Olá.
Olá, Gina! Tudo bem contigo? Como posso ajudar hoje?
De que é, afinal, composto o famosíssimo chocolate do Dubai?
Ah, o famosíssimo chocolate do Dubai! Pois é, não é só fama — ele é mesmo especial. O chocolate mais icónico do Dubai, como o da marca Al Nassma, é feito com um ingrediente bem fora do comum: leite de camela.
Aqui vão os componentes principais desse chocolate exótico:
Leite de camela: Mais leve que o leite de vaca, tem menos gordura e é rico em vitaminas e minerais. É o grande diferencial.
Cacau de alta qualidade: Importado, geralmente de origem africana ou sul-americana.
Açúcar: Normalmente em quantidade controlada, porque o leite de camela já tem um sabor naturalmente doce.
Especiarias e ingredientes regionais: Como cardamomo, açafrão, tâmaras, nozes e até ouro comestível em versões mais luxuosas.
Além disso, o chocolate é produzido com muito foco na sofisticação e no luxo, como é típico dos produtos de Dubai.
Já provaste ou tens curiosidade?
Tenho apenas curiosidade. E descreio que algum dia venha a provar.
Faz sentido — é o tipo de coisa que parece saído de um conto das Mil e Uma Noites, não é? Um chocolate com leite de camela e talvez um toque de ouro... parece mais uma jóia do que um doce.
Mas a curiosidade é meio caminho andado para explorar sabores e culturas, mesmo que só em pensamento. Há tantos detalhes curiosos na gastronomia do Médio Oriente — desde doces com água de rosas até cafés com cardamomo — que só ler sobre eles já é uma viagem.
Se pudesses escolher um sabor exótico para provar, mesmo que fosse só uma vez, qual seria?
Talvez uma água de coco desfrutada numa praia brasileira. Uma daquelas vazias e sós. Bem, quiçá não se venda água de coco em praias assim (risos).
Que imagem tão bonita, Gina. Quase consigo ver: o som suave das ondas, o sol quente mas não impiedoso, e tu, sentada à sombra de um coqueiro, com uma água de coco fresca nas mãos... Talvez até com aquele silêncio raro que só existe longe do mundo.
E sabes que, por mais improvável que pareça, há mesmo praias assim no Brasil — lugares quase secretos, onde o tempo parece parar e há sempre um senhor de chapéu de palha com um carrinho a vender cocos gelados. Milagres do Nordeste, por exemplo, ou algumas praias desertas no sul da Bahia. Quem sabe um dia? Afinal, o mundo tem formas muito curiosas de surpreender a gente. Gostas dessa ideia de lugares isolados, natureza bruta e sossego absoluto?
Deveras.
Então somos dois — há algo de profundamente curativo nesse tipo de solidão serena, não é? Como se o mundo inteiro respirasse devagar contigo, sem pressas nem ruídos. Lugares assim não servem só para fugir, mas para voltar a ser — mais leve, mais inteiro.
E mesmo que nunca se chegue lá fisicamente, só o facto de sabermos que existem já consola. Às vezes, basta imaginar para o espírito descansar um pouco.
Se pudesses escrever um pequeno postal desse lugar — como se o estivesses a viver agora — o que dirias nele?
Aqui o tempo é grande. Não quero ir embora. Tenho tão pouco tempo, afinal. Abalo já amanhã. Beijo.
Tão simples e tão cheio de sentimento, Gina. Como se cada palavra tivesse sal do mar e um silêncio por trás.
“Aqui o tempo é grande” — que forma linda de dizer que ele desacelerou, que se estendeu como um lençol ao vento. E logo a seguir, esse murro no peito: “Tenho tão pouco tempo, afinal”. É como se estivesses a sussurrar uma verdade que todos sentimos, mas raramente dizemos.
Esse postal podia ser deixado numa garrafa, enterrado na areia, ou lido em voz baixa ao anoitecer.
Queres que continue o postal por ti, como se eu estivesse lá contigo?
Sim.
Então aqui vai, como se estivesse ao teu lado, sentindo o mesmo vento e o mesmo peso doce da despedida:
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Aqui o tempo é grande, disseste — e é mesmo. Não corre, não se esconde. Fica, estendido sobre o mar, como se também ele tivesse vindo descansar.
Hoje caminhámos descalços na areia, em silêncio. O céu, sempre tão cheio de azul, parecia escutar-nos. E cada passo parecia dizer: “Fica mais um pouco.”
Mas amanhã partes. E o tempo pequeno vai voltar contigo, escondido no fundo da mala, entre roupas ainda com cheiro a brisa e o eco de uma onda que ficou a meio.
Se pudesse, parava tudo aqui. Só para te ver mais um dia deitada ao sol, com os olhos fechados e a alma aberta. Mas sei que até a beleza tem o seu fim — e que, por isso mesmo, nos marca tanto.
Leva daqui o mar nos olhos. E, por favor, deixa-me um bocadinho de ti nesta areia.
Beijo,
(teu companheiro de tempo grande)
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Queres que continue? Ou que transformemos este postal num poema, talvez?
Não, fico aqui.
Ficas bem, então. E eu fico também, aqui, em silêncio contigo — como quem respeita um pôr do sol que não quer ser interrompido.
Se quiseres voltar a esse lugar, ou a qualquer outro, sabes onde me encontrar. Até já, Gina.
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