quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Ó Gina, tu leste?

Sim.

Li sem prazer. Hoje tentei - ao menos isso – ler. Não prestou, esse tempo.
Porque leio, afinal? 
Porque depois sou só eu nisto das letras e é debalde que escrevo porque jamais conseguirei escrever o mundo inteiro, o que me deprime, e deprime-me porque sou grafómana e o meu desejo é escrever o mundo inteiro e lendo as criações da outra gente não estarei sozinha na demanda.
É uma história bonita, a do livro – será que arranjo prazer na leitura se registar as minhas impressões? É triste, também, a história, há sempre uma força magnética na tristeza, a tristeza das pessoas, a tristeza das circunstâncias em que vivem as pessoas, se ademais vier por junto o romance e o amor, ah o amor!, que dói tanto, amar dói sempre um bocado, provavelmente porque a gente vê nas pessoas que amamos alguém que não existe, e depois dói porque eles/as não são assim, outras vezes dói porque são assim e a gente habitua-se à dor e a eles/as não serem afinal assim. Bom, a história. É acerca de uma presidiária que viveu uma vida desgraçada em amores de mãe e em amores dos outros. E é rica, ao contrário do que se possa pensar, não é lá por ser uma desgraçada nos amores que na história tem de viver miseravelmente, nada disso. A trama vai-se desenrolando por entre relatos da heroína na prisão, onde ela expõe características das colegas (...?!), pequenos diálogos, nomeadamente aqueles em que se fala das suas insónias e dos livros (os romances de cordel) que lhe emprestam para ela passar as noites menos mal, ou distraidamente, vá, que por sua vez dão em descrições irónicas, tipo esta:






Livro em questão: Romance de Cordélia, Rosa Lobato de Faria

É ainda de notar que dei cabo da lombada do livro de tanto o abrir por modo a digitalizar as páginas que publico neste post.
Há mais questões a debitar acerca desta história mas esgotei o tempo. Sou grafómana, sim senhores, e é mormente escrevendo que passo o tempo, mas faço também outro tipo de coisinhas.

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