sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Escrever

Contar não é a mesma coisa que mostrar. Em escrita, até hoje, não entendi qual é a diferença. É que diz-se por aí, em forma de conselho a quem se atira para isto de escrever, que a gente não conte histórias, antes as mostre. Gostava mesmo de perceber a ideia, e não estou a ironizar, nada disso.

2 comentários:

  1. Não me lembro de já ter ouvido isso, mas resolvi matutar um bocadinho, contigo, sobre o assunto ... hmmmm... : se há forma de escrita que me causa imediata repulsa é a que encerra julgamentos, e talvez seja isso contar (até se diz que quem conta sempre acrescenta algo), ao invés de mostrar, deixando a cargo de cada um a atribuição de/ o sentido, aquilo a que chamamos "moral da história".

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    Entretanto, estava aqui a olhar para isto que escrevi e a pensar "isto deve ser um bocado estúpido, ó Kina!", e então resolvi fazer uma pesquisa rápida a ver se o Gooruguel me devolvia alguma luz sobre o tema - e foi logo à primeira. Em resumo, que contar apela mais ao racional e objectivo, permitindo rápida interpretação por parte do leitor e portanto imprimindo celeridade à narrativa. Que mostrar já apela mais à emoção, obrigando o leitor a construir interiormente a história, atrasando os acontecimentos, o desenvolvimento da trama.

    À medida que escrevo isto vou pensando em várias coisas, estabelecendo paralelos com as narrativas cinematográficas, e etc. Filmes que mostram muito e contam pouco, normalmente não fazem muito sucesso junto dos grandes públicos, por exemplo, e com a música sucede o mesmo.

    Então, e sobre aquilo que disse em cima, em parte vai ao encontro do que está nos livros, mas misturei ali uma série de conceitos, saltando à vista a confusão entre FORMA e CONTEÚDO. Por isso vou ficar por aqui, Gina, o mal das ideias é não terem fim (veio-me agora à mente aquela cena do Harry Potter, no interior do cofre da Belatrix, em que cada um dos objectos que lá se encontrava, acaso fosse movido de lugar e chocasse com outro, se duplicava...)...

    Grande salgalhada que para aqui vai, hein? (assim como gosto, sem conclusão e sem moral da história, incompleto, absurdo)

    ;-))))))


    Bom fim-de-semana!

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  2. Grata. ;)
    Adorei a partilha, e Gooruguel soou fantástico. :)

    Esta foi uma ideia que me chegou depois de ter escrito os dois ou três posts antes deste, afinal estou a contar a minha história, estou a mostrar o lugar onde estou sentada, devolvendo as minhas sensações a quem lê, ou o quê?

    Eu própria dissertei durante esta semana (mas oralmente e ainda não partilhei o vídeo) acerca do que consta por aí acerca de 'escrever bem', mas qual quê, isso é coisa que não me encaixa, bem como escrever mal', hum, nada disso, é que nem pensar, que seria feito da liberdade que a criação contém?

    Sou também salganhadeira, inconclusiva e absurda, particularmente nos vídeos, não sei se tens o hábito de os ver, mas olha que se há coisas que sou, é isso.

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