domingo, 31 de outubro de 2021

Liguei as luzes para me fazerem companhia.
Não me posso queixar.

Esta semana, não

Esta semana a menina fée não recomendou que lhe telefonasse a contar-lhe das melhoras. Ou das diferenças, essas desenxabidas. No outro dia, achei até um piadão, contei-lhe que tinha dormido tão bem que andei um par de dias feliz da vida e ela quis saber «e contou isso a quem?» Respondi que «não contei a ninguém.» E é o que é, mesmo que conte coisas, nunca são muitas nem a muitos, parece-me sempre que quanto mais dou menos querem.

Trinta e um de Outubro, domingo

Finda o Outubro num domingo com mais uma hora que vem por conta daquilo de mudar o horário do de Verão para o de Inverno. Cá em casa a única peça que não mudou a hora by himself foi o meu (ainda novo) fogão. Tenho que mexer nos botões (outra vez) para o acertar. Encontrei uma publicação engraçada no feed do Ginásio, diziam eles que este fim-de-semana tinha mais uma hora e um dia e que isso era melhor do que batatas fritas. É mesmo coisa de Ginásios, desprezar subtilmente as tão apetecidas batatas fritas. Eu até fiz aquela viagem para conhecer o lugar onde haviam começado a fazê-las, quanto mais. De resto: como batatas fritas com prazer, mas não lhes sinto saudade alguma.

A saia que não vesti

Eu fazer a saia, fiz, mas não cheguei a vesti-la. Já que é peça de Verão, fica para o ano, nem a saia nem eu temos prazo de validade inscrito no pacote.

coisinhazinha de acrescentamento ao que expus acima da foto:
sei que registei o desejo de fazer esta saia (e fiz) para estrear no meu dia de anos, já lá vão alguns meses, só que não encontrei o post onde fiz esse registo, de maneiras que não deixo link que faça viajar até lá quem assim o quisesse (e eu queria)

mais dos números do que das letras e ainda gráficos e sons

as imagens abaixo são screenshots que fiz a estados do meu sono
concretamente dos dias 21 a 29 do corrente mês
foram conseguidas por mor de uma aplicação chamada Sleep
não continuo este estudo principalmente porque o acesso que lhe tenho expira em dois dias
mais do que isso teria que pagar e, pagar. obviamente pagaria caso quisesse continuar a estudar
acerca das imagens: não tenho como deslindar estes números, tampouco sei o que dizer mais
já sei: foi giro perceber que tenho uma irregular hora para ir dormir e, ou, para acordar
já agora acrescento que os outros gráficos também não são lá muito lisos...

Escova de dentes

A minha escova de dentes é cor-de-abóbora.

Comprinha

Comprei bolachas alusivas ao dia das bruxas. São muito bonitas – o decalque é uma teia de aranha em cada uma das duas e o recheio é cor-de-laranja. Ou cor-de-abóbora, vá.

Comprinha

Comprei ovos paridos por galinhas criadas ao, e viventes no, ar livre. Gosto dos dizeres impressos nas caixas de cartão que os acomodam às meias-dúzias, bem como no próprio ovo, tem lá tudo. Id est: o ovo tem a informação correcta, a que lhe pertence, a caixa tem os segmentos com que o ovo pode ser classificado. Estes em particular são portugueses (PT) e paridos por galinhas criadas ao, e viventes no, ar livre (1), questão que, aliás, estou a repetir. Pobrezinhas das outras, as dos números 2 e 3, as do 2 são bichos (galinhas criadas e pâ pâ pâ) no solo e as do 3 são as das gaiolas. Já as do 0, oh glória, oh júbilo, existência feliz, são as do biológico. Não sei exactamente o que isto quer dizer, não prevejo nada melhor para uma galinha do que ser criada ao ar livre (e pâ pâ pâ), mas.

Natureza a modos que morta

A dentinhos morreu. Não lhe terei dado os cuidados devidos (na hora e no grau), eu. Quando criei a etiqueta 'Das plantas...' pensei que ia ser um caso de plantas, enfim, dentro do comum caso de ser pessoa cuidadora de plantas, só que não. Mas restam plantas cá em casa, olarila, e o melhor é concentrar-me nas vivas. Digo vivas, pois que , a outra menina que come insectos, também não se encontra na sua melhor forma ou, e, aparência. Resta o manjericão, que tem até florinhas. Também tenho cebolinho, mas esse vive por teimosia.

Revelações absurdas

No anterior post desta belíssima temática esqueci-me de o fazer acompanhado de um estonteante vídeo. Trata-se de uma gravação ao nível do bom, usando uma técnica acelerada (daí o estonteante), no caso: cozer queques e vê-los subir e subir, aparecendo, inclusive, acima do bordo das formas, todos lindinhos e mais não sei o quê. Vale a pena ver de novo. Não espero menos de duas, portanto.

sábado, 30 de outubro de 2021

Lisboa, Lisboa

Estive ontem de roda da minha amiga árvore amarela, inspecionando-lhe as cores das folhas e, dessas, até o número indizível eu quero dizer. Não poderei dizê-lo com franqueza, claro, sei lá quantas folhas tem, parece-me é que as folhas que ainda se mantêm verdes, aclararam, são de um tom primaveril e não estival. Quero dizer: quando as primeiras folhinhas aparecem nos ramos, são verdes, depois, quando o Verão vai indo e indo, ficam verde-escuro e, agora, noto-as de um verde claro. Deve ser assim que amarelecem.

Lisboa, Lisboa

Em outras vezes, sobretudo em vezes mais folgada de tempo, diferirei o percurso. Tenho, para já, dois possíveis. Meto pela Passos Manuel e viro na direção da Joaquim Bonifácio. Percorro toda a Estefânia, desprezando o avistamento da Duque de Loulé. Na imagem, os pontos numerados são paragens que fiz, esperando que semáforos que haviam avermelhado, esverdeassem.

Anos sem o serem e, mas, a sê-lo à mesma

Há novo pirilampo nos meus pertences, que não pertencem ao estaminé, au eva, é aí que estão. Curiosamente, embora estejamos já nos finalmentes de 2021, este é de 2020. Tudo bem que este desfasamento se deva à pandemia, afinal houve a intenção (brincalhona) de omitir esse ano das nossas vidas por tão pouco bom ter sido, aliás: queríamo-lo exterminado, isso sim, só que o 'pouco bom' continuou 2021 afora e exterminar também este ano é brincadeira que deixou de ter piada. Concluo, agora e portanto, que os pirilampos de 2020 já estavam a postos quando o vírus fez o que fez ao mundo, de maneiras que não se iam jogar fora, vai daí, omitiu-se, depois e então, a produção de 2021, para se vender o que já estava na calha. Conforme se pode, portanto e enfim, constatar, não mostro foto do pirilampo 2020, mas de um rebuçado em forma de coração que o acompanhou, bem como um pedaço do invólucro que tem um desenho lindinho.

