terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Lisboa, 30 de janeiro de 2018

Estou sentada no banco hater, o que não acontecia há muito tempo. Por estes dias, já consigo sentar-me aqui sem enregelar o cu. O sim-senhor, ah ah. Infelizmente, o placar não anuncia os graus. Degraus, ah ah.
Por conta daquela situação com Marió, tenho andado com a cabeça às voltas. É um texto que eu tenho que escrever e eu dou-me mal com isso do ter-que-escrever, ai porra que me tiram a liberdade! Tenho que escrever acerca de uma ideia que está enraizada em mim há décadas:
EU
não posso ser
EU
É que tudo na minha vida vai dar aí, eu não posso fazer, sentir, ser, conseguir. A prisão. O horror.
Que sono. Hoje estou nisto do sono que não é meu, estado que me acontece por fases de dias ou semanas seguidas. Mas eu não posso ter sono. Pois. Então e quem se levanta de madrugada, como faria, se fosse como eu? Como é que eu acho que essas pessoas vivem, ensonadas, não?
Que vontade de escrever tudo o que me passa pela cabeça. Mas
EU
não posso escrever
TUDO
Que imensa alegria me encheu o coração agora mesmo por ver a árvore ao lado direito do poeta, que os ramos dela se confundem no ar com os desta aqui já ao pé de mim, que ambas recortam o deslumbrante céu de hoje, que há nuvens e tudo, mas tão ténues que nelas transparece o azul. Mas eu não posso estar alegre com algo tão vulgar, tão desprovido. Tenho que me preocupar com os afazeres domésticos e as tarefas profissionais, ou, vá lá, com as questões da sociedade atual.
Oh, que forminhas tão bonitas. Vou comprar para fazer bolinhos para os meus amigos. Não posso. Não tenho amigos. Se os arranjar à pressa (o que não é assim tão difícil, qualquer pessoa consegue isso) os amigos revelarão as intolerâncias alimentares de que padecem, o excesso de peso que os ataca por aí, os valores do corpo nos píncaros, ou o seu oposto, o que também é sinal de contenção. Vou mas é ver forminhas e querer tê-las e poder comprá-las.

Escovilhões

Ofertas doces

Num dado dia de há umas semanas atrás, decidi-me a trazer bolos, nomeadamente: queques, tanto que até fiz post, só por dizer que por ora não o vou pescar, e que já trouxe para o estaminé:
queques de chocolate
queques de manteiga
brigadeiros de limão
trigo sarraceno doce
Até agora toda a gente gostou. 👍😋

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Apeteceu-me escrever

Apeteceu-me escrever no meu caderno quando estava na casa de uns amigos. Não o fiz por conta daquilo de eu não poder ser eu. É certo que tenho dificuldade em me pôr a escrever no meio de gente que me conheça, questão que não me preocupa se estiver sozinha num local público, aí escrevo sem reservas. Se eu podia encontrar o mesmo desligamento e escrever? Podia. Pouco lhes importa o conteúdo do meu caderno, o problema não é esse, é que eu, se atualmente posso escrever ao pé dos amigos, destes amigos, e sei que poderia, é porque eles conhecem particularidades da minha vida, nomeadamente que sou socialmente fóbica e tendencialmente suicida, embora não me reconheçam nestas palavras. Sério. É quase como se, afinal, ninguém me conhecesse. O que eu quero dizer é que não parece que sou assim mas sou. Essa é outra questão que me aborrece, porque sou o que não pareço?

Preocupa-me, e não poder dizê-lo abertamente

Quando digo 'oh, isso não!' posso não estar debaixo dessa preocupação, antes me capacitando de um mero facto, o que não é entendido como franqueza, mas sim tolice.

Base de creme doce

8 tâmaras medjool
150 gramas de farinha de amêndoa
1 colher de sopa de cacau em pó
50 gramas de açúcar mascavado
50 gramas de avelãs
50 gramas de chocolate preto

Colocar tudo no processador e triturar até ficar numa pasta. Encher uma forma de fundo amovível e completar a sobremesa com um qualquer creme de semifrio.

Obituário

Morreu aquele senhor que disse - o primeiro dos primeiros a dizer – que este estaminé tinha ficado mais bonito porque agora eu estou cá. Oh.

Comprinhas

Guardanapos de papel singelo
Forminhas de papel frisado
Tigelas de vidro com tampa hermética
Pão fatiado

Levei um ror de tempo a decidir as cores dos guardanapos. Alfim, agarrei nos cor-de-rosa e nos verdes.
A embalagem das forminhas diz que tem cem delas lá dentro, mas, contando um dos seis montinhos, não acredito. E, para não levar um outro ror de tempo a confirmar exisitências... deixei-me estar.
As tigelas com tampa hermética vieram por conta da falta que por vezes me faz recipientes do género. São piriris, úteis e, ademais, bonitas.
O pão, ultimamente, já quase nem preciso dizer à menina que o quero fatiado. Dantes: «quero um pão fatiado, se faz favor» dizia eu, agora: «quer fatiado, não é?», adivinha a menina.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Olá
Há exatamente dois anos era sexta-feira e o primeiro post do blogue foi assim:



Bom dia. São dez e quinze. Dez e um quarto. Passam quinze minutos das dez da manhã. Passa um quarto d' hora das dez. 10 e ¼.



(de nada, ora essa)

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O estaminé dá as boas-noites aos leitores





Latim & Bochechas & EU

Fui ver o latim mas não ele não me disse nada. Passou-se-me o encanto, o que lamento e me alegra. Lamento porque era foco, e eu vou sempre precisar de focos, e alegra-me porque estou diferente.

