis fazer um tronco de Natal, que não seria de chocolate, como o tradicional, a rica nora não curte choco-coisas, de maneiras que o fiz com recheio de mascarpone e sabores de canela (para a massa e o recheio inspirei-me aqui) e o cobri de creme de pasteleiro. Há, ainda, outra coisinhazinha acerca do tronco (fingido) de Natal, é que, senhoras e senhores, experimentei a farinha T45!, ó pá tóin bão! farinha essa que não é fina, qual quê, é finísima! A massa ficou especial, mas depois, creio, farei post com este delicioso tema.
Já os camarões ô puã e o bacalhau não sei quê foram efetuados. Os camarões estavam bem bons mas o bacalhau não, que precisava de mais tempo de mergulho, a ver se não salgava tanto a língua da gente.

Nota importantíssima:
A descrição acima não segue a ordem da lista. Quando dei por mim estava metida na escrevinhação e, tendo começado pelo meio da lista por ser o tal do bolo-rei o que saltou primeiro, olhem, continuei daí conforme ia pipocando a listinha. Entretanto, como a listinha é cópia de um post já passado, não quis mexer-lhe.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Olhem: Feliz Natal
Olhem: eu enrolei uma torta...
Sério.

Não, não há foto, que hoje a tarde foi de muitos passos na cozinha. Mas, falo a sério, quando digo que enrolei uma torta, não estando bonita - pra que é que isso interessa, né? - é a torta mais bonita que fiz até hoje. Bem sei que nos planos que estão algures aí para baixo eu não referi torta alguma para o Natal, mas, que querem?, sou imprevisível, afinal.

Meias coloridas?
Também tenho!

As horas que são

São dezanove e quarenta. É muito bom estar em casa e gritar: alguém me diz as horas, por favor?, e alguém me responder. Muito bom. Ah, bai da uei: Feliz Natal.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Luzes de Natal

Já comprei, iei! São bolinhas mais pequenas do que as que se fundiram, a cor é a mesma – neutra – tem montes de sequências pisca-pisca, as quais vou desprezar por ser amicíssima da estaticidade em termos de luzes de Natal, sei lá, gosto de as ver quietas, cansa-me aquele frenesim todo.
Então e agora o que é que se segue?
Segue-se que vou cortar o fio da série de Natal (a das lâmpadas fundidas, que está na Árvore) aos pedaços, é achar pedacinho de fio aqui e cortar, achar outro pedacito piriri ali e cortar. No fim, não duvido que fique com vários pedaços pequerruchos de fio na Árvore, mas paciência.
… Segue-se...?
Que espalho a nova série Árvore afora o melhor que conseguir, enquanto espalho a minha alegria Natal afora, lar afora, gente afora.

Finalmente chegou à

Finalmente chegou à minha caixa do correio a revista Lusitana, que adquiri mediante o envio de provas de compra dos produtos da marca Espiga e Branca de Neve. Fiquei toda contente. Sério. É que já julgava tempo e selo perdidos, iam lá agora mandar uma revista para esta que escreve, ora essa, nem pensar, quê?, não.
Pronto.
Bom.
Mas chegou.
Gostei das receitas, há apenas uma que não me apetece fazer, de resto: todas mas todas mas todas, sim senhores, só por dizer, ah caraças, vou lá eu viver o suficiente para experimentar o que quero? Bem sei que isto de o 2017 no seu termo, faz a gente ambicionar mais e melhor, 2018 espera-me na próxima esquina do tempo e blás e quês e coiso, mas a sério: eu lá vou ter tempo de viver tudo o que a vida contém?

