O nepalês da frutaria tem rastas, apareceu todo diferente por alturas do Natal. Gosto de pensar que foi oferta de algum familiar, ou assim, e gosto porque prevejo uma história bonita nesse gesto, na originalidade que conteria uma oferta assim.
Hoje escolhi laranjas, que tenho saudades de um suminho pela manhã, o qual fica então para amanhã. Costumo retirar as laranjas que estão mais ao fundo porque me parecem mais novas no tempo de permanência na bancada. Para mim tem uma certa lógica que o nepalês armazene as mais recentemente chegadas ao seu estaminé debaixo das que já lá estão. É estranho, pensei eu exactamente hoje, que me pareçam assim as laranjas de baixo, uma vez que as mais 'velhas' vão amachucá-las. Então, pensei eu também hoje, está aqui um grande equilíbrio de circunstância, se por um lado as laranjas 'novas' são isso mesmo e portanto resistentes, as 'velhas' estão menos rijinhas. Vai daí, por esta ordem de ideias, não é absurdez nenhuma pensar que as 'novas' se estragam mais depressa do que as velhas e assim todas esgotam a vitalidade em simultâneo.
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