Ainda bem que o homem que todas as tardes está numa de se bronzear não escolheu para colchão o banco hater, antes o que lhe está por trás, isto em a gente estando de costas para o poeta. O banco hater é meu, pronto, por isso é que acho que ainda bem.
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Lisboa, Lisboa
Rua Frei Fortunato de São Boaventura – o último quarteirão tem impressas a tinta branca focas em posições várias, mas sempre numa de parecer que estão a nadar.
não sei, lá está
(o blogue é o único sítio onde posso não saber coisas)
não sei se faço por ser diferente
se sou diferente
se faço por sê-lo para gostarem de mim
se para não gostarem de mim
(mas não chego a nada de nada porque, afinal, vocês gostam de mim na mesma)
se sou diferente
se faço por sê-lo para gostarem de mim
se para não gostarem de mim
(mas não chego a nada de nada porque, afinal, vocês gostam de mim na mesma)
Barulh(inh)os
(Eu) Ouvir um barulhinho e (eu) achar que é uma pessoa que vem aí pode resultar em boa companhia e (eu) ficar contente.
(Eu) Ouvir um barulhinho e (eu) achar que é uma pessoa que vem aí pode acontecer (eu) não estar no momento de fazer boa companhia.
Sinónimos
Gina, a observadora, a curiosa, a cusca.
O porta-chaves da cliente tinha gravado na parte de trás ---
saca tu mejor sonrisa
---
O porta-chaves da cliente tinha gravado na parte de trás ---
saca tu mejor sonrisa
---
Caligrafia
Um cliente perguntou se podia tirar uma foto à etiqueta do artigo, que fora, por mim, manuscrita, para levar de consulta a quem era mais de direito de saber exactamente o que queria. Às vezes há uns cleitnes... ai perdão, clientes que vêm mandados por superiores e, vindo dúvidas, safam-se, uns assim, outros assado. Dei atenção à minha caligrafia, não fosse ser uma das minhas borradelas manuscritas, vezes há em que alongo as letrinhas e tal e tal, só que não, estava lindinha, perfeitamente legível. Passado um tempo, já não recordo por que caso ou figura, encontrei uma etiqueta lindamente manuscrita -
ai e é um mosquetão
ai e é de 100 mm
ai e é do código 202041
- Sério, que eltra... ai perdão, letra tão redonda e certa. Oh.
Geração desenrasca
Em conversa despegada do atendimento, uma cliente concluiu que não está a preparar os seus rapazes para que um dia saibam gerir o trabalho doméstico e toda a classe de inerências. Dizia ela que os mancebos lhe responderam que, chegados aí, vão ver à Internet como se desenrascar nessas lides, bem como em todas. É a geração desenrasca, sim - onde é que eu já li isto...? -, mas não somos todas assim?
Sempre ouvi dizer
Sempre ouvi dizer que os budas se expõem de costas, mas olhem que o que está no salão onde a Carminho me trata da beleza é reversível, que o puseram num móvel de prateleiras, cujas paredes são vidraças. De maneiras que, a bem dizer e daqui de onde estou, pois que sim, vejo-lhe as costas. mas quem passa do outro lado vê-lhe a frente.
Pela primeira vez, a Carminho não me perguntou se queria pintar as unhas. Acho que já se habituou a esta viragem. Continuo a gostar aos bués de ter as unhas pintadas, mas, porque actualmente não uso sandálias, não vale a pena passar uma tarde de chinelos, naquela de secar mesmo bem o verniz, com os pés a arrefecer, num desconforto aborrecido. Os meus pés, agora me lembro, sofreram uma outra mudança, arrefecem tão mas tão aos bués como eu continuo a gostar das unhas que neles tenho estejam pintadas.
Naquele fim-de-semana*
Naquele fim-de-semana
Avistada, algures, uma Rua da Fábrica – há tantas Portugal afora, né? Ou seja, dantes é que era uma rua da fábrica, actualmente tem-se a Zona Industrial. Depois dei também com uma Rua da Cabine e usei o mesmo sistema para inventá-la pequenina e a crescer tanto mas tanto que resultou em Central Telefónica.
Naquele fim-de-semana
Os Gigões e Anantes, foi o nome que li e que é de uma livraria. É evidentemente uma troca de letras feita com o propósito de pôr os leitores a pensar.
Naquele fim-de-semana
Passei por tabuletas com uma terra chamada Buarcos. Achei um piadão, até parece que fui eu a trocar letras aos Buracos... digo aquela minha questiúncula 'ai perdão' e mais não sei o quê.
*...
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Bamboleio
Se eu não escrevesse somente acerca de assuntos deveras importantes, agora punha aqui o giro que foi transportar um copo com um restinho de água desde o quarto até à cozinha. Enfiei-o no bolso das calças e é aí que mora a gireza do assunto – foi um problema não entornar a água. Afinal bamboleio mais as ancas do que julgava, digo eu que o eixo de rotação, mesmo estando não muito longe das extremidades, bamboleio. Mas, enfim, como só escrevo de assuntos deveras importantes, pois que não ponho cá nada disso.
t-shirt
li numa t-shirt
'não fiques triste, eu também gosto de mamas pequenas'
digo no blogue
'homessa, não temos por que (nem porque) ficar, há todo um rol de truques que contrariam esse (d)efeito'
post com título
vivo e escrevo o que vivo
para não morrer
vivo escrevendo o que vivi
pondo uma lupa
rectificando:
vivoescrevendo pondo uma lupa sobre o que vivi
para não morrer
vivo escrevendo o que vivi
pondo uma lupa
rectificando:
vivo
dois pontos
adjectivos:
magra
gorda
As pessoas ainda não se habituaram ao meu aspecto.