Sem filtros

O blogue está meio que abandonado por falta de tempo mas isso não me faz filtrar assuntos. Pra que é que interessa que a caneta tal e tal se findou?! Pra que é que interessa o que interessa?! O que é que interessa?!

Tudo. Interessa-me tudo.

Estou verdadeiramente atrasada com as minhas publicações, o documento de escrita está caótico, baralho as questões com as ideias e entretanto o tempo que levo a decidir qual ou quais as ideias que ponho a arejar faz-me falta para mais ideias apontar, textos estender a apurar. Se calhar é neste ponto que a grafomania passa de entusiasmante a estúpida.

A caneta findou

Findou-se a caneta que um cliente esqueceu em cima do meu balcão. Tanto a caneta é esta, como o lugar que deixou é este. Entretanto já a substituí e já lhe ocupei o lugar com uma que em tempos a senhora do Banco me ofereceu e que tem, precisamente, o logotipo do Banco. Queria que este post tivesse três links mas fico-me por dois porque não encontro aquele onde apontei a oferta da senhora do Banco, ressalvo. São portanto dois ressaltos, lembrei-me agora. Ressalvas são ressaltos, quero eu dizer. Bom, adeus.

No post anterior

No post anterior escolhi nomes que desconheço que efectivamente o sejam, mas não foi isso critério, o que foi foi que não caíssem no saco dos erros ortográficos, uma vez que tanto 'entes' como 'untes' é de bem com qualquer dicionário de Língua Portuguesa.

A papinha

A encomenda trazia lá dentro um certo material acomodado numa embalagem que fora de papa, de cujos ingredientes constava farinhas de espelta e de aveia. Ora, como a papinha é daquelas para bebés e, ou, crianças pequenas, eu e o meu colega pusemo-nos a indagar quem da malta de lá teria palmado a iguaria e dado uma de pessoa que recicla, se o Entes, se o Untes. Como a indecisão era muita, e mesmo podendo apostar nos dois, já que o jogo, sendo nosso, poderíamos regrá-lo a bel-prazer, só que não, deixámos a questão esfumar-se. Eu é que, pronto, depois vim para aqui escrever isto, ficou-me gravado na memória a relação que não há por entre (estas) farinhas e (estas) pessoas e já se sabe que não me aguento sem escrever. 

Clínica Veterinária

E eu no outro dia a falar de agulhas, não foi? Foi pois, isto é pergunta não carecedora de resposta exterior, deixem lá isso. Ando com a vassoura e a pá atrás de mim mas não com o caixote do lixo e ainda por cima o espaço é grande, conforme ia varrendo, ia acumulando o lixo na pá. A senhora vet passou e notou que do lixo constava uma agulha. Comentou-a com espanto, recolheu-a com previdência e levou-a consigo para a colocar imediatamente no lixo, aqui com zelo. Fiquei curiosíssima mas, e, concluí que, pá, agulhas, né? Poi zé. Se, para mais, há recipiente próprio e tudo. E colorido.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Lisboa, Lisboa

Vi um tronco mais grosso do que o mais grosso tronco dos plátanos que estão junto ao muro de pedra, no Campo Grande. Portanto: agora é este o mais grosso tronco que alguma vez avistei em Lisboa.

Olá.

Da penúltima vez calhou de aspirar uns quantos dentes de alho e da última fiquei-me pelos esperados pó e migalhas. E pêlos. Os dentes de alhos aconteceram porque fui afoita o suficiente para meter o cano do aspirador no cesto. E, se tinha saudades do Miau, o gatinho amarelo, e da Lila, a cadela do corpanzil, as visitas amiúde daqueles dias deram cabo elas. Olá.

uma das árvores da avenida já avermelhou

domingo, 24 de outubro de 2021

Hoje é domingo

Ao domingo, o tirano é o descanso. Sempre atrás, sempre atrás,
e eu sem poder dar-lhe, precisamente, o poder.

sábado, 23 de outubro de 2021

Alguéns

Alguém contou que alguém, sob aquela máxima «somos o que comemos», prevenira:
'Se comeres muito porco, ficas um porco!'
Eu, sob o mesmíssimo aspecto, sou para aí um bago de arroz, vá. É que só pode. Em ser folha de alface nem quero pensar, a alface é engelhada, diz-se que incha abdómenes e ainda por cima quase não tem nutrientes. 

Paleta

Chamo paleta a este post porque o indizível número de cores nasce de apenas três, as cores primárias, e são essas as que compõem o meu rol de corantes alimentares. Notei, uma vez mais, que as tampinhas referem não só a cor, como informação simples e banal, mas também as enaltecem com dizeres bonitos e venho hoje fazer esse registo.
o vermelho é «christmas red»
o amarelo é «lemon yellow»
o azul é «royal blue»
os ingleses põem as cores no fim os espanhóis não, ó:
o vermelho é «rojo navidad»
o amarelo é «amarillo limón»
o azul é «azul real»
(os portugueses também dão primazia à cor, já agora)
Usei dois dos corantes para pintar um resto de massa de bolachas, depois cortei borboletas e pu-las a decorar o bolo, antes de o levar a cozer. Não fiquei desapontada nem agradada com o resultado da decoração. É aquela mistura: não desapontou porque estava à espera que as bolachas afundassem na massa; não agradou porque as bolachas podiam perceber-se melhor. Nota de finalzinho de post: o centro da foto não tem filtro.

A minha mãe

Não é porque a minha mãe morreu que penso mais nela, mas talvez seja por isso que escrevo mais dela agora do que dantes.
escrever é fazer lembrado o que não quero esquecido
Quando recordo a minha mãe, se de chofre, não a recordo com a aparência dos últimos dias. Não. Recordo-a com a cara enrugada, sim, sentada a maior parte das vezes pelo peso das dores, sim, mas com a fala pronta e o juízo capaz. Folgo, portanto.

Comprinhas, ou então não

Comprei feijão-verde, o que espantou o Luís, uma vez que não gosto barra gostava nada dessa verdice. Se bem que agora já o vá mordendo - por exemplo: em sopas, se picado finamente – a verdade é que comê-lo assim apenas e somente só sem mais nada, descreio que o faça com a maior das loucuras, au eva... Comprei. Haverá comensais mais tarde e dentre eles há quem goste, nomeadamente a rica filha. O Luís até comentou que era pena que a minha mãe já não venha a saber que eu agora já como feijão-verde.
Não comprei os famosos bombons (antes digitei bonsbons, que giro) que enchem prateleiras nas lojas e supermercados pelo Natal. Este ano estou a modos que dispensada – a minha sogra morreu, a minha mãe morreu, o meu pai não engole e o meu sogro não espera.