Gosto do verbo datar

Vinte e dois de dezembro de dois mil e dezassete, foi o dia em que vi todas as árvores da praça nuas, à exceção de uma em que as folhas, teimosas (como são os velhos e as crianças, e a teimosia estende-se infinitamente mas ópois não fica fixe) como folhas velhas, que se agarram aos ramos e dali não se deixam cair,. E olhem que estão secas que eu sei lá, e lá estão.
Na praça vi também a temperatura atmosférica no placar do costume, 20º, às 14:e tal, calor do caraças, estive até sentada no banco hater, há quantos meses lá não pousava o sim-senhor à conta da chuva e do frio, uns dias, um, outros, outro, ou outros, ambos. Mas hoje lá estive eu, tipo a matar saudades ou coisa assim, foi até momento para deixar a caneta preta, que entretanto se me acabou e eu estava sem coragem de a deixar em algum lugar, olhem, ficou ali, a dar cinzento ao cinzento, num dia de inverno soalheiro. Num dia soalheiro e de inverno. Num dia que é inverno e que está calor, tanto calor que tirei o cachecol e não muito depois a brisa estava a fazer-me cócegas no pescoço. Tão bom. Isso dos cinzentos veio-me à conta de o banco hater ser cinzento e a caneta, agora sem tinta, também.

Vida animal

E os bichos-gato?, que tal? Bem, muito bem, mais afoitos. Kildo já não fugiu ao primeiro toque da buzina, para ali ficou, olhando para mim do cimo de uma cadeira, até se fartar. Karen, por sua vez, fugiu, ainda, mas não tão sorrateiramente quanto da última vez, ainda deu para vê-la corredor afora. Claro que o facto de todas as portas da casa estarem fechadas (à conta de seu irmão de sangue e barriga ser atraído por janelas abertas, que o bicho-gato quer é enfiar-se) não lhe deu outra saída... Não havia entradas, é isso, de maneiras que teve que voltar ao esconderijo, que desta vez consistiu na parte de trás do móvel da sala. Deu até para ouvir um silvo, creio que a bicha-gata desligou a box da senhora, mas pronto, já sei que está habituada, quem melhor do que ela para conhecer os seus bichos-gato, né? Outra coisa que ocorreu foi Kildo jogar-se a um saco de plástico que eu levara para meter desperdícios. Trincou-o. Mas ainda fui a tempo. Caramba, é preciso ter cá uns olhos para bichos-gato nada esquisitos com texturas ou sabores...
E os sustos? Foram dois, um ai! para cada um dos bichos-gato.
Não é que eu ande com o coração acelerado, não me amedrontam nada, que é lá isso, mas não estava a contar encontrar a Karen entalada entre duas prateleiras do móvel da sala, ai!, nem com o Kildo no topo do mesmo, debruçado e interessadíssimo em ver-me, senti que estava a ser observada, e estava, ai! Resta dizer que deixei Karen debaixo da cama e Kildo de volta do lanche.

Almoços

Hoje comi frango assado com arroz rosado e batatas fritas, o que em nada se parece com a dobrada com feijão branco de ontem.
Hoje, nada mais a assinalar no blogue.
Ontem, fez-me bem ao bucho, após a dobrada + o feijão ingeridos, subir a Poço dos Mouros. Tudo bem que só lhe tenha subido metade, da Morais Soares até à Jacinto Nunes é indubitavelmente a melhor metade da dita calçada, pois se eu escalasse um pouco mais, poderia virar na Neves Ferreira, ou, querendo fazer-me de heroína (ou vítima, também podia ser) era engrenar a mudança de maior força que tenho nas pernas, escalar e escalar até não haver mais calçada com aquele nome, e virar na travessa do Calado. Mas não. E fez-me bem ao bucho na mesma. Seja lá como for ainda escalei um pedaço (o único pedaço que se escala) da Dr Lacerda e Almeida. Olarila.

Planos comelícios

Qual sonhos, qual quê, que malembrou dos churros. Pois. Os churros, a bem dizer, nada têm de diferente dos sonhos, o que ocorre por entre eles é que uns são pertença do Natal – ai são, são – e os outros são das feiras, das barraquinhas, das festas de rua, mas que se podem fazer em casa, olarila, e eu vou fazê-los, aos churros, e não fazê-los, aos sonhos.

