quarta-feira, 1 de junho de 2016

As horas que são

10:49
Não tarda saio do estaminé direita ao consultório do senhor doutor do trabalho. Digo o quê ao homem, não é. É.
11:26
Eh pá, ganda maluca, atão esqueci-me que era pa mudar de linha no Metro! Quando dou por mim tava a passar o bilhete no sensor e aquela espécie de portas a recolher... Passo para o outro lado e olha... pumba e coiso, vou a pé. Furo por entre magotes de turistas.
11:32
Na rua do Salitre tive uma vontade imensa de poder descalçar-me. Só cá por coisas, pronto. Quero dizer, é claro que é uma maluqueira mas não lhe dei atenção suficiente para que.
11:47
O senhor da tesouraria maneja o rato do computador com a mão esquerda. Penso, olha, este é como eu. Mas vai que ele faz mais umas quantas coisas à canhota: agrafar, escrever, estender-me a fatura... Ah, ok, então este não é como eu.
11:54
Aguardo a chamada ao consultório. Não sei como dizer o que quero dizer. A tv mostra aquela mulher tão velha quanto excêntrica, publicitando uma marca automóvel.
11:57
A senhora da receção diz-me 'a dona Gina pode entrar' e eu entrei.
Depois
Depois foi o costume. Eu só queria saber se a maneira como descomprimo é peculiar ou então não mas não encontrei maneira de encetar o assunto sem parecer, não maluca, que maluca é outra coisa, mas pateta. Bom, um dia pergunto, ai pergunto, pergunto, e saberei.

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