quinta-feira, 29 de março de 2018

quês

não é vontade de matar nem desejo de morrer, é o desapego, o saber que devo estar na linha que separa a sensatez da paranóia, e não estou, é que ricos filhos não precisam de mãe, casa não precisa de mãe, ou estaminé, ginásio e bicho-cão, é o escrever que não precisa de mim, a máquina fotográfica montes de espectacular, que por acaso também filma, idem, é que o desinteresse é uma fartura, é,

é o bloquinho rudimentar, que está em rascunho há uma semana:

Estou atrasada na apresentação do meu bloquinho rudimentar do momento.
|à parte: não há uma vez, uma sequer, em que não venha com histórias do meu bloquinho rudimentar, e não recorde a mana picoa, a que é mais despachada, mais concretamente este episódio, datado de 11 de maio de 2012:
Estávamos no restaurante almoçando, o meu colega e eu. Uma senhora doutra mesa dirigiu-se-nos pedindo licença para incomodar mas é que queria um certo número de telefone. Ofereci-me para lhe arranjar um papelinho para assentar e retiro o meu bloquinho rudimentar de dentro da mala. Mas ela foi mais rápida rasgando um pedacinho da toalha de mesa e foi aí que acabei por assentar o dito número de telefone e outros dados. Na minha cabeça ainda surgiu a vontade de referir a maneira como designo o meu bloquinho mas deixei-me ficar calada. Mas, para minha surpresa, a senhora aponta para o meu bloquinho e diz 'ah, esse é um bloquinho rudimentar mas é um bloquinho!'
Fiquei especada a olhar para a senhora e exclamo completamente alucinada com a coincidência 'que engraçado! é mesmo assim que lhe chamo, bloquinho rudimentar!'|
É então, por ora, uma tira de papelinhos seguros por uma banda colante. Parece realmente um bloco, a bem dizer: é-o, mas tenho quase a certeza que são restos de grandes blocos, que seriam, supostamente, grandes demais e uma guilhotina lhes cortou um pedaço. As folhas são de cor creme clarinho, tipo assim marfim, vá, de um lado são lisas, do outro são listadas a verde clarinho. Em algumas folhinhas está impresso o seguinte: Cil Honeywell Bull, que suponho ser uma marca qualquer. De papel, de tinta, de gráfica. Não, não vou pesquisar para manter o mistério cá por dentro, que eu gosto disso pra caraças.
De maneiras que, isto exposto, tenho a dizer que tenho, ainda, montes de bloquinhos rudimentares destes assim fazendo esta figura. Eu agora ando menos escrevedora, mas lá vou preenchendo folhinhas e ópois chego ao estaminé e deposito as ideias com a lente de aumentar que me caracteriza.


é umas fotos que sobraram d' ontem e que não apareceram ontem porque não, aparecendo antes hoje porque sim:






é uma nova estátua que registei há dois dias nos meus rascunhos e me forço hoje a publicar, do modo como está escrito já vem tarde, mas pronto:

Na praça mais linda de Lisboa, onde hoje se respiravam uns ferventes vinte e cinco graus, oh céus, que calor!, há uma nova estátua, ou peça de arte, desculpem lá se não sei classificar a coisa. Trata-se de um felino, preto, não muito grande, se comparado à estátua do poeta. Veio então o felino retirar a glória que eventualmente ainda permanecia no poeta. Não admira, afinal o poeta não fala, não ri, não mexe e tem meio século de permanência na mesma morada. É caso para dizer que faz parte do mobiliário urbano. Ah, é verdade, gostei particularmente de, e agora estou de volta ao felino, das ondas do pelo. Sério, parece uma praia de mar picadinho, só que em preto e em dorso de felino e bem longe do mar.

quarta-feira, 28 de março de 2018

is pimiísís fiínhis imiíís

Numa quarta-feira, vinha eu subindo as Almoínhas da saloiada, dei com as primeiras florinhas amarelas da beira da estrada. Mas não são umas florinhas amarelas quaisquer, nada disso, não são as que há o inverno todo, não, são aquelas! florinhas. E é então que a minha mente brilhante que se farta, descreve, escreve e reescreve cá por dentro, is pimiís fiiís imiís, que é, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, as primeiras florinhas amarelas. O porquê do emprego exagerado de is em tudo quanto é vogal da dita expressão é que não sei, mas, como gosto de mim na mesma, registei a ideia no blogue, que eu é que mando nisto tudo e eu é que sei o que ponho cá e blás. Ocorreu, ainda, a desafortunada circunstância de não ter como fotografar as ditas florinhas, então o que fiz foi publicar um lindo post, que agora copio:

is pimiísís fiínhis imiíís is pimiísís fiínhis imiíís is pimiísís fiínhis imiíís is pimiísís fiínhis imiíís

