notei a nesga de sol e percebi que era o reflexo do sol que há dias pus no blogue
notei, ainda, que a hora da foto linkada é 18:06 e a da abaixo é 18:07
terça-feira, 20 de abril de 2021
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Chave de grifo
O meu colega explicava ao cliente que a torneira estando muito agarrada seria necessário usar uma chave de grifo e eis que vejo o cliente coçar a cabeça em sinal de desalinho mental.
Não sei se
Não sei se já contei no blogue que Mr. Flanders é o barbeiro do pedaço. Mas nada de ser um daqueles barbeiros que povoam Lisboa - um cilindro colorido e rodopiante às portas, promessa de cortes de cabelo com arabescos bem aprumados e mais não sei o quê. Desses, ou quiçá um desses, é o que habitará o espaço do velho estaminé algures no tempo futuro. Bom. Então. Eis Mr. Flandres no blogue outra vez para contar que ele tem um fumar interessante – passinha, passinha, passinha, passinha; curtinha, curtinha. Teme o fim do cigarro, presumo.
Pequena impressora
Não é mentira nenhuma se eu disser que (também) preencho documentos quando em trabalho, qual (somente) usar o computador para preencher o blogue, qual quê. O que acontece é que a minha vida é tão misturada de trabalho e passatempo que acabei por usar um dos documentos de escrita que uso, precisamente, para o blogue. Pra quê criar outro, né? Mas não era bem bem bem isto que eu vinha dizer. Resumindo: preenchi um documento de trabalho e mandei imprimir sem me certificar qual a impressora que estava na calha, e calhou de ser a pequerrucha, que usa papel com quatro dedos de largura. Obtive portanto um papel com uma lista de barras, extensões e cilindros, cujas características foram omitidas por falta de espaço. Moral desta história: a impressora não se negou ao trabalho, apresentando-mo sem reservas. Bem sei que quem vê a ausência de reservas, ou mesmo a inutilidade, sou eu, a impressora é uma máquina, não pensa, mas lá que me pôs a pensar, pôs.
Sonho
Sonhei que o meu vizinho de baixo tinha estendido um lençol sem o dobrar, tapando a claridade do dia. Era ver a minha cozinha escura, abafada, o que me incomodou só até perceber que assim podia passar os dias escondida.
Esta é a terceira segunda-feira de Abril
'Oh my god it's friday!' escrito na t-shirt de um transeunte! Oh! Vi eu! E li! E hoje é segunda-feira! Ah! Pensei eu! E ponho mas é no blogue!
Entretanto deixo escrito outro pensamento outrossim e assaz pertinente: este mês de Abril calhou de uma maneira tal que se assemelha, e não é pouco, aos Janeiros desta vida, compridões pra caraças. Obviamente o 25, mala suerte, coincidir com um domingo, consegue um Abril extensível. Pronto, sem extensibilidade, já hoje é 19 e ainda se tem duas semanas inteirinhas de Abril.
A maravilha
É uma maravilha chamar 'sol astronómico' a este sol pintado no chão da esquina que está mais perto do estaminé. Astronómico é coisa de quando a grandeza se quer engrandecida, até pomposa, e é também a classificação do sol, que é um astro. É claro que esta é a esquina mais maravilhosa de todas as esquinas de que falei aqui há tempos no blogue. A nota final para este post é que a foto foi tirada num dos dias de chuva da semana passada. Talvez devesse dispensar esta nota porque nem se percebe que o chão está molhado, au eva, cá fica a nota.
