segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

28 de Fevereiro de 2022

Hoje Lisboa esteve mui quente, o que me lembrou um conhecido verso, o qual tive o desplante de alterar - «e na tarde quente, Março está à porta», isto porque hoje é Fevereiro último e amanhã é Março primeiro. É quase noite.

Lisboa, Lisboa

Sei que já tenho caminhado por Lisboa com lâmpadas na mão, só não sei é se em alguma dessas vezes foi com três, de metro e vinte cada. Caminhando eu ia então com trezentos e sessenta centimetros de luz, que medida em watts, dá cento e oito.

Lisboa, Lisboa

Em cima do pára-brisas de um automóvel estacionado, vi que num papel preso pela escova estava uma tosca mensagem - «saudades priminha» e, por junto, um emoji com piscar de olho, igualmente tosco. Não importa os toscos, importa é os sentires, bem sei.

O amigo das motas que afinal não

No outro dia vim dizer que o amigo das motas, o lojista, sabe de cor a marca, o modelo e as cores do meu capacete. Pois bem, num outro dia depois desse, o Luis deixou-me no Ginásio e foi lá ver de umas coisas, levando de caminho o meu capacete porque não preciso dele para treinar. Porém e porventuras da vida, calhou de este amigo trocar uma peça no meu (já re)dito capacete e uma das porventuras da vida transformou-se em desventura porque se perdeu o meu passa-montanhas que ia alojado no interior do capacete. Isto é gesto comum nos motards, a gente chega, desenfia o capacete e enfia lá dentro tudo o que é luva e passa-montanhas. Não é bonito, não é bom, não é o ideal, mas é o que é, e perdeu-se-me então o (já referido) passa-montanhas. Quando lhe senti a falta - ai ondé que tá ondé que nã tá - toca de rumar à loja do amigo na esperança de a queda se ter dado no seu espaço comercial. Desmontei-me da mota e corri para lá, equipada por inteiro, id est: de capacete enfiado na mona. Entrei na loja e expliquei ao que ia, certa de que o amigo das motas reconheceria logo logo as cores do capacete, pois lhe conhece até a marca e o modelo.... Mas qual quê. Nada disso. É certo que ia eu lá dentro e pode esse interior tê-lo baralhado - Ah, um capacete que fala! - e, pá, atão, né, é aquela, foi o que foi. Desenfiei o capacete, que remédio. E não, o passa-montanhas não tinha ficado lá caído por mor da montagem da tal peça. Bai da uei, nunca o encontrei, por mais calçada lisboeta que houvesse perscrutado, perdi-o. Oh. 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Pasta de baunilha

Comprei pasta de baunilha. Vem numa embalagem de plástico. É viscosa e carregada de pequeníssimos pontos pretos, o que prova, por assim dizer, que traz a baunilha consigo. Entretanto já a usei, e foi em queijadas de leite. Nesse dia apeteceu-me juntar coco aos ingredientes descritos na receita e pareceu-me que o coco anulou o sabor da baunilha. E agora estou com a sensação que já registei isto no blogue mas, mesmo que tenha registado, não faz mal, assim fica essa sensação em conformidade com a grafomania que apregoo ter, lá isso. (tenho que escrever minudências) (comprei a pasta de baunilha há mais de um mês) (volto aqui amanhã)

Vídeos

Só que não era Mr. Sheran quem cantava nas colunas. Digo eu de quando percorri os corredores da grande loja mas a gingar. Já enjoei o assunto, sim, em cada visita me comporto igualmente, mas sei lá, ainda tenho fome e deixo mais do mesmo. Desta vez cantava outro cantor qualquer uma canção qualquer, o que na verdade não importa. Entretanto lembrei-me de um vizinho do estaminé que no outro dia me disse «ah, moro mesmo em frente, às vezes vejo-a aqui dentro» e vai que me desculpei parvamente «hum, espero que não tenha sido quando estou a fazer figuras...» Lembrando-me logo que podia ter calhado, por exemplo, aquando disto:



Não, homessa, jamais terei essa sorte, e é óbvio que o cliente não iria responder «claro que sim!» Entretanto ressalvo que a «figura» que faço no vídeo acima é precisamente, e principalmente, o que não se vê. Imagine-se os bastidores deste filme - caminho de telefone em riste e filmando enquanto trinco bolachas e as mastigo, acrescentando expressões exacerbadas e ainda se encontra o desplante no filtro escolhido, que é fofinho e maligno ao mesmo tempo. Au eva, não seja este vídeo o suficiente para ilustrar o fulcro deste post, deixo outro:


Corações vermelhões

Doravante poderei deixar os meus gostos nos stories do Instagram. Gosto disso, e olha a roda que isto é (ligação a um post anterior) e tinha até pensado que fazia falta. Lá, os gostos são corações e passam de contorno a preenchido. Em branquinho o contorno, em vermelhão o preenchimento. Mas isso é nos stories, que no feed é contorno a preto e o preenchimento no tal vermelhão. Faz sentido ser igual na cor, quando se gosta.

Os xises por pontos

Do ponto A ao ponto B é coisa que quase chega a três anos.

gentílicos em parcas compras

manteiga açoriana
amêndoas algarvias
pão riomaiorense
mirtilos estufenses (da estufa [risos tímidos])

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Dias de uma grafómana

Estou triste, na verdade. Ainda faço mas é um diário da tristeza.

ah, em dia tal pois que bem me senti, cantei e dancei de gosto; 
hum, já no dia a seguir chorei só porque era o que me estava mesmo a apetecer; 
num outro dia, dias depois, já nem me lembrava destes tolos desajustes e vivi-o feliz, despreocupada, dei-lhe até um saborzinho mesmo bom

Pronto, coisas assim. Não é só a tristeza e nem é só pela tristeza, é que não encontro um lugar onde pense e sinta esta sou eu'. O blogue é o que mais e melhor me traduz como ser humano, por isso é que não o largo. 

A roda

Dou, o mundo recebe. Logo que não me sinta(m) lamechas é essa a roda.

Os amáveis

A vida está cheia de opostos que não se zangam. Alguma vez o dia e a noite se zangaram...?

Verde

Tinham mantinhas, os sofás. A penumbra não deixou ver a cor exacta mas atiro para verde escuro com laivos cinzentos.

