quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Primeiro

Bom dia. São dez e vinte e oito. Ah! Dez e vinte e oito! Que engraçado! Nunca tinha começado o blogue a esta hora! Fantástico! Fenomenal! Formidável! Ena pá, tanta coisa boa a começar por éfe! Já chega de pontos de exclamação. Vou continuar, mas com menos entusiasmo. Hoje vim de botas. Saudades? Não. Vinha por aí abaixo e ele era fitas no cano das botas e ele era fitas na base do casaco, isto sem que eu queira aludir ao faroeste, é simplesmente uma questão de logística. As roupas, calçado e acessórios vão buscar os temas que alguém ditou como moda, e então são lançados no mercado milhentos artigos que lhes aludem. É muito simples. Obviamente as pessoas aderem ou então não, mas a verdade é que as pessoas geralmente aderem. Eu aderi às fitinhas – avivam-me, dançam-me.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ao pé da árvore

A caneta que achei ao pé da nona árvore que encontra do lado direito quem desce a rua mais bonita de Lisboa ali anda, na minha mala, acompanhando a que já lá andava. Aquela é azul, tanto no corpo como na tinta e até na tampa, esta é cinzenta mas ocorre que não tem tampa e vai daí eu uso a da caneta verde que entretanto morreu e eu fiz-lhe funeral e tudo. Post, fiz post. Um post é cerimonioso, assim eu queira, e aquele foi.
Ainda não registei no blogue que a caneta achada (azul) é do mesmo fabricante da tal (cinzenta) que já andava na minha mala, só por dizer que esta é cinzenta (já tinha dito mas não vá não se perceber...) no corpo e na tampa e preta na tinta e aquela é toda ela em azul. Ora acontece que, ao compará-las, notei que onde eu pensava que ia a tinta da caneta preta, e portanto ainda lhe falta (ou faltava, sei lá) muito tempo para morrer, pois que não senhores, qual quê, eis que a caneta azul vem nas mesmas condições, é assim tipo uma linha avisadora que não avisa mas é porra nenhuma.


Ó Gina, tu leste?

Sim.

Eu tão fofa. Eu tão querida. Eu tão dentro do esperável. Tantas pessoas lendo lá no lugar (que também pode ser) da musa. Mas obviamente não o mesmo livro que eu. Tantas pessoas. Tantas cadeiras transparentes.

Sabes

Sabes uma coisa?
Só sei uma e não deve ser essa.

Sabes que gosto de andar sozinha e/mas que me sinto demasiado sozinha e tu sabes que para não te sentires sozinha tens de acompanhar alguém.
Sabes que me apego aos objetos numa ânsia de fazer amigos e tu sabes que os objetos não são verdadeiramente amigos de ninguém, bem como sabes que os objetos são mesmo teus amigos.

O saco

Tenho para ali um saco onde guardei uma bolota (sóri se aquilo ali não for uma bolota, muitos sóris) desde o passado dia vinte de setembro. Vi-a cair ao chão, daí o preciosismo de a guardar. Eu vi. Em direto. Descia a rua mais bonita de Lisboa, e duma das árvores do lado direito (bem sei quão faltosa de referências, mas não fixei qual delas) eis que caiu uma bolota (não sei, já sabem, ah ah). A poesia. O momento. A poesia no momento. O momento da poesia. Daí o preciosismo, que mais posso eu fazer do que guardar uma bolota (hum, pois...) muito bem guardada num saco e mantê-la num saco e espreitá-la quando está no saco. Posso por exemplo escrever um post parvo, que um inteligente é difícil, e podia por exemplo tirar uma foto, mas isso, como se sabe, é matar o encanto que tem a bolota (dizer o quê agora...?). Há um povo qualquer (não sei qual nem vou pesquisar) que acredita que a fotografia retira a alma às pessoas, suga-lha impiedosamente. Nunca considerei essa crença descabida, raramente tiro fotos à árvore amarela ou à rua mais bonita de Lisboa, sei lá, parece que se dá o extermínio total e que a culpa disso é minha, não sei explicar o sentimento melhor que isto, desculpem, é meu dever, mas não sei.