Gingar
A vizinha Gislena apanhou-me a gingar ao som de uma canção qualquer e comentou: «Ah, estou a ver que está feliz!» E eu toca de revelar: «É prática recorrente, vizinha, só que geralmente ninguém vê.»
domingo, 18 de abril de 2021
Cada nabo, um bolbo
No nepalês da frutaria comprei um grande nabo (quatrocentos e oitenta e cinco graminhas) e horas depois deu-se a casualidade de ler um artigo que em parte diz que um dos procedimentos para plantar nabos é tirar-lhes a rama porque as folhas já crescidas coíbem o aparecimento das novas. Que giro, tímidas, as folhinhas. Não sei se já havia reparado que as folhinhas podem ser tímidas, mas, seja lá como for, neste preciso momento está a parecer-me uma completa novidade, um caso bonito e nada perdido, logo que se corte as folhas encorpadas. Enfim, os mortos dão lugar aos vivos, os velhos aos novos, os vistos aos escondidos e afora. E, pois está claro, não havendo humanos mas havendo nabos, coelhos bravos tratariam então deste procedimento. Sim, sim. É que, notem bem: a Terra vive sem os humanos, já o contrário, pois que não se verifica.
Cabeça cheia
Nunca acreditei nisso das cabeças ocas, as cabeças têm sempre algo lá dentro, que pode, porventura, ser um algo algo (a repetição é propositada) imprestável. Sabem com quantas canetas ando eu todos os dias? Mesmo sem ter escrito grande ocisa, ai perdão, coisa com elas nestes últimos dias? Sabem? Sete (7). Não importa lá muito ter comigo a todo o instante da vida mais de meia dúzia de canetas mas esta não é uma questão oca dentro de uma cabeça que (não!) está oca, ora essa, tenho um motivo! – sei lá se no momento em que quero escrever as coisinhazinhas me apetece escrever de vermelho ou de roxo, né? Ou verde! Ou azul! Fosse eu uma influencer daquelas mesmo boas e agora era ver a Molin ou a Stabilo a enviar-me para casa enormes caixas com canetas de todas as cores lá dentro. Ai era.
Cores e ovelhinhas
O campo que por alturas de Maio se me mostra de amarelo e lilás, por ora, quase em Maio que este dia é, tem dois mantos de lilás, um maior que o outro, e quatro ou cinco pontilhados de amarelo, de diferentes tamanhos. As ovelhinhas estão maiores do que há duas semanas, estive há pouco a escrutinar tamanhos com a régua que trago nos olhos. São felizes e não o sabem e é por isso que são felizes. Os humanos é que precisam de conhecer os opostos, não deslindam uma coisa sem conhecer a outra. Tolos, afinal, o que somos.
Ímanes
A caixa dos óculos, descobri há dois dias, tem ímanes debaixo dos tecidos imitadores de pele e camurça de que é feita. Assim, sempre que retiro os óculos ou os coloco, não eliminando completamente o escorregar ou resvalar, o certo é que pode travar essas descidas não intencionais, pois, por conta do magnetismo, os óculos ficarão grudados na caixa. Foi por esse grude acontecer que percebi esta questiúncula. Caixa de óculos um tanto ou quanto segura, esta. E pensar que a rejeitei durante dois anos.
Cinco euros
A nota tem inscrito à mão um 905 mui vistoso. Quero dizer: eu vi. Toda a gente sabe que o dinheiro é como um rio veloz, não tarda a nota vê-se na Bélgica, ou coisa assim. Pronto, também posso inventar que a inscrição foi feita dans la Provence, à Amélie les Bains, par exemple, com o propósito de me vir visitar e me trazer cumprimentos do grossíssimo plátano que lá mora há para mais de cem anos.
Microfones, são dois
Ao presente tenho dois microfones. Um deles não serve para nada porque o telefone não põe duas aplicações a trabalhar em simultâneo. Comprei-o porque tinha esperança de encontrar um meio de conseguir isso, só que não. O outro é para usar na minúscula máquina de filmar viagens, a qual filma aquilo que eu quiser, mesmo que parada esteja, só que ainda não o experimentei. Portanto: já se vê o interesse que este post tem.
Cenoura
Uma cenoura crua é deveras saciante porque se gasta um ror de tempo a demoli-la. Demolir, neste particular, é mastigar, e a mastigação integra a saciedade.
