Na recepção deram-me a chave para usufruir de um cacifo. É o 255, disse o recepcionista. Olhei para a chave e vi que não tinha a etiqueta pomposa, perdera-se ou assim e neste post isso nada importa, o que importa é que o número fora escrito à mão num papelinho e colado na própria chave, e com o uso já quase desaparecera o escrito. Ele disse 255, pensava eu, 255, 255. Eu explico esta atenção toda no número, tudo bem que bato mal da tola, ok, vá, sou um bocado desnorteada nos meus costumes, embora reconheça que um costume é algo que se faz como se pudesse ser feito de olhos fechados, mas eu fixei o número infantilmente (fiz-me lembrar de quando ia à mercearia buscar coisas, mandada da minha mãe, e ia repetindo a lista no caminho) porque sou um bocado pitosga a ver ao perto, e se o moço tinha dito que era o 255 então já não era preciso ir à cata dos óculos, o que não é só uma questão de preguiça mas também de manter-me o mais de tempo que conseguir longe da dependência (isto é questionável e explicável mas fica no limbo, quiçá seja matéria para outro post).
Bom.
Então.
Chegada ao balneário dou com a ausência do cacifo 255, o que poderá ter sido devido à pitosguice, tudo bem, e, num repente, ai a porra das vírgulas, chegou a epifania: ah!, o número do 'meu' cacifo é mas é o 225!
E era.
Entretanto, ao lado, vejo uma colega de treino de olhar semicerrado, a ver se, por sua vez, via o número do seu cacifo. Pediu-me ajuda. Não neguei mas referi a minha faculdade reduzida e fiz gestos de quem ai buscar os meus óculos. Não sei se ela percebeu alguma coisa do que eu disse ou se notou a minha prontidão, o que sei é que ela escolheu uma porta e a chave rodou. Fizemos ahs e ohs e as nossas vidinhas continuaram desde aí até aqui.
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