terça-feira, 28 de agosto de 2018

Terça-feira

Estive a ver um filme. Normalmente não dedico muito tempo ao visionamento de filmes porque prefiro outras paragens, mas, quando tenho dias seguidos, a dado momento, percorro o histórico de um ou outro canal de filmes e toca de escolher. Não sou de escolher o filme pelo elenco, a não ser que perceba que este/a ou aquele/a actor/actriz não são dados a filmes violentos ou assustadores. Bom, o filme parecia lamechas, eu sou lamechas, logo: pumba e coiso. Foi giro. Basicamente a moça era doente, o moço estróina e vá. Ófim daquilo ficaram juntos, claro, ópois de sexo e sexo e sexo, ficaram juntos, ela doente, ele estróina e foram ser felizes noutro lado, quiçá num outro filme, pois se são actores... Ah, o filme chama-se 'O amor é o melhor remédio'. Bom, tenho outro filme para ver, talvez guarde para amanhã, não sei do que se trata (como deste também não sabia) mas sei que se chama 'Flores partidas'.
Ando a limpar armários a uma velocidade muito lenta. Às vezes cheira-me a sujo e a gordura, que é coisa recorrente numa cozinha e que jamais será exterminada, pois que lavo e limpo e sujo e engorduro ende sôu óne. Mas é assim a vida de uma pessoa. Nada (mais!) a fazer. Quando ando nestas andanças, mudo as coisas de potezinhos para lavar os potezinhos, que, já lavados e enxutos se põem a aguardar a vez de serem utilizados (também não têm nada que fazer, né?), coisa que ocorrerá ao estarem vazios de seus conteúdos, ou quando me der na mona fazer outra vez uma troca porque me cheira a isto e àquilo.
Mais logo tenho que fazer a cama de lavado. Logo de manhãzinha pu-los a lavar, na esperança de que sequem até à noite. Assim até é bom, nem os passo a ferro nem nada. O que vale a mim é que não passo lençóis a ferro. Sério. Mas a sensação de me enfiar nuns lençóis que secaram no próprio dia, sem os ter passado, é quase tão boa como a de me enfiar nuns lençóis que o foram, mormente se à data do calendário. Ah... Adoro a sensação de lençóis lavados, limpos, passados, é prazeroso, pois é, mas não os passo a ferro. É tipo aquela coisa que se diz 'perdoa o mal que faz pelo bem que sabe' mas ao contrário... ou diferente: 'perdoa o bem que não sabe pelo mal que me não fez'. Sim, passar a ferro faz-me mal. Hum, eu tenho mesmo o condão de baralhar tudo. Bom. E venho eu às vezes dizer 'ai o que eu gosto de escrever! descubro coisas! tão bom!' Bom.
Bom.
A minha vida, nos últimos dias, tem-se dividido por entre lavagem de roupa, tratar de limpezas daquelas semana-a-semana, limpezas de quando me cheira mal (aí tanto faz a periodicidade, é quando cheira mal e pronto), deitar fotos no lixo, editar vídeos, deitar vídeos no lixo, sacar os vídeos já prontos, e aquela parte de os arquivar na grande memória externa que há cá em casa, bem como no estaminé, ficará para daqui a duas ou três semanas, que é tipo assim quando a minha cabeça já não lembra pormenor nenhum das férias. Não é por mais nada que não por preguiça. Sim, eu tenho preguiça de ligar os discos externos, é uma seca do caraças, geralmente dá-lhes uma travadinha qualquer, custam a ligar, umas vezes não fazem pisca-pisca e têm que fazer. Ah, e sim, eu sou daquelas pessoas que acha bem ter dois discos, quem sabe nos gamem um ou assim. Mas também vos digo, a dada altura deixei de prestar atenção se estão iguais, perdi-me, ainda que tenha usado todo o meu saber e disciplina para seguir avante com a igualdade entre os discos externos desta que escreve.
Vou fazer um doce com sementes de chia, e não é por tê-las que vai ser um doce super saudável e super equilibrado e super livre de glútenes e sacaroses e lactoses, não, vai mas é ser um doce que me vai inchar tanto que vou parecer uma batata insuflável. Bom, às tantas, leitinho não tem, mas vá. Tenho no frigorífico um resto de morangos de lata, dois pêssegos meio murchos e duas limas que se encontram ainda jovens mas o melhor é usar, quanto mais não seja porque sim. Espeto com tudo no processador - quando digo tudo, digo o líquido da lata também, os pêssegos descascados e cortados em pedaços e o sumo das limas -, junto açúcar - ou mel - a olho, volto a processar, depejo em tacinhas e meto em cada uma uma (ui, isto ficou esquisito, mas...) colherzinha de café de sementes de chia. Daqui a não sei quantas horas as sementes estarão inchadas e gelatinosas. Vai ser tão bom.
Bom, já fiz o docinho que se me apresentou com uma linda cor avermelhada, que os morangos levaram a melhor na cor mas não no sabor, pois que sabe mais a pêssego do que a eles e até as limas emprestam mais sabor do que os ditos, quem sabe por serem de lata.
Há pouco, para me certificar do nome do filme que vi de manhã, na pesquisa surgiu um vídeo. que é um excerto do filme, e que num dos seus segundos a personagem Maggie Murdock dia: '... encontrar uma hora ou duas para alívio da dor de ser como é', o que me levou até ao meu 'ser como sou', que sou triste. O que muitas vezes faço para não ser/estar/parecer triste é exactamente isso de arranjar artifícios para me aliviar de mim, como diz a frase do filme. Artifícios sim, contornar ou controlar ou esmagar a tristeza é uma arte imensa. E dá cá uma canseira... Não, eu não cheguei a dizer 'eliminar', para eliminar a minha tristeza ainda não encontrei a arte.
Bom! então? e agora? que falta fazer? que falta escrever deste dia?
O jantar estava salgado. O doce estava muito doce. Há três dias que ando nisto de salgar e adoçar em demasia. Dizem por aí que isso acontece quando as pessoas estão apaixonadas. Hum, ok, vá.
Tenho fotos, as tais de que falei ontem, da viagem/estadia de férias que recentemente terminou. Então vá.