Sonho
Sonhei que tinha ido bater à porta da pedicura para ela me retirar uma pele do pé. Apenas isso. Por ser apenas isso também no sonho, senti-me envergonhada - mas fui - e desculpei-me durante o tempo que ela levou a retirar a pele.
sábado, 17 de abril de 2021
O gorro
Quando cheguei à adolescência a minha mãe dizia «a minha Gina é também bonitinha» com alguma regularidade. A foto abaixo fez-me lembrar isso. Ser bonitinha é vantajoso para a altura de envelhecer, continuo bonitinha, também. E ainda. Sinto algum pudor e receio por juntar uma imagem e um texto onde me digo bonitinha. O pudor vem da vaidade e o receio também. Incrivelmente. É que pode alguém discordar e não tenho argumentos contrários. É, porém, verdade que a beleza está nos olhos de quem olha, nunca em quem é olhado. Olha, pois é! Este é um bom argumento! Bom, agora outra coisa: esta é a minha mais recente foto de perfil e é meu costume deixar um registo da foto nova e blás e, se bem que não tenha sido só esse o impulso que me levou a publicá-la, a verdade é que, pronto, cá está ela, e importa-me dizer que não tem filtros, que me retrata fielmente ao nível (do desnível) da tez, que escolhi esconder o cabelo porque é um modo muito próprio de desnudar a personalidade, afinal a cabeleira é uma moldura, quiçá realce ou deixe escapar algo (lá está: filtre) e que, pá, sou eu, em bruto. E bruta, às tantas.
Nota: publiquei esta foto filtrada, e muito, aqui e aqui.
Comprinha
Comprei uma peça de roupa e, aquando da despedida, a funcionária recomendou: «Quando chegar a casa a senhora vai e experimenta, vê como fica, se gosta, se não gosta...» Não tenho presente o que respondi mas deve ter sido um «pois» ou um «sim». O certo é que eu, bem como ela, sabemos como somos voláteis e indecisas e não há nada melhor do que o espelho lá de casa para acabar com dúvidas.
Dia de (disseram na Rádio)
Esta semana a Radio anunciou três 'dia de' que quero registar com ideias antigas e empoeiradas, au eva ende iéte, verdadeiras. Nada verdadeiro este inglês, bem sei que é tolo e desarranjado, mas é tão meu como o blogue de onde retirei as ideias. Vamos a elas:
13 de Abril, terça-feira - Dia do Beijo
As cadeiras transparentes são mesmo transparentes. Mesmo, mesmo. Por entre elas pude ver um beijo fogoso e sôfrego dum par composto por gente jovem. Há algum tempo que a transparência daquelas cadeiras não deixava transparecer nada.
|24 Maio 2016|
14 de Abril, quarta-feira - Dia Internacional do Café
Não vivo sem cafeína. É. Pode ser cápsula de café meio forte ou forte, fraco é que não. Não vivo sem cafeína, mas havendo só do café fraco, venha ele. Por vezes tenho até que encher a cabeça de cafeína pra escrever, quanto mais.
|18 Abril 2018|
|18 Abril 2018|
16 de abril, sexta-feira – Dia Mundial da Voz
Eu e o meu colega não falamos dos clientes quando saímos das suas casas, após o serviço. Descemos a escadaria do comprimento que for, fazemos a viagem de elevador do tempo que levar e, na rua, desbobinamos.
Esta senhora deve ser cantora ou atriz, não achas?
Sim, está ligada às artes. Eu sei porque quando cá vim, da outra vez, falámos disso.
Pois, bem me parecia, o modo como ela coloca a voz...
Sim, e a doçura. Se calhar também é professora.
Hum, olha que não, precisamente pela doçura da voz.
Não, digo de representação e isso.