pertencentes ao coração
pertences do coração



Era para incluir também um pedaço de ferro corroído pelo tempo, que me tinha cá deixado um cliente por modo de lhe arranjar um certo quê, que entretanto arranjei sim senhores, só por dizer que fui mais rápida na parte profissional que na parte divertida da minha vida, vai daí, já cá não tenho o pedaço de ferro para fotografar. Oh. Ia inclui-lo porque a corrosão era muito bonita, fazia-me lembrar o apodrecimento duma banana com piquinhos escuros por sobre a matéria clara, contraste, vida, amadurecimento, apodrecimento, morte. Bom, agora já não vai dar para mostrar tudo isso ao mundo. Mil desculpas ao mundo, então.

Depois dos números que vieram depois dos números

Tinha de fazer uma conta complicadíssima. Mesmo. Até me saíu fumo, com a confusão nem o vi, portanto nem sei por onde. Eram dois artigos que vinham faturados ao metro, num total de 24, mas cujos preços diferiam, e eu tinha de fazer a entrada de stoks juntando dois metros, portanto 12 unidades, isto no mesmo código, portanto tinha de juntar todos os preços, dividir por dois e depois cada um desses dividir pelo meu total e não pelo do fornecedor. Parece deslindado o caso, bem sei, no fundo era mesmo só isso, só que se me instalou uma baralhação enorme e embora eu estivesse a perceber o que tinha de fazer para chegar ao resultado, não conseguia encontrar o enunciado. Eu cá preciso de saber não só dados como o enunciado. Note bem: saber, não era não perceber o enunciado, era não lhe chegar, saber traduzir os dados mas não o problema. Foi um bocado complicado, tanto que saiu fumo e nem vi de onde, como já referi.

Depois dos números

Depois.
Depois temos o 4 na pequena cartolina. Se o fizer encontrar-se com o seu semelhante resulta em 16. Se dobrar dá 32. Se dividir por 4 encontro 8. Ah...

Números

Num outro lugar, menos frequentado, sou o cliente número seis mil trezentos e setenta e um (6371). Olha só a lógica da batata:

1736
7361
3617
6371

Máquina fotográfica, 2


A semana passada andei com vontade de compor um vídeo com partes não só inéditas como tocadas pela estranheza, portanto: peculiares. A vontade de filmar um pouco da descida da rua mais bonita de Lisboa fez-se sentir, daí eu querer voltar a levar a máquina comigo aquando do intervalo grande. Era só isto. Não é que tenha desistido da ideia, que ainda ontem me movi nesse sentido, mas não o suficiente. Pronto, está explicado, afinal era (só) isto.

ah, muito obrigada! mui-to—mui-to--o-bri-ga-da!

Premiados

Prémio melhor blogue, ou blogue do ano, ou lá que é, sim, eu também tenho uma opiniãozinha nada sui generis. Ser considerado o melhor disto e/ou daquilo é tão subjetivo que desencoraja o apuramento, acho eu. Au eva, o meu blogue, não sendo o melhor, âu mai gudnâsse itse nóte, é o blogue que eu mais gosto. Ah ah. Sim, passou-me pela cabeça inscrever-me, mas bani o pensamento rapidamente, creio que não tem qualquer pilhéria a gente inscrever-se numa coisa deste tipo, o que tem montes de pilhéria e um sabor especial e único é alguém inscrever alguém, isso sim. Quando bisbilhotei o saite, consegui não perceber patavina acerca de como votar, depois percebi que só lá estão os grandes blogues, destes assim pequerruchos como o meu, nada, mas é que nem um, então deixa lá isso, vá.

Primeiro

Bom dia. São dez e trinta e nove. A chuva chegou ontem à noite, perdurando hoje o tempo nublado, o que faz jus à expressão: 'está de chuva', embora não esteja a chover ao momento. A palavra do dia, a que disseram na Radio, é berbicacho. Vou pesquisar nas minhas coisinhas escritas, está bem. Vai ter que estar.