Gaivota

Foi quando vi a gaivota pousada em cima da cabeça da estátua que me lembrei que tinha parado apenas num semáforo. São quatro, os semáforos que encontro, e este de que falo é o terceiro. Depois parei também no quarto. Mas, como já disse, foi quando reparei na gaivota pousada em cima da cabeça da estátua que me lembrei que tinha parado apenas num semáforo.

Dias de um Ginásio

«Je vais continuer à donner mon max.» Hugô e Paulô apareceram também no discurso. O título está como está porque isto foi retirado de uma conversa telefónica ouvida no Ginásio.

Dez minutos

Faço intervalos de dez minutos, acho eu. Mexo na barriga ou então noutra parte do corpo.

Açafrão

Está-me os pacotinhos minúsculos, tiny tiny little ones, nuns dois ou três. Vieram das terras de nuestros hermanos, este ano hei-de trazer mais. A menos que não vá lá. Mas quero.

o escriturário ausente e a escrita quase isso


 

o balde dentro da caixa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

É diferente

As colagens nos, e dos, meus cadernos são merdices que lá ponho, já os comentários, pois que são preciosos.

Terminus

Terminei o vigésimo segundo caderno e já dei início ao número a seguir. Este acabar-começar foi há tanto tempo que já encontro pouca graça no registo, sendo que, graça que acho, ainda que pouca, nasce da teimosia em fazê-lo. Falta só dizer quantos assuntozinhos retirei eu do caderno para pôr no blogue. Vou então contá-los e já cá venho. São setenta e três. Por entre a contagem relembrei que colei aquela folha de planta compridona precisamente neste caderno. Nunca mais a vou ver. Oh.

X2

Fui ao supermercado por duas vezes e em dois diferentes. Foi ca por coisas, pornto, e por isso é que as rasuras na lista se devem a comprinhas feitas em dois supermercados. Já se percebeu que fui a dois supermercados, aposto.

Alfarroba

Comprei bolachas do tipo waffer de cuja lista de ingredientes consta farinha de alfarroba, o que foi coisa que só vi em chegando. E com óculos. Não bastou chegar, não.

Feijão

Comprei feijão branco para cozer em vez de me render às latas com ele já cozido. Rendi-me portanto ao cru para ser eu a pô-lo a cozer. Não acho melhor no sabor e acho que a casca fica mais rija. Tempo de cozedura em falta, será? Talvez. Numa próxima vez é não fazer caso do que diz o pacote e deixar mais para aí quê, cinco minutos, vá.

Frutas

Quase parece uma salada de frutas, este post. Ou é-o mesmo. Tenho tangerinas, laranjas, limões, kiwis.
De tangerinas foram os ofertantes: rico filho, vizinha Gislena, vizinha da vizinha Gislena, Gualter.
De laranjas foram os ofertantes: vizinha Gislena, vizinha da vizinha Gislena.
De limões foram os ofertantes: rico filho, vizinha Gislena, vizinha da vizinha Gislena, sua majestade.
De kiwis foi um único ofertante: Gualter.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Papelinhos que pertenceram ao bloquinho rudimentar

Esta história tem montes de tempo. Montes. Sei que já abordei no blogue estes dizeres escritos, só não sei é se foram duas vezes, mas uma é certo que foi. É acerca de uma coisinhazinha que apontei no bloquinho rudimentar e que nessa altura não descodifiquei. Entretanto retirei os papelinhos e colei-os no caderno precisamente porque não entendia a mensagem. Ora então lá venho eu falar outra vez acerca desta questiúncula, esperando que, no fundo no fundo, os perceba. Numa das folhas, a primeira, está manuscrito: «então e o desejo de aceitação na escrita» e acrescento algo que me parece «impaciência». No segundo papelinho manuscrevi «o melhor é fazer tudo com o maior gosto». E é. O que eu queria dizer era que quem escreve para publicar desejo sempre ser acolhido, e bem, a impaciência deve-se ao facto de me faltar a paciência para construir um blogue que vá de encontro ao que se espera, e remato com «o melhor é fazer tudo com o maior gosto». E é.

Post com tamanhos

A pedir, nunca em pouco. A esperar, sempre rente ao demais.
Não me chegou a ideia exposta acima com vista ao número de fotos publicadas ontem e hoje, bem como em dias como estes, que são dias de ter fotos que me agradam e por isso quero publicar. Tenho mais à espera de publicação. Como sabem, e se não sabem, não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, a minha vida imgética e literária é um corropio. Ah, a ideia exposta no primeiro parágrafo chegou porque chegou mas, como tem o 'demais' lá metido, achei que.

estrela na fruta, estrelinhas no pano

as horas que não! são

e vai que

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

bebo café para amargar a vida


 

ca laranja mai linda!

Hoje é 22-02-2022

Descobri esta capicua no dia 21 do 1, depois de perscrutar uma factura já não sei de quê, o que pouco importa, importa é que no dia seguinte, 22 do 1, lá estava eu apontando no blogue tão maravilhosa informação. Então, a pessoa que escreve neste, e este, blogue rascunhou um lembrete no documento digital do costume, o qual foi hoje buscar e aprumar para no seguimento o mostrar ao mundo. Cá está. Ah, afinal apontei de que era a factura, era de pasta de baunilha.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Dias de uma grafómana

Dia 1, onze de Janeiro
Há um mês ou dois notei que estava na hora de tratar de cortar o cabelo e desde aí tenho vindo a fazer as minhas pesquisas e as minhas ponderações. Passo aqui e ali, olho de soslaio ou despudoradamente e concluo se quero entrar ou então não. Ando nesta faina porque quero experimentar novas caras e costumes.

Dia 2, doze de Janeiro
Passei hoje pelo salão que quero visitar. Ou experimentar. Fica numa rua escondida, o que me leva a considerar ser lugar de gente com vontade de ver gente. Está neste momento com obras de remodelação no prédio, há andaimes junto às portas, que são duas. Quando passei à primeira porta vi lá dentro uma boneca de rabo-de-cavalo no alto da cabeça, mas quando passei pela segunda é que vi que era uma jovem, sentada ao balcão, lidando com o telemóvel. Pensei abordá-la: «Ah, menina, pretendo»... O que pretendo e pâ pâ pâ. Não tive coragem. Portanto: olá, eu sou a Gina e tenho medo de entrar em lugares onde é preciso encetar conversa, até porque, depois e principalmente, tenho medo de encetar conversa.