___nem eu, 'migos, nem eu___
Frente ao espelho, vejo-me magra, porém: sinto-me gorda.
magra
gorda
As pessoas ainda não se habituaram ao meu aspecto.
___nem eu, 'migos, nem eu___
Frente ao espelho, vejo-me magra, porém: sinto-me gorda.
Obrigada
Obrigada, não é que a gente possa obrigar alguém, e a ninguém se pode obrigar coisa alguma, mas pode-se insistir. E até exaustivamente.
Olhem aqui
Olhem, venho aqui, pesarosa, dizer que o meu telefone tem um piquinho no ecrã. Continuo sob peso, mas um outro, e digo que caiu duas vezes nas últimas vinte horas (ou coisa assim). No mais: vai-se andando.
Lisboa, Lisboa

Agora é que eu tenho uma foto mesmo boa no ecrã do telefone, uso como papel de parede e ecrã de bloqueio, que me dá horrores tê-las diferentes. Antes tinha lá uma tirada à calçada, para ilustrar isto:
Olhem, foi aqui vêem? Foi aqui que fiz as capturas de ecrã durante aquele fim-de-semana. Ou seja, nessa altura tinha-me lembrado de, em vindo a descer, a informação no telefone em termos de temperatura, horas e estado do céu iam diferindo, pois claro, e eu ia capturando esses estados e lembrei-me de tirar uma foto ao chão de onde estava no momento. Pronto, pá, cenas daquelas montes de interessantes, das quais consigo ser a mentora mor e a cabeça de cartaz. Enfim. Só que, e é aqui que está o fulcro deste post, a calçada era clara e as preciosíssimas informações mal se liam. Quero dizer: eu cá mal as lia. Então, extinta que foi, por mim, a minha preguiça, mudei para a imagem acima. É que eu cá é assim: adoro o meu telefone e tudo quanto posso fazer com ele, nele e a ele, mas em certas merdices dá-me cá uma preguiça... Ah, e a foto à calçada nunca foi vista na blogosfera porque essa fantástica ideia 'morreu na casca', como diz a minha mãe.
Panos
Por conta de não deixar trapadas a secar no interior da casa, isto: aquando das incumbências, trouxe os panos da senhora para lavar.
Ora o que é que aconteceu de montes e montes de trágico, de verdadeiro horror, ou, simplesmente, de impensável?
Aconteceu que um dos panos era verde e agora tenho toalhas verdes, que o dito, não usando cuidados nenhuns, mas tingiu. Pronto, ao menos é uma cor diferente de azul - como aconteceu há tempos - e, ademais, gira que se farta. Ficaram verde-água, oh vejam lá a gireza disto.
Há outra questão acerca desta demanda e que, já agora, fica neste post.
Durante o fim-de-semana a senhora ligou-me duas vezes. Ó pá, foi tóin xiru!
'Ah Gina, desculpe lá, mas agora sabe mais da minha casa do que eu – não tenho uma vassoura cá em casa, pois não?'
O que a gente se riu. É de facto verdade verdadinha verdadeira, eu sabia dos seus cantinhos todos, ela não. Mais tarde...
'Ah Gina, desculpe, ando só a maçá-la, faz alguma ideia como funciona o chuveiro? É que quem passa de um Mini para um Rolls Royce dá nisto!'
Expliquei como cheguei ao aceitável nível de funcionamento do seu chuveiro, mas sob a perspectiva da lavagem do poliban, é que foi mera sorte eu não me ter encharcado toda quando andei lá de roda de tanto botão e manípulo.
Líquidos
Ao pequeno-almoço não preparei líquido nenhum. Chá - não me apetecia. Leite - nem prensar. Mas o suminho de laranja que preparo para aí de três em três dias, do qual gosto tanto e tanto me apraz, estava-me o corpo a dizer que não estava precisado desses nutrientes. Foi isto o que me fez vir fazer este registo, este ouvido, esta anuência que lhe dei.
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
Música
Não era meio-dia nem era piano, era um qualquer instrumento de sopro, mas dos possantes, em modo ensaio. Contudo, depois soou o pinao... ai perdão, piano, em acompanhamento, e parecia ensinar, afinal. Tocavam os 'parabéns'.
Lisboa, Lisboa
Hum, bem me parecia que a rua Carlos José Barreiros tinha o seu início junto à Igreja de Arroios. Intuição. Bússola. Rá-rá!
Lisboa, Lisboa
Aos dezassete de Agosto, pelas dezassete horas, lá estava eu, como prometido. Antes percorri a rua dos cinquenta e dois jacarandás, como de costume.
Sonho
Sonhei com cebolas. Hum, cá pra mim este sonho é como que filho do assunto que ontem apresentei no blogue. Fora isso, o sonho foi composto pelo inconcebível (como todos, aliás, digo: os meus) - eu tinha as minhas cebolas armazenadas dentro de um armário que pertencia ao restaurante aqui do lado do estaminé. Pois. Reina o inconcebível, lá está. Então vai a pessoa de casa até ao pé do estaminé com o propósito de suprir a falta de cebolas no cesto? Não.
Adenda:
Por ora ando numa de sonhar e lembrar-me dos sonhos. Nos últimos dias, quiçá semanas, eu sonhar, sonhava, mas não agarrava os sonhos, nem mesmo ao levantar da cama.
domingo, 16 de agosto de 2020
Gina, numa relação com o supermercado.