Ah. Pois. Se calhar.
|27 Abril 2018|
Em tempos idos
O meu primeiro ofício foi costureira, que abandonei ao cabo de uma década para me pôr atrás do balcão do velho estaminé. O gosto pelos trapos perdurou ainda uns bons anos e fui tratando de costurar algumas roupas, tanto para mim como para a rica filha. Entretanto, por coisas e coisinhas, fui desgostando de comprar tecidos, escolher modelos e aprontar toda a sorte de peças de roupa, a empolgação era nenhuma, e, mesmo forçando a questão, e garanto que a forcei e me esforcei, acabei por desistir. De todo. Redundância. 'Desistir de todo é redundância.» Contudo - ou com tudo, sei lá - tem vindo a apetecer-me costurar e há dias visitei a caixa onde guardo cortes de tecidos e outros tesouros têxteis, acabando por relembrar um dos cortes que comprei vai para meia dúzia de anos e do qual gosto ainda bastante. Se for na minha própria conversa e fizer o que conversei comigo, daí sairá algo que usarei com vontade. Entretanto devo dizer que estou tão envolvida no regresso às trapadas que o corte de tecido já repousa na própria bancada da máquina de costura, aguardando calmamente que esta que vos escreve, alfim, se decida. Falta só dizer-vos que em tempos idos o costume de costurar era tão intenso, feliz e presente na minha vida versus blogue que 'trapadas' foi inclusivamente o nome que dei à etiqueta onde, no blogue, registava o que faria com este corte de tecido ou com aquele.
Cabelos
Ainda não contei no blogue que, afinal, oh glória terrestre, os cabeleireiros reabriram quando ainda estávamos em Março, qual só lá para Abril, qual quê. Logo que passou a louca afluência de necessitadas/os marquei a minha vez – descansadamente, obviamente - que seria a segunda nesse salão e, oh glória terrestre, saí de lá depois de sopros mui ligeiros na cabeleira, umas quantas melenas ainda molhadas, a bem dizer: despenteada e afastada do uso normal de pessoa que vai ao salão, e folgo que assim me tenha acontecido. Olarila. Convém-me fazer este registo por conta de um outro registo que já figura no blogue há mais de dois meses. E a questão principal nem é essa, venho contar que me foi o cabelo lavado enquanto uma cadeira cheia de peças móveis lá por dentro me massajava as costas. Digamos que o encosto estava recheado com engrenagens que fazem massagens. Sempre ouvi dizer que as rimas encerram verdades - engrenagens, massagens. E, mas, olhem que aquilo é porreiro, hum-hum, é-é. Tanto que só agora que redijo este texto me lembrei que aquilo é - somente - uma máquina.
Loures, 17 de Abril de 2021 - Hoje está um lindo dia de sol.
Ontem, no último post que publiquei não referi que a foto foi tirada do ponto de onde geralmente escrevo muitas das coisas que publico no blogue. Considero importante essa referência, por isso reincido nessa foto. E atentando na de hoje - já agora, né? - registo que esta é a perspectiva que em certas posições me acolhe quando estou nas aulas online do Ginásio.
Albaricoque
Terminei agora mesmo o doce de alperce, cujo tempo de permanência nesta casa está nos sete meses, altura das últimas férias. Trago sempre coisas de mercearia, gosto de fazer compras em banais pontos de lugares aonde vou de longe a longe e, por isso, as mercearias não me são banais. Esta embalagem estava aberta há meses, não tantos como os que há que ocorreram essas férias, mas meses. O espanto está na ausência de bolor na camada superior. Há outros doces que compro e, se não marcham logo que abertas as embalagens, emboloram rapidamente, trazendo desperdício. Numa próxima oportunidade terei em conta esta questão para me decidir a trazer um maior número de embalagens.
sexta-feira, 16 de abril de 2021
quinta-feira, 15 de abril de 2021
Verde
Se bem que eu reconheça este cotovelo em qualquer parte do mundo, deixo registado que é a árvore amarela, não vá vocês não saberem e, obviamente, quererem saber que raio de árvore é esta.