A minha mãe

A minha mãe não se chamava Rosária, chama-se. Os nomes, já os sabia importantes, mas com esta observação acentuo-lhe a importância.

parentesco

sou tia-avó desde há dias mas não tem sido grande coisa, foi mais giro ser (só) tia (é só, é)

Auscultadores

Apanho cada susto com a publicidade nos podcasts! É pela discrepância por entre o volume de uns e outros, o que é particularmente notado quando uso os auscultadores.

A propósito de

A propósito de receitas e pâ pâ pâ, a par com o que apresentei no post anterior, tenho também as próprias das revistas em atraso para ler e guardar o que é para guardar. Agora, numa dessas, a Lusitana, vem um artigo com a história de uma receita. Adoro aquilo. Eu, querendo estudar e aprofundar um tema, este seria sem dúvida um dos que escolheria porque me apaixona, e não é pouco. Há dias a menina fée reforçou o fulcral que é dedicar-me a coisas que me aprazam. - Isto é obviamente válido para toda a gente. - Não encontro nada mais prazeroso do que escrever. Não sei como é com outros prazeres, não tenho nenhum equiparável, mas sei que escrever tem um lado mau. Que sempre compenso com bons lados até conseguir que não me pareça assim tão mau, pois, quando não, jamais apareceria tanta merdice no blogue.

Aquelas receitas que

Aquelas receitas que recorto das revistas e dobro em quatro e guardo para que na posteridade as confecione, não que sejam muitas, mas são de há muito tempo e portanto vou deitá-las fora não tarda. Há pouco estive a corrê-las e percebi que as desprezo um pouco. Ou não lhes jogo vontade em cima. Não quero gastar esse tempo com essas receitas. Há duas com claras. Lembro-me que as guardei principalmente por usarem esse ingrediente, que se há coisa que as claras são, é sobrantes, é um problemão usá-las. Posso fazer omelete. Sim. Mas também não quero. Há uma outra que é uma tarte de ameixas e já passaram dois Verões e não cheguei a fazê-la. Uma outra tarte é de caramelo ou lá que é. Nada de novo, afinal, é base e creme e caramelo. Três camadas. Perfeitamente normais de serem inventadas por esta que está aqui a escrever isto. Outra receita leva manga e maracujá, no estilo meio por meio, e é também uma tarte. Quero dizer, se bem me lembro, é. Ou é um doce de colher, um daqueles que precisa com desespero que um agente o solidifique. Não é importante lembrar-me, lá isso. Com maracujá há também um recorte que ensina a fazer uma sangria. Aquilo é de todo, só pode. Vinho branco com polpa de maracujá, água gaseificada e hortelã... Pois como não ser de todo, ou mesmo o todo de um todo, né? Poi zé.

Partiu para o lixo

O prato partiu quando o assentei em cima das pilhas de papéis importantes, aquilo apanhou um vão e quebrou, presumo. É portanto caso para dizer que o prato partiu também para o lixo. Era um prato de uma coleção de que restam ainda uns, mas poucos. O prato não é de sopa nem de sobremesa, é dos outros. Hum, não sei como se chamam, carne ou peixe, será? Não me lembro. Bom, comprei doze há mais de doze anos, e estes é capaz de ir nas duas dúzias. Foi uma compra estudada e faseada.
Estudada porque na altura queria que os 'meus' pratos fossem decorados com motivos em vermelho. Porém, na altura ainda não havia como levar corantes vermelhos ao forno sem que a cor ficasse deslavada, daí o desespero. Desesperei tanto que me rendi a uns partos decorados em várias cores, dentre elas essa espécie de vermelho pálido. Tolo, até. Alaranjado, pronto.
Faseada porque em cada visita ao supermercado eu trazia de lá dois ou três. A ideia inicial era compor um conjunto de pratos destes (sei lá, carne? peixe?) e de sopa. Mas comprei só estes, os de sei lá.

Mistura de sais

O queijinho de sal comprado há anos deixou de ter a forma original devido ao uso. Nos primeiros tempos, quando raspava, ainda se ia mantendo em forma de queijo, mas depois foi-se partindo, obtendo assim pequenos pedaços de sal prensado que não dava jeito nenhum raspar. O sal no pote ficou de resto, o sal e orégãos no pote também e o sal prensado estava em cacos. Misturei-os num pote lavado. O dito queijinho de sal ia em validade até dois mil e vinte e cinco e foi comprado em dois mil e quinze. Não que o sal se estrague, este em particular só quebrou, mas as normas, ai as normas, ai as normas.

Imortal

A esperança morre depois, sempre depois. Não em simultâneo, tampouco por junto, mas depois. Nunca, quero eu dizer.

Obituário

O Freitas morreu. Seu Freitasse, como lhe chamava no blogue, o sempre alegre, o sempre bem disposto. É estranho que uma pessoa da minha idade morra, é como se fosse aqui ao lado, e não estou a ser literal. É perto, percebem? Tão perto que arranha. Mas o Freitas. Comecei por lhe chamar seu Freita-se aqui no blogue e, num próximo post, uns meses depois, esqueci-me como redigira o 'nome' e toca de inventar mais um Freitas, o Freitasse. Era assim que o cumprimentava porque ele era brasileiro, daí o «seu Freita-se!», ao que ele respondia «dona Gina!», e isto apesar de nos tutearmos. Era um ritual que a gente os dois tínhamos - eu sem vergonha nenhuma, ele sem nenhuma vergonha, bem alto, bem articulado, quantas vezes no meio da rua. Enfim, gandas malucos, é o que foi. Olha: fim.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Lisboa, Lisboa

Há dias tirei fotos a alguns cadeados que estão presos no gradeamento do Miradouro da Senhora do Monte. Agrupo neste post algumas mas, antes, comento-as, pois que, já se sabe, gosto tanto mais de letras que lhes dou primazia.
foto 1
É indecente que se ponha um cadeado amante de Paris em Lisboa. É tão amante que une dois corações e traz ainda a Torre Eiffel. É aquilo da gentrificação, vá. Não. Digo eu pela perspectiva do enobrecimento... Hum, não. É mas é aquilo de dizer ao mundo que o amor está em Paris e em Lisboa, au même temps e ao mesmo tempo.
foto 2
Marca, Material e Medida dentro do rubro coração. Já foi mais rubro, é certo, que isto das intempéries acabam com o bom ar das tintas.
foto 3
Este amor é recente. Não há mais a dizer. A não ser que reluzente está ainda o latão. Pronto, já disse. E que nem só a data certifica quão recente é, portanto.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Espantosamente

De maneiras que a pessoa que escreve neste blogue subiu ao escadote para arrumar a pá do lixo, arrumou, e vai que o serrote de poda, que estava no caminho, detentor de bico afiado que é, riscou-me o trapézio. Oh. Oh e ah, que há espanto por junto.