Dia 3, treze de Janeiro

Dia 4, catorze de Janeiro
Ontem preenchi o cabeçalho mas apareceu um cliente e entretanto já não pude adiantar estes dias. Entretanto, hoje faz seis meses que cortei o cabelo. Sério. E o meu sonho era estar pelo menos seis meses sem o cortar. Na última visita ao cabeleireiro sofri um grande desbaste e não achei assim tanta piada quanto isso. Na altura até fiz post, não lamentando, mas confessando que nem gostava lá muito da minha aparência, contudo quiçá fosse falta de hábito e mais não sei o quê. Pronto, na verdade queria distanciar-me do desapontamento, por isso abordei o assunto pelo lado positivo. Tempos depois decidi que procuraria um cabeleireiro diferente, um salão diferente, um bairro diferente, um estilo diferente. Durante este tempo o cabelo cresceu imenso, pois claro, afinal passou meio ano, e acho que já vai dar para mudar de corte. É o que quero. Há muitos anos que o meu corte de cabelo anda à volta do bob, umas vezes mais bob que outras, bem sei, mas é sempre um bob, que é um corte caracterizado por ter as mechas laterais mais compridas do que as de trás. Ora andei eu nas minhas pesquisas Pinterest afora e tal e tal, e eis senão quando dou comigo num armazém de cortes para cabelo curto e médio-curto, onde as mechas se pavoneiam ao contrário: compridas na nuca, curtas nas laterais. Rah-ah! É isto que quero! Bom! Aliás: muito bom!
Durante o tempo em que me decidi a mudar de salão e

Dia 5, dezoito de Janeiro
Ainda há pouco lá passei, no tal cabeleireiro. Na última entrada terminei o texto abruptamente e, se bem me lembro, e lembro, ia escrever desses arredores. É um pacato bairro de Lisboa, ruas estreitas e de um só sentido na maioria, prédios de, no máximo, dois andares, mas também há vivendas com quintais bem tratados. Ao longo dos anos tenho visto esse bairro ser recauchutado, é comum obras neste ou naquele ponto e o certo é que há obras no prédio onde mora o dito salão. Antes de o ter elegido passei por várias outras ideias. Pensei, por exemplo, abordar o cabeleireiro que agora gere o salão onde antigamente eu ia, quando lá estava o Miguel, que foi o meu cabeleireiro durante uma boa meia dúzia de anos, só que depois perdi-lhe o rasto. Achei, na verdade continuo a achar, que o cabeleireiro que agora ocupa aquele salão tem um ar deveras simpático. Pensei, também, num outro - Um dia, numa dessas ruas de Lisboa que por vezes percorro, aliás: nem era dia, era quase noite, por isso é que vi tão nitidamente que dentro de um salão um homem vestido de preto (cor comum na indumentária dos cabeleireiros, não sei se já alguém reparou) aparava a cabeleira de uma mulher. Pareceu-me simpático, também. Obviamente isto de eu percepcionar simpatia por parte de pessoas só porque lhes observo os gestos mecânicos pode não ser certeiro, afinal o homem estava a trabalhar, como emanar simpatia com uma tesoura na mão? Mas cortar o cabelo não dói... Será que sou simpática enquanto retiro pedaços de metal a uma chave com uma frese que só não corta pescoços porque não é preciso e ninguém quer isso para si? Não sei. Bom, então. Entretanto, resistindo ao ímpeto de entrar, o que aconteceu é que nunca mais vi o homem dentro do salão. É que nem sem estar de tesoura na mão, quanto mais.

Dia 6, dezanove de Janeiro
Isto de eu andar à procura de um cabeleireiro diferente está a acontecer por via de questões que, não sendo impublicáveis, são somenos. Ou seja: não quero gastar o tempo que dedico à escrita com essas questões, registo apenas que decidi mudar porque me decepcionei com a cabeleireira que frequentei no último ano.
Ora bem, onde é que eu ia...? Já expus tantas coisas que não malembra o que mais falta... Ah, já sei!
Durante este processo de apuramento e consequente escolha andei a bisbilhotar outro género de salões, os de bairro, os típicos, aqueles que têm lá dentro uma cabeleireira com um corte radical ou, no mínimo, estranho, ou um cabelão com madeixas amarelas. Ou vermelhas. Ou o cabelo alisado à força de calor. Enfim, logo ao início disse tudo, um salão de cabeleireiro sem pretensões a tratamento VIP e outras merdices. Espreitei vários, como já disse. Por vezes ia por aí e avistando um desses logo me lembrava, ulha! Avagava o passo. Aspirava o ar. Espreitava de soslaio. Recebia vibrações. Fui eliminando um e outro, restando poucos. Pouquíssimos – três, precisamente.
Um tem uma boa energia, vejo o movimento lá dentro, o modo como se encara as clientes.
Um tem uma cabeleireira simpática, vejo-a lá dentro e cá fora, sorri e fala destemidamente.
Um tem uma mulher com uma aparência singular. O cabelo é comprido, grisalho e não forçadamente esticado. É natural, pronto. Já a vi despedindo-se de clientes e tem um ar leve e despretensioso.
Este último seria uma boa aposta, não duvido que seria bem recebida e tratada convenientemente. Mas, por sugestão de Mr. Google mediante as minhas buscas, aterrei na página do tal salão que quero experimentar. Observando os comentários e o

Dia 7, quatro de Fevereiro
Ena, tantos dias que há que não ponho coisinhazinhas neste post. Reparei agora que terminei o parágrafo acima abruptamente, pois paciência, quiçá algum cliente me interrompeu. Ao momento tenho o cabelo já bastante crescido, no outro dia até sonhei que o tinha mais comprido do lado esquerdo. Não é mentira de todo, até tenho, só que no sonho a diferença era gritante e, na vida, nota-se uma beca, vá. É daquelas coisas, se eu não chamar a atenção para isso, ninguém me vem dizer que o cabelo está desfasado, mesmo notando.

Dia 8, sete de Fevereiro
Na última entrada deste longo registo já não tive tempo para dizer que quando publicar no blogue tenho que colocar um link para o sonho. O mais engraçado é que à data corrente o dito sonho ainda não figura no blogue, contudo, e obviamente, conto tê-lo já a postos de link aquando desta mesma publicação.
Bom, continuando a descrever esta saga. Ultimamente tem-me dado uma certa vontade de me decidir mas é por aquela cabeleireira dos longos cabelos brancos, acho-a peculiar, há algo nela de confiável. Por outro lado gostava muito de experimentar outro género de salão, embora saiba que sou meio que à parte no que toca ao tipo de frequentador habitual de lugares assim. Depois há todo um rol de questões, como a novidade, o desconhecimento, a dúvida. A novidade mora no profissional, na pessoa em si. O desconhecimento assenta no facto de não ser conhecida por essa pessoa. A dúvida está sobretudo nisto: explicarei bem o que pretendo?