É um trecho de um dos livros que deixei no tal lugar a quem me lembrei de chamar: biblioteca/embutimento. Ups!, acho que não era assim. Sei lá, está a dar-me uma branca. Mas sei que o livro se chama 'Meia-noite todo o dia' e quem escreveu foi Hanif Kureishi. Na verdade não sei, pronto, fui pesquisar e acabou a conversa.




Em Corvos, há este poema todo bonito (foto acima) , num expositor todo bonito. Ups!, aquilo não se chama expositor. Aliás: não sei mas sei que está a dar-me outra branca. E no chão encontrei este prato tão tipicamente alentejano (foto abaixo). Devia tê-lo trazido comigo. Um dia compro um exemplar destes, traz-me memórias de infância. Na casa da minha Ti Bia comia-se neste tipo de pratos, de esmalte. São tão alegres. A ver se compro. Mesmo.






Gatinhos e mais gatinhos. Na foto acima achei piada a tantas cores claras. Pronto, o chão não conta. Na foto abaixo achei piada a tantos gatos de tantas cores. Estava em Mértola, aquando dos cliques.




Mas uma de  Mértola. Era tão bonito o sol por sobre as torre da igreja que não me escapou.





Este é o armazenamento de material de limpeza dos meus pais. Não, eu também não sei para que querem duas esfregonas. Pode ser uma para a cozinha e outra para a casa-de-banho. Hei-de certificar-me. Já os panos serem muitos não me intriga, quantos mais, melhor.









E agora chegámos a uma parte extraordinária dos apetrechos que o meu pai usa para regar a hortinha que tem no quintal.
Foto acima:
Vêem a mangueira atada ao braço do regador e mais um ferro, ou lá que é aquilo? Pois bem, é para regar o mais dentro da horta possível sem pisar a terra, não vá estragar as plantações. Zinhas, que a horta é hortinha.
Foto abaixo:
Para que o regador se mantenha no seu melhor quando pousado, não fosse o ferro e mais a corda e mais o que já naturalmente lhe pertence, o meu pai improvisou uns pesos a fazer de contrabalanço. Tem lá um peso daquelas balanças antigas, sim senhores, mas, não sendo suficiente, pôs pilhas, que é material denso que se farta.









Em cima temos então um passador feito com uma boca de garrafa de água mineral, mais umas meias da minha mãe, que por modo a não fugir, atou com fita de estore. Esta é mais uma utilidade que tenho que averiguar para que servirá. É que tirei as fotos e depois esqueci-me destas questões. E o meu pai ali ao lado.
Em baixo temos um arsenal inominável. Simplesmente. Pois. Então, são coisas. São coisas de velho, tudo bem, mas antes de mais são coisas.





Nota de rodapé:
Este post devia chamar-se 'Bom'

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