Desafogadamente

A estação de Arroios está toda arranjadinha e aberta ao público. Que desafogo, nem duvido que o próprio Fernão de Magalhães tenha agora mais ampla vista. O semáforo é que leva bué tempo pó peão e pá peoa, bem mais do que dantes. Concluo portanto que sob esta perspectiva está o desafogo no tráfego.

Obviamente

Quando anoto moradas ou contactos telefónicos dos clientes, por vezes brinco: «ah, é que eu gosto muito de escrever.» Obviamente cliente algum conhece a dimensão do que acabou de ouvir.

Insistentemente

O cliente insistia em chamar roscas às porcas – não que daí venha mal ao mundo, se afinal as ditas as têm -, concluindo depois que «isto nem parece de homem!»

Consideravelmente

Dois homens miravam a minha montra e retiravam considerável prazer. De um deles até ouvi dizer «ainda bem que há lojinhas destas.» O meu colega havia saído para um trabalho no exterior, portanto não ouviu este comentário, mas ia gostar muito. Enfim, com aquilo de andar cá e lá escapam-lhe estes momentos.

Rapidamente

Acerca do acto sexual, ouvi eu, algures, um dia desses, assim:
«oh, aquilo também é só um bocadinho de gosto, depois sai logo tudo!»

Frequentemente

O Gualter anda... frequentemente... de óculos escuros na rua. Gostava de pôr antes aqui o 'invariavelmente', só que não é.

Invejosamente

Como saber se a minha t-shirt é tão gira mas tão gira que é invejável e até invejada? Quando as mulheres jovens olham para mim.

domingo, 17 de outubro de 2021

Entulho

Esgotei os níveis de sociabilidade nas últimas horas. Por entre pude todavia ter contacto com o entulho da minha vida. A minha cadela é abelhuda. Conseguindo percebê-la na foto, vejam lá se não concordam comigo nisso.

Aos domingos, as sopas

Faço sopa aos domingos e hoje fi-la com legumes assados. Dias atrás intentei variar os jantares da semana e assei legumes. Depois comi-os. Ao jantar. E descobri que nada bate o conforto de um prato de sopa. Ontem assei legumes e com alguns fiz hoje a sopa, que tem um sabor diferente do habitual, e não é pior. Nem melhor, já agora. Por ora é nestes moldes que está a minha vidinha. Ah, se não tiveres nada para dizer ao mundo mantém-te em silêncio, é o que se diz por aí. Está bem, ocorre que por obra do acaso sempre considero ter algo a dizer. Se o dizer for escrever, tenho.

surgiu, surgidas, surgem, surgiu, surgimento, surgia

Acerca daquilo meu de acordar com canções na cabeça, conto agora de uma canção que surgiu há dias e que, felizmente para mim, desmente que as canções surgidas surgem porque as ouvi no decorrer do dia anterior ou à noitinha, antes de adormecer. É uma canção com décadas, que passava na Rádio de vez em quando – Maranata, 40.ª Sinfonia de Mozart – e que não ouvia há muito tempo. Gostava de saber por que raio foi esta canção que surgiu mas, enfim, são mistérios da mente, sei lá, então se a memória é, de certa forma, insondável, era logo eu, Gina Maria, que ia descortinar-lhe os recantos? Não era, nem é. No dia do surgimento surgia apenas um verso: «sou a força do grito que passa/sou a luz que ilumina a vidraça», mas entretanto já ouvi toda a canção umas quantas vezes e encontrei um poema muito bonito. Pode ouvir-se e ver-se clicando aqui.

Lonjura

Visionei um vídeo de cinquenta e dois minutos que mostra a perspectiva de uma pessoa caminhando pelo bosque, quando num nevoso dia de Inverno. Todo o vídeo. Todinho. Embora longo, não me aborreceu. É apaziguador e empolgante, tem a calmaria no estilo musical, e fui ficando, querendo ver o que a youtuber viu durante o seu passeio, aproveitando os calmos acordes. Por tanto claro de neve e tanto escuro de vegetação nua e triste, em certa altura considerei que a 'película' se encontrava com o filtro a preto e branco mas descobri que não, apareceu uma pequena ponte com um cercado que tinha uma pilha de ás em vermelho. Mais à frente, um sinal de trânsito passou uma espécie de certificado à certeza que eu já tinha: era azul, indicava sentido obrigatório. No fim dei uma vista de olhos pelos comentários e gostei de não encontrar nenhum negativo, eram sobretudo no sentido de louvar o trabalho dela, muitos diziam que andar com a câmara em riste durante quase uma hora é difícil e chato e que boa escolha musical a dela. É certo que não li todos os comentários, eram muitos, e pode a youtuber ter filtrado os negativos, lá isso.

Sonho

Sonhei com a campa da minha mãe. Posso não saber de algumas coisas, mas sei que este sonho desceu porque me lembrei desse (triste, pesaroso, fúnebre) item horas antes de dormir. Na vida real, houve um engano numa impressão, trocaram uma letrinha, o que pode parecer 'apenas', só que não o é. A minha mãe chama-se Rosária e toda a vida corrigiu a Rosário para Rosária. Ora foi precisamente esse o erro que aconteceu na vida real, e a trama deste meu sonho rodeava este engano. Não tenho mais concretos acerca deste sonho. Para sonho com um só concreto a apresentar, está até um texto de bom tamanho. Terá sido por contar mais da vida real do que da dos sonhos? Capaz disso.

sábado, 16 de outubro de 2021

Revelações absurdas

O meu fogão novo já cozeu bolos. Para primeira vez, em vez da tradicional forma de bolo redonda com buraco, resolvi antes encher formas de queque. Nem parece meu, sempre tão insegura com tudo, querer inaugurar um forno que (obviamente) desconheço completamente usando um método não muito habitual. Já aqui tenho dito e sinto como verdade: de bolos, eu tenho a mania que sei. Devia portanto ser pasteleira de profissão, assim brilharia. Mas os queques. Os queques calharam bem. E se não calhassem? Marchavam na mesma, com igual prazer. Isto é que é autoestima, né? Poi zé. O segundo bolo não foi bolo, foi uma tarte de maçã encimada de crumble. Estava um deslumbre, que a gente pode deslumbrar-se com o paladar. Qualquer um dos sentidos, aliás, serve para isso também.

O meu fogão novo já assou pizza. Nunca soube por que raio se cozem bolos e se assam todas as outras coisas, quando o instrumento para tal é precisamente o mesmo. Enfim. Estivesse eu presente aquando daquilo da Torre de Babel e fazia diferente, lá isso.

