segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Dias (duma grafómana, ou lá que é)

Bom dia. São dez e cinquenta e nove. O lbogue... ai perdão, blogue hoje vai acontecer num post atípico, está bem. Vai ter que estar.


Anteontem andei a fazer uma pesquisa no blogue anterior ao anterior blogue, perceberam. Claro que sim, por isso continuo. Encontrei uma foto de dois mil e nove, para aí na primavera, onde aparece meia árvore amarela, ainda muito verdinha. Não, nessa altura a árvore amarela ainda não era a árvore da minha vida, nem estava amarela, era ainda primavera, pois. Gostei tanto de a encontrar, a árvore amarela já era árvore antes de eu a fixar. Não, não vou deixar aqui a foto, revela o nome da rua mais bonita de Lisboa, e por ora tenho segredos a resguardar.


Anteontem aprimorei alguns dos meus vídeos que, quando prontos, é meu costume ver se está tudo bem e, aquando desse visionamento, planta-se-me do lado direito do ecrã uma lista que convida a ver outros vídeos posteriormente, vídeos esses que quantas vezes calha serem os meus. Os senhores do YouTube (é assim que se escreve, ao que parece tenho andado a escrever isto mal, oh céus) querem mesmo que a gente se transforme nuns narcisos/ególatras do caraças, é o que é. Bom, eu, como qualquer pessoa, afinal, sou também admiradora de mim própria e das minhas facetas de pessoa fixe e bem-disposta e carismática, tudo feique péro andiámo anferram, de maneiras que vi no título do meu próprio vídeo o seguinte: «Do verbo 'poder'», o que me suscitou uma curiosidade imensa por já não me lembrar que raio teria eu dito naquele vídeo e eis que cliquei e eis que me vi começar o vídeo duma maneira inesperada, é que eis que num repente me vi a notar o meu texto espetado na parede da sala (eu disse que era narcisista, já me confessei há pouco, sim, eu tenho um texto meu espetado na minha sala, ao qual ainda ninguém ligou a ponta dum corno) e eis que comecei a tagarelar a partir do que está lá escrito, que é todo um conjunto de fatores opostos por entre o ato de escrever, tão opostos que são disparatados, pronto, assim mais ou menos como são todas as coisas que a gente se lembra de esmiuçar, a gente esmiuçando, estúpidos vamos ficando... porque... não... há... respostas. O mundo não tem respostas nenhumas, 'migos. E eis que algures durante o discurso, titubeante, como todos, digo que «todos os dias tenho de pôr qualquer coisinha no blogue» e eis que vou logo fazer um post dos «Único», porque não iria publicar mais nada, anunciando que havia visto um vídeo meu e tal e tal, a dizer que todos os dias tenho de, portanto aquele era o post do dia, só por dizer que o deixei rascunhado e nunca mais me lembrei de o publicar. Neste momento lá está, incorporando a lista de posts, aumentado-lhe o número, mas rascunhado, perceberam. Claro que sim, por isso continuo. Está rascunhado mas vai deixar de estar porque o vou eliminar, não sem antes o colocar aqui, que eu deitar no lixo o meu lixo literário... é-me dificílimo.
«Boa tarde. São dezoito e cinco. «É muito raro haver um dia em que eu não registe qualquer coisinha no blogue», ouvi-me eu dizer há dois minutos, num vídeo antigo. Então vim ao blogue registar uma coisinha.»


Ontem andei a fazer um pesquisa no anterior blogue por modo a saber umas coisas que depois chegarão também a este blogue, mais em concreto a este post. É que me lembrei ah e tal, já que não tenho tempo para escrever as merdas do costume, vou mas é ver que posts fantásticos (para com os posts publicados, particularmente para com os de longa data, portanto: esquecidos, sinto a obrigação de os perceber como fantásticos, capazes e detentores duma enorme sabedoria, uma vez que já não me pertencem, eh pá, eu vou lá agora ofender os leitores...? nada disso!) terei criado há um ano. Então, vai que, então vá, o que apresentei o ano passado a sete de agosto foi assim como que uma pesquisa usando uma palavra tão fogosa mas tão e tão fogosa que se me acaba com... não sei, olhem, nem sei, percebem. Claro que sim, por isso continuo. A palavra é paixão, o que levou a que a pesquisa resultasse em vários textos. Escrevo imenso acerca de paixão, ah ah. Hum, não é nada, ora essa, é que sou dona de milhares de posts, mal seria não aparecerem vários numa busca. Repesco dois e deixo-os aqui, num falo do impulso/hábito que tenho no registo diário, noutro da solidão que afinal não abandono, o mais que faço é esquecê-la por pedaços de tempo.