Cliente quer uma lanterna, tem o marido idoso e algo dependente no átrio do prédio às escuras, esperando a luz que ela há-de levar.
Droguista avia-a o melhor que pode mediante a rapidez solicitada.
Cliente está muito ansiosa, o marido ainda se mete escadas acima.
Droguista explica (mediante a rapidez solicitada) como funciona o pequeno objeto.
Cliente anui, acalma-se um pouco.
Droguista vai buscar as pilhas, insere-as no compartimento e... Tcharam, faz-se luz.
Cliente ainda quer uma esponja de banho macia para lavar o marido.
Droguista mostra o que há.
Cliente escolhe, pede desculpa por estar tão apressada, agradece imenso, estende a nota.
Droguista responde 'deixe lá isso, não há problema' e busca o troco.
Cliente com gestos imprecisos prepara-se para sair mas deixa cair no chão a lanterna cuja tampinha lhe salta o que faz com que já não acenda. Marido à espera, 'ai meu deus que ele vai por ali acima e noutro dia caiu, veja lá'.
Droguista segura na lanterna, meio atarantada, clica no sítio que supostamente faria aparecer a tão desejada luz e percebe que mantendo o dedo ali a luz também se mantém.
Cliente diz que não faz mal nenhum, mete o dedo ali e pronto, para agora, para já, para este momento serve bem, ir ter com o marido que a espera ou estará na iminência de se mover escadas acima é prioritário. Despede-se, então.
Droguista retribui o adeus e logo depois dá por falta de uma esponja, há pouco mostrara dois tipos à cliente... Certamente com a pressa a cliente pusera tudo de rompante dentro do saco. Espera-se então até amanhã, a ver o que dá.
O amamnhã chega e é encontrada no chão uma rodela em acrílico, o que faz lembrar esta droguista que é bem capaz de aquela coisinha ser da lanterna da dona Marta. E era, horas depois lá vem ela, ao chegar a casa, depois de sossegar, com calma, verificou que levara uma esponja a mais inadvertidamente. E já agora, se não haveria pelo chão uma chapinha ou algo assim...
E agora falo eu: ou seja, ontem não quisera saber ou esperar, estava muito bem assim, resolvia e tal, e hoje, depois de acalmar os ânimos lá vem ela toda lampeira para eu lhe resolver o berbicacho.
Não sei porque é que as pessoas correm. Mas correm. Corremos todos. Se há recompensa no final...? Também não sei. |30 novembro 2012|

Posta-restante:
Começou a chover às onze e sete, hora que sempre me faz lembrar o meu aniversário. De nada, ora essa.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Bengala verbal

'Não é' é a principal bengala verbal desta que escreve, tanto quando escreve como quando fala. Fujo dela mais e melhor quando escrevo, fugir-lhe enquanto escrevo é mais fácil porque o falar é mais espontâneo, não é. É. Ah ah. Não, não apresento ponto de interrogação na minha bengala, basicamente isso deve-se ao seguinte: tenho a mania. E tenho mais bengalas, ah ah, oh se tenho, mas esta é recorrente, o que me remete para aquele grupo onde as pessoas são iguais e. Portanto. Vai. Que. Desinteressam. Ninguém quer ser igual a ninguém, muito menos a todos, portanto todos queremos ser diferentes, mas já que assim é, então seríamos diferentes se quiséssemos ser iguais a todos, não é. É. Bom, nem sempre me sinto criativa, é um facto que a vida é esférica e seja em que vertente for, há que dar as voltas do vira: 'ai vira que vira e torna a virar'. O verso está na minha memória desde a infância e pertence a um qualquer cancioneiro popular, não é. Não sei. Portanto o esférico faz a gente ir parar ao ponto de partida, ao que já se conhece, não é. É. É, é, não é. Não sei, estou baralhada.


Nota montes de importante:
Não consegui desenhar um ponto de interrogação verossímel com os clipes, ou tampouco um ponto final, o que lamento deveras. E não estou a ser irónica.