Comprei cebolinhas. São muito boas e versáteis. Digo: a versatilidade nasce-lhes como nasce a outras cebolas quaisquer, dão para o que dão. Ponto mau: chatas de descascar, oh porra. Continuando com o tema 'cebolas' mas falando de outras cebolas, as que comprei aqui há dias no nepalês da frutaria, trouxe uma meio que apodrecida. Obviamente foi por distração que a trouxe. Quando fiz o espanto de a ter encontrado o Luís disse que eu, como sou muito observadora, reparo mais no que me rodeia do que no que estou a fazer, por isso me é tão comum comprar coisas estragadas, ou trocar os biscoitos ao cão, ou, ainda, comprar arroz agulha, quando o basmati era o faltado, e do agulha já cá havia três pacotes, ou coisa assim. E sim, faço lista, mas, parvamente, ainda no outro dia comentava isto com a rica filha, ando supermercado afora, consultando a memória ao invés de retirar a dita lista da mala e consultá-la, se, ademais e neste caso, é bem mais certa do que a memória. Mas é o que é.
Comprei rabanetes. Naquela de variar e tal. Lá está algo tão banal como uma ida ao supermercado a actuar subliminarmente naquele trabalho de cabeça, que é fazê-la mover-se (aqui falo do cérebro, ok?) sob um simples exercício: comprar géneros diferentes para diferentemente viver e assim manter-me viva. (Sim, este tópico está um bocado parvo mas até gosto dele assim, afinal amamos as imperfeições, né?)
Comprei vinho com o principal intuito de fazer a vaza de quem se preocupa aos bués em manter a sua adega compostinha. Um dos vinhos possui 'sossego' em seu nome. Sim, comprei mais do que um. Agora não me apetece, mas, em apetecendo, hei-de pôr-me para aqui a fazer a vaza de quem se relaciona com vinhos da melhor maneira. Sempre ouvi dizer que os bêbados, na verdade, não gostam de vinho. E acrescento que, sim!, é possível ter uma relação saudável com o vinho.
Na canção do momento, a que ouço a caminho do supermercado (às vezes esqueço-me que nem toda a gente me conhece os passos, quem aparecer aqui de rompante sabe lá o que é isto d' «a canção do momento», né?), o primeiro 'oh' é tão ritmado como a curva que descrevo, o segundo 'oh' já está desfasado. Daí para a frente e até parar é toda uma balbúrdia de 'ohs' e de curvas e de ritmos.
pui ós pigos
fui aos figos e trouxe três
dois colhidos da árvore que se vê nas fotos
um de uma outra lá atrás
dos dois, um devia ter continuado lá, que lhe saiu leitinho do pé
seja lá como for, todos três
hão-de integrar uma salada que farei não tarda


já na semana passada pui ós pigos
mas não havia nem um capaz
depois aconteceu não fazer post com esta preciosa informação
só que não sei porquê
quiçá altos voos literários estavam, por mim, previstos
dois colhidos da árvore que se vê nas fotos
um de uma outra lá atrás
dos dois, um devia ter continuado lá, que lhe saiu leitinho do pé
seja lá como for, todos três
hão-de integrar uma salada que farei não tarda


já na semana passada pui ós pigos
mas não havia nem um capaz
depois aconteceu não fazer post com esta preciosa informação
só que não sei porquê
quiçá altos voos literários estavam, por mim, previstos
sábado, 15 de agosto de 2020
Domesticidade
Andei de volta da casa e vi pingas de tinta verde no chão do corredor, o que me lembrou da verdadeira luta que é retirá-las. É o horror. É assim:
jogo água para amolecer
as pingas amolecem
passo o pano
as pingas saem
molho o pano
as pingas podem não sair do pano que entretanto já espremi
jogo água para amolecer
passo o pano
que pode conter pingas que o pano resgatou de dentro do balde
portanto:
as pingas que haviam sido arrancadas voltam a colar-se no chão
ad infinitum
jogo água para amolecer
as pingas amolecem
passo o pano
as pingas saem
molho o pano
as pingas podem não sair do pano que entretanto já espremi
jogo água para amolecer
passo o pano
que pode conter pingas que o pano resgatou de dentro do balde
portanto:
as pingas que haviam sido arrancadas voltam a colar-se no chão
ad infinitum
hoje é sábado
o único dia da semana
que não tem i
é
o sábado
a menos que alguém
se
lembrasse de
lhe
acrescentar a feira
e
alguém querendo
completar com feira
outros dias da semana
far-lhe-iam companhia
a segunda
a terça
a quarta
a sexta
os dias são masculinos
no cerne
e femininos
no nome
que não tem i
é
o sábado
a menos que alguém
se
lembrasse de
lhe
acrescentar a feira
e
alguém querendo
completar com feira
outros dias da semana
far-lhe-iam companhia
a segunda
a terça
a quarta
a sexta
os dias são masculinos
no cerne
e femininos
no nome
Almoço
O almoço foi meia posta, pequena, de salmão grelhado, meia batata-doce, pequena, assada, um tomate, pequeno, um quarto de pimento, pequeno, assado, duas cebolinhas, mesmo muito cebolinhas, e ervas e temperos. Quatro fatias, finas, de bolo de iogurte com dezasseis colheres de sopa de polpa da maracujá. Café duplo. Caraças, bem que o mereci a dobrar. O Luís fica baratinado, diz que como tão pouco de prato de refeição mas sou capaz de me encharcar nos doces. Pois é. Pá, sei lá, eu já dantes preferia o sabor doce e me encharcava com isso e, não sendo o ideal, a verdade é que reduzi drasticamente o resto.
