quinta-feira, 9 de julho de 2020

d.i.a.s.

dia dê
Acordei mais cedo que o costume, estava ainda tudo em escuro. Quando a claridade apareceu não levantei logo o estore, não me apeteceu ver o abacateiro nem viver os costumes. Bebi chá e pareceu-me um saudoso costume, oh quanta ironia, passaram somente dois dias sem que. Entretanto confundi o barulho do rebanho que passava lá fora com as buzinas nos meus ouvidos. A frase chegou.

dia i
Acordei um bom bocado depois do costume, tipo assim como que o dobro sobre o 'mais cedo que o costume', vá, e, bom, digamos que recuperei o tempo que estive acordada em plena madrugada. A frase chegou, mas fraca. Pus o pão no forno, de véspera tinha-o posto a jeito, certa de que iria acordar cedo e tal e tal, mas já se viu que não.

dia á
Acordei à hora do costume. Levantei o estore um pouco, nem me lembrei do abacateiro. A frase chegou depois do pequeno-almoço.

dia ésse
Acordei à hora do costume mas não levantei o estore logo logo logo. Quando levantei nem me lembrei de mirar e cumprimentar o abacateiro e, quando me lembrei, eis que não quis, uma pessoa tem que criar saudades. A frase chegou. Esbatida, mas chegou.

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