Acerca do fogão propriamente dito, posso adiantar que o relógio digital ilumina a cozinha de tal forma que, querendo eu aceder à varanda quando é noite, dispenso acender a luz porque vejo bem o caminho. Junto também que os bicos fazem um chinfrim do caraças. Sim, 'junto também' é redundância mas achei o junto sozinho e o sozinho não se quer sozinho, né? Poi zé. Mas o chinfrim. Pá, aquilo há-de ser, alvitro, para dar nas vistas ao nível do ouvido, ouve-se os bicos acesos a metros e noutra divisão. No mais, deixo ainda que o acabamento que escolhi não é o melhor para limpar. É de um metalizado lindo, mas mancha facilmente quando seca. Já descobri que evito as manchas se logo após a limpeza usar um pano para secar, ao invés de o deixar secar por mor do ar. É fazê-lo, então.

Por último deixo foto dos tais queques, acerca dos quais ainda não disse que foram feitos com a tradicional receita de bolo de iogurte, aí já não fui tão afoita quanto isso, cingi-me à simplicidade e à segurança de uma receita que dificilmente correrá mal. Juntei-lhe, que bem me lembro, pepitas de chocolate negro e pêra aos pedacinhos. Um dos queques derramou sobre outro, sei lá eu por mor de quê. Calhou. O centro da foto está sem filtro, quis que se visse os queques no mais natural de si, mas senti vergonha das migalhas na toalha, por isso preenchi com filtro toda a foto e depois risquei-o para revelar os queques.

Dias de um Ginásio

Bom. Então. Este é um post onde quero parecer inteligente e original. Não. Este é um post que, inevitavelmente, vai fazer-me parecer a querer que vos pareça inteligente e original. Não. Este é um post, e pronto. No outro dia, quando o Ginásio finalmente voltou ao horário habitual, digo: a fechar às quinhentas, uma colega de treino comentou comigo quão feliz estava, agora teria tempo para treinar tudo quanto quer e não mais precisaria de apressar o banho. Formei a resposta mas retive-a um nanossegundo, decidira usar 'desafogo' como palavra principal, achei-a adequada, contudo, bem sei que não pertence à linguagem corrente, porém, vocalizei a resposta tal como a tinha pensado. Vi confusão e reformulei a resposta, usei o 'alívio' e vi nascer daí, então, um belo sorriso. E aliviado, também.

Cor-de-laranja

Na grande loja, a cliente que acabara de pagar pegou na compra mas não a susteve, deixando-a cair. A compra era uma embalagem de (muitos!) chupa-chupas que se abriu com o embate e lhes ofereceu o livramento. Grande espalhafato que aquilo foi, só vos digo, mas maior espalhafato ainda, e até melhor, foi uma bruxa soltar o seu riso maquiavélico logo logo logo. Quiçá pela travessura, se pelas doçuras serem de mau porte. Quero dizer, isto sou eu a inventar, o real da questão é que a bruxa é uma daquelas bonecas que reage às vibrações e, neste particular, ri desenfreadamente. Ah, e sim, pois é, vem aí o dia das bruxas, de modo que, pronto, já as há à venda por aí assim. E pronto, está dado ao mundo mais um post cor-de-laranja, que as abóboras também o são.

Pasta de dentes

A minha pasta de dentes d' agora tem toranja na sua composição. A embalagem é muito bonita, tem laivos de cor-de-laranja para lembrar toranja, que é vermelha, mas oh! Gosto de cor-de-laranja – gosto, gosto.

Padrão

Este dióspiro vem com uma peça de roupa em padrão animal.
Pode ser chita ou tartaruga, zebra é que não.


 

Sonho

Sonhei com um pano do pó – cor-de-laranja, como se quer, porque, em maioria, são dessa cor, então parece que se quer – e, giro é, que não tenha pegado ainda em nenhum desses panos, nem conte pegar para já.

Famílias sem parentesco

Diz-se que a Rádio é uma família – afirmo que é, não que parece ser – porque acabamos por conhecer as pessoas que lá estão – ou trabalham, essas pessoas também trabalham [emoji mui sorridente] – e é por se conhecer que se acaba por acarinhar. Isto são tudo lugares-comuns, bem sei, mas sei também que os lugares-comuns são verdades absolutas. E eu, que deixei de ouvir rádio pela manhã, não deixei de saber das pessoas da Rádio porque as tenho no meu Instagram. É. Vejo-as sob outras perspectivas, questões particulares que põem ao fresco nessa rede social, ou, mais longe ainda, mais radiofónico, pequenos vídeos com excertos das emissões.

Lisboa, Lisboa

Por vezes lamento que não registe qual o ponto exacto de um ou outro clique daqueles que faço por Lisboa. Daqui por meses e, ou, anos não reconhecerei esses pontos e, por conseguinte, lamentarei, sei-o porque já lamentei alguns. Por isso é que em nova passagem pela rua Engenheiro Vieira da Silva cliquei noutra perspectiva, e aqui registo que é efectivamente essa a rua deste clique, mas também de um outro assaz especial, que conta já com umas semaninhas e que pode ver-se clicando aqui.

Amarelos

Tenho mais amarelos a apresentar, isto em duas fotos. Se numa tenho aqueles autocolantes que já em tempos publiquei no blogue, mas quando ainda estavam colados a formar um quadrado, noutra tenho a parte que se desfocou, focada. Tudo em amarelinho, ó pá tóin xiru! Debruço-me especialmente sobre a última, que, oh vejam lá, pus no blogue em primeiro. É mais bonita e deita mais corpo - As folhas são da árvore amarela, trata-se de um raminho que encontrei aqui há semanas; o gatinho amarelo é o gatinho amarelo, mas em madeira, não em carne e osso, esse é outro; os botões peludos que estão próximos ao gargalo da botija são restos de uma das plantas de rua bem outonais, há imensas por Lisboa. Estes botões em particular fizeram parte de pequenos caules que encontrei por aí. São do tempo em que fiz aqueles posts intitulados com o nome de pessoas que conheci e acerca das quais conto vir a dizer mais coisas no blogue.

História

A história da árvore amarela pode ler-se aqui, bem como pode aliás ver-se porque é a árvore amarela, amarela. Isto ficou num português esquisito, mas eu nunca disse que sei escrever. A juntar, deixo foto que o Luís encontrou por aí nas netes, sem que se tenha descortinado a quem pertence a autoria, portanto, olhem, obrigadinha na mesma. Não sei que idade tem a foto mas alvitro ser coisa para os anos 60. Ou 50, vá. O que sei é que o poeta não constava ainda no pedaço ajardinado e o pedestal dele diz que lá foi colocado em Janeiro de 1968. O pedaço ajardinado onde se encontra actualmente e árvore amarela também está delineado e, parece a mim, que tem vegetação. Já ampliei a foto mas não me deixa ter certezas. Seja lá como for, posso imaginar a árvore amarela em pequenina, ainda mal semeada de folhas e tal e tal. Pronto, fica então a dita foto. Ah, e querendo ver o amarelo que me apaixonou e que despoletou o cognome é clicar no link supra. E não, a árvore amarela nunca mais ficou tão amarela e brilhante. Pode ser que este ano fique. A ver vou, lá isso.