Cinco dedos
quarta-feira, 14 de abril de 2021
instagrammer
Estou para aqui uma instagrammer que é qualquer coisa de very special. Então não é que a última foto que postei – falo assim, mesmo à instagramer way – teve um alcance que alto lá com ele? Ena. Ena, não, wow.... Está agora permanentemente Mr. Instagram sending alerts saying 'hey, Gina, olha só o engajamento que conseguiste com uma foto tão singela e despretensiosa?, não queres perceber que, também aqui e afinal, se atenta no que fazes?'
By the way, a foto é de ontem e pu-la no Instagram copiada deste post, que eu cá já se sabe que o primeiro dos primeiros é o blogue. De nada, ora essa.
By the way, a foto é de ontem e pu-la no Instagram copiada deste post, que eu cá já se sabe que o primeiro dos primeiros é o blogue. De nada, ora essa.
Material cirúrgico
Não fora a quantidade de vezes que a 'máscara' é proferida e não teria ainda notado que há pessoas que proferem 'másquera'. Ouvi há coisa de meia hora, de alguém que estava na avenida, conversando, e foi passagem que ouvi.
Lisboa, Lisboa
Numa das ruas lisboetas que mais se me apresenta em cada jorna, o número 30 está numa posição quase disparatada, não fosse eu já lhe ter incutido uma certa seriedade. Colaram-no na ombreira do portão, que, por precisamente ser portão, não se acha naquela entrada uma bandeira onde colar o dito número.
Cinco minutos
Se alguém encontrasse o meu blogue e tivesse apenas cinco minutos para lê-lo, recomendar-lhe-ia os posts onde refiro os ricos filhos, ou então aqueles em que falo de comida. São os posts onde a minha verdade é uma verdade feliz. Hoje é catorze de Abril e há precisamente quinze anos eu dava início à minha vida de blogger. À data tenho para aí trinta mil posts publicados (em váriso... ai perdão, vários blogues) e garanto que a maioria foi debitada atrás do balcão.
Etiquetas:
Do blogue…,
Escrever...,
Estaminé...,
Imitei para comer...,
Planeando o fim-de-semana...,
Planos para comer...,
Ricos Filhos...
terça-feira, 13 de abril de 2021
Quase
Um (quase) cliente parou a marcha da viatura no meio da faixa, pôs-se na rua e foi daí que perguntou 'tem sacos de ráfia?' Estava portanto entre a gente os dois uma boa meia dúzia de metros mas depois aumentou para quilometragem porque eu lhe havia dito que 'não'.
Quentinhas
O cliente pediu que copiasse a chave por quatro vezes. Pediu ainda que as fizesse «assim quentinhas». Não precisei de grande estafa para pôr quentura nas chaves, ocorre inclusive que jamais conseguirei que uma frese (metálica) em rotação sobre si e em colisão com um corpo (metálico) não sobreaqueça, quanto mais. No Inverno mal se lhes nota a quentura mas, dê-me este Verão muitos dias de quarenta graus e que coincidam com clientes querendo chaves, que facilmente as conseguirei bem bem bem quentinhas.
no fim, um reparo:
'quentinhas' é outonal, lembra o pregão das castanhas assadas, que está à distância de meio ano
Sonho
Sonhei com pessoas enleadas na compra de uma loja que ficava no segundo andar do mercado. Estavam felizes (mesmo que enleadas), acenavam-me da janela e tudo. Não me lembro se correspondi ao aceno, é bem possível que não, que eu, mal educada, até em sonhos.
