quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

De quando fiz sericaia

Aquando do Natal comprei tantos ovos que no cesto ainda repousam ovos paridos o ano passado, decerto esperançados que os agarre e os parta. Já lá vou, 'migos. Vai daí fiz há dias uma sericaia, não sem antes consultar as netes, só por dizer que não sei em que sítio pousei, que não detive moradas nem nada, e concluindo que a receita onde pousei se assemelhava em muito a um leite-creme ao qual não se descartam as claras, antes se lhas juntam ao depois de o leite-creme um tudo-nada arrefecido, pois que decidi viajar por minha conta. Não havia – não tenho uma - taça de barro, usei um pirex. Aquando a sericaia no forno, com tudo despachado, dediquei um poucochinho de tempo a reler a dita receita e dei de caras com uma questão a que não dei atenção, a de depositar o preparado às colheradas na taça de barro e por entre elas o polvilhar de canela. Esta falta fez com que a minha sericaia apenas lembrasse uma sericaia. Comer a minha sericaia foi uma sensação parecida com um facto muito presente na minha vida, o de as parecenças de traços de rosto entre mim e a rica filha: ela não é parecida comigo nas feições, mas faz lembrar. É quase lá, caraças, é quase lá.

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