sexta-feira, 22 de abril de 2016

Abril

Abril, proximidade de praia, corpo ao léu e coiso. Abril, pneus ao redor da cintura, celulite nas coxas e nalgas, dura realidade, impossibilidade de parecer a Julia Roberts ou assim, é que nem ao longe, e fui buscar alguém da minha faixa etária cá por coisas. Mas é assim, ó pá, a gente passa a vida a querer parecer diferente, mas o parecer diferente passa pelo ser diferente e a gente nunca há-de ser diferente daquilo que é. E depois há os anúncios que tornam obrigatório um corpo esguio. Eu nunca tive um corpo esguio. Mais: eu nunca vou ter um corpo esguio, mas a publicidade é o que proclama, como modelo de virtudes e tal. Ora essa, até parece que as mulheres esguias são mais virtuosas.
Ah, é verdade, querem perder um quilo na balança e dois centímetros na cintura e um outro nas nalgas? Bebam, em cada manhã, portanto em jejum, um copo de água quente onde misturaram o sumo de meio limão. Fantástico. Mesmo. Vão é ter de esperar para aí um mês até notar qualquer coisa e, convenhamos, nem toda a gente suporta uma acidez tão áspera logo de manhã.

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