Aniversário

No dia em que fez onze anos que publiquei pela primeira vez a árvore amarela no blogue, gravei o percurso que fiz até lá e hoje presto-me contas disso. Tenho pena que a aplicação nesse dia não tivesse as legendas em português mas é o que tenho. A aplicação grava paragens, mesmo que curtas. Grava também, e obviamente, les dépards et les arrivées que je fait. Então vá:

a partida não foi bem bem bem no estaminé, mas um pouco mais à frente, que foi quando malembrou de registar o percurso
a primeira paragem foi no semáforo junto ao poeta
a segunda paragem foi para um recado do estaminé e uma compra particular
a terceira paragem foi para ver e fotografar a árvore amarela
a quarta paragem foi no semáforo que organiza o tráfego no cruzamento mais próximo ao estaminé
a chegada foi feita no estaminé

E, para finalizar este acontecimento absurdamente fantástico, registo que:
percorri 4 quilómetros e 120 metros a duração foi de 1 hora, 15 minutos e 32 segundos
o ritmo médio foi de 18'21” (não, não sei bem bem bem o que isto significa, se sou para lá de lenta, ou então não)
as calorias chegaram ao número 115

Lisboa, Lisboa

No outro dia, quando falei do tom da minha Lisboa, aquando da ideia ainda na sua insipiência já idealizava que juntaria um vídeo ao post. Só que masqueceu completamente, relembrando para aí uns três dias depois, quando acedi ao canal para verificar se estava tudo bem num (outro) vídeo que acabara de carregar. Então vá, o vídeo em questão... Quero dizer: o primeiro! vídeo em questão neste post chega portanto hoje. Vai a tempo, presumo. Sinopse, já agora: este vídeo tem fotos que escolhi não publicar no blogue mas sim agrupar num vídeo, as quais musicaria com a canção de que falo no link supra.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Antes de mais, o piano.

Antes de mais, hoje não ouvi o piano. Oh. Mas pronto, era lá agora o evento que é se ocorresse todos os dias, né? Poi zé. Comi a bucha na varanda, enquanto de um televisor vizinho soavam as notícias. Mudei de vista, é certo, mas, sobretudo, melhorei-a.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Antes de mais, o piano.

O piano ao meio-dia, pois claro, não fosse eu desiludir-me com o acaso. Logo mais, ponderei comer a bucha sentada na escada do prédio, não seria, aliás, a primeira vez, mas escolhi sair para a rua e comer em pé. De um arco surgiam turistas. Também surgiu um homem das obras carregando um balde de entulho, já agora.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Escrever

Comoveu-me que a menina fée perguntasse o que gosto de fazer. Tipo assim de um tiro, trau!
«o que é que gosta de fazer?»
escrever
«escreve sobre o quê?»
sobre tudo

Não, não escrevo sobre tudo, mas, sobretudo, escrevo. Respondi assim porque, se de chofre pensar no teor daquilo que escrevo, sinto que escrevo sobre tudo.

Cartão de visita

Sou pela reciclagem, a menos que me esqueça ou não possa de todo reciclar o que é de. Há dias deram-me um cartão de visita alegando serviços, agradeci e guardei-o. Logo mais marquei consulta, não esquecendo de adicionar os contactos ao telefone e voltei a guardar o cartão, ponderando se devia devolvê-lo ou dá-lo a alguém necessitado. Se bem que esta última hipótese, querendo-a acontecida breve breve, seria necessário correr mundo e bater boca, o que não me apraz, então fui deixando ficar. Um dia, quando na sala de, e à espera, vi que na mesinha havia uma pilha de cartões iguais ao que eu tinha dentro da carteira. Retirei-o de lá e pu-lo em cima dos outros com gestos decididos. Pumba, este fará dois serviços, pensei eu. Esta é também uma forma de reciclar. Na mesma mesinha estava uma outra pilha, mas de brochuras, e de uma leitura distraída retirei simplesmente fadas. Então, olha, fada fica a menina de lá, mas em francês – fée

Post de merda

Tenho ouvido dizer que não vale a pena darmos tanta importância aos 'gostos' que os observadores (seguidores, vá) deixam nas nossas publicações porque a maior parte desses abonatórios cliques são feitos quando estão (estamos) sentados na sanita. Eu, por vezes, levo o telefone comigo mas vou ouvindo um podcast, dispensando assim segurar no telefone enquanto. Foi numa dessas ocasiões que percebi que tenho idade para os protectores solares com +50... É, sou um bocado desatenta, sou. E, por vezes, esqueço-me de clicar no 'gosto', lá isso. E gosto, não gostando sempre, a verdade é que, se não gosto, não clico no 'não gosto', e nem é pela desatenção, é porque não gosto de clicar aí.

As íris do sol

Têm estado uns lindos dias de sol. Esperado, vá, isto é terra lusa, o sol aqui pertence. Têm estado umas temperaturas altas. Inesperado, ainda que a pegada ecológica mande dizer que doravante é subir e subir. Também, e seja lá como for, são sóis bons, os destes dias. Esta manhã, um desses incidiu no adereço metálico da minha mala, reflectiu na parede e teve por companhia uma espécie de arco-íris. Íris, é, arco é que oh, e que não seja, né? Poi zé.

Gina, numa relação como o supermercado.