Massa folhada

Fiz de novo a massa folhada, mas outra receita, que retirei daqui. A principal diferença está na não-adição daquele pedacinho de manteiga logo na bola de massa. Depois há mais, como por exemplo o facto de esta receita ser mais pequena, o que inclusive a Rita aconselha aquando de uma primeira vez, não vá a coisa sair menos bem e por conseguinte desperdiçar alimentos, o que não é porreiro. Mas não me saiu mal, não senhores, desta vez salguei a massa como deve ser, a textura está fixe, o sabor é fantástico. Não tarda estou perita. Já ando até a idealizar fazer, finalmente, pastéis de nata em que a massa seja também eu a fazer. Entretanto, registo ainda que, apesar de a quantidade de massa ser menor, sobrou e congelei. Tenho portanto dois restos de massa folhada à minha espera, uma assim para o salgadinho, que usarei em rolos de queijo ou de cereais, outra assim como que bem temperada, que usarei em pasteis de nata. Gostava muito de ter tempo de despachar estes dois restos na Noite de Natal, mas prende-se ao desejo certas questiúnculas como, por exemplo, se eu descongelar a massa e não houver o dito tempo de a usar, não poderei voltar a congelá-la, uma vez que perde propriedades aos montes. Portanto, se eu quiser sentir-me em segurança, o melhor é nem pôr as massas a descongelar, agora... se eu gostar do desequilíbrio ou do perigo, então que faça força aí.

Post informativo²

De manhãzinha, tivemos notícias das peças auto do rico filho, que foram pedidas às netes. Estão, então, em Alfena, concelho de Valongo,
cuja área tem 15,7 km², freguesia que em 2016 tinha 18125 habitantes e estava dividida em 21 lugares e de densidade a medida era 1154,5 por km², os gentílicos são alfenense, penteeiro e queimadense, este último remete para S. Vicente da Queimadela, que era o antigo nome da tal Alfena
E agora falo eu (que o parágrafo acima é informação agregada à informação propriamente dita, vá-se lá saber porquê, retirada, presumo, do wikipédia). Alfena é Minho, portanto, até Lisboa, é um pulinho, sempre quero ver quantos dias leva a mercadoria a cá chegar.

Posta-restante
Já chegou! Entretanto chegou ao estaminé as peças auto do rico filho. São três, que não sei como se chamam... ó colega!

1 depósito de compensação
1 flange de termóstato
1 filtro de ar

… Disse o meu colega, que ele é homem para perceber destas coisas.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Vem aí o Natal