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Chão
Passei na rua mais bonita de Lisboa e vi uma mulher sentada no chão, entre dois carros. Pensei perguntar-lhe se estava tudo bem mas fui notando duas malas ali ao lado, abertas, mexia em papelada, enfim, ia meter-me na sua vida por conta de quê? Da empatia, claro. Que não tenho. Pois. E eis que me surgiu a hipótese de afinal as malas não serem suas e por isso se escondera entre dois carros, o dia chuvoso e tal, desagradável, e bem, sentar no chão molhado, está um frio do caraças, ainda que em Abril estejamos... Será que as malas não eram suas? Hum, logo eu que não vejo policiais, tampouco os leio, venho para aqui com estas imaginações todas... Au eva, o certo é que 'imaginação' tem o meu nome no meio.
Envolvimentos
Envolver claras em castelo numa massa não é uma boa metáfora para as relações interpessoais. É certo que as claras se envolvem por partes até se ligarem à massa e o mesmo parece acontecer com as pessoas até se ligarem a, e com, outras pessoas. Contudo, se numa primeira vez as claras são envoltas à bruta na massa e as restantes partes o melhor é tentear o envolvimento para não acabar com a harmonia, com as pessoas acontece precisamente o contrário.
Fermento
Comprei um fermento especial para massas doces. Agora já posso fazer pãezinhos de leite com maior probabilidade de me saírem altos e fofos. Não cheguei a ler a descrição na embalagem mas não duvido que seja no mínimo algo nesta base o que lá vem escrito. Posso até fazer waffles de Liège e usar, finalmente, aquele açúcar granulado que comprei em Zowelle vai para dois anos. Pronto, este é um post daqueles em que preparo o meu futuro e viajo até ao passado. É bem que é, na mesma, uma casualidade, digo: ter encontrado uma prateleira no supermercado com este produto que inova pela especificidade e que quero muito experimentar. É que, vamos lá a ver, as minhas massas brioche não saem assim tão fofinhas quanto isso e, de cabal que este produto augura que é... Então vá. Ah, e sim, tenho um açúcar grosso que quero pôr em waffles, sendo estes uns que são feitos com uma massa daquelas que calha bem levar o tal fermento-novidade. Quando os fizer conseguirei uma camada de açúcar beeeeeeem queimado nas placas da tostadeira. A lavá-las é que decerto o fermento não actua, qual cabal qual quê.
retratos
imagens que retratam o meu pai
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retratos de um pial que adoro
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O pial encanta-me desde sempre. Dantes, nos idos anos da minha infância, todas as portas daquela rua tinham um pial, uns com um degrau, outros com dois, e, se bem me lembro, havia um com três. Divertia-me percorrer a rua para os comparar – ah este é cinzento, ah este é castanho, ah este é feio e... tcharan!, este é lindo! Se comparado com os restantes da sua espécie, o pial retratado era liso, aprumado, vistoso. Era o meu preferido. Actualmente é o único pial de toda a rua, todas as outras casas foram remodeladas e em nenhuma se manteve os piais à moda do Alentejo. Recordo também que as paredes terminavam (ou começavam, sei lá), aliás, as casas eram, e são assentes em xisto, daí que na base se visse partes dessas rochas, que lascam facilmente. Para mim eram pedras que escreviam, obviamente porque escreviam. Passava algum do meu tempo a escolher a melhor pedra, a mais pequena, a mais confortável, para escrever em outras rochas. O que escrevia não sei, talvez o nome e a data. Saio ao meu pai, e 'quem sai aos seus não degenera', lá diz o ditado.
escrito em 16 de Setembro de 2020 e copiado hoje
... Faltou dizer que o pial em questão era o mais bonito da rua, sim senhoras e senhores, mas porque, à época, estava bem conservado. Actualmente não. O que se deve, presumo, ao facto de a casa estar desabitada há largos anos.
escrito em 20 de Setembro de 2020 e copiado hoje
nota:
as fotos deste post pertencem ao dia de ontem - 11 de Abril de 2020
domingo, 11 de abril de 2021
sábado, 10 de abril de 2021
Desistir é ficar mais longe
Por tanto visitar recantos da mente, ao longo de anos fui consciencializando medos e inseguranças e, se essa consciência me trouxe a firmeza de saber - ah, então é isto o que tenho que erradicar (epifania!) - acrescentou o medo de não conseguir manter-me fiel ao propósito de ser mais feliz. Enfim, crescer dói. Pois (ponha-se aqui o contrário de epifania - consultei um dicionário e obtive 'escondimento' - vá, afinal isto de doer já se sabe, né?).