Máquina fotográfica, 1

Na semana passada resolvi que voltaria a andar com a máquina fotográfica não tão espectacular assim, a qual uso (ou usava...) habitualmente na rua. Isto por conta de querer filmar ou fotografar... Pois é, sei lá o que queria fotografar ou filmar! Não sei. Ando uma desmiolada do caraças, oh que porra. Vejam lá que no fim-de-semana fiz um pudim de ovos à portuguesa, aquele que leva quantidades iguais de ovos, açúcar e leite, com raspas de limão esfregadas no açúcar antes de juntar e bater tudo e tal, e não é que não consigo lembrar-me se efetivamente coloquei o leite ou então não? É que não me está na memória ter posto ou não ter posto o raio do leite, pá. Claro que o pudim estava bom, aliás: estava bom à brava, oh se estava, mas como foi uma primeira vez eu queria mesmo saber se as quantidades eram aquelas e coiso. Resultado: vou ter de fazê-lo outra vez...
E eu queria filmar o quê? E eu queria fotografar o quê?

Já me lembrei, escrever ajuda-me tanto em desvarios como em lapsos, já me lembrei, ah já me lembrei.
Já me lembrei.
Mas fica para outro post, tipo assim para criar suspense e coiso, as pessoas sofrendo horrores, roendo-se de curiosidade.
Ai ó pá conta lá.
Não. Ainda não.

Ó Gina, tu leste?

Não.

Ocupei parte do tempo do intervalo grande com um cliente demorado e, juntando as tarefas do costume (sim, eu ando por aí a passear mas tenho muitas vezes tarefas a desempenhar na rua), fiquei sem tempo para a leitura. É que nem levei o livro, mas ao menos não andei carregada debalde, lá isso é verdade.

Quarto azul

Já devia estar pronto, o quarto azul.
Não, o quarto azul não está pronto.
Eu devia ter vergonha de registar (ainda que o tenha sempre feito superficialmente) o desenrolar destas remodelações mas não tenho. Au eva, o pêcê já lá mora, junto à janela. É chato pra quando está muito sol, questão que não adivinhara somente por imaginar e desejar que ali seria o seu lugar. Bom, mas ali ficará, fecho completamente um dos estores, a sorte é que tenho dois, deixando-o portanto fechado, o que me protegerá do sol, vai daí não sofro. Mas isto das remodelações vai lá. É fios por colar, portas por levar para a arrecadação, roupas de verão para repor. É esse tipo de coisas, o que ainda falta. Entretanto já decidi que as roupas de verão vão ficar ali porque vem aí o frio. Creio que o melhor a fazer é deixar as roupas que andam a uso mais à mão, no quarto laranja.

Palavra do dia (disseram na Radio)

É lampeiro/a, a palavra do dia, hoje. Hum... Será que há registo nos blogues...

A rica filha fez uma comidinha que pela primeira vez não regou com natas em demasia, abuso de que já tinha sido advertida diversas vezes, não para se abster de colocar natas nos pratos que confeciona mas para não usar tanta quantidade. Então: um dia desses aí, diz ela toda lampeira:
«Olhem, eu hoje fiz massas e pus só um bocadinho de natas.
Mãe: tu podes escrever isto no teu blogue.
Pai: tu podes contar isto a todos os teus amigos.»
Eis duas das mais banais e díspares formas de divulgar a vidinha de qualquer um. Hoje em dia temos a divulgação virtual e o diálogo vivo e presencial ao dispor.|5 fevereiro 2014|

O meu carro fez plim! Desceu aos quatro graus centígrados. Que horror, que desconsolo...
Poça!, diz um senhor de nariz vermelho e olhar húmido ao passar por mim. Dizer poça é pouco para o frio que está!, digo eu toda lampeira.
Ai, caraças!, queixa-se um careca. Encostara o cucoruto à parede gélida. Ainda bem que tenho cabelo!, respondo eu.
Indaguei acerca do seguinte: fazer chichi de luvas postas dispensará a higiene nas mãos? Ninguém me respondeu nada de concreto.
Descobri recentemente que ter as mamas grandes está intimamente ligado à grossa camada de roupa que trago vestida. Não é outra coisa, não, é a roupa. |17 dezembro 2010|