«Às vezes escrevo só porque sim. Não sei se acontece o mesmo à outra gente que escreve, que eu estou sozinha neste mundo literário, bem como no outro mundo, o dos pura e somente leitores, ou ainda no mundo dos que não escrevem nem leem, e se não estou sozinha, estou ausente ou apática ou dormente ou outra coisa qualquer que me impede de conviver saudavelmente.
Mas dizia eu: escrevo só porque sim. É comparável ao ato doméstico de despejar o lixo, se não se abolir os destroços diariamente, os mesmos acabarão por ocupar um espaço desnecessário e ademais fede e empesta o ar. A minha cabeça funciona assim, tenho de dar vazão ao escriba, mesmo rabiscando sem prazer, paixão ou amor. Sou muito boa nisto de escrever, afinal, uma vez que consigo fazê-lo sem impulso, ou, ainda, algo contrafeita. Há que persistir.»

«Ontem, depois das sete, fui dar mais um passeio com a cadela, o derradeiro.
Dia de greve geral, a alameda dizia ‘greve geral’ na relva, lá em cima, junto ao IST. Devia ser para avisar os mais distraídos ou isso.
No semáforo oposto avisto a Glória de Matos, esperando o verde, como nós. Pensei dizer ao cão: ‘olha Olívia, vês aquela senhora? É uma atriz conceituada da nossa praça.’
Mas não.
Notei que a senhora se mostrava ansiosa, quase trémula, esperando o verde, e pensei que era tal e qual uma ou outra velhinha que nem são do panorama artístico português nem nada; uma velhinha esperando o sinal verde; uma velhinha igual às outras, até podia ser a dona Lurdes, com os seus medos particulares.
Cruzámo-nos, a atriz agora em passo seguro, ao depois do ligeiro tremor de dúvida: como atravessar; se atravessar; quando atravessar; etecetera, eu e o cão, meros transeuntes; anónimos; transparentes.
Descemos a avenida e fomos dar à praça com nome britânico, virámos à direita para percorrer meia avenida francesa para aí encontrar uma outra praça, com nome de cientista francês.
Ainda pensei levar a cadela a ver a minha rua preferencial e o jardim da minha paixão, e chegadas lá falava outra vez com ela, segredando: ‘olha, Olívia, vês, este é o jardim onde venho coisar’.
Mas não.
Se bem que devia aproveitar o amor da minha cadela, a sua atenção desmesurada e falar-lhe das minhas coisinhas e de como as coiso. Se virasse na rua do poeta contemporâneo de Camões, iriamos lá ter.
Mas não.
E que tal contrariar tudo e apresentar-lhe a bicicleta bê de biragem?
Não.
Sentei-me um pouco. A cadela ficou em pé, não curte ter o rabinho assente em pedras irregulares como são as daquele jardinzinho que sempre me lembra o leite pasteurizado. Sim, o leite e a praça têm tudo a ver… Praça Pasteur. E não ofereço mais referências nenhumas.
Tirei fotos.»


Hoje o lanchinho foi quivi vindo do Chile. Era o que dizia a etiqueta colada na pele peluda do verde fruto, Chile. Comi um quivi chileno, verde na cor, verde na madureza.


Hoje achei que devia dizer à Gina, «ó Gina, vai lá fazer vídeos, vá.» E achei que lhe devia responder «não vou nada, estou triste, seria preciso fingir muito.» Narcisista mas nem tanto.


Nota super importante, super interessante e super tudo e tudo e tudo:
Este post não vai chamar-se «Único», devia chamar-se «Breine storme», mas encontrei um outro título tão melhor... que.

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