Do supermercado e o supermercado e mais o supermercado. Num repente lembrei-me do seguinte: sempre ouço que canção deixa o rico filho no autorrádio mas, bem vistas as coisas, também ele ouve a que deixo eu. Isto: ao menos um bocadinho, pois claro, que, logo de seguida, ele ou eu mudamos de acordes.
Então vá.
Tenho vindo a protelar a divulgação de qual a canção que agora me acompanha nas idas e vindas para, e do, supermercado. Trata-se de uma canção bem antiguinha, pertencente ao repertório de Laura Pausini – La Solitudine. Gosto de variar de língua, aliás, de Língua, por isso é que desta vez escolhi o italiano. Esta canção, trago-a na memória também por conta de ser uma das que uma professora de Ginástica que tive em tempos há muito idos usava para o descanso final, aquela parte das aulas em que se alonga o corpo e a escolha musical flecte para algo mais calminho do que, por exemplo, quando se anda aos pulos em cima de um step, ou em rodopios tão próprios da aeróbica. Velhos tempos, lá isso, agora os steps são decks e a aeróbica é zumba, ou coisa assim.

arranque
Marco se n' è andato e non ritorna più
E il treno delle 7:30 senza lui
curva estreita, porém, com avistamento
Chissà se tu mi penserai
Si com i tuoi non parli mai
rotunda da farmácia:
Piangi i non lo sai quanto altro male ti farà
La solitudine...
entrada na estrada principal
Marco nel mio diario ho una fotografia
Hai gli occhi di bambino un poco timido
a curva mais temida
Tuo padre i suoi consigliche monotonia
Lui com il suo lavoro ti há portato via
rotunda das pedrinhas brancas a rasar os lancis
Non è possibile dividere la vita di noi due
Te prego aspettami amore mio... ma illuderti non so!
subidinha das tampas de esgoto
La solitudine frai noi
Questo silenzio dentro me
rotunda das pedrinhas brancas em cogulo
È l' inquietudine di vivere la vita senza te

Depois repete-se alguns versos e percorro o resto do caminho, contendo este uma recta fixe, uma curva para lá de boa, uma subida que termina numa rotunda, onde entro e saio e só páro quando chego a um parque de estacionamento bem bem bem desafogado. É-o assim porque é manhã manhã manhã quando (tudo) isto acontece.

domingo, 10 de outubro de 2021

Domingo à noite

Nunca mais fiz os posts do supermercado, que eram daqueles de fazer ao domingo. Cansei-me. Canso-me de mim. Mas, simultaneamente, ou parvamente, sei lá, sinto saudades do tema. 'Gina, numa relação com o supermercado.' era como intitulava esses posts, que construía livremente, afinal é um tema limpo e extensível que se farta. Um mimo, portanto. Cansei-me de não me dar bem com a movimentação dentro do supermercado, descrevendo as compras mas sem focar o desespero que essas visitas, afinal, me provocam. Cansei-me desse desvio, esgrimo em vão. É tudo mentira. Escrever das beterrabas tão lindas que estavam para quê se estou imprópria para isso, né? Poi zé.

pui ós pigos

Lenços

Muitas entradas tem este blogue sobre o tema lenços de papel, oh porra. Agora até colo no caderno um pedaço de cada pacote que enceto. Já tenho escrito que vêm aos grupos de seis, sempre com desenhos diferentes, mas que, geralmente, as coleções apresentam apenas quatro, de maneiras que, pronto, dois repetem-se. Na verdade faço agora as colagens porque falo destes pacotes sem os apresentar em fotos. Já o fiz, bem sei, mas não costumo fazê-lo. E, se não costumo, é porque sinto que quem vier a ler não encontrará conformidade entre o que escrevi e o desenho. É insegurança minha, é, mas pronto, este registo cá fica. Pena é não me lembrar em que moldes descrevi este primeiro desenho de que falo e que colei no caderno. Sei lá, devo ter escrito «ah, este desenho é de losangos, lembra o psicadélico, os anos setenta» e mais não sei o quê. Vou pesquisar.

Tenho dois com um padrão aos losangos, nas cores preto, cinzento e branco. Lembra o figurativo dos anos setenta. A gente pensa me padrões dos anos setenta e chega-nos aquilo. Decerto.

Entretanto fui dar com mais um pedaço de pacote de lenços de papel da mesma coleção do descrito acima. Este tem uma pomba amorosa e também não me lembrava que coisinhazinhas escrevi acerca. Digo lembrava porque o post onde descrevo o desenho do pacote mencionado acima é o mesmo que contém a descrição deste pacote, de maneiras que fiquei com o trabalhinho já feito e, já agora, deixo abaixo o que escrevi então nesse mesmo post.

Tenho um com o padrão montes de português, montes de popular e, já agora, montes de amoroso. Também deve ser pela paz, tem uma pomba.

Deixo agora link para o post por inteiro. Deixo-vos agora, também. Isto se aqui chegastes, evidentemente.

Esta Lisboa tem cheiro de quê? Tem cheiro do mesmo!

Um dos meus mais comuns títulos é 'Lisboa, Lisboa'. Nos primeiros tempos foi para intitular posts onde apareciam apenas fotografias da cidade, depois fui juntando os textos, quase me desculpando: «Ah, esta 'Lisboa, Lisboa' afinal tem letras.» Sei bem o que deu o mote a este dizer de 'Lisboa, Lisboa', foi o primeiro verso do refrão da canção dos Pólo Norte – Lisboa (pois claro, ah ah)


Andei pelos fundos do blogue à procura do primeiríssimo post que intitulei de 'Lisboa, Lisboa' e não consigo decidir-me por entre dois que encontrei. Um é datado de Outubro de 2017 e tem de título: 'Lisboa, Lisboa, ah Lisboa...'. Será que foi nessa data que me colei ao verso da canção, ou, por outra, foi no ano seguinte, corria o mês de Julho, quando intitulo somente de 'Lisboa, Lisboa'? Nunca saberei, assim como nunca saberei em que tom lerão este título, mas cá ficam, tanto a indução como os registos, e, estes útltimos, ainda que aéreos.

O cão vizinho e amigo desta que vos escreve

O cão que mora no terraço vizinho não descansa enquanto não o afago, somos amiguinhos vai para meses. Porém, no dia em que lavei o terraço, logo que a água esguichou da mangueira afastou-se para o mais longe que conseguiu, portanto já se está a ver em que pé ficou a dita amizade. Não obstante, revi-o quando a água parou, o que não me surpreendeu, como já o desaparecimento não surpreendera. Neste terraço há um dlim-dlão incessante. Presumo que seja um daqueles apetrechos de pendurar, com muitas pendurezas em si, em cujas extremidades pendem, por sua vez, pequenas coisas feitas em material mais pesado e que, ao vento, ou mediante simples e vaga aragem, oscilam e embatem por entre si. Por vezes são sons de embates fraquinhos (ai, adoro estas coisas duvidosas que me passam pela cabeça e que, mesmo assim, registo no blogue... caraças pá, haverá embates fraquinhos?!) outras são sons que, mesmo nascendo da mera casualidade, têm uma musicalidade muito agradável. E, mesmo que essa musicalidade nada tenha de histriónico, a verdade é que nos dias em que passo horas naquele terraço aborrece-me a cantilena, isto porque, embora seja mercê das correntes de ar, não deixa de ser repetitiva.
Agora já só sob a temática 'terraço', deixo foto do agora de um pequeno pedaço do dito, mas não sem ter por baixo, como que a subscrevê-la, uma foto de aqui há atrasado, quando lá lanchei uma maçã verde. É uma espécie de 'antes & depois', vá.

sábado, 9 de outubro de 2021

Registos fotográficos do fim-de-semana, bem como outros pontos de interesse acerca do mesmíssimo fim-de-semana.
E sim, este post, de certa forma, é do passado.

