quinta-feira, 11 de agosto de 2022

De longe a longe

Vi nas netes uma ideia que diz que as pessoas esperam que quem tem uma doença mental se comporte como se não a tivesse. Concordo. Acho que até os próprios doentes esperam isso. Acho que até esperam isso porque, lá está, é o que as pessoas esperam. Ninguém quer estar com os loucos. E, tanto do mesmo modo como por outro lado, ninguém sempre louco se apercebe desse afastamento. Vai daí, ter juízo, mesmo que de longe a longe, é uma merda.

Agendíssima

Tenho uma nova agenda. É tão grande e grossa e pormenorizada que lhe vou chamar agendíssima. Palpita-me é que vou deixar de lá apontar as faltas de supermercado. Se calhar faço mas é um post em cada ida, id est: com rasuras nas faltas suprimidas e uma referência por escrito às desistências. É que também as tenho. Mas por ora fique-se então com estas minudências:

O ano começa já em 31 próximo
Há uma frase inspiradora em quase todas as páginas
Há um tema musical todas as segundas-feiras
Há cantos com meros lembretes, como sendo pop-ups
E depois segue o rol: há conselhos, incentivos, ajudas, ideias, mapas de tarefas, desenhos fofos, escalas, listas começadas, agendas de morada e número de telefone, dezenas de stikers, lugar para anotações importantes, post-its acriançados...

As dietas

Há dietas e mais dietas. No outro dia foquei-me num artigo e deslindei casos para emagrecer, concretamente: três. O jejum intermitente, a dieta cetogénica e a dieta intuitiva. Gosto tanto de tudo quanto derive da intuição. Na verdade é como defino o que escolho comer, é uma questão de intuição que fui apurando até concluir umas quantas coisas acerca de como este ou aquele alimento vai acontecer cá dentro. Das outras duas dietas não tenho saber próprio. Nem vontade disso. O jejum intermitente, só de imaginar estar doze horas sem ingerir já me dói coisas. Sim, pode ser à noite mas decerto implicará ir dormir cheia da fome. Não, obrigadinha. A cetogénica, pronto, vamos lá a ver, onde pára depois a força...? E o humor? Não, não.

Bem

E eu que, no fim das contas, considero que não sei escrever, fui gabada disso mesmo quando redigi o nome Edviges correctamente, congratulando-se a dona dele - 'É a primeira pessoa que vejo escrever o meu nome bem!'

escrever com gente a ver



é-me difícil e, mas, tão bom


Os ricos filhos

A barbearia assente onde antes imperava o velho estaminé é de um jovem casal, pais de um filho ainda bebé e já com outro a caminho. Não deixo de comparar esses bebés aos meus, é que os ricos filhos também conheceram os cantos da casa, já por lá cirandavam quando ainda só tinham o gugudádá como vocabulário.

Suporte

A rica filha deu-me um suporte para colocar o telefone e assim ficar a jeito de gravar, ler e ver. É portanto um phone stand no lindo tom rose gold e design by Skyhorse. Gosto muito. E de tudo. Não entendo é o motivo de um buraco na dobra de trás. Hum, porta-retratos...?

Ameixas; cor-de-laranja; vermelho

De lanchinho foi duas ameixas. Não venho desculpar-me da alarvidade, venho é dizer da abundância de sumo das ditas, era tanto que numa das mordidas um jorro me aterrou no canal da respiração e pumba, vai que me engasguei fortemente. Entretanto, por mor dos repetidos cof! cof!, o sumo ia brotando e depositando-se na cavidade de onde eu retirara o caroço. Retirada fácil, diga-se. Cavidade bendita, diga-se também. Mas aquilo passou, já o verniz das unhas das mãos é que tem vindo, não a passar, mas a concentrar-se noutra cor. Pensando bem, tem vindo a desconcentrar-se. Não! Espera, eu explico: Quando escolhi o tom fui decidida, queria vermelho, porém, logo que apontei para o frasquinho a Carminho avisou-me que aquele era um vermelho alaranjado. Discordei, não por tola teimosia mas porque me parecia um vermelho sincero. Ela não argumentou, e dela fale ela mas eu alvitro que o não fez por causa daquilo das posições prestadora/tomadora de serviços. Ora bem, certo é que, com o passar dos dias, o verniz que está junto aos sabugos clareou, parecendo realmente um tanto ou quanto alaranjado, e, o das pontas, escureceu. Dá a ideia que lhes escorreu o pigmento, ou coisa assim. Não sei, lá isso, mas alvitrar, posso.

Nunca me vi

Nunca me vi com esta idade mas vi-me com 15, 20, 35, 50, 53. Com 15 vi-me porque, antes disso, achava que era uma idade do meio, um marco, uma plenitude adolescente, um planalto, um pedestal. Com 20 vi-me porque era outra dezena, porém só, e só, a segunda, daí para a frente seria todo um mundo de novidades. Com 35 vi-me porque foi a idade com que a minha mãe me teve, portanto sempre vi como meta, «aqui já eu cheguei». Com 50 vi-me porque é o topo, daqui para frente só se for a descer, por isso, pá, é agora ou então já não. Com 53 vi-me porque era 2021 e 2021 era aquela meta. E não, nunca me vi com esta idade, e isto, visto num repente, até parece que pode, ou vai, ser uma idade para tudo ou então para qualquer coisa. (Vai ser para qualquer coisa porque ser para tudo não tem jeito nenhum.)

A mania das fotos

Areia mediterrânica em peça de brinquedo largado, pinhão esquecido e partezinha da casca de um outro (saltou quando se partiu) que encontrei algures no chão chão de casa.

É uma perspectiva que encontro bastas vezes. Umas vezes reparo e outras não. Oh, no fundo é como tudo! Bom, certo é que desta vez reparei e fotografei. A maior piada está no foco e desfoco.

Fui regar a plantinha da senhora e, imediatamente antes de colocar o vaso debaixo do chuveiro, pensei tirar uma fotografia bebendo água, imitando uma que em tempos pus no blogue. Desta vez também fotografei e também bebi, só não mostro a foto bebendo porque não gostei dela, mostro porém a outra, a do desperdício.

O gatinho amarelo dormitava, porém, quando saquei do telefone, acordou, ainda que estremunhado. Mesmo que levemente desapontada, porque o que eu queria mesmo era apanhá-lo ausente, cliquei. Depois voltou àquela espécie de sono, o dormitar, e então cliquei outra vez.

Nesta altura do ano há plantas como estas em qualquer junção, (tanto em Lisboa, como arredores e, até, oh vejam lá, em todo o mundo) não sendo, portanto, vez primeira, esta. O extraordinário está porém no facto de esta junção ser uma das do meu estaminé.

reticências de Agosto

8/8; UGU; estranheza

recuerdos

Itens a lidar durante o dia de hoje

portas
ombreiras
prateleira
parede
cortinado
pão
granola
ovos
pudim