segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quimera

O setenta e dois e o trinta e nove da avenida são oponentes. Um deles é quimera para mim, o outro não. No que deixou de ser quimera, deixou de o ser quando estive lá em cima mirando a cidade (de longe) e as copas das árvores da avenida (pertinho, pertinho).
Posso tirar fotografias, perguntei eu à cliente.
Pode. Tire as fotografias que quiser!
Tenho-as no blogue antigo. Sei que era verão e sei que não foi o verão passado.
Isto das quimeras são também desejos antigos, ai eu quero ir lá acima, ai eu quero ver como é de cima para baixo porque de baixo para cima já eu sei como é, ai eu quero atirar-me dali e esborrachar-me no chão. Pumba, acabava-se a tristeza. A esperança apoiada na tragédia. Pois. Por isso não me venham dizer que a vida é maravilhosa, está bem. Vai ter que estar. Nem me venham dizer 'ó Gina, deixa-te de merdas', que isso de me deixar de merdas é o que faço em cada segundo que passo acordada.

Sem comentários:

Enviar um comentário