Dicas de Natal

Catrapisquei duas folhas de uma revista da lavandaria, que é como quem diz roubei quatro páginas, quando duas, são as que quero. Vem com dicas de Natal (não anotei o nome da revista em questão, peço desculpinha, montes, a todos quantos a prepararam, mas realmente é que). Quis perceber, com ideias exteriores à minha vidinha, se até hoje me montei no Natal tipo assim como toda a gente.
A primeira dica aconselha a que se invista na preparação do Natal o quanto antes, por modo a desanuviar os dias mais próximos.
Não faço muito diferente disso, não sou de deixar compras ou outras tarefas para as últimas, mormente por ter tempo para isso, mas, creio firmemente que, tendo menos tempo à disposição, não faria ou seria muito diferente disto meu.
A segunda dica garante que a gente vestir-se de Mãe Natal é bom para sermos surpreendidas.
Pois... aqui é que já não é bembembem comigo, que geralmente passo a noite de Natal com a indumentária de andar por casa, a qual, vejam lá, é feia que se farta, está rota e manchada de lixívia. Depois, acontece que sou gorda pra caraças, onde é que eu ia arranjar uma farda de Mãe Natal que entrasse neste corpinho?
A terceira dica sugere que se faça presentes. Fazer tipo assim fazer, com as mãos, presentes personalizados.
Bom. Ó pá. Não malembra de alguma vez ine mai laife me ter dedicado a fazer um presente. Mas, como não tenho memória de porra nenhuma nem porra de memória nenhuma, não malembra e acabou a conversa.
A quarta dica relembra que é bom tirar uma foto de família.
Bom, isso já fiz, que malembra muitaa bem, não todos os anos, ok, vá, mas a ver se este ano há clique tão especial como este.
A quinta dica manda que eu recorde episódios divertidos de outros Natais.
Hum... 'Inda no outro dia pensei: ó pá, que percalços ocorreram na minha vidinha natalícia, percalços assim tipo muitaa giros?! Sei lá e não sei cá.
A sexta dica expõe-se de uma maneira gloriosa, ó:
«Surpreenda a família com uma sobremesa que não faz há muito tempo ou que considere ser uma das suas especialidades. Adoce a boca da família sem ser com os doces típicos.»
É que nem é preciso dizer mais nada, pois não?
A sétima dica remete sem rodeios que se dê atenção à família, que o amor é o grande foco, não os presentes.
Estar mais focada nos presentes, ao invés de na família e no amor, não é, seguramente, a minha cena.
A oitava dica remete para continuarmos atentando na família, que as pilhas de louça suja podem esperar.
Não é, então, muito diferente da sétima. E acho que não peco por aí, não senhores, e não é para não ser diferente eu também, não senhores.
A nona dica brinca com as pessoas, ah ah, ai que alegria, que se jogue jogos e coiso e tal.
Eu não gosto de jogos, por conseguinte: não gosto de jogar. É que nem na Noite de Natal me apanham nessas andanças. Quero dizer: podem até apanhar-me, mas.
A décima dica, a derradeira dica, a – no fundo, no fundo, no fundo – rebuscada dica, é →→→ dizer a todos os presentes por que motivos é especial para mim esta noite.
Hum, ok, vá, no outro dia, quando o rico filho me anunciou que passaria a opulenta noite connosco, fiquei tão radiante quanto posso ser, o que o levou a acalmar-me o entusiasmo: - Calma, mãe, sou só eu, não é ninguém assim tão especial. Ao que eu respondi: - Ora essa, homem, para o resto do mundo podes até ser 'só tu', mas não para mim.

Muralha

Notei, na Calçada de Carriche e pela milésima primeira vez, a muralha no monte do costume. Certo dia da minha meninice, o meu irmão contou-me que Lisboa tinha o seu início ali. Lembro-me de ficar fascinada com a marca e ao mesmo tempo duvidosa, porque ele gostava de me intrujar. Mas com o tempo percebi que sim, Lisboa começa ali, hoje talvez eu não olhe naquela direção com encanto, mas há um sentimento, uma espécie de saudade, que é saudade não sei porquê, mas é.

E se fosse contigo?

Supõe que trabalhas numa loja de pequeno porte (isto foi para fugir ao habitual 'comércio tradicional'), atendendo ao balcão e portanto na disposição (nem sempre consciente) de dar atenção a todo o tipo de pessoas.
Supõe que uma pessoa entra no teu espaço comercial (ai ó pá, fica tão bem...) e que notas imediatamente que se encontra desviada dos parâmetros normais de apresentação (exemplos: meramente inconveniente, supostamente desarranjado do juízo, deveras estroina, e já chega).
Supõe que a pessoa te pede, simplesmente, ajuda para lhe chegar o capuz do casaco.

Ajudavas, pronta e destemidamente? Hesitavas, receavas, mas disfarçavas? Ou o quê?

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Peças auto

Soubemos das peças para o carro do rico filho. Aquelas que vêm das netes. A última notícia era que estava em Aschaffenburg. Revelo ainda que já antes haviam passado e pousado em Berlim, mais concretamente em Hohenschönhausen.

De nada, ora essa.