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Numa quarta-feira, por sinal a seguinte, ia eu subindo as Almoínhas, quando recordei o descrito acima. Decidi que, aquando do passeio com a cadela que aconteceria mal chegasse a casa, colheria ilguimis fiínhis imiís, que posteriormente fotografaria e publicaria no blogue para ilustrar o tal exagero de is. E assim fiz. Para tudo ficar conforme, melhor será republicar as fotos desse dia. São lindas, is fiínhis, ó:





Hoje, quarta-feira, a quarta-feira seguinte à quarta-feira a que me refiro no parágrafo anterior, vinha eu subindo as Almoínhas quando estaquei para recolher aquelas que não são is pimiísís fiínhis imiíís, antes umas florinhas amarelas que, como já acima referi, há-as o inverno todo, embora por esta altura abundem. Já em casa, tirei-me retratos exaustivamente e escolhi e aprimorei este:







mais meias, ine pinque e nas outras

6 cores, 2 pares

segunda-feira, 26 de março de 2018

No céu

Um avião seguia uma linha reta. Impressionou-me, aquilo. Imaginem um avião que segue uma linha no céu, notem bem que não é um rasto de gases ou coisa assim, lá atrás, é uma linha que antecipa a passagem do avião. Pode ser de quão um monstro daqueles consegue aquecer o ar, afastando névoas e tal. Pode ser. Gostei tanto de ver, seguindo, eu também, uma linha, não sei se reta.

Café

Às vezes, quando o café chega à mesa, não te parece que cheira a bagaço?
Sim, mas isso é o cheiro do café. O café tem esse condão.
O café tem esse condão?, não é que o taberneiro seja porcalhão?
Não.
Hum.






Continuemos, pois, ambos nós os dois, julgando que almoçamos no asseio.

A mulher dos passos

Dá-se duzentos e não sei quantos passos numa elíptica que esteja no programa gluteos2, em nível 8, se durante 20 minutos.

não acredito!, só?, ora ca porra!, vou mas é deixar de contar os passos da mulher...

Não vou nada.
Mais tarde fui ao supermercado. Pumba, 800 e tal passos dados, óié. Não fazia ideia que quatro notas das azulinhas davam para andar tanto.

Lanchinho

O nepalês da frutaria tem uns morangos bonitos e insípidos. São baratos, é um facto, mas não comprei. Não, outra vez, que na primeira vez só os vi bonitos e comprei, desconhecendo o outro adjetivo. De maneiras que hoje lanchei uma maçã. Insípida.

sábado, 24 de março de 2018

Bate-me à porta para eu não ta abrir

Às vezes dou-me conta do quão estanques podem ser os textos que crio e os pensamentos que registo, nunca desfasados de mim, nada disso, mas do exterior, um exterior onde há gente que lê (o blogue, este).

Primeiro

Bom dia. São dez e quinze. A vida é... uma merda, mas pronto, vá. Escrever é no papel, a caneta, e é a caneta, no papel.

sexta-feira, 23 de março de 2018

e
g
o



ah o amor, sempre egoísta:

não me contes o teu dia
diz que m'amas
preciso tanto


Lanchinho:
A maçã d' hoje era tão boa, a d'ontem não, mas a d' hoje, hum

(para festejar a sorte deixo foto d'ontem, que d'hoje não há)

De manhãzinha

De manhã entrei no Banco vestida ao rigor dos motards seguros: capacete, casaco protegido, luvas, bufs.
Tudo molhado, claro, que a manhã estava chuvosa, mas não é da minha figura demasiado molhada que advém o post, é que eu ia a pensar assim:
'Ah, o Luís é que vai fazer o depósito, não é preciso tirar a parafernália, isto não demora nada, depois escuso de voltar a equipar-me toda, que isso é uma seca do caraças» italital. Mas
eis se não quando uma das senhoras do Banco me diz lá de longe, mais por gestos do que por palavras, que eu tinha que tirar pelo menos o capacete.
Bom.
Queriam certificar-se da beleza eterna que me assiste, é o que era. Identificá-la, escrutiná-la, apalpá-la e assim. É. Qual reconhecimento facial, qual quê. Beleza.