Dia 9, onze de Fevereiro
E pronto, está efectivado o lavar, o cortar e o secar! Estou contente, digo, para já, que «estou pois!»

Dia 10, doze de Fevereiro
Ai pá, na entrada anterior acabei por não escrever praticamente nada. Entretanto tenho tantas coisas para contar que tenho dúvidas que as consiga deixar todas neste dia. Até tenho dúvidas que as consiga deixar todas, uma vez que já passaram dias e a memória esfuma-se. Enfim. Mas jogo-me já. No dia oito de Fevereiro, uma terça-feira, um dia em que palmilhei Lisboa (vinte e quatro mil e não sei quantos passos dei eu!) estipulei que num dos percursos passaria novamente pelo salão especial, o escolhido, e entraria, desse por onde desse. Tinha era que arranjar coragem, principalmente porque o cabelo estava já numa figura desgraçada. Mas não estava lá ninguém, e a passagem deu-se em duas vezes nesse dia. Fiquei desolada, oh porra, eu que ia tão cheia de coisas como coragem e saber. Bom, na segunda desilusão lembrei-me da cabeleireira de longos cabelos brancos, pensando: se ela estiver lá, entro, falo e marco. E estava.

Dia 11, treze de Fevereiro
Continuando:
E lá estava a grisalha senhora. Mas ocupada, pincel numa mão, pente de cabo fino na outra. Aplicava tinta na cabeleira de uma cliente. Falavam. Desisti. Ia lá agora interromper o trabalho e, ainda por cima, a conversa das duas... Não. No dia seguinte dediquei-me a encontrar coragem para entrar no salão eleito (o tal especial, que sai fora do costume e mais não sei o quê), isto em a porta estando aberta e, ou, com alguém lá dentro. E estava. Estavam, quero eu dizer, pois tanto estava a porta encostada, como estava alguém lá dentro. A tal menina de cabelo apanhado. E desocupada. Abri a porta, cumprimentei-a, retribuiu, expus que queria cortar o cabelo, perguntou o que pretendia, expliquei. Queria parecer confiante e consistente, o que é um erro - não tenho nada que querer parecer seja lá o que for, tenho é que ser. Obviamente não serei porra nenhuma sem antes o ter querido, mas o melhor é ser e não querer parecer. Bom, expliquei então que queria mudar de corte de cabelo, inclusivamente passar a usar risco ao meio, que dispenso o secar do cabelo porque não gosto do secador e tal e tal. Marcámos para daí a dois dias. Fiquei toda contente. No caminho de regresso ia passando em revista o que dissera e o que ouvira, duvidando de mim e dela. Duvidando de tudo. Duvidando, pronto.
No dia acordado encaminhei-me, chegando três minutos antes da hora. É questão comum em mim, revela ansiedade. A cliente que me precedia fazia o seu pagamento e despediu-se da gente as duas com um «bom fim de semana» porque era sexta-feira. A propósito, hoje é domingo. Neste diário não tenho posto os dias da semana e agora lamento. Gosto pra caraças desses preciosismos. Passámos à ação. Cabelo lavado, hora do corte – tric-tric; tric-tric. A cabeleireira... Tenho que lhe arranjar um nome... Dominique fica-lhe bem. A Dominique foi cortando e tal e tal e durante o processo fui contando - como quem lembra em voz alta – que por alturas da minha adolescência este era o corte da moda, que tenho uma foto de mim com o cabelo assim. Pronto, o secador. Caraças. Ora bem, não lhe pude fugir, sob pena de o creme de caracóis não surtir qualquer efeito. Espantei-me, não sabia que podia usar creme de caracóis. Ou seja, a pessoa pode usar o que quiser, ok, mas pensei que não fosse indicado, ou até fosse creme para não cumprir com nada num cabelo como o meu, que é mais liso do que outra coisa. Ela então explicou que o meu cabelo não é realmente liso, tem textura, por isso recebe efeito de um creme deste género. Depois secou o cabelo, não sem antes me pedir que lhe dissesse o que realmente não gosto no secador, se é o barulho, se é a temperatura, se é o quê. Expus então a minha questão o mais assertivamente que consegui. Não é assim tão difícil ser assertiva quando no interlocutor não lampeja nem um pouco de censura. E a questão é que:
não gosto da aparência de 'cabelo arranjado'
não gosto do puxar do cabelo para o esticar
não gosto da temperatura
E também disse que não gosto do barulho, mas aqui foi mais em surdina. Agora que escrevo isto e que já passaram uns dias, percebo que talvez seja o fulcro, isto do barulho, se foi aqui que me senti enfiada em mim, falando em surdina. Então ela

Dia 12, dezasseis de Fevereiro
Passaram três dias desde a última entrada. Enfim, vai aos bochechos. Vai como for e pronto.
Seguidamente a Dominique anunciou que ia secar-me o cabelo mas com difusor, e o verbo é esse, anunciar, nada de pedir, lembrar. Não. Anunciar é que é. E eu que sim, numa mistura de resignação (ok, eu aguento) com curiosidade (como será que fico...?). Foi difícil, não vou armar-me de uma valentia rebuscada, e ficou-me o cabelo engraçado, lá isso. Agradou-me o resultado final, o corte e a textura do cabelo. Saí satisfeita de lá. Fiz foto e vídeo do depois, junto ao muro de pedra, e já havia feito foto e vídeo do antes, no mesmo lugar.
De momento não sei o que dizer mais. Posso adiantar que ninguém reparou na diferença que mostro ao mundo há alguns dias, o que me leva a crer que afinal não estou assim tão diferente. Há muitos anos que não tinha risco ao meio. Muitos. Trinta. Tenho por ora uma cabeleira como tinha quando casei, comprido na nuca, curto nas laterais. Ando a escrever este texto há tanto tempo que já nem sei se estará algures aqui metido qual o corte que queria fazer... Termino estes 'dias de uma grafómana' por aqui, estou a sentir que já não arranjo novidades acerca deste tema. Ah, só mais uma coisinhazinha: em cada dia que dei entrada neste texto, não me pus a reler o que já cá constava, de maneiras que é bem capaz de haver itens e, ou, ideias repetidas. Este aviso é sobretudo para ti, ó Gina do futuro. E sim, vou reler esta merdice toda antes de publicá-la. Até já.