Dérbi
Há dias em que uso a vontade de viver para colmatar a vontade de morrer. Bem esgalhado, o 'colmatar', hã? Bom. Então. É com a vontade de morrer que percebo que tenho vontade de viver. Este dérbi tem resultado sempre num empate. Hum, ok, vá – vá de prosseguir.
Dores
Lembrei-me de elencar: O ponto de cada dor. A causa. A durabilidade. A periodicidade. O que piora. O que alivia. O drama contido. A passividade. O que põe no esquecimento. E estaquei.
sexta-feira, 9 de abril de 2021
dois pontos
hoje é:
sexta-feira
dia perfeito:
um em que não sinta fome
fim de semana perfeito:
um em que não sinta fome
sexta-feira
dia perfeito:
um em que não sinta fome
fim de semana perfeito:
um em que não sinta fome
Os dizeres da Olívia
Os dizeres vêm no postal que acompanha a ração e os biscoitos da Olívia, a minha cadela, e são puramente humanos. Se bem que se dirijam ao bicho-cão, a verdade é que somente humanos lhes poderão aceder, por mais que eu lhe transmita esses recados. (Na verdade nem tentei ler-lhos, por ser já sabedora do debalde.) Bom. Então. Vem um dizer manuscrito, que (oh quanto adoro redundâncias!) diz assim:
Entretanto, e depois de efectivar o clique acima, percebi que a mensagem nem é bem bem bem dirigida à Olívia que está, tampouco aos humanos que a acolheram, está num estilo abstrato - ah, a gente aqui não se direge a nada nem a ninguém e tal e tal. Depois tem mais coisinhas, o dito postal, pero en castellano:
«Perro sano, familia feliz! Gracias por darle lo mejor a tu peludo. De ahora en adelante, la caja violeta será sinónimo de una dieta sana y más rica en nutrientes, con soporte veterenario para tu perro, siempre. Bienvenido!»
De volta à mui amada Língua Portuguesa, eis Olívia com uma ração super especial, super indicada, super personalizada, super mais mais mais. Diz que obterá «amor em cada refeição»: «sabor javali e cordeiro mini» (hum, não curti o 'mini', penso imenso nos leitões... isto quando a ocasião mos lembra); «27% proteína, 16% óleo e gordura, 3.5% fibra» (percentagens indicadas para séniores e, se sénior, quer-se o quê? cópia aparecerá já já já); «sempre jovem - com 3 suplementos nutricionais para articulações fortes, saúde gastrointestinal e um pêlo sedoso e brilhante; melhor digestão, mais sabor - com carne ou peixe fresco para máxima absorção de nutrientes, níveis de energia óptimos e mais sabor; mais vitalidade - complexo adicionado, um suplemento inovador com ação antioxidante e reparadora da imunidade»
Veio também um copo medidor da dose diária recomendada, que, diz o postal: «não é um copo qualquer: é O COPO!» Lembrou-me um dos meus tiques de escrita, só por dizer que não é igualzinho, eu escreveria «o! copo». Não tenho tudo tudo tudo copiado do postal (que na verdade são três e um deles desdobra-se em quatro, mas por ora está de bom tamanho a cópia que deles fiz.
Olívia, onde estás?