A jóia-coroa e a procura-jóias

Andei que tempos à procura de uma coroa de prata para oferecer à rica filha. Onde quer que visse uma montra de jóias, lá ia eu:
Olhe tem uma coroa para a minha filha?
|que não, não tinham|
E eu:
Oh.
E isto, dissemos em muitas, muitas ourivesarias. Numa dessas, passei da porta temente de não ter arcaboiço para o seu interior, porra pá, que luxo. Surpreendentemente, o senhor ourives era, também ele, um luxo – grátis! - a atender.
|e não, não havia a coroa da rica filha|

Planos comelícios para o Natal

Afinal não vou preparar o bolo-rei rápido, pois no entre dos tantos dei com uma pastelaria que se dá ao luxo de escangalhar os seus bolos-rei. Digo isto porque chama a esse típico doce natalício: Bolo-Rei Escangalhado. Querem saber porquê? Claro que sim, por isso continuo. No meio da massa, para além do tradicional, os pasteleiros de lá metem doce de gila, o que humedece o bolo-rei e lhe consegue uma maior durabilidade. Vai daí, encomendei um bolinho para constar, antes de mais, na mesa de Natal, e que, após o mais, é para comer.

Amigo Filipino

Diz ele, o amigo Filipino, ao ver o tal pedaço de platex das Festas Felizes...






... Que espera estar no grupo dos amigos. Acho que não fui muito natalícia na minha resposta:
Então, se normalmente não és cliente, só podes estar nesse grupo.




segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Ó Gina, vais trabalhar?
Então despe-te!

Em meus passos, em dia de vinte e quatro horas

Hoje fiz-me ao caminho e andei
De Loures-casa à Mealhada
Do Campo Grande ao Saldanha
Do Saldanha à Alameda
Da Alameda à Avenida da Igreja
O primeiro troço fi-lo em vinte minutos, o segundo em cinquenta, já ao terceiro e ao quarto não lhes medi os minutos

Em meus passos, se o dia tivesse cinquenta horas

Lavar o fogão, o microondas, o frigorífico a bancada, o aparador
Limpar o resto da despensa
Limpar os móveis das casas-de-banho
Limpar e lavar o quarto azul
Limpar e lavar o quarto laranja
Fazer bolachas de cacau e de gengibre
Gravar uns quantos vídeos, creio que três
Tirar trinta fotografias, no mínimo, e selecioná-las
Editar o vídeo da revista Lusitana

domingo, 17 de dezembro de 2017

lixo

pus a pá do lixo a lavar na máquina da louça
deve ser por estas e por outras que não tenho amigos

bicho-cão lindo de sua dona

gosto tanto da minha cadela que tenho vontade de lhe apertar o pescoço
mas se dou vazão a isto ela morre

Lista de supermercado

Na minha lista de supermercado não constam ainda muitos itens de Natal, por ora pouco passa dos camarões e do bacalhau. Mas, o que não pode faltar-me na despensa, oh céus, que toda eu me arrepio só de pensar em tais faltas, é:

leite
natas
farinha
manteiga
açúcar


E isto já para não falar dos vários tipos de cada um dos géneros, que ele é farinha para bolos, farinha para pão, natas boas, natas más, crème fraîche, manteiga para bolos, manteiga para pão, açúcar fino, açúcar granulado, açúcar em pó, açúcar amarelo, açúcar moreno, açúcar mascavado. Eu sei, eu sei, a minha vida é uma complicação e decerto que ao ler este lindo post o mundo ficou tão mas tão triste.

Planos comelícios para o Natal

Não sei que faça. Ah!, que estranho, né?, e eu que sou sempre uma mulher francamente (eu escrevi frannncamente) decidida nestas coisas.
Bom, então.
Quero fazer ferrero rocher caseiros
Quero fazer bolo-rei rápido
Quero fazer bolo de chocolate
Quero fazer cheescake de nutella
Quero fazer sonhos
Quero fazer camarões ô puã
Quero fazer bacalhau je ne sé quá

