sexta-feira, 6 de julho de 2018

Tarte intuitiva

Lá por coisas, houve aí um dia em que me apetecia imensamente encher a boca com uma coisa doce, ai eu quero-te tanto, ai caraças e mais não sei o quê. Ora aconteceu que, por obra do destino, vamos todos pensar assim, alguém das redondezas do estaminé, bem simpaticamente, me ofereceu maçãs que ópois recolhi em casa, querendo então isto tudo dizer que havia maçãs cumó caraças lá em casa.
E eu – quero comer açúcar!
Lembrei a massa para bolachas que tinha no congelador, e que pode muito bem servir para base de tarte, sim senhores, mas estava congelada. Oh. Além disso, era demais para base. Oh.
E eu – quero comer açúcar!
E foi aí que aconteceu a epifania: descascaria e cortaria em toscos pedaços as maçãs, de temperos poria, a gosto, açúcar mascavado, canela em pó e um nadinha de licor de ginja, tudo coisinhas comuns em maçãs, e despejaria numa tarteira a dita mistura, deixando macerar ao menos uns poucos minutos, porque...
Eu queria comer açúcar!
A base da tarte não seria base nenhuma e sim um topo, também tosco, já que doçaria tosca é comigo. Deixaria descongelar um poucochinho de tempo, só até a faca conseguir deslizar pela massa, ainda dura, é certo, mas desde que desse para retirar finas tiras semelhantes a bolachas... toscas, pois, queria lá eu bem saber (e deu). Seguidamente era pô-las por sobre as maçãs já mais ou menos maceradas e, toscamente, ah ah. Foi o que fiz.
Ressalvo que as bolachas não cobriram totalmente as maçãs, o que não importou, até deu jeito, a mistura ia ferver, ferver faz bolhas de ar, que precisam de escape. E afinal até fica giro, pois a fruta, cozendo, solta um líquido saborosíssimo, também devido ao tempero.
E lá comi eu o tal açúcar. Estava tão boa, a tarte. Fiquei tão satisfeita.

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