Ao terceiro quilómetro do IP1 cheirava a pinheiros e, ao quinto, a gado. Parei para comer coisas. Serviram-me uma sande de queijo e uma meia de leite, isto: a meu pedido. O pão era bom (estava no Alentejo, o Baixo, como não sê-lo?!) e o queijo era, não mau, mas não bom. E agora vou falar de fotos que não publiquei nem comentei. A primeira é uma traição que me faço, se afinal não gosto nada de publicar fotos, antes de mais, no Instagram. Pois foi o que ocorreu com uma das primeiríssimas fotos tiradas. Trata-se de um pingo de doce de ovos que escorregou de uma colher e um fio de ovo que se rebelou contra a outra. Achei logo ali, imediatamente antes do clique, que parecia um espermatozóide em busca do óvulo. Como não quis deixar passar a empolgacão e achava que ia escrever aos bués no blogue assim que pousasse na dormida que ocorreria daí a horas, escolhi o Instagram para publicar a ideia. Acerca desse escrever, devo dizer ainda que intentei fazer os meus registos por escrito e tirar fotos e, aí sim, publicar no blogue. Lembro até de idealizar que, mais tarde, passaria tudo a limpo para o blogue, para ter a 'questão' também acontecida em letras virtuais. Só que não. Como aliás se pôde perceber (e pode, clicando aqui pode) pelo que publiquei durante esses dias. Ah, as escorregadelas desceram de duas sobremesas bem bem bem alentejanas: encharcada e pão de rala. Habitualmente, quando em refeições feitas por fora, eu e o Luís partilhamos uma só sobremesa, só que desta vez não conseguíamos escolher, de maneiras que pronto, pedimos duas. Posto isto, embora todos ver o espermatozóide e o óvulo:

Mas, antes disto tudo, passei pela floresta e fiz post (ver aqui) com alfinete e tudo, de seguida houve paragem para conhecer uma figueira – olá, 'miga, tudo bem? esses pigos deixam-se comer ó quê? - e deixaram (ver aqui), uns poucos quilómetros à frente descobri as gumãs mas não as colhi (há foto no mesmo link que apresento no parêntesis anterior). Pareceu-me que tinham donos, ou, no mínimo, alguém com muito apego territorial. A romãzeira é sita numa localidade mui pequena, mui singela e, até, mui desinteressante. De seu nome: Água do Porco. Este era o destino propriamente dito. No dia anterior ao da partida é que me dispus a escolher o destino e, como queria ir para sul, espiolhei os mapas Google e dei com este nome sem mais nem porquê. Atentem no seguinte: eu dizer que a localidade é mui desinteressante, não quer dizer que me tenha desinteressado de lá parar. Não. O que acontece é que, na verdade, é mesmo uma pequeníssima aldeia, sem mais do que duas casas. Bom, se calhar três, vá. E não tem mais nada senão romãzeiras e macieiras. Ah, há também um casebre, mas de tijolo, que abriga toda uma série de coisas, não retive de que género nem vou especular, não vá estar a introduzir-me na vida das pessoas de lá. Mas pronto, Água do Porco é - eu que atravesso o para lá de 'mui desinteressante' que eu própria estipulei que seria - interessante que se farta, uma vez que tem tão pouco e, sendo eu uma pessoa mui amante de coisas em poucochinho, jamais reduziria uma delas sem depois a vir enaltecer, né?
Chegada à praia de Melides, quando notei a imensidão, surgiu-me então a exclamação: «ah, percebo agora porque é uma praia tão apreciada...», que registei no post cujo link já se encontra acima. Quando quis legendar a foto em que estou deitada na areia, de frente para a água, surgiu-me então a expressão: «ah, o Atlântico em Outubro...» Só que, entretanto, tinha andado a ver se algum dos filtros do telefone melhoraria a foto, sei lá, queria-a mais fantasiosa, mais profunda, mais mais mais. E foi durante esse processo de 'melhoramento' da foto que percebi os dois tons na água. Ó pá tóin xiru! Mesmo! Nesse dia deixei no blogue a foto quase originalmente, coloquei apenas uma camadinha de 'Ilusão', que difunde a foto, fundindo formas e cores. Mas foi mesmo uma camadinha, uma coisita só, o mínimo. Mas fiquemos então com as tais fotos em que extraí as cores, numa o azul, noutra o verde:
… A do verde está uma pequena maravilha! Mas continuando com este percurso. Rumámos até Santiago do Cacém e eu fiz mais selfies, selfando-me toda eu. Ai. No blogue e no Instagram publiquei a mais maluca de todas, chamei-lhe 'infantil' e tudo, vejam lá, só assim naquela de suavizar. Já as outras, as bem-comportadas, as expectáveis, publico agora:
Bom, se calhar só esta última é que é expectável, as anteriores nem por isso... Adiante. O dia acordou a chover e não era pouco o que chovia. Antes do pequeno-almoço, servido no alojamento, tirei fotos molhadas. Acho-as bastante bonitas. Não têm filtro (e as imediatamente acima também não, já agora). Gosto da chuva. Mesmo. Não me rala nada levar com ela em cima. Mesmo. O que me rala é, caso não possa mudar de roupa e calçado logo a seguir, ter que permanecer molhada por horas. Isso é que me rala deveras. E sim, esta chuva era, e é, bonita e eu estava do lado de dentro, o que, por si só, me (nos) lança para o prazer que daí se retira. Contudo, a seguir, quando tive que percorrer uns espaços à chuva, não me ralei nada com isso, lá está. Mas vejamos então a chuva nas fotos:
Em Marateca houve paragem para café. Fui para uma parte de trás bebê-lo e selfar-me outra vez, resultando, não só nisto, como nisto, with no filter at all:
De resto, olhem, percorri a Serra da Arrábida e dei-me bem com os azuis, comi choco frito e uma salada manhosa, deixo fotos que ainda não publiquei mas, antes, e faço uma ressalva. Qualquer uma das fotos que constam neste post não tinham ainda sido publicadas. Aquando deste passeio eu queria ter escrito coisas no blogue e estava a sentir esta falta, de maneiras que escolhi fazer este post cheio de dizeres e de curvas. E é com estas fotos que largo o post, as fotos e até o passeio. Quero dizer, o passeio quiçá não o largue, não me vá lembrar de algo que não quero ver esquecido. Ponho sempre a minha grafomania à frente, lá isso. Eis a foto (afinal é só uma, achei melhor assim, e também a cortei, tal como fiz à do link aí atrás, não numa de m' imitar mas porque, sei lá, calhou assim) (e não, não tem filtro nenhum, nisso não m' igualei):