De manhã: pantufas

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Vida animal

Pois que não custou nada, não senhores. Ao princípio, o Kildo não me largou as bainhas das calças, e miau e miau e miau, acho que queira biscoitos, mas eu nada disso 'migo. Não muito tempo depois, considerou que eu fazia muito banzé e bazou. Já a Karen, pois que, não fosse eu assustar-me (mas menos do que ela estava com a minha presença no seu lar e lugar, quero eu crer) não descansei enquanto não soube exatamente onde é que ela estava. E eis que estava debaixo da cama, tendo já o tapete arrastado para lá também. Descansei, é aí que a 'miga está?, então está bem. Em certa altura, não soube do paradeiro de nenhum deles, mas como não tinha tanto tempo assim, andei na minha vidinha até que, ó pá, não é que fui dar com dois enchumaços por baixo do edredão?! Era lá que estavam quando me vim embora. Quero dizer: foi lá que os deixei.

Pizas, Pizzas

Anda aí nas prateleiras dos estaminés uma farinha própria para fazer pizas, pizzas. Aquilo é que foi curtir o amasso, pá! E curtimos também as pizas, pizzas. A gente gosta bem mais de as fazer!, iei!
Bom, agora a sério.
Atualmente, as pizas-, pizzas-de-loja, onde as fazem supostamente bem, desgostam-me e não é pouco. Sabem todas ao mesmo, independentemente dos ingredientes que escolhamos, e o sabor, o tal que é o mesmo, ainda por cima, não é assim tão bom, que é lá isso. Então, haverá algo melhor do que ser eu a fazer a massa e a decidir a cobertura?, não, e vai que descobri uma farinha composta, que vem com a levedura e tudo o mais, é só juntar água, amassar, deixar descansar, estender, cobrir, cozer. Ah!... Muito bom, recomendo com montes de vivacidade.

Lentilhas

Aqui há coisa de umas quantas semanas cirandou pela blogosfera* uma certa sopa de lentilhas vermelhas, que na verdade são cor-de-laranja, e nem após cozidas se lhes chega o vermelho, mas prossigamos. A sopa em questão na verdade é um creme e é extraordinário, tanto pela cremosidade quanto pelo sabor, de maneiras que, eu, se queria experimentar, e queria, e se queria estrear-me com a cor das lentilhas, e queria, comprei-as logo que a ocasião se proporcionou.
O creme, como já referi, ficou ameizingue, au eva, ine de ádar dei, experimentei fazer lentilhas vermelhas como quem faz ervilhas verdes e não curti a cena. Hum, ok, vá, ervilhas não são lentilhas, nem - umas ou outras - são espadilhas, de maneiras que pode acontecer as lentilhas serem efetivamente uma leguminosa do camandro, mas não se darem com cozeduras ervilhosas. Ficaram com os bordos desfeitos e uma textura grumosa. Não, lentilhas vermelhas a fazer de ervilhas verdes, não.

*neste post dá pra perceber tudo, mas, se não perceberem nada, não faz mal, eu gosto de vocês na mesma

Os frascos

É em cima do microondas que estão. São três, de florinhas e bonecada, onde predomina o vermelho, e as tampas são igualmente vermelhas. São velhos que se farta, são bonitos, têm um significado sentimental, portanto são importantes, mas estou cansada deles. Contudo, foi aqui há dias que os transferi da despensa para o cimo do microondas, lembrei-me que ficariam bem, e ficaram. Mas agora ocorre que esse é o espaço que em tempos era ocupado pelo rádio de cozinha, que sou mulher de ouvir música enquanto me movo por ali e, como se sabe, numa casa, é a cozinha o espaço mais percorrido em área e ocupado em tempo, e eu gosto de sons exteriores à minha vidinha doméstica e quês, e vai que rádio dos 'dantes' morreu e no entre dos tantos já arranjei substituto. Mas estou com pena de tirar os frascos dali... Ó pá, logo agora que estão tão giros. Um tem os feijões de ir ao forno com as bases de tarte; um tem os paralelepípedos intensificadores de sabores (que raramente uso, deixei de os apreciar) e o outro... bem, o outro, pasme-se!, tem palhinhas!, maiores que o frasco!, vai daí a tampa não enrosca!
mas fica giro
Se malembrar, amanhã tiro uma foto ao lugarzinho que estou a ver se descrevo com a minha escrita inclassificável.

