quarta-feira, 27 de julho de 2016

Na avenida

Subi a avenida pelo lado do sol na enga de perceber onde para o Miguel por estes dias.
É que já marquei cabelos mas agora o homem mudou, outra vez, de poiso mas agora é mais perto de mim mas agora acontece que ele disse ah, ó Gina, é ao lado da taberna mas agora eu sei lá qual lado e qual a distância que dista um da outra mas agora já passei duas vezes do outro lado, que é o meu lado normal de passar mas agora acontece que passei sem nada ver mas agora houve ainda uma terceira vez em que passei do lado que não é meu costume passar mas agora a verdade é que nem me lembrei de olhar para ver mas agora acontece que ia eu muito adentrada na praça quando me lembrei 'ups!, nem me lembrei de olhar para ver!'

Pois foi. Sou tão destrambelhada, contudo engraçada, não é. Não.

Subi a avenida pelo lado do sol na enga de perceber onde para o Miguel por estes dias.
Levei com o sol todo na moleirinha porque o bicho se lembrou de ir parar ao lado soalheiro da avenida e eu tinha de passar e olhar para ver. Eis que o vi debaixo da árvore grande, uma das, ah ah, falando ao telefone, eventualmente com alguma maria cuja cabeleira esteja tão precisada das suas mãos e cuidados como eu. Acenei-lhe, ele de volta, apontei na direção da porta que mais se assemelhava a um salão de cabeleireiro com uma pergunta no gesto: é aqui?, ele fez que sim com a cabeça, eu de volta. Segui rumo aos sapatos de gente velha que eu ia ter de comprar. Comprei. Velha não estou mas para lá caminho, e agora é de sapatos novos, ah ah.

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