Pertences
Sob o ponto de vista espiritual, não posso dizer que me impressione mexer em coisas que já foram de outras pessoas, hoje mortas. Cá por coisas, já por várias vezes fui na demanda de remexer nos pertences da minha sogra e, pá, tudo bem, olho as roupas, os naperons, os bibelôs, as louças, o modo como tudo está exposto e que é, ainda, tão ao jeito dela, e não se passa nada de estranho cá dentro. Não é que não se passe nada, não é isso, não se passa é nada que me apoquente, ou com que não saiba lidar. Pode estas questões serem devidas à minha personalidade – por exemplo: sou curiosa (ah olha aqui tão giro!), sou decidida (pá, é para fazer, faço!) - ou pode ser porque há anos que entro na casa dos clientes, mera habituação, vá. Ademais: o estatuto profissional implica uma certa distância. Enfim, posso eu estar a ser ajudada por essa faceta da minha vida. E não, a demanda ainda não se findou.
Folguedo
Ainda bem que tenho um blogue onde pousam comentadores de longe a longe, assim sempre posso fazer um certo tipo de registo sem que a blogosfera me trucide barra decapite barra esquarteje, e que é este:
'Ah! Quem dera uma quarentena para de novo me lançar em profundas limpezas cá do lar!'
'Migos (os que me ouvem, claro), a minha casa revalidou os hábitos de Fevereiro último.
Ficou bem, o revalidou.
Ideia
Vou sempre indo, a verdade é essa, e é-a em poucochinho. Ou seja, a vida resume-se a uma ideia: tudo custa mas a tudo crio habituação.
Ideia
Vi um vídeo onde era exposta uma ideia feliz – destituir todas as couraças que adquiri ao longo da vida para encontrar a criança que fui. Difícil. Difícil e poético. É poético, é, mas a ideia é muito bonita, inclusive atraente. Às vezes tenho vontade de seguir por aí, mas, ainda sem ter começado, já dói. Dói muito.
Logo seguido de
Logo seguido de ter escrito o texto do post anterior - fi-lo no telefone - entrei no Youtube e notei que uma das sugestões para visionamento - manobra assaz comum desta aplicação, chama-se algoritmo - era um vídeo acerca do silêncio. Não deixo link porque já lhe perdi o rasto, e lamento. Mas lá que era um discurso interessante, era.
O mal
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Zero
Começar do Zero. Hum. Já comecei, já.


No dia em que vi que tinha 999 subscritores no meu canal, capturei a imagem e reduzi-a para ficar a ver-se o que se vê – quase quase quase mil (actualmente são mil e não sei quê). Não significa muito, na medida em que sei lá eu se vêem os vídeos, ou mesmo se vão lá. Pá, há uma disparidade por entre o número de subscritores, os vídeos têm uma meia dúzia de visualizações e, consultando as estatísticas, demoram o visionamento pouco mais de dois minutos. Mas, e notem-no bem, não é isso de ser vista - mais, ou menos, pouco, ou muito - que me move a discursar gravando-me, editar as gravações e publicá-las, o que me move, mesmo mesmo mesmo, é discursar gravando-me, editar as gravações e publicá-las. É, eu sou um bocado esquisita, sou. Mas isto de ter mil subscritores é todo um outro nível, vejam lá que vou poder gravar directos... Então e público para interagir com esta que, nesse caso, falaria? Hum, pois. Mas olhem que às vezes sinto-me sozinha, ai sinto sinto. Mas olhem que não vos aguentaria, ai não não. Hoje estou para os ais como o sono está na cabeça – de vez em quando. E pronto, já que o assunto é os meus vídeos, deixo um vídeo meu está bem? Vai ter que estar.
ai
ai e eu trouxe manteiga de amendoim da holanda
ai e a cidade exacta é zwolle
ai e vejam lá que já foi há mais de um ano
ai e tem passas
ai e anda-me ali na despensa há que tempos
ai e vejam lá que mal me lembro daquilo
ai e o que é que faço com
ai e vou comer no pão
ai e vou fazer um bolo
ai e vou comer no pão o que resta
ai e já acabou
ai e agora guardo para tirar uma fotografia
ai e eu gosto muito dos objectos
ai e já tirei e ó:

ai e é que anda a porra da fotografia nos arquivos do telefone desde...
ai e é desde 21 de julho
ai e oh vejam lá como é que isto anda
ai e a fotografia não tem filtros nenhuns
ai e até a pus de esguelha
ai e as perspectivas de objetos redondos ficam sempre uma merda
ai e eu que nem sou esquisita
ai e até sou às vezes
ai e a cidade exacta é zwolle
ai e vejam lá que já foi há mais de um ano
ai e tem passas
ai e anda-me ali na despensa há que tempos
ai e vejam lá que mal me lembro daquilo
ai e o que é que faço com
ai e vou comer no pão
ai e vou fazer um bolo
ai e vou comer no pão o que resta
ai e já acabou
ai e agora guardo para tirar uma fotografia
ai e eu gosto muito dos objectos
ai e já tirei e ó:

ai e é que anda a porra da fotografia nos arquivos do telefone desde...
ai e é desde 21 de julho
ai e oh vejam lá como é que isto anda
ai e a fotografia não tem filtros nenhuns
ai e até a pus de esguelha
ai e as perspectivas de objetos redondos ficam sempre uma merda
ai e eu que nem sou esquisita
ai e até sou às vezes
As coisas ainda são os meus melhores amigos, 'migos. Hão-de ser sempre, parece-me, porque não se lhes nota enfado nenhum. Depois do clique já mencionado, descolei o invólucro e colei-o no meu caderno. Para sempre recordarei estes amigos, 'migos.