Façam massa folhada

Isso, façam, ainda que a minha não tenha ficado maravilhosa nem eu tenha ficado maravilhada com ela. É, já experimentei a massa folhada, sim senhores, apoiando-me nesta receita mas sem seguir a recomendação que lá se ouve e lê, os 340 gramas de manteiga, antes me fiquei pelos 250. Não tanto por querer fazer à minha maneira, mas porque tinha apenas um pacote em casa, de maneiras que resolvi copiar o resto, tal como os dois tipos de farinha, a água e o outro pedacinho de manteiga - medidas ao mililitro, uma, e ao grama, outra - e o sal, que não medi, quis lá eu saber, foi a olho. Contudo, em termos de sal, conclui que exagerei, quiçá por a Danielle usar aquele sal apaneleirado e o caraças – koscher salt, 'migos -, o qual, quiçá, salgue menos, ou então sei lá eu, porquanto e afinal, que sei eu?
Bom.
De resto, fiz tal e qual. Quero dizer: quase, o tratado era intervalos de quatro horas por entre os três grupos de duas voltas desta maravilhosa massa e eu fiquei-me pelas duas horitas...
Bom.
A massa não ficou exageradamente salgada, e ainda bem, mas numa próxima vez retiro um pouco, ficou folhada, e ainda bem, mas creio que os ingredientes em questão me gritam: ó Gina, tu deixa lá mas é a massa descansar como mandou a youtuber, ok?
Isto porque...
Esta receita dá para muita massa, mas muita massa, de maneiras que, julgando eu que o processo estava concluído, fiz os meus folhados de carne e tal, e sobrou-me outro tanto de massa, que guardei no frigorífico até ao dia seguinte. E eis que no dia seguinte os folhados de carne e os torcidos de sementes estavam bem melhores, penso eu que por conta de a massa ter descansado mais um dia inteirinho.
E agora fica a faltar-me experimentar outras receitas de massa folhada, com outros racios, com mais ou então menos tempo de espera por entre voltas e vindos de outras youtubers. É que eu ando nesta pesquisa há meses. Sério. E estou contente de já ter experimentado fazer a bendita massa e, não estando um ganda espectáculo, ok, vá, até não me saiu mal de todo. Sério. Sabem aquele som do folhado a ser trincado pela vossa dentadura?, então pronto, é isso, eu consegui esse resultado na minha massa.

Façam scones à americana

Ou então não façam, nesta iguaria estou indecisa, é que eu tenho uma receita de scones à inglesa, que apurei de tanto os ver fazer, e, na verdade, ai as vírgulas, não é assim tão diferente nos ingredientes, sendo, isso sim, vírgulas-olá!, diferente na forma. Os scones ingleses são bolachas redondas e altas e os americanos são triângulos, também altos. Pois. No entre dos tantos, acrescento que a grande diferença é o que nuns é iogurte, nos outros é natas. Ó pá, então, os ingleses são meninos de natas, os americanos metem o sour cream em tudo o que é bolo.

Não façam croissants brioche

Não me saiu lá muito bem. Não, quero eu dizer: aquela receita que eu fiz, e que, tal como no post anterior, não digo de onde a copiei. Ora eu que tenho duas receitas tão fixes de massa brioche... Mas que sei lá eu se dá para fazer croissants. Este bolo franciú é dado a voltas, logo: fica grosso, após: custa a cozer, ultra: tem uma ciência do caraças. Mas pronto, indo ao ponto, a receita em questão não me satisfez, não repetirei.

Não façam tarte de frutos vermelhos

Não façam, não, não a que eu fiz, que a receita da base só pode estar incorreta, esparramou-se-me toda, escorregando pelas beiras, indo introduzir-se nas frutas. Ademais, o sabor que ficou era muito amanteigado. Manteiga a mais na receita, pois foi. Não peçam, não, não peçam que não revelo onde encontrei aquele erro de proporção. Bom, é a não repetir e acabou a conversa.

