sexta-feira, 11 de março de 2022

Mãe e Pai, a foto repetida

foto repetida, vem do post anterior

Há anos que noto este tipo de apontamento em paredes de prédios lisboetas e em algumas dessas vezes captei os dizeres e publiquei no blogue. Logo da primeira vez me fez impressão, reportando-me a algo que entendi/o como fúnebre. Obviamente não sei se é ou não, mas é o que essas visões me fazem pensar. Mudando a agulha, e sem paragrafar, não sou de grandes revisões aquando dos finais de cada ano, tampouco de resoluções ou de ideias do género 'a ver se este ano faço', sei lá, ginástica rítmica, patinagem, dança do ventre (escolhi exemplos de actividades que gostava verdadeiramente de fazer {nunca me dispus a tal, sim sim}). Não obstante, no final do ano transacto tinha pensado fazer um post onde explanaria particularidades do 2021, como, por exemplo, ser uma meta a atingir - burocracias da minha vidinha montes de espectacular, vá - meta essa que se sabia querermos transpor desde 1996, ano em que completei 28 e, ai ca xiru, em 2021 a rica filha completaria 30 anos, id est: mais dois do que eu eu tinha nessa data. E eu queria fazer um post giro e bem disposto com estes números todos, queria-o bem mais explícito do que está, com os dizeres todos escarrapachados, os porquês de 1996, versus 2021, passando pelos 30 da rica filha num futuro que já é passado e deixando os meus 28 lá tão atrás que já nem malembra de quase nada dos sentires dessa altura. Entretanto, e como já se percebeu, o 2021 chegou ao fim e pôs-se-lhe outro ano em cima e pâ pâ pâ e... Aconteceu que a minha mãe e o meu pai morreram ambos em 2021, esse almejado ano, e acabei por não encontrar vontade de fazer esse post bonito dos 30 e dos 28 e de quando a rica filha for mais velha do que eu, oh vejam lá que giro que vai ser e tal e tal. E, quando há dias dei novamente com este escrito da 'mãe e pai' acrescido de datas, desta vez num taipal de obras, percebi que tinha mesmo que fazer um post. Que não está como queria. Aliás: não o sinto pronto. E, mas, está cá, aparece. Deixo só mais este registo: a primeira vez que encontrei um dizer destes da 'mãe e pai' foi em Janeiro de 2020 e na altura relacionei-o com 'fúnebre', como aliás já referi acima. 

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