Ia eu subindo para cima,
o que nada tem de inatural ou extraordinário, giro, giro seria eu descer para cima, isso é que era,
e escolho descer para cima e não subir para baixo porque o que conta é o destino e o destino estava lá no alto,
mas, tornando,
ia a subir a ladeira da minha vida quando dei de caras com o amigo mais bochechudo que tenho no meu rol. Demos dois beijinhos cada um, o que perfaz quatro desses, nas bochechas e ele estranhou:
«Ah, estás tão fria, Gina!»
Bom, fiquei um bocado coisa e resolvi-me a responder que vinha andando apressadamente à conta do frio, logo: a cara é pele que vem de fora, portanto... vai daí... né?
E com isso da friagem lembrei logo a morte e toda a diferença na minha vida se desintegrou e fui visitada por este pensamento: «está quase 'migos, estou mesmo quase a morrer»

Não tenho emenda. Terei emenda? Não me emendei!
Estou cansada. Sério, estou mesmo cansada. Não é da minha vida, é principalmente esta a diferença que noto, ao presente não é a minha vida que me enoja ou entristece, estou é estupidamente cansada deste eu.
Marió diz que estou a resistir à cura. Não lhe tiro a razão, mas é que esta coisa de mudar é esquisita, se eu não for eu, então como vou saber que é este eu que eu tenho que procurar ser? E se afinal este eu também não funcionar por conta de o outro eu querer ser eu?

Post do passado com foto do presente






São pedaços de uma enorme folha que recortei com uma tesoura que faz triângulozinhos. Confunde-se com o natural recartilhado da folha, embora seja diferente, mais miúdinho. Resolvi fazer diferente com esta folha porque gostei muito dela, como de milhares de outras, voltei a trás para a apanhar, como faço com tantas, mas depois ela estava assim como que meio desfeitinha e, vai daí, fiz-lhe o que lhe fiz.

Post do passado com foto do presente







São folhas do outono que passou. Recolhi-as há tanto tempo que não me lembro onde. A da direita, é especial, linda. Digo especial porque nenhum dos meus cadernos, aqueles dos últimos tempos, contêm uma assim. Talvez, estou para aqui a lembrar-me, a tenha recolhido na avenida da República, naquele dia em que andei muito em Lisboa, mais precisamente: entre o Campo Grande e o Saldanha. Mas, realmente, não tenho a certeza, não.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A árvore amarela
e o
Lugar da musa

Venho dizer-vos que este ano ainda não pousei os olhos em cima da nua árvore amarela. Nua, sei lá eu, tanto tempo há que estou sem a ver, quem sabe o janeiro lhe tenha já dado alguma cor. Mas, sinceramente, não creio nisso, não é árvore para se adiantar dessa maneira.
Venho dizer-vos que este ano já visitei duas ou três vezes o lugar da musa, mas, como nos últimos tempos tenho engordado o blogue com poucochinhos posts e, caso tenham reparado, até nem estou assim tão presente, já não malembra se vos falei deste lugar da musa, que é novo na minha vida, ou então não. Olhem: os pacotes de açúcar são do local e são giros pra caraças, quero não masquecer de os fotografar um dia desses.

O forno

Quando quis acender o forno, o dito negou-se ao trabalho toda uma catrefada de vezes. Vai daí, como se sabe, tudo o que avaria, avaria aquando de uma necessidade premente, portanto eu tinha a massa das bolachas de avelã prontinha a estender, e só não tinha o tabuleiro forrado e preenchido com elas porque tenho o saudável hábito de acender o forno bem antes de. No entre dos tantos, ó pá, então tu não fazes fogo, e agora? Como sou mesmo coiso, mas mesmomesmomesmo coiso, tive a genial ideia de cozer a massa na frigideira. Isto porque, em dado momento da minha vida, tinha conhecido a 'bolachona na frigideira' através da tv e fixado o inusitado modo de cozer uma bolacha. Oh céus, estou safa!, pensei eu, e fui buscar a frigideira mais pequena para não fazer uma bolachona só, mas sim uma data de bolachonazinhas. Esta frigideira, ó:






Não me safei assim tão bem. Pois.
Por saber que este é um preparado que precisa de selar o mais rapidamente possível, deixei a frigideira aquecer bués e depositei a massa em cima desse imenso calor. Isto, cheia de paciência e controle para não andar a mexer-lhe e estragar tudo. Au eva, não resisti e levantei-lhe uma bordinha. Pumba, coiso, tu sune. Seguidamente aguentei melhor as ânsias e deixei-a estar, só que exagerei no tempo e ela queimou. Mau Maria... Vai daí, com a pressa de retirar a massa da frigideira e a frigideira do fogo, o que fiz foi pô-la em cima da mesa que tinha uma toalha ½ poliéster e outras fibras, que não se aguentou com o choque e derreteu. Portanto: fiquei com uma linda toalha de papoilas, coisa mai linda pá, com um buraco bem redondinho e boa para jogar no lixo, bem como uma frigideira com um pedaço de tecido agarrado ao fundo, como realmente joguei. Ambas. Ainda pensei tirar uma foto, mas. Até ficava gira, imaginem um buraco numa toalha e um redondel queimado numa base de frigideirinha, só por dizer que.

Olá! Espero que do post anterior até este momento tenham realmente tido um muito bom dia! Tenho aqui uma foto espectcular! É a Gina! E o Juji! Só não sei qual é qual mas não faz mal, eu gosto deles na mesma!