Façam couscous de cenoura e couve-flor

A primeira vez que fiz este couscous, detive-me na couve-flor, sim senhores, mas pus-me logo a pensar se cenouras não ficaria igualmente bem. Felizmente, sim, ficou.
Ora bem, esta é uma receita de couscous que não é couscous nenhum, qual quê, mas tem essa aparência, daí o 'nome'.
Leva-se os legumes, neste caso, couve-flor e cenouras ao processador, não sem antes os cortar, em floretes a couve-flor, em rodelas as cenouras, e aciona-se o aparelho até que as lâminas os desfaçam em pedacinhos. Crus. É por serem legumes robustos mas também por estarem crus que acontece a magia dos couscous. Leva-se ao lume azeite e alho esmagado, a que se deixou a pele por modo a não esturricar, e não se espera muito até se juntar o couscous para cozinhar, o que não leva muito tempo. Atenção: convém que o lume esteja esperto, para fritar, quando não, coze, e a não esquecer, é o sal, pois claro.

Posta-restante
Entretanto experimentei com bróculos (e cenoura). É igualmente bom, ao que acresce o colorido facto de os bróculos serem verdes, então, à conta da lâmina do meu potentíssimo processador, os olhinhos das florinhas separam-se uns dos outros, quero eu dizer que as flores deixam de o ser. É um couscous verde, pronto.


Nota:
Quem me ensinou a receita de cima e, sem saber, acabou por dar o mote para a de baixo, foi a Cátia Goarmon, do programa 'As receitas da Tia Cátia', 24 Kitchen

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Ovos

Já não tenho produtor especial de ovos. Não digo produção de primeira mão, porquanto os ovos não saíam do senhor que mos entregava, se bem que as galinhas não tenham mão, mas pronto. Não tenho então os 'meus' ovos daqueles amarelinhos e verdadeiramente frescos, fresquinhos. Quero dizer: frescos e fresquinhos, excetuando aqueles que eu encontrava podres, mal-cheirosos, liquidificados. O senhor - a quem vou chamar Óscar - contou-me o porquê: aquilo são galinhas criadas à vontade, que portanto cirandam sem reservas e põem os ovos onde querem, ocorrendo, então e por vezes, o Óscar não cirandar por onde tinha cirandado alguma galinha poedeira, deslizando daí outra ocorrência que consiste no intervalo por entre o pôr da galinha e o retirar do Óscar ser over-coiso.

E, ainda assim tipo mais ou menos a propósito de ovos, há pouco vi, na montra de uma loja de antiguidades, uma espécie de prato com pega e com seis concavidades na disposição de albergarem meia dúzia de ovos. Albergarem, não, que ali o albergue chega-lhes pela metade, imaginem um meio buraco... Ah, ok, um meio buraco é coisa que não existe. Bom, vou mas é bazar e acabou a conversa. Não vou nem acabou nada. A loja estava em hora de almoço, ninguém visível lá dentro, mas amanhã conto passar pela mesma rua um bocado mais tarde, o que traz esperança de encontrar as pessoas já comidas e aparecidas, e assim eu possa comprar o prato redondo com uma pega e seis buracos.

Laser de Natal

Nas imediações do estaminé, há (também) espectáculo laser. Sério. Luzes a fazer uma história refletida na Fonte (já de si, em certos dias) Luminosa, que ainda não vi por completo, oh, mas que recomendo, é deveras encantatório. Pronto, se comparada à linda dança de luzes (que há, ou havia, ou vai haver) na Praça do Comércio, pois que perde em encanto e em magnitude, sim senhores, mas é o que se arranja.

Como um presente de Natal

O pedaço de platex foi escrito pelo antigo dono do estaminé. Gosto de todas as letras, mas com especial incidência nos ésses, e gosto também, muitomuitomuito, do guê, mas aí já é defeito da minha cabeça. Caguêça.