Não quero ver.
[15Out2020]
Ouço canções.
[16Out2020]
Não digo.
Ela vai ouvir.
[18Out2020]
Escrevo debalde.
[20Out2020]
sábado, 31 de outubro de 2020
Dias (que também são de uma grafómana)
E vai já numa data de dias de horário de Inverno, que é caracterizado por se agigantar o número de horas de escuridão e apequenar as de claridade. O meu primeiro dia desta mudança foi regido pela claridade, levantei-me quando o sol estava no 'meu' comum ponto e deitei-me sem querer saber se era cedo no relógio e eu já a enfiar-me na cama, afinal não há assim tantos lugares onde me enfie sem ouvir protestar.
A escova de dentes
A rica filha comprou uma escova de dentes e veio-ma mostrar toda contente, dando-se o seguinte diálogo:
Mãe, olha aqui. Não é tão fofa?
Oh, é igual à da menina (nome)!
Quem é a menina (nome)?
Expliquei.
Ah. Aqui diz que é dos quatro aos seis mas eu achei tão fofa que trouxe na mesma.
Ah. Aqui diz que é dos quatro aos seis mas eu achei tão fofa que trouxe na mesma.
A rica filha espalha também contentamento por mor de outras peças que tem vindo a adquirir para usar na sua nova morada.
Mãe, viste as minhas canecas?
Mãe, depois fazes as bainhas dos cortinados?
Mãe, e a minha televisão, que tal?
Mãe, estes panos não são tão giros e fofos?
Mãe! Ó mãe! Comprei...
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
CC
A validade do meu Cartão de Cidadão terminou e por conta da pandemia obtive a benesse de me não ser obrigatório dirigir-me ao lugar físico para o actualizar, portanto: desde Agosto que recebo SMS noticiando como vai o processo. A primeiríssima questão foi se eu queria continuar com o mesmo frontispício, pois, quando não, teria que me dirigir ao lugar físico. E eu que 'não', claro! Quero lá saber se mantenho o frontispício de há cinco anos, tivesse ele melhorado e logo veria, mas assim, ora essa. Entretanto já o recebi e estive a conferir tudinho e tudo confere – nome pai, nome mãe, localidade, números e, até, frontispício. Tudo igual. Mas o mais giro de tudo é que a durabilidade deste CC é de dez anos, quer isto dizer que manterei a juventude que tinha há cinco anos por mais dez, totalizando portanto quinze. E vai ser esta a duração daquele clique, daquele momento, daquele frontispício. Quinze anos. Olarila.
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
A nova presença. Nova e grande.
A Lila é uma cadela que tem um corpanzil que é qualquer coisa e é meiga que se farta. É mais ou menos como o gatinho amarelo naquilo de me seguir para todo o lado, só por dizer que se cansa amiúde e se deita onde lhe der o cansaço. Numa das vezes em que o cansaço ainda não a domara, tomou como destino a varanda, furando o espaço que havia entre a porta e o sofá que eu havia arredado. Subi para o sofá pelas costas e demovi-a facilmente dos intentos, afinal a brandura dela é considerável. Depois percebi que só queria brincar comigo, vinha de bola na boca. Mesmo assim empurrei o sofá um bocado, pensando que era o suficiente para ela não passar, mas não era, o que me leva a pensar (agora mesmo) se o corpanzil dito acima está em cima da verdade. Enfim, posso eu não saber tirar medidas só de olhar, né? Empurrei mais o sofá.
Bom.
Então.
A Lila pisou-me e eu pisei o Miau mas continuámos a nossa vidinha todos três, e contentes na mesma. A Lila comeu a areia do Miau, fui dar com esse repasto duas vezes. A Lila roeu a bola do Miau. O Miau subiu para a trave da cama da menina e cortou o fio das bandeirolas com os dentes. O Miau bebeu água da malga da Lila mas ela não viu. O Miau recolheu à caminha minutos antes de eu dar o meu trabalho por concluído (como contei aqui). A Lila deitou-se onde lhe apeteceu, encostando a cabeça em duas almofadas de chão. Quando saí ambos dormitavam.
Dias de um Ginásio
Há semanas que em cada treino alguém sobejamente conhecido no panorama musical deste nosso país geme ao meu lado. Sério. Assim como é sério que exercitar o corpinho dói a qualquer um. Ou uma.
Manhãs
Há muitos meses que deixei de usar o serviço do despertador e há meses que não ligo o rádio pela manhã, porém menos. Dantes não me tinha como gente normal sem estar a ouvir o que de outros partisse, como por exemplos a Rádio ou a TV. Mas, certa manhã, - ai este português antigo... - aborreceu-me tanto ouvir a cacofonia radiofónica - eis duas palavras que sempre considerei quase sinónimos - que me desliguei da emissão, premindo o botão do rádio. Este silêncio dura até hoje e já percebi que os 'barulhos' da minha cabeça são para estar aí e é para ser assim.
números
tenho o mesmo número de anos que:
semanas tem um ano
de jacarandás tem aquela rua
a minha mãe tinha quando foi avó
semanas tem um ano
de jacarandás tem aquela rua
a minha mãe tinha quando foi avó
esquecimes
Um dia esqueci-me da mala no estaminé, dando por isso ao chegar a casa. Dias após aconteceu igual. Sim, a mala. No meio da enormidade de sