sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

As horas que são

Meio-dia e dezanove. Meio-dia e vinte, afinal, quem manda olhar para o relógio outra vez? Não vou ver o jardim e suas florzinhas lindas que decerto já despontaram. O intervalo grande vai servir para outras coisas. Quiçá me cheguem assuntos, me estalem as pipocas na cabeça, no lugar para onde vou. O lugar até nem é importante, as pipocas é que são. Este blogue ainda não contém a presença das pipocas. Sorrio gostosamente, agora, por conta das pipocas, pena não se ver, por isso escrevo o facto. As pipocas fazem-me sorrir e rir. Quando as faço na panela, toda aquela rebentação me dá uma alegria imensa, e rio que eu sei lá, mas desde miúda que assim é. E depois, há coisa de três ou quatro anos, lembrei-me de associar os estalos das pipocas às sucessivas ideias que tenho para escrever. Quando digo sucessivas, é mesmo sucessivas que quero dizer, quantas vezes me atropelo cá por dentro, me despenho, me arranho toda, mas ainda não morri. Eu estou sempre a escrever. Sempre. Não queiram conhecer-me que eu vou escrever acerca de. Vocês. E vocês não vão gostar. Sério. Há um lume qualquer que me faz estalar as pipocas. A bem dizer há mas é muitos lumes, tanto pode ser isto como aquilo. Pode ser tudo, é efetivamente tudo, e depois faço uma escolha.

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