Manuscrito
Por falar em almoço, nos meus manuscritos há o registo de um almoço, dos regulares ao nível profissional, todavia: particularmente agradável. Lê-se assim:
«Nestes últimos dias temos ido almoçar ao Zé. É tão melhor, caraças. (...) Hoje foi pataniscas de bacalhau com arroz de tomate. As pataniscas eram, não só boas, como bonitas e redondas, e tinham muito bacalhau. Ademais, estavam sequinhas, nem enjoei nem nada (nota actual: oh, na verdade comi meia patanisca, uma área para aí com três centímetros quadrados), e o arroz estava divinal. O tomate aos pedaços, saboroso, a saber a tomate. Quiçá tenham posto polpa de tomate na mesma, digo aquela de fabrico, bem sei eu que intensifica o sabor. Mas pronto, seja.»
Grande máquina
Nem queiram saber, estou aqui de roda da edição de um vídeo de férias - cujos clipes foram captados, por exemplo, nestes lugares - e estou aqui que não posso com a máquina fantástica que agora tenho para este tipo de filmagem. É mais estável do que a minha mota, só vos digo. E o que não cansa os olhos, estas edições? É tão melhor do que o equipamento anterior, tão melhor.
Estrada
A N8 sai de Lisboa e vai, pelo menos, até Caldas da Rainha. Em tempos ouvi dizer que essa estrada foi construída aquando da Primeira Guerra e se usou um método, ou matéria, vá, especial para que lá circulassem os veículos militares. Verdade ou então não, sei lá eu, mas que é giro, e até romântico, é. O que sei dizer é que a estrada é feita de recortes, cujas junções se apresentam na horizontal, a cor do pavimento é... aliás, não é cor, é padrão, o padrão, cá no meu imaginário, é tido como sardento. Os recortes começam algures em Loures e vão até à entrada para a estrada sei lá eu, mas sei que é a que vai dar a À-dos-Cãos e de onde, mal começa, se vira para o Beco, lugar que me viu passar de menina a mulher. Seguindo, chega-se à Lagariça, que é de onde, enfim, resultou alguém. Eu. É, foi lá que. Pois. Portanto, antes, fui bebé e criancinha pré-escolar na Lagariça. Mas a N8. Desde cedo achei piada ao barulho dos pneus quando passavam nas junções - tatá! tatá! tatá! Era particularmente interessante pelas seis e tal da manhã, quando me deslocava à paragem da camioneta, porque esses veículos faziam uns tatás! bem mais possantes.
Família
Os sobrinhos, para quem os tem antes dos filhos (como eu), são uma aprendizagem sem carrego de maior.
A minha primeira sobrinha nasceu quando eu tinha dezasseis anos. Foi uma alegria. A minha sugestão para lhe dar um nome foi aceite, o que significa que 'roubei' o nome à rica filha bem antes do seu nascimento. Fui (e sou) madrinha da menina mas nunca quis que me chamasse madrinha porque, não havendo mais sobrinhos, jamais teria a dita de ser chamada de tia por alguém.
A minha segunda sobrinha nasceu quando eu tinha dezanove anos. As vivências em comum já nada tiveram a ver com a sua mana. Primeiro porque a mana morou um ano e tal na mesma casa que eu, segundo porque nessa altura eu já trabalhava fora de casa. Não é gostar mais nem menos, é que não dei tanta atenção. Acerca do nome desta menina: nem dei opinião, não calhou, quiçá precisamente por conta disso de não estar tão presente e de os pais já morarem numa outra casa diferente (ai, adoro redundâncias..).
O meu terceiro sobrinho nasceu quando eu tinha vinte e quatro anos. Nasceu por entre os meus dois ricos filhos. Pois. Imagine-se... É claro que mal me lembro de coisas dele, né? Para além disso era um miúdo quieto e calado, adorava ver TV (é bem provável que ainda adore, hei-de lhe perguntar), aos três anos falava inglês só porque via desenhos animados frequentemente e acho que a Playstation era o seu melhor amigo. Ou amiga, vá. O nome dele é giro, passa pelo da rica filha, mas em masculino. Já o da rica filha, é composto por um dos da minha primeira sobrinha. Lá está, dei a ideia do nome que mais gosto e fiquei sem ele, a menos que pusesse igual, o que não quereria de modo nenhum, que graça teria: olha, lá vêm as primas com a mesmo nome... Ná. Como os nossos filhos são assim como que aproximados em nomes, um dia, o meu irmão brincou 'a gente, com dois ou três nomes despachamos uma data filhos'. O nome deste meu sobrinho é o mesmo que um dos sobrenomes do meu pai, por isso foi escolhido. Eu, quando escolhi o da rica filha, não foi pensando em nada disso, foi porque gosto, sem mais. Ah, e sim, um dos sobrenomes do meu pai é um nome próprio. Aliás, os sobrenomes do meu pai são ambos nomes próprios.
Depois aconteceu que a vida me proporcionou muitos e muitos sobrinhos emprestados, aqueles ditos por afinidade, por acréscimo, já vinham no pacote. Todos eles me tuteiam e me tratam por tia. Todos. Mesmo os que têm quase a minha idade.
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
Série de TV
No episódio de hoje, Monsieur Poirot tem turbantes e grossas paredes. Tem também um caso para resolver. E o que eu queria que não o tivesse? Isso é que era.
Graminhas de quinta-feira
Setecentos e noventa e cinco gramas de maçãs
Quinhentos e sessenta e cinco gramas de pêssegos
Quinhentos e noventa e cinco gramas de cebolas
Cento e trinta e cinco gramas de alhos
Uma alface
Alguns pés de salsa
Muitos raminhos de coentros
E um arroto do nepalês da frutaria, que havia engolido as últimas grafadas enquanto eu me aviava de tudo quanto consta na lista acima. Foi sonoro, e portanto notório, tanto que um amigo da casa, sentado - dormitava quando entrei - lembrou-se de perguntar: - Tu só comes comida nepalesa? E o nepalês, de mãos na barriga, a fazer-se de satisfeito, confirmou-lhe a suspeita: - Sim.
