Tinha idealizado tirar uma fotografia, leia-se selfie, tendo por cenário o portão onde o meu pai apontou aquilo que são, para si, efemérides, as quais, para quantos, serão acontecimentos longe de merecerem tão ditoso registo. Mas, quando lá cheguei, recordei que o portão já não está escrito. Na minha cabeça foi ficando que o portão do quintal dos meus pais tem os tais registos, só que agora já não. Não me lembro por quê, nem me tenho lembrado de perguntar a quem sabe. Nessa fotografia ia riscar a minha cara porque estava nessa disposição. Já tinha até escolhido a cor, que seria amarelada. Antes tinha estado a pensar qual a cor que ia buscar, isto num repente, para desenhar o Alentejo. Pensei logo no azul, o do céu, um céu visto à luz do dia, sem nuvens, mas de Inverno... Pois é, cedi ao fácil, a escolha desceu por sugestão das circunstâncias, o dia estava soalheiro e estávamos no Inverno. Hum, ná. Então, livrei-me de conceitos e escolhi o amarelo envelhecido. Há poucas coisas tão detentoras do carisma do Alentejo como um campo amarelo envelhecido pelo sol. Então, para finalizar este assunto, abuso da única selfie que tirei nesse dia e risco-me com amarelo.
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