Primeiro


Bom dia. São dez e um quarto. Não é que não me apeteça escrever, que é lá isso, não me apetecia era estar de pé mas cá estou eu, tipo árvore. Estou cansada mas não sei se as árvores se cansam, tipo eu. O treino cansa-me mais nuns dias que noutros e o de ontem cansou-me pra caraças mas não sei se as árvores treinam e, se treinam, se ficam cansadas, e pela lógica da batata percebe-se que também não sei se não ficam. Sério que me cansou, o treino, até estou ranhosa e ensonada mas não sei se as árvores produzem ranho e sentem sono. Vai haver uma festa no Ginásio já no próximo sábado sob - e sobre – a temática faroeste. Quem manda naquelas coisas decorou o recinto com fardos de palha, ratazanas, candeias, dinamites, isto dentre outras coisitas que já não fixei. Está giro, aquilo. Está tão giro. Reforcei a ideia, portanto, e supostamente, o mundo inteiro vai agora pesquisar que Ginásios em Lisboa andam ao momento tratando duma festa temática do faroeste só para saber em que Ginásio ando. Qual supostamente, qual quê, olha eu a ser poucochinho, o mundo vai mesmo pesquisar-me, ora essa, sou tão boa a espevitar os outros que ninguém resistirá à pesquisa imediata.
E a propósito de pesquisas por Lisboa e coisas assim, não irresistam já, há mais uma questão curiosa.
Há tempo, numa dada rua de Lisboa, dei com uma porta ladeada de letras. A pessoa queria escrever 'Paulo', eh pá, pronto, fazer tipo assim uma assinatura, e na verdade conseguiu não só assinar como fazê-lo com originalidade, porque usou a porta para fazer as vezes do éle. Portanto: temos numa parede um pê, um á e um ú, temos então a porta que se lê éle e o ó. Achei um piadão àquilo. Vá, vão lá percorrer as ruas de Lisboa à procura, vá.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ó Gina, tu leste?

Sim.

Depois da leitura ainda fiquei sentada mais um bocado a ver sei lá o quê, hoje não havia septuagenárias para usar de minúcia e vir para aqui registar as coisinhas, muito embora ainda por lá habitem, e folgo que assim seja, as benditas cadeiras transparentes, que são transparentes ao ponto de deixarem passar os assuntos, de maneiras que, não tendo mais nada para fazer, me pus a enrolar a fina bainha da minha blusa. Enrola o rolinho, desenrola o rolinho. Enrola o rolinho, desenrola o rolinho. Enrola o rolinho, desenrola o rolinho.
Já agora fica neste post uma coisinha que nada tem que ver com o lugar (que também pode ser da) musa, ora essa, que mal é que tem, o blogue é meu e tudo.
Sentei-me no primeiro banco que encontrará quem descer a rua mais bonita de Lisboa. Estava meio coberto pela sombra da terceira árvore que encontrará ao seu lado direito quem descer a mesmíssima rua, que é a mais bonita de Lisboa, é sim senhores. Fez-me pensar em junho. Em junho, a sombra dando assim até meio, devem ser para aí umas seis da tarde, hora a que não é costume passar por aí. Sentei-me... ah, pois, já tinha dito. Fiquei a sentir a brisa e a descodificá-la. Ah... agora, em outubro, o sol é mais fraco, vai daí há um frio por baixo do calorzinho que em certos dias ainda se sente, como por exemplo: hoje. Ah... mas em junho, se calha a temperatua descer mais que o normal, ocorre que o frio se encontra em cima do calor próprio da época. Em outubro o frio engole e esmaga e abafa o calor. Em junho o calor esmaga e engole e abafa o frio. Parece que é a mesma coisa, mas olhem que não é.