Dia 13, vinte e um de Fevereiro
Olá. Pensei que já não voltava mas, como tenho demorado a publicação, venho. No dia acima, depois de expor o que queria, fui ler tudinho. Emendei gralhas, alterei umas construções, mas coisa pouca. Agora sinto-me meio que estranha por ter um post velho e novo em simultâneo. Enfim, cenas de «Gina, a mulher que tem um blogue»> (isto é uma brincadeira com o título deste post, pois, se repito o título do próprio blogue, porque não terminar com o título de um outro blogue que tive e que, bem vistas as coisas, também me define, né? Poi zé.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

hastagqualquercoisa

Cinco por mais ou menos vinte e três por uma.

E sim, ontem tirei até bastantes fotos, para aí umas vinte, e publiquei cinco. Apenas. Dentre essas vinte, houve também espaço e vontade para uma daquelas selfies em que me aproveitei do espelho do wc público. Esse cenário, comum entre os navegantes destas lides sociais e virtuais, é precisamente pela corriqueirice de cliques dentro do género que já ninguém se lembra o que realmente se vai ali fazer, havendo até quem marimbe para o facto de no cenário aparecer, por exemplo, a sanita. Ora aconteceu que a foto abaixo (que tripliquei e, uma vez mais, não quero escolher por entre) continha, não a sanita, mas o tampo levantado. Cortei-a. Pronto. Como o ímpeto para este clique foi a planta, detive o foco nela, não deixando todavia de aparecer a pessoa que escreve neste, e este, blogue, que eu bem vi. Mas desfoquei-a. Que era lá isso de aparecer nitidamente seu eu querer tal coisa. Não.

La frange, je me lance ou pas?


Oui, oui. Bien sûr. Só falta dizer que vi a frase no Pinterest e que a copiei. A frase, que a foto fui eu que. Está duplicada porque não me decidi por uma. Oh, ultimamente ando nisto, é o que é. A de baixo tem as feições apagadas. Quis assim, quem sabe melhorava. Diferente ficou, lá isso.

A milha pinha de cadernos

Eu bem disse que o número de cadernos ascendia a 20 e tal, e ascende, 22, e, curiosamente o número de anos que há que os preencho é também 22, só não tenho é preenchido 1 por ano, isso é que não, mas não deixa de ser engraçado que o número seja o mesmo. Bom, abaixo tenho uma foto de quando os empilhei para os numerar, plano que já havia registado no blogue e que está linkado acima. Nesse post refiro também que não sabia ainda como colaria os post-its coloridos e piriris que comprara, ora bem, agora já sei que colei muito simplesmente cada um dos post-its, no cimo de cada caderno e assim mais para a banda da esquerda. Ainda acerca da foto, tripliquei-a. Podendo escolher apenas uma, que podia, não quis, por isso aparecem três, que, de colorido, vai do mais para o menos, se a descer vou.


Mais uma coisinhazinha: no título, troquei o nh com o lh propositadamente. Ademais de achar engraçado, fez parecer que me é fácil e até prazeroso intitular.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Olá, o meu nome é Gina e sou a mãe do noivo.

O rico filho vai casar e vamos ter festa - que quero que seja - de arromba. Bom. Então. Nunca fui a mãe do noivo e a ideia de o ser tem montes de piada. Montes. Doravante irão aparecendo no blogue as coisinhazinhas que considerar e, para já, deixo dito que hoje fui a uma prova de ementas. Ah, deixo dito também que, dado a falta de vontade que sempre tenho de intitular, o mais certo é que os títulos de posts com este tema bonito e bom - e não estou a ser irónica - acabe por ser sempre o deste primeiríssimo do grupo. Até porque parece que, e é a mim que parece, este título é deveras intuitivo e prometedor. Espicaça e tal. E há fotos, claro, como não? Em certa altura ouvi o compadre comentar com o rico filho: «Olha, a tua mãe está a tirar fotografias.» E o rico filho responder: «Ah, ela tira muitas.»


notazinha
a borboleta desta última foto é real, cirandava por ali, considerei-a até amiga quando deixou que a fotografasse

Números

Em Fevereiro houve um dia em que dei tantos passos que, quem sabe por isso, no dia seguinte a aplicação me tenha notificado acerca de todo o mês de Janeiro em termos de quantidades de coisas montes de interessantes, indo de lugares a números de visitas, bem como quilometragem e tempo despendido. É tanto de interesse o que lá encontrei que passo a explanar tudo. Tudinho. Então vá, no mês de Janeiro de 2022...

Andei a pé 89 quilómetros e o tempo usado foi de 22 horas e 57 minutos
Andei de cu tremido 1637 quilómetros e o tempo usado foi 36 horas e 26 minutos
Em gastronomia despendi 8 horas e 22 minutos e visitei 3 locais
Em compras passei 14 horas e 33 minutos em 14 locais
Em 1 atração diverti-me durante 29 minutos

O dia mais atarefado que tive foi o 10, visitando 5 locais
O dia de maior número de passos foi o 27, percorrendo 8 quilómetros num tempo de 1 hora e 36 minutos e lamento não encontrar o registo do número de passos, e isso é que era.

Poisos da comprinha

Comprei online toda uma catrefada de coisas e registo os poisos que a encomenda deu.

6 Fevereiro
11:49 order submited
11:51 order paid successfully
11:52 order confirmed and awaiting picking
18:32 internacional warehouse, awating packaging

7 Fevereiro
2:15 internacional warehouse, package disinfection and processing completed awaiting shiping
7:09 internacional warehouse, the order is ready to be transported from the main warehouse to be shiping warehouse

8 Fevereiro
5:19 internacional warehouse, the order is in transit and will be arriving at the shiping warehouse shortly
22:58 the order has arrived at the shiping warehouse and and is ready to be shiped out

9 Fevereiro
4:57 awaiting final inspection and carrier pickup
17:59 internacional warehouse, final package sterilization and inspection completed, package shiped

11 Fevereiro
13:03 China accepted ar Airlines's distributing center

12 Fevereiro
21:38 China Flight Departure

13 Fevereiro
20:38 Spain Arrived at Local Courier Facility

14 Fevereiro
13:35 Spain Arrived at the Local Facility

15 Fevereiro
10:09 (em trânsito) Porto lastmile received admitido

16 Fevereiro
01:16 (despachado) Lisboa lastmile first delivery attemp EN reparto
03:10 (assinado por) Lisboa lastmile delivered entregado


