segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ó Gina, tu leste?

Não.

Porque deixei o livro em casa. A ver se dou mas é importância ao esquecimento para não pensar que se tivesse efetivamente trazido o livro, o teria lido. Se o tivesse trazido. Suposições, ideias, esperanças. Tipo assim aquela mulher que não sabe o que lhe teria acontecido se tem tido o desplante de abraçar a outra profissão. É. A mulher sabe lá se seria assim tão infeliz na outra profissão. A mulher nunca vai saber. A mulher teria de ter experienciado a outra profissão, a ver se era assim tão boa vida, essa. A mulher teria de viver para saber.
Ainda é cedo, não li. Que tal abandonar isto tudo e deter-me no banco hater o tempo restante?
Registo atempado e cheio de razão de existir: este post foi totalmente criado no lugar (que também pode ser) da musa.
A senhora que se entretém com o tablet move os lábios à medida da leitura. Sussurra o que lê, quero eu dizer, o que portanto me leva a concluir que ler em voz alta não é a mesma coisa. Todos os dias uma coisa nova?, uma aprendizagem qualquer?, mesmo pequerrucha e patética...? Então pronto, por hoje está.
As septuagenárias atrasaram-se, hoje. Fica esquisito, dito assim, afinal para mim é cedo e as septuagenárias atrasaram-se. Caramba, isto não tem jeito absolutamente nenhum, é necessária uma questão plausível, reta, matemática, que não encontro. Não sei escrever, de todas as vezes que me ponho a fazê-lo. Isto está a ser só pôr no papel, só pôr no papel, só pôr no papel.
Ó Gina, em que medida te é benéfico escrever?
Na medida em que me dedico a regressar ao estaminé quando grandes forças me prendem à apatia e à desistência.

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