Olívia, onde estás? - Perguntei. - Não quero pisar-te. Sabia-a ali porque a ouvira chegar e deitar-se no chão, mas a penumbra não molda da melhor maneira uma cadela preta. Percorri o quarto com cuidado e vagar. No corredor já não teria como a pisar, há meses que a Olívia deixou de me acompanhar ao pequeno-almoço.
quinta-feira, 8 de abril de 2021
quarta-feira, 7 de abril de 2021
terça-feira, 6 de abril de 2021
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Por interesse
É do meu interesse registar que as 'Lisboa, Lisboa' de hoje - que são quatro e estão imediatamente abaixo deste mesmo post - estavam alojadas no telefone em modo oral há uns dias e que as redigi, precisamente, hoje.
Lisboa, Lisboa
Um drone sobrevoava a área. Filmava, presumo. Havia também camiões com dizeres cinematográficos e pessoal de bastidores. Os camiões estavam estacionados e o pessoal circulava. Aquilo tudo era para fazer filmes, presumo. Mas vamos mas é ao concreto. Cruzei-me com dois miúdos, ambos interessados no trajecto do drone. Um deles comentou: «estar com a cabeça toda para trás até parece que vou cair».
Lisboa, Lisboa
Acerca dos desenhos que há agora em cada esquina que rodeia o estaminé, devo dizer que já as espezinhei todas. Devo dizer também que a esquina que contém o maior desenho é a que mais próxima está do estaminé. Maior e mais bonito. Não me lembro se no outro post onde debitei este assunto fiz registo de que era em esquinas que os desenhos assentam praça – da escola de condução à pastelaria e daí à tasca, da padaria ao cabeleireiro, da mercearia à lavandaria, do mercado à frutaria e daí à retrosaria.
Lisboa, Lisboa
Já conheci uma catrefada de escritos na parede branca. Que já foi meio que amarelada (meio que amarelada é amarelo que branqueou, pronto). Logo mais outros artistas lá escreverão as suas mensagens. Tem sido sempre assim, lá isso.
Lisboa, Lisboa
«A menina não vá para aí!» Avisou o magnata, que, ao meu «porquê?», explicou que estão em obras. Mas fui - não sem lhe deixar um sorriso agradecido, todavia vão, o aviso, mas - à data era já sabia quais eram os pedaços de calçada onde podia circular, bem como os cortes e os desvios. Para mim estas obras já deixaram de ser notícia, já dei, inclusive, notícia no blogue, faltou-me foi uma coisinhazinha: naquela altura em que as placas estavam ainda por assentar, um dia pareceu-me ver jeitos de serem também retiradas as grandes e rudes pedras que fazem de passagem por entre as metades da calçada desta avenida. Fiquei estarrecida, pá, isso não, né, atão...? É um pavimento icónico, vá lá, não enfeiem aqui o pedaço, tá?
domingo, 4 de abril de 2021
Almoço de Páscoa
Dois cubos de peito de frango frito com temperos (que sei lá eu quais lá pus) mantidos (para aí) por vinte e quatro horas, que acompanhei (um resto de) arroz basmati e massa chinesa (feita na hora). Há semanas que me não sabia tão bem um prato de comida de garfo. Sério. Pratinho, quero eu dizer.
sábado, 3 de abril de 2021
faz de conta
faz de conta que ia para o meu quarto escuro (para dormir)
(mas ficava era à espera que começasse a aula)
faz de conta que permanecia (propositadamente) na sala às escuras
(era a primeira a entrar e não me apetecia acender a luz)
faz de conta que (esperava) pela luz do tecto
(porque algures no tempo chegaria alguém que a acenderia)
(mas ficava era à espera que começasse a aula)
faz de conta que permanecia (propositadamente) na sala às escuras
(era a primeira a entrar e não me apetecia acender a luz)
faz de conta que (esperava) pela luz do tecto
(porque algures no tempo chegaria alguém que a acenderia)
sexta-feira, 2 de abril de 2021
quinta-feira, 1 de abril de 2021
A mulher dos passos
Hoje tive dificuldade em estar quietinha - 18763 passos, diz o meu telefone que dei, Lisboa afora.
Ena.
Ena.
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