E pronto, tudo despachadinho. Chegou a minha encomenda. Em bem, já agora. Tenho então para estrear:

1 floral estampado em toda a parte ocasional macacão
1 sexy tubo simples ocasional macacão
1 botão simples elegante calções
1 empoeirado frente do botão carta fofo macacão
1 degradê ocasional cardigan

Giro que se farta as traduções né? Poi zé.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

pneus de Inverno e rugas de todo o Ano

Ficam as imagens separadas tanto por tema como por este texto.
Na de cima, logo que me vi em bruto considerei que os refegos da camisola fariam crer em penus de chicha não disfarçados. Ora, como tal não é verdade, escarrapacho, reconhecendo contudo que a ideia dos pneus chega daquela parte de mim que nunca vai ser magra.
Na de baixo, ao editá-la com os filtros do LunaPic notei-me com rugas mas deixei estar porque detêm uma falsidade que não me incomoda e, vai daí, escarrapacho.
Notas: todas as imagens são shots de vídeos que gravei (e que ainda não editei). E sim, esta abaixo é uma das imagens que aparece na colagem presente no post anterior.

sorrisozinho em vitrais

(não se nota, mas deixo dito que o sorriso se intensifica de baixo para cima, e que, usasse eu as fotos sem filtro algum, tampouco assim se notaria)
(são imagens retiradas de um filme, com intervalos de nanossegundos, por isso tão ténue o abrir do sorriso) 

Vinham em envelopes

Vinham em envelopes com a palavra 'help' escrita em amarelo, uns, em vermelho, outros. Uma fita amarrava-os a pinos, grades e um até estava numa boca incêndio. Claro que estas presenças, não passando assim tão despercebidas quanto isso, certo é que agem como repelente para algumas pessoas. Não para mim. Poi zé. Lá dentro encontrei mensagens inspiracionais. Não é nada que a maioria das pessoas não conheça, mas fica a ação e a partilha, que as acho bem bonitas. De resto, é verdade que tenho quatro mensagens, mas só arranquei uma e abri o respectivo envelope, os outros estavam já rasgados, as folhas com a ponta de fora, como alguém que, não tendo resistido à curiosidade, resistisse à mensagem expressa. Ou ficasse desapontado. Também pode ser. Este post também se poderia chamar 'Lisboa, Lisboa', só que não.

do ponto A ao ponto B

tomei contacto com o estetoscópio orgânico em 24 do 9, em 8 do 10 e 15 do 10 pois que não, em 21 do 10 sim sim, em 4 do 11 também, óié para 11 do 11, não para 18 do 11, pois que sim em 9 do 12 e também para 16 desse mês e 6 do mês a seguir, mês esse que, quando viu o dia 13, pois que pumba e coiso, chega o 20 e é sim, e vai que o 27 foi pois, seguiu-se o 3 e já ia no mês 2, do qual, aos 17 também houve tal contacto

Preciosismo alfanumérico

Motor
XL, Abril 2019
XS, Junho 2019
Vida
XL, Março 2019
XS, Julho 2019

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Graminhas e, malta, o turbante agora é cor de ferrugem.

Trezentos e noventa gramas de maçãs bravo esmolfe
Setecentos e sessenta gramas de maçãs golden
Mil cento e vinte cinco gramas de bananas rosy

E, malta, o turbante do nepalês agora é cor de ferrugem. Antes, não sei se tinha dito, era azul imperial.

Lisboa, 15 de Fevereiro de 2022

Neste dia visitei o jardim para me certificar se as árvores de lá já teriam florzinhas brancas com laivos avermelhados, e já, são é poucochinhas, e, por estarem muito lá no alto, as fotos não iam ser 'do bem', ficando portanto cliques desse género para outro dia. Deixo é três fotos de hoje a um recanto lisboeta que observo há semanas.

jardim permitido

domingo, 13 de fevereiro de 2022

entulho

Calendário

Venho fazer chegado uma vez mais o calendário que já no início do ano pus no blogue. Eu bem dizia que as luas são bonitas. Pelo menos acho que disse isso e, se não disse, paciência. Mas as luas. São a duas cores para se perceber as fases. A lua nova é cinzenta. Quando em quarto crescente é cinzenta pela esquerda e amarela pela direita. A lua cheia é amarela. Quando em quarto minguante é amarela pela esquerda e cinzenta pela direita. Acho as cores muito bonitas. Na verdade é tudo quanto retiro daqui, nunca fixei qual o quarto em que está, ou mesmo se, lá por estar uma noite luminosa, isso é por conta da lua nova ou da cheia. A mim qualquer uma me parece especial, não distingo. Já com os quartos, pois sei lá eu! Quando era miúda cheguei a fixar a questão, punha-me com Cês, um bem escrito – C- e o outro em espelho – um D sem a linha recta, vá - um crescente e o outro minguante, mas entretanto esqueci tudo. E agora esta linha rasgada do calendário vem para o blogue e assim já não esqueço. Mas só a parte dos minguantes, que acerca da nova e da cheia continuo sem ter fixado. Isso aí já é uma questão de medir com o olhar a intensidade da luz lunar e já confessei aí atrás que não sou capaz de as distinguir. E o Janeiro passou, né? Poi zé. Deixo registo de quando foi o quê nisto das luas:

a 2 Lua Nova; a 9 Quarto Crescente; a 17 Lua Cheia; a 25 Quarto Minguante

{sim, é colagem de Dezembro último do ano transacto [cenas... demoras, vá]}

A lista é fixe

Colei uma tira de bolo no caderno umas páginas à frente do devido e pus-me a comentar na folha que lhe estava próxima. Como dei logo pelo erro foi fácil descolar a tira e depois rasguei a folha onde comentara acerca. Colei então a tira noutra folha do caderno, cortei a folha comentada e colei-a também. Fiquei portanto com tudo, para além de remediado, finalizado, mas, antes, e porque a lista é fixe, os passos foram: descolar, rasgar, cortar, colar.

(A modos que) Comprinha (vá)

Se tenho uma faca daquelas que se adquirem por meio de selos valendo determinada quantia e, a gente querendo, até parece que a porra da faca custou o olho do cu?


Tenho.


