sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Lugar (que também pode ser) da musa

Hoje esventrei o pote das bolachas com o olhos. Saem-te lâminas dos olhos, ó Gina? Não, é poesia, 'migos, mera poesia. E não, não foi por gulodice que lancei um atento olhar às bolachas, nada disso, é que me pareceram de plástico, tanto a massa como os smarties e as pepitas de chocolate que lhes colaram antes de entrar no forno elétrico uns parcos três minutos, que a indústria faz render o tempo com mestria e competência, daí o aspeto fabricado. Deu-me vontade de desistir do bolo-rei e fazer bolachas de manteiga, a ver se esqueço a imagem que ainda recordo. Por falar nisso, ainda que nada tenha a ver, o senhor que habitualmente lê o jornal hoje lia uma revista, a Evasões. A postura era porém a mesma, muito compenetrado até ao momento da entrada de alguém no espaço, aí logo levantava o olhar sem desmanchar o ar, mas depressa se fartava de ver a pessoa que chegara e voltava à leitura... como?, isso mesmo, com o ar compenetrado de sempre.

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