Comprei cebolinhas. São muito boas e versáteis. Digo: a versatilidade nasce-lhes como nasce a outras cebolas quaisquer, dão para o que dão. Ponto mau: chatas de descascar, oh porra. Continuando com o tema 'cebolas' mas falando de outras cebolas, as que comprei aqui há dias no nepalês da frutaria, trouxe uma meio que apodrecida. Obviamente foi por distração que a trouxe. Quando fiz o espanto de a ter encontrado o Luís disse que eu, como sou muito observadora, reparo mais no que me rodeia do que no que estou a fazer, por isso me é tão comum comprar coisas estragadas, ou trocar os biscoitos ao cão, ou, ainda, comprar arroz agulha, quando o basmati era o faltado, e do agulha já cá havia três pacotes, ou coisa assim. E sim, faço lista, mas, parvamente, ainda no outro dia comentava isto com a rica filha, ando supermercado afora, consultando a memória ao invés de retirar a dita lista da mala e consultá-la, se, ademais e neste caso, é bem mais certa do que a memória. Mas é o que é.
Comprei rabanetes. Naquela de variar e tal. Lá está algo tão banal como uma ida ao supermercado a actuar subliminarmente naquele trabalho de cabeça, que é fazê-la mover-se (aqui falo do cérebro, ok?) sob um simples exercício: comprar géneros diferentes para diferentemente viver e assim manter-me viva. (Sim, este tópico está um bocado parvo mas até gosto dele assim, afinal amamos as imperfeições, né?)
Comprei vinho com o principal intuito de fazer a vaza de quem se preocupa aos bués em manter a sua adega compostinha. Um dos vinhos possui 'sossego' em seu nome. Sim, comprei mais do que um. Agora não me apetece, mas, em apetecendo, hei-de pôr-me para aqui a fazer a vaza de quem se relaciona com vinhos da melhor maneira. Sempre ouvi dizer que os bêbados, na verdade, não gostam de vinho. E acrescento que, sim!, é possível ter uma relação saudável com o vinho.
Na canção do momento, a que ouço a caminho do supermercado (às vezes esqueço-me que nem toda a gente me conhece os passos, quem aparecer aqui de rompante sabe lá o que é isto d' «a canção do momento», né?), o primeiro 'oh' é tão ritmado como a curva que descrevo, o segundo 'oh' já está desfasado. Daí para a frente e até parar é toda uma balbúrdia de 'ohs' e de curvas e de ritmos.
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