Quinhentos e sessenta e cinco gramas de pêssegos
Quinhentos e noventa e cinco gramas de cebolas
Cento e trinta e cinco gramas de alhos
Uma alface
Alguns pés de salsa
Muitos raminhos de coentros
E um arroto do nepalês da frutaria, que havia engolido as últimas grafadas enquanto eu me aviava de tudo quanto consta na lista acima. Foi sonoro, e portanto notório, tanto que um amigo da casa, sentado - dormitava quando entrei - lembrou-se de perguntar: - Tu só comes comida nepalesa? E o nepalês, de mãos na barriga, a fazer-se de satisfeito, confirmou-lhe a suspeita: - Sim.
As horas que são
São seis e picos - é que só pode - soa aí o motor do veículo do escriturário. Dá-se mais pelo motor do que pelas seis horas, eu é que os junto. Diariamente. De segunda a sexta, quero eu dizer.
Azul
Manhãzinha.
O abacateiro mal se mexia e recortava o céu, que estava cinzento todo ele. Isto ontem.
Hoje, o abacateiro mexia-se com muita vontade e recortava o céu, que ainda era cinzento mas não tardaria que sobressaísse o azul. Uma limpeza, portanto.
O abacateiro mal se mexia e recortava o céu, que estava cinzento todo ele. Isto ontem.
Hoje, o abacateiro mexia-se com muita vontade e recortava o céu, que ainda era cinzento mas não tardaria que sobressaísse o azul. Uma limpeza, portanto.
Primeiro
E vai café no meio da pinha da pessoa que escreve este, e neste, blogue. Diz a cápsula que é doble. Hum, tudo a dobrar, portanto.
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
Eis terminadas as incumbências
Vir todos os dias aos mesmo lugares, às mesmas horas, fez com que revisse a mesma gente, com as mesmas roupas do dia anterior. Mesmo que os dias de seguida tenham sido três e, em dois deles, e de seguida, é que isto eu tenha notado. Pronto, seja lá como for é mais de metade. Vinha, e venho, então eu falar de um homem de camisa azul claro e calças azul escuro e de uma mulher com uma saia às florzinhas por cima de umas calças creme.
As vezes em que acho que não sei escrever - «Oh porra mas o que ando eu aqui a fazer?» São mais que muitas, e este post está a ser uma dessas vezes. Mais: quero registá-la. Diz então o meu pensamento, por ora:
E eu sei lá onde pôr as vírgulas?
E as cores das calças, a gente põe-las em plural?
E é põe-las ou põe-nas?
Não invoco a insegurança, não não, mas encontro-a sempre na minha lista de pedidos. E o confessionário, pá, cá está, então, né, tem até nome, chama-se 'Dias duma grafómana'.
Eis terminadas as incumbências, com ressalva para a senhora, se alguma coisa visse aquém do por si esperado, mo fizesse saber.
Combinação
Não me venham dizer que domesticidade não combina com requinte, combina pois, pois usei de bastante lá nos aprumos que usei para com a casa da senhora. Falta é o Kit e a Kat.
eraSer
o título não fui eu que inventei, não totalmente
a maiúscula fui eu que pus
no mais:
era 'eraser', na parede de um prédio lisboeta
a maiúscula fui eu que pus
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era 'eraser', na parede de um prédio lisboeta
terça-feira, 11 de agosto de 2020
não foi preciso fazer sala porque a cliente me ofereceu logo um 'sentar-me no sofá' enquanto o meu colega tratava do serviço que nos levou ali e então pus-me a escrever coisinhazinhas no bloquinho rudimentar
O dia era de grande calor e o cão da cliente estava com a língua de fora. Quando eu era criança, se via um cão assim, dizia que estava a suar da língua porque me tinham ensinado que os cães punham a língua de fora quando estavam com calor. Avistei um aquecedor. Oh que visão - tão hilariante quanto disparatada. É a vida. Se calhar este conjunto é uma das melhores coisas que a gente vive. O quadro tem uma mulher de chapéu com penas espetadas, só se vê a boca dela e parece estar num esgar de raiva. Tem os ombros nus. Outro quadro, agora o noto, está inclinado e tem a particularidade de ter duas das margens em branco, compõe um passepartout, mas pela metade. Há outro, ainda, que tem o que (me) parece ser dois troncos, chegados mais à direita. Um deles, o mais à direita, quase não tem espaço para aparecer. Parece até um rejeitado, esse tronco. Na verdade nada aqui tem a ver com nada, é tudo desfasado, desmembrado, inclusive as cadeiras, que são cada uma de seu feitio, material, cor. A mesa parece estar posta, mas como se estivesse sempre a postos, independente de relógio ou apetites, não como fosse ser usada já a seguir. Há um candeeiro transparente. Espera aí, outro?! Porra, mas estes candeeiros perseguem-me ou quê?! Ainda há dias me vi a braços com um igual, num lugar diferente, que o desconjuntei todo e não fui capaz de o amanhar. Mas pronto, neste não preciso sequer tocar, é que nem levemente. Dois cães, mais pequenos do que primeiro que aparece neste post, assomaram à janelinha que está bem acima do esperado. Está bem acima desta que vos escreve, mas não para os cãezinhos, que estão numa escada. Há aqui um desnível, portanto. Pois. Enfim, casas.
Exercício
Fiz um exercício à beira do 'hit me, baby, one more time' – espequei-me frente à porta do velho estaminé, a ver se sentia coisas, fossem quais fossem. Nada.
Nada.
Há aquela questão da energia, a que passo, a que recebo, a que sinto, a que julgo que passo, a que noto que recebo, a que parece que sinto. - Enfim. Suposições, sei lá eu. - Mas quando não se sente nada... É certo. Digo: é certo que não existe. Nada.