É não muito grande. É não muito pequena. A embalagem diz que mede 5.9 inches. É uma knife para meat. É de uma marca com a qualidade nos bués. Gosto dela mas não lhe tenho um amor desmesurado – it's ok, pronto. Por acaso, mas mesmo mesmo mesmo por acaso é faca que não uso lá muito, para cortar legumes é pequena, para os descascar é grande. Bem sei que é faca para carne, mas como não esquartejo carne quase nunca, ainda mal lhe pus as mãos em cima.

Comprinha

Comprei um frasco de compota de abóbora que vinha com um redondel por cima da tampa. Parece uma flor com oito pétalas e mais não sei o quê. Ou sei. É bonito. Brilha. Tem escrito mmm! e não hum... A mascote da marca espreita de algures.

Chocolate

Fui ao supermercado de (alegado) requinte procurando por um chocolate digno. Orientei-me nos corredores e perscrutei prateleiras com similares. Nada. Rendi-me à fala, abordando o funcionário que reabastecia, curiosa se, estando eu num lugar (tão alegadamente) requintado, os funcionários fossem possuidores da simpatia cinco estrelas. Mas não, provando que a educação não desce do requinte. O pior é que não havia mesmo a porra do chocolate. O digno chocolate, queria eu dizer.

Retirada

Retirei os pacotes de açúcar da lista de compras porque com o tempo tenho vindo a arrecadar alguns. Certo é que gravo vídeos com ele, o que faz com que os guarde até ao dia das gravações, mas entretanto tenho encontrado alguns repetidos e são esses os que ponho no estaminé, que é no estaminé que os queria (quero). Ah, a lista não contém nem pacotes de açúcar nem paus de mexer. Quero dizer: os paus continuam a ser precisos, é mais limpo para os clientes barra visitantes barra amigos, usam o pau e deitam fora.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Loures, 12 de Fevereiro de 2022

No outro dia, num post cujo título era «Lisboa, 10 de Fevereiro de 2022», a porra da cabeça só ia buscar o ano 2019 para juntar ao 10 de Fevereiro, sei lá por conta de quê. Talvez tenha acontecido algo especial nessa data...? 
Vou ver. Já venho.
De regresso.
Nesse dia publiquei somente um post. No dia seguinte um post apenas. E, no outro, há precisamente três anos, um mísero post apareceu no blogue. Lembro-me desta fase, não era uma pessoa lá muito alegre, não. Bom, então, acho que o acaso me quis relembrar umas quantas coisas quando me pôs o 2019 na porra da cabeça. 

Minto

Li por aí que em se escrevendo a alguém em particular está-se obrigado a mentir. Nunca tinha pensado nisso. Ou pelo menos dessa forma. Mas é. Enquanto escrevo, e até ao momento em que publico as minhas coisinhazinhas, quero a mente desimpedida de leitores, pois, se os pensar... minto. É, é.

O dinheiro é literário

Há tanto tempo que transaciono questões bancárias através de máquinas que sinto falta de desorganizar os passos. Sei lá, são sempre iguais, aborrecem-me. Oh, não sinto nada falta, estava a inventar e desta vez anuncio que o estou a fazer. O que realmente aconteceu foi que me dispus a colocar algo escrito no rectângulo destinado à referência do depósito, caso o cliente o queira fazer. E eu quis. Pronto, gosto muito de escrever. Na primeira vez ia digitar 'coisinhazinhas' mas enganei-me e não quis corrigir porque receei que as cruzes apagassem o valor a depositar. Era tolice, afinal estava num campo diferente, mas. Então acabei por enviar a seguinte mensagem: 'ciooosas'. Na vez seguinte tornei a enganar-me e a não emendar, havia digitado: 'o djnhiro'. Mas a vida avança, tanto que, não tarda, estão a bater-me à porta vindos do supremo juízo bancário, nas mãos um prémio pelo original contributo literário. Tudo virtual, óbvio. Tudinho. Ah, houve ainda uma vez em que digitei 'ate que enfim'. Bem sei que falta o acento no é mas não o encontrei no teclado e aquela merda tem uma ampulheta, também virtual, sabia lá eu se o tempo escoava nos entrementes. Esta mensagem era uma exclamação de alívio, havia dias que eu e a máquina estávamos impedidas de falar devido a um bum! informático.

Lisboa, Lisboa

Encontrei o Laurent na avenida. Certo é que já me pus no blogue a encontrar-me com o Laurent várias vezes, e todas são reais, e já me pus a dizer que passaram tantos anos que ele decerto não se lembra de mim e já expus que em parando para o cumprimentar teria que explicar «ah, eu sou a Gina» e tal e tal. Ora, nada mais há de aborrecido do que ver a expressão atónita, porém condescendente, de quem não se lembra de porra nenhuma que a mim diga respeito. Virginie. Se me anunciasse como Virginie...? Hum, descreio na mesma. O que nunca pus no blogue foi uma questiúncula que me dá curiosidade e que retrata, por assim dizer, massagens ao corpo – será que os massagistas percebem que o corpo dos seus massajados emagreceu, digo eu mais pelas mãos do que pelos olhos?

eu

Intitular alguns posts de 'eu' (aqui e aqui), particularmente quando publico uma folha por junto, sai-me a ideia do seguinte:
Acho-me igual à folha porque está morta em algumas partes, em outras não, está viva, com algo ainda de bom.

Mais do mesmo

O mais do mesmo, o cheiro, aconteceu porque identifiquei imediatamente o cheiro igual ao de outros lugares de Lisboa, por isso fiz um post com esta temática – cheiro igual cheiro de Lisboa e tal e tal. Ninguém me abriu a porta logo que toquei à campainha, daí a ideia para a primeiríssima foto – já que ali estava, olha, clique e filtro. O tempo passando e as visitas ao mesmo lugar foram acontecendo e achei interesse em que todas tivessem uma foto dentro do mesmo género, as quais registava antes ou depois da visita, era conforme me abrissem logo a porta, ou então não. E foi isto que intensificou a ideia 'mais do mesmo' – clique de eu na escada do prédio, preferencialmente em posições diferentes e filtro ao estilo pintor de quadros (LunaPic) no seguimento. Não escondo... quero dizer: agora não, que os últimos cliques já me estavam a aborrecer um bocadinho, por isso resolvi parar com a questão, o que não invalida um regresso, se calhar daqui por um tempo volto a este mesmo mais do mesmo.

