quinta-feira, 30 de julho de 2020

Casas

Há muitos anos que entro nas casas dos clientes. Duas décadas, mais coisa menos coisa. E gosto. Nem todas as casas são impressionantes e, as que são, podem-no ser pelo lado bom ou pelo mau. Umas estão arrumadas e limpas. Ou só arrumadas ou só limpas, ou o contrário disso. Há umas onde rapidamente revejo a personalidade de quem lá mora. Também as noto ocas, ou desafogadas, o que não é a mesma coisa. Ou muito cheias, onde mal se respira, mas nessas costuma haver muita informação e eu adoro lugares assim. E bibelôs, assim todos muito chegadinhos uns aos outros? Pois é. Ou muitas flores de plástico, como se de refugo se tratasse, afinal nem todos têm arte para a decoração e a casa é de quem é a casa, vou lá eu agora opinar? Não. Encontro, por vezes, o tão em voga estilo minimalista. Mas garanto que já vi muitas casas com peças de valor - estatuetas, quadros, porcelanas, pratas. Há casas impenetráveis, estanques, frias, e não digo que não tenham alma, decerto a terão, digo é que teria que lá voltar a entrar mais umas vezes para descortinar como e o que retirar, o que nem sempre acontece. E há, até, casas insípidas, de novo teria que voltar uma e outra vez para 'saber' o que.

Sem comentários:

Enviar um comentário