terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Banco hater

Banco hater, ah que saudades. Estive lá sentada, a escrever. Sinto muito a falta das letras que me diziam 'hater'. Essas letras até falavam comigo, falavam, sim senhores. Hater. Hater. Hater. Pintaram-nas a vermelho para serem corrosivas. À falta dessas letras a praça perdeu toda a glória. Tenho medo dessa praça, já antes tinha, o espaço, o ar, os voos, ninguém imagina a falta que me faz a companhia das palavras e rabiscos que haviam naqueles bancos. Olha, é assim, olho para a caravela no cimo da torre e pronto. Não substitui a glória mas atenua-me as dores. E o poeta, esse lá está, também, em oposição à torre. Se o poeta tivesse olhos, e portanto não fosse de pedra, não veria a caravela, assim não vê à mesma.

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