Reciclar

Tenho mais um jogo de lençóis novos, com túlipas amarelas. É as túlipas, é os ramos, é as folhas, é o padrão à volta, tudo amarelo e com fundo branco. Agora já não preciso mesmo de outros lençóis acanhados em tamanho. Entretanto já tenho como reciclar todos os velhos e, portanto, inúteis lençóis. E acanhados. Oh pobres, tantos adjectivos dos ruins de se ser. Bom, estou a fazer a reciclagem do seguinte modo: toalhas de mesa. Pois. Cada lençol dá para duas, no mínimo. Rasgo, estendo, sujo, enrolo, deito no lixo. Este alívio, este em particular, é maravilhoso. 

Adenda:
Por ter procurado o post linkado veio este por arrasto, lembrando-me que afinal já em tempos fiz uma reciclagem do género. Nesse post não descrevo se a reciclagem foi do género usa-e-deita-fora-ai-tão-bom mas não duvido que tenha sido.

ai

vêm e vêem

o meu colega diz que é boa ideia as pessoas virem aqui ao estaminé porque os seus dias correrão melhor se me virem



(pá, atão, né, é aquela)


Lá isso.

Se a vida não me corre como (julgo que) devia, tendo a viajar para recantos já passados, porém, felizes. Lá isso. Esses, são movimentos feitos inconscientemente até há pouco tempo, concretamente: no dia em que vi escrito algures que é um dos mecanismos que a mente procura para se livrar de aflições e preocupações. E é. Está portanto concretizado. Só que agora talvez já não tenha tanta graça passear-me por mim no passado. Os concretos destroem os sonhos. Parece até que isto tem a ver com o sonho descrito no post anterior.

Sonho

Sonhei que tinha o cabelo mais comprido do lado esquerdo. Não tenho na memória grande descontentamento com a diferença, assim como não o tenho na vida real. É, este sonho está muito de aocrdo... ai perdão, acordo com a realidade dos meus dias, está. Dias de uma pouco sonhadora grafómana. 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

a porra e o morro (tantos)

O tantos que está no título, neste caso, é rascunhos. São aos montes. Há montes de meses. Não sendo os mesmos, que não são, vou publicando dois ou três, ou mesmo um, e escrevendo cinco diariamente. Ou seis, vá. E deixo-os estar em rascunho porque não me apetece publicá-los e é assim que se tem dado esta acumulação. Penso até, e amiúde: porra, qualquer dia morro e as coisinhazinhas não estão a descoberto, justificando o propósito com que escrevo. Mas pronto, eu amanhã estou aqui outra vez.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Lisboa, 10 de Fevereiro de 2022

A árvore amarela continua nua. Em Fevereiro, o que já floresce é as árvores do jardim, tenho que ir ver delas. A árvore amarela é que continua nua. Eu sei que foi assim que comecei, queria era repetir o 'continua nua'.

Isto anda tudo desligado, lá isso.

Sim, faço parte daquele grupo de pessoas que tem lidado com a falta de redes móveis e fixas do momento, id est: o bum informático. Era só para fazer o registo, pronto. Era também para se lamentarem comigo, já agora.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Clínica Veterinária

Não sei se por ausência da senhora vet do costume e por, portanto, estar a ser substituída por uma outra senhora dessa categoria, a verdade é que estavam dois estetoscópios em cima da bancada. Dois! No mais, fui mexida pra caraças, foi desde tombar o braço do candeeiro sobre a pipeta da laca em spray, a armar-me aos cucos clicando no X da impressora porque considerei que a desligava. Estes deslizes deram azo a que o espaço ficasse cheiroso, e também com o penteado fixo, e a impressora cuspiu um papel A5 em branco, quando podia muito bem dizer-me coisas que eu quisesse ler.

Tem aí a casa-de-banho

Quem me abriu a porta do consultório foi um cavalheiro que, depois de me cumprimentar e me indicar que aguardasse pela menina fée, se meteu no seu gabinete. Não chegou a fechar a porta, segundos depois apareceu para me lembrar: «Tem aí a casa-de-banho, se quiser usar.» Sinto uma enorme curiosidade em saber que expressão eu teria quando entrei. Alvitro que lhe pareci contida, é o que mais me faz lembrar o lembrete do cavalheiro contido neste post.

Escrever

A menina fée surpreendeu-se quando lhe contei que escrevo quase sempre em pé. Contei-lhe que, das vezes em que escrevo sentada, há umas em que a vontade é tanta que não me aguento e levanto-me num pulo. "'O mundo tem que saber isto!'" teatralizei, acrescentando que só assim me faz sentido, de outra maneira jamais publicaria o que escrevo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Vacinas em dia? Claro que sim!

É isso ou ser (mal) fodida nas narinas em cada morada onde queira (ou precise) parar. A imagem abaixo é de um post-it que encontrei por aí, eu que em tantas secretárias passo a imunda mão, sem desleixo ou pudor.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

pelos passos às centenas de milhar, rompi as meias nos calcanhares

{diz o meu telefone}

Sonho

Sonhei que água agradavelmente quente me corria pelas mãos e que a espuma com que as lavara era demasiado fria.

Gina, numa relação com o supermercado.

arranque 
Marco se n' è andato e non ritorna più 
E il treno delle 7:30 senza lui 
curva estreita, porém, com avistamento 
Chissà se tu mi penserai 
Si com i tuoi non parli mai 
rotunda da farmácia
Piangi i non lo sai quanto altro male ti farà 
La solitudine... 
entrada na estrada principal 
Marco nel mio diario ho una fotografia 
Hai gli occhi di bambino un poco timido 
a curva mais temida 
Tuo padre i suoi consigliche monotonia 
Lui com il suo lavoro ti há portato via 
rotunda das pedrinhas brancas a rasar os lancis 
Non è possibile dividere la vita di noi due 
Te prego aspettami amore mio... ma illuderti non so! 
subidinha das tampas de esgoto 
La solitudine frai noi 
Questo silenzio dentro me 
rotunda das pedrinhas brancas em cogulo 
È l' inquietudine di vivere la vita senza te


Há meses que não ouvia a minha canção de, e a, caminho do supermercado. Nem sabia que lhes tinha saudades.

Assim de esquisitices compradas, só mesmo uma embalagem de couves-flor coloridas. Enfim, paneleirices. Pelo menos num repente é ganda paneleirice, que de sabor ainda não sei nada. Mas já tenho foto, ó:
Entretanto percebi que a couve verde é uma -romanesca, não -flor. São tão bonitas, pois são?

A primeira parte deste post inclui excertos da canção 'Solitudine' de Laura Pausini e já figura no meu blogue desde Outubro passado.