Nada.
Bem sei que o lugar do velho estaminé é só isso, um lugar, mas os lugares são o que as pessoas deles fazem e, à data, o lugar do velho estaminé não me recebe, daí que. Nada.
Talheres
Às últimas garfadas, troquei os talheres. Pus-me, com o garfo - na mão direita - a querer enchê-lo com o bico da faca - na mão esquerda. Sim, a faca tinha bico. Ali as facas são todas dotadas dessa especificidade, a de cortadoras de carne, terminam em bico e a lâmina é de serrilha. Raramente como carne, enjoa-me. Comer, como, mas desisto para aí ao quê, terceiro pedaço. No outro dia, o Luís, como sou mais apurada no paladar do que ele, pediu-me que provasse um pedaço da costeleta que estava a fritar, desde o dia anterior que estava no frigorífico e isso pôs-lhe dúvidas. Provar, provei, mas enjoei logo que engoli o suco e tive que deitar fora o mastigado.
Os meus troçam-me, se se apercebem destas esquisitices. Às vezes sinto-me diferente, em mau, pois, fosse em bom, seria especial, não diferente.
Post com título
O gatinho amarelo está maior e não quer, de modo nenhum, separar-se desta que vos escreve – mia se me afasto, ou se o afasto, ó pá tóin xiru! Também ronrona se se entretém a observar-me, agora me lembro. Depois há o entremeio, eh ó Gina, estás a espremer a esfregona?, então lá vou eu! E joga-se. Mesmo. Corre para aqui e para ali, todo maluco, escorregando, por conta do chão molhado. Mas já não escorrega tanto como dantes, as pernas estão maiores e mais fortes, idem para as patinhas. São cor-de-rosa, as almofadas das patinhas, é tão bebé ainda. Pá, depois há umas chatices do caraças, não consigo limpar certas superfícies sem que venha destruir todo o meu empenho, baza daqui, Miau!, ralho eu. Vou chamar-lhe Miau, é cá por coisas, fica mesmo bem. É óbvio que o bicho não baza só porque lho ordenei, o que faço, se o quero mesmo fora dali, é agarrá-lo pela barriguinha, içá-lo e pumba, bazas à força, ai bazas, bazas. Mas não leva a mal ser contrariado, qual quê, põe-se logo numa de roedor, dentinhos de brincar, patinhas de um lado para o outro à procura de apoio. Dou-lhe esse apoio, pousando-o delicadamente no chão. Sim, delicadamente, lá porque tenho um arranhãozinho aqui e outro ali não vou destratá-lo, está longe de ter maldade. No outro dia ouvi um miado diferente e fui ver que tal ia a sua vidinha, que é difícil pra caraças, claro, e era então Dom Miau que estava sofrendo horrores à conta daquela doença que se chama prato-vazio. Ou seja, terminara toda a ração e queria mais. Despejei um bocado no prato, não sem reticências, mas pronto, é que parecia mesmo que o bicho tinha fome. Comeu tudo e mostrou-se-me satisfeito, indo brincar – sei lá com o quê, se calhar com o rolo de película aderente. Também pode ter ido à procura do balde para fingir que vai mergulhar. Ou então foi até à sanita para se equilibrar no bordo. E está um mestre nisto.
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
domingo, 9 de agosto de 2020
Cócegas
Fazer-me cócegas na cabeça com o apetrecho - foto - enquanto, em som de fundo, Bitter Sweet Symphony dos The Verve se fazia ouvir, teve um quê indizível. Um quê indizível - eu cá acho que - é o mesmo que um certo quê porque este tipo de certos são - precisamente por via de um amontoado de dúvidas - incertos.
sábado, 8 de agosto de 2020
Escrutínio
Notei há dias que o cortinado mais famoso do meu blogue tem umas flores malfeitas - pétalas umas mais altas que as outras e estão todas assim como que desalinhadas, o que não condiz com o resto do padrão. Entretanto fui adiando o registo desta importante descoberta e, na visita seguinte, lembrei-me disto tudo e voltei a escrutinar o cortinado (mais famoso do meu blogue e tal e tal) para perceber se as tais flores malfeitas têm o seu negativo, como têm, aliás, todos os motivos do padrão. E pronto, têm. Têm e são também malfeitas. Ora isto contradiz-me, pois se 'é com a imperfeição que se engraça', e foram estas flores as últimas a figurar no lbogue... ai perdão, blogue...
Lisboa, Lisboa
Encontrei esta perspectiva porque não me contentei com a primeira. Quando apontei a lente do telefone achei que tinha, sem querer, tirado toda a beleza à visão. Foi aí que desisti e me propus outra perspectiva, que é a que se vê abaixo e que, quanto a mim, ganhou muitos pontos. É assim que por vezes ajo – se não gosto, não mordo. É assim, também, que vejo as pessoas agirem para comigo, isto porque à primeira vista não se percebe o ser humano absolutamente maravilhoso que consigo ser. E não, esta afirmação não é iróncia... ai perdão, irónica.

'Migos: nem queiram saber – enquanto redigia o texto acima, olhei em frente, como faço milhentas vezes desde que tenho o balcão assim, e notei o mesmíssimo dizer na parede do prédio que está em frente.
Mais: vejam lá que, por distração, tinha jogado no lixo ambas as fotos. Oh. Quase que até o post ficava uma lixeira, de desarrazoado.
Encontrão
Por ter andado à cata da foto que está no post anterior, encontrei esta e quero dizer-vos que a considero a mais estranha, espectacular e inventiva que produzi até à data. Por falar em data, não estou certa de que tempo é, mas, cá pra mim, é do Inverno de dois mil e dezanove.

Minha senhora
Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, a senhora foi para obras e o meu regresso às suas lides foi interrompido. Vai daí, por junto, aconteceu-nos a quarentena, o que atrasou pra caraças o meu regresso. Au eva, acabou-se as obras – oh que alegria! - e agora lá ando eu limpa aqui, esfrega ali. Ontem, enquanto digitava uma mensagem que lhe enviaria via WhatsApp, encontrei-me tomada pelo estilo com que escrevo no blogue e imbuída do sentimento habitual (deleite) e deu-me pena não afixá-lo, precisamente, no blogue.
Olá minha senhora 😁
Olhe, se não fosse as pintinhas que há pelo chão serem tão más de sair, eu estava mais contente. Ao momento há ainda muitas. No mais: já tem a suite imperial (inclui quarto e casa-de-banho, pois claro) prontinha, bem como a sala, excluindo o sofá, que está limpo só por trás. Má escolha, bem sei, mas eu logo me jogo ao resto. Os vidros, não posso dizer que estejam límpidos, mas esforcei-me para aí chegar, que os limpei duas vezes. À varanda tirei a maior, aproveitando as águas das lavagens dos chãos.
De resto, olhe, segunda-feira lá estarei.
Bom fim de semana.
Em Loures, aos oito de Agosto de dois mil e vinte, o registo do fim.
A caneta azul, findou-se-lhe a tinta no quarto dia de Agosto de dois mil e vinte, em Lisboa, no estaminé. É verdade que tenho rabiscado aos bués, daí que.
Sonho
Sonhei que a rica filha havia ficado à espera de um convite daqueles que o convidador julga o convite dispensável e, os convidados, embora suponham que (serão), sabem lá se (serão). Ela estava triste porque o convite por boca não ocorreu.
Supermercado
Uma cliente indignou-se, os sumos que estavam em promoção eram os especiais, não os básicos. Eles é que mandam na nossa carteira, não? - perguntava ela à caixeira, no modo indignado com que já a pus lá atrás. «Não, eles não mandam na carteira de ninguém, eles sugerem coisas, aliciam, cai quem cai e, quem cai, para eles é bom», pensei.
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
No mais: que mais?
No mais é que não guardo todas as fotografias que tiro. É certo que umas ficam tão mal que as largo logo no lixo, porém, as de que comecei por falar neste post, são tão do momento, tão pertencentes ao blogue, tão de fazer conjunto com a legenda ou texto que já tenha em mente (ou então não) agregar-lhes, que não tem jeito nenhum que me encham o apetrecho. Posto isto, venho (também) dizer que tenho milhares de fotos nas nuvens de Mr. Google. Quem quiser roubar, desviar ou copiar poderá fazê-lo, e eu bem sei que, publicando seja lá o que for, meu deixará de ser.
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Cantando
Quando passei pela rua mais bonita de Lisboa, bem junto à oitava árvore que encontra do lado direito quem vem a descer, uma cigarra cantava destemidamente. É talvez não possível que uma cigarra sinta temor, mas vá. Hei-de apurar esta temática, em tendo tempo para isso.
Andando
Sua majestade diz que me viu na avenida, que lá ia eu, tic-tic-tic. Vamos, portanto, supor que ligeireza tem som de tic-tic-tic.
Vocalizando
O Zé mudou para 'nha nha nha' a ansiedade com que espera pelo desenvolvimento que o meu colega dará acerca de uma novidade recentemente chegada ao estaminé.
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
Êxtase
Aos almoços, da minha sopa, o meu colega espera sempre que lhe dê um bocadinho. Insisto que se sacie logo ao início e ele que não e não. Volto a insistir, tão veementemente quanto antes, quando vou aí pela metade, relembrando que gosto de ser eu a viver o êxtase do fim. É geralmente neste ponto que anui. Ou rende-se, e está bom de ver que encontrei um argumento do caneco.
Lisboa, 5 de Agosto de 2020
Um Verão já entradote, este d' agora. Revelo, para já, que tornei às botas-pantufa e que Lisboa cheira a um Outono no seu começo – o de dois mil e vinte, porque não? – isto, quando ainda estávamos aos vinte e tais de Julho. Melhor acrescentar, contudo sem pompa ou rufar, que ando atrasada nos meus registos. Ah, fosse eu outra coisa quando não redijo a ponta dum corno.
Entremeios
As pessoas estão no entremeio de circunstâncias díspares. Umas de uma maneira, outras de outra, né? E depois há pessoas pelo meio. Entremeios, vá.
Material cirúrgico
Maçã & Café
Na última visita, o senhor da mercearia barra cafetaria era outro. Férias, quiçá, estará o do cabelo muito comprido. Aquele tem em sua posse uma simpatia natural, vejam lá que me viu em apuros para abrir o saco de plástico e comentou que agora andamos todos assim por conta de desinfectarmos as mãos frequentemente e, já antes, tinha-me deixado optar por entre as escolhas de qual pagar primeiro, se o café se a maçã. Naquilo do abrir do saco, acrescento que ele, numa de me ajudar, foi roçar as pontas dos dedos numa caixa de fruta para ficarem com alguma porosidade. Não sei se por isso, ou então não, mas lá que as partes dos saco lá se apartaram, apartaram. Falta só dizer que me deixou pagar tudo junto. Nada igual, portanto.
Cozinha & Casa-de-banho
terça-feira, 4 de agosto de 2020
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Fogo
Passar numa terra chamada Queimadas quando cheirava a queimado foi surreal. Surreal leva-me ao inexistente mas não troco aqui nada porque o problema devo ser eu.
domingo, 2 de agosto de 2020
sábado, 1 de agosto de 2020
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