sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Linhas de todas as cores

Esta sexta-feira é a vez de levar um lembrete para emprestar, aliás: ofertar, algo ao estaminé. Trata-se então de trazer de casa para aqui um carrinho de linhas em preto ou roxo ou castanho-escuro ou azul-escuro ou verde-escuro, mas por favor, não amarelo, que eu pregar um botão com linha amarela no cós das calças do estaminé ainda vá que não vá, jamais se verá tamanho disparate, mas já que vem linha nova, então que venha de uma cor a não chocar, não vá eu levantar a camisola e escandalizar as pessoazinhas.
Tenho fotos, duas, não sei qual escolher, que agora ando nisto de ser indecisa e o caraças. Foto à esquerda da foto à direita: filtro amarelo; foto à direita da foto à esquerda: filtro pop.



Acontecem inúmeras coisas

Acontecem inúmeras coisas importantes o suficiente para constar no blogue, como por exemplo o batom de cieiro que escorregou das mãos daquela senhora quando ela retirava moedas para enfiá-las na ranhura do parquímetro. Caiu. Fez barulho. Ela atrapalhou-se. Quis, e conseguiu, apanhar o batom e não deixar cair as moedas. Creio que tudo aconteceu pelo frio intenso que por ora vigora, os objetos ficam escorregadios, as pessoas não querem fazer gestos largos e/ou vãos, pronto, acontecem coisas que importam, vá.

Dias de um Ginásio

Ó Luís
olha
eu hoje vou demorar no balneário porque quero secar o cabelo
lembras-te daquela senhora que a gente viu a descer a Morais Soares e ia com o cabelo molhado mas estava tanto frio que o cabelo dela estava escorrido e baço e dava a impressão de estar todo oleoso em vez de muito bem lavado?
Pronto
quero evitar isso na minha vida.

Ó Gina, tu leste?

Não. 

Escrevi coisinhazinhas no bloquinho rudimentar, deixando as folhinhazinhas a três do fim. Escrevi, e depois sou só eu, percebem?

Árvore amarela

Lá estava a árvore amarela, tão mal encarada como nos útlimos dias. Ainda decorrem obras nas imediações, de maneiras que notei a faixa de um troço com uma camada de alcatrão, a outra com uma, fazendo um degrau de uns oito centímetros entre as duas, e vi-me com oito anos no degrau da vizinha Helena a saltitar alternando os pezinhos. Pus zinhos nos pés para realçar o tamanhinho meu, que o degrau da vizinha Helena era bem mais alto do que oito centímetros... Para aí o dobro, vá.

Lugar (que também pode ser) da musa

Andava uma mosca por lá. Duas, comigo.

...

Pode dar-me uma ajuda?
Não.

Menti, que a ajuda posso dá-la mas não quero. Raramente posso ser muitomuitomuito sincera.

...

«Sei. Porque tenho memória, sei.»

Sei tudo o que sei e se tenho a memória que tenho é porque sei a memória que tenho.

(e ruiu tudinho...)

...

diáriómanuscrevente:
é escrever à mão, diariamente, no caderno azul
ah... fosse o caderno de outra cor... (eringal, mê zamigos)

Só mêmeu, pá

Não sou dada a usar a expressão 'só mêmeu pá!' por considerar que o extraordinário não ocorre amiúde nos meus dias, questiúncula esta que por sua vez ocorre devido ao medo que tenho da plateia, pois como se sabe uma pessoa que se banha no 'incrivelmente' tem plateia.

Primeiro

Bom dia. São onze e quarenta e sete.
Cheguei há pouco do lugar escondido, se é que querem saber, querem, não querem, mal-me-quer, bem-me-quer, usei os tracinhos que assim é flor e não é dúvida e/ou desgosto, e eis que andei de roda das lâmpadas. Mesmo assim ainda não tenho o trabalho terminado, ele é pôr casquilhos com casquilhos e intensidades com lumens numa caixa de madeira sem tampa e gira que se farta. O melhor é caberem justamente, não sobra e não sobrando não há desperdício, que uma coisa é sobra outra é desperdício, e lá vem o pobrezinho tomar conta do meu post. Trouxe a rosa, fica já neste post, e é...


A rosa numérica...







Mas ainda cá venho, ah pois, é que tenho o bloquinho rudimentar mesmo a findar, restam... 9 folhinhazinhas. Bem sei que prefiro escrever a contar restos de coleção, mas é que sinto-as tão poucas que fui contá-las... 1 2 3 4 5 6 7 8
Conto também fazer posteriormente um post glorioso, não, melhor: o glorioso post em que determinarei que terminei estas folhinhazinhas. Não vão já embora, há mais: andei de nariz no ar à procura de mais blocos daqueles e com a ideia de irem secando (o lugar escondido é uma cave) trouxe quatro. Quer isto dizer que durante para aí dois anos não mexerei naquela prateleira do lugar escondido. Au eva, há uma outra papelada que é conveniente remexer, o que me proporcionará outro momento deveras prazeroso, mas para isso aguardo um dia de destemor.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Ó Gina, tu leste?

Sim.

Li sem prazer. Hoje tentei - ao menos isso – ler. Não prestou, esse tempo.
Porque leio, afinal? 
Porque depois sou só eu nisto das letras e é debalde que escrevo porque jamais conseguirei escrever o mundo inteiro, o que me deprime, e deprime-me porque sou grafómana e o meu desejo é escrever o mundo inteiro e lendo as criações da outra gente não estarei sozinha na demanda.
É uma história bonita, a do livro – será que arranjo prazer na leitura se registar as minhas impressões? É triste, também, a história, há sempre uma força magnética na tristeza, a tristeza das pessoas, a tristeza das circunstâncias em que vivem as pessoas, se ademais vier por junto o romance e o amor, ah o amor!, que dói tanto, amar dói sempre um bocado, provavelmente porque a gente vê nas pessoas que amamos alguém que não existe, e depois dói porque eles/as não são assim, outras vezes dói porque são assim e a gente habitua-se à dor e a eles/as não serem afinal assim. Bom, a história. É acerca de uma presidiária que viveu uma vida desgraçada em amores de mãe e em amores dos outros. E é rica, ao contrário do que se possa pensar, não é lá por ser uma desgraçada nos amores que na história tem de viver miseravelmente, nada disso. A trama vai-se desenrolando por entre relatos da heroína na prisão, onde ela expõe características das colegas (...?!), pequenos diálogos, nomeadamente aqueles em que se fala das suas insónias e dos livros (os romances de cordel) que lhe emprestam para ela passar as noites menos mal, ou distraidamente, vá, que por sua vez dão em descrições irónicas, tipo esta:






Livro em questão: Romance de Cordélia, Rosa Lobato de Faria

É ainda de notar que dei cabo da lombada do livro de tanto o abrir por modo a digitalizar as páginas que publico neste post.
Há mais questões a debitar acerca desta história mas esgotei o tempo. Sou grafómana, sim senhores, e é mormente escrevendo que passo o tempo, mas faço também outro tipo de coisinhas.

Lugar (que também pode ser) da musa

Daqui a nada passo pela árvore amarela. Estará tão triste como ontem? De todas as vezes que lhe passo ao lado não a observo sempre, tanto pode ser porque me esqueci, distraída que vou, como porque não quero vê-la. Sério. É naquela de ficar saudosa, ou então não é nada disso , é que tenho medo de perder o encanto que lhe noto. Um prazer pode chegar à exaustão, sou inconstante o suficiente para que isso aconteça.

Posta-restante
Continua tristinhazinha, a árvore amarela.

Dia de (disseram na Radio)

Dia Internacional do Riso. Não é sorriso, é riso, ah ah. Deixei de expor a minha gargalhada no blogue, comecei a senti-la como recorrência, mais: como vício, então cortei relações, escrevo de outra maneira e acabou a conversa. Bem sei que este riso e este dia e o internacional disto tudo não visa a minha gargalhada literária, é o riso físico e sonoro, mas pronto. Deixo ah ahs de outros tempos, manuscritos e em pixeis.






Entretanto passei de ah ah para a Graça Quê Tacho, vejam lá, e não é que continuei cheia de piada...?



Lanchinho

Há semanas que sinto ímpetos de fotografar, não o lanchinho, que geralmente é uma fruta, mas as cascas. Entretanto tenho achado sempre uma ideia parva demais, note bem: demais, sei lá, é lixo. Mas eis que me fui lembrando de algumas vezes em que fotografei cascas de fruta, uma delas foi uma tira de casca de laranja enrolada numa banana - ok, confesso que tive esta lembrança porque andei à procura de uma foto antiga e descobri este enrolanço - o que me levou, aí sim, a uma memória, a de em tempos ter fotografado de quinze em quinze minutos as cascas de uma maçã reineta, isto três vezes. Na altura quis saber se esta espécie de maçã é facilmente deteriorável, oxidável e tão rapidamente como se diz. E é. Ora bem, continuando na engraçadíssima temática que disseco especialmente bem ao momento, deixo então a foto dos pedúnculos e folhinhas de quatro morangos que comi há coisa de meia hora (são onze e quarenta e oito).







A foto da esquerda tem o filtro pop, a da direita tem o filtro extração de cores, neste caso o verde, ambos pertencentes às capacidades extraordinárias da minha máquina fotográfica montes de espectacular, que por acaso, vejam lá, também filma. Não consegui escolher por entre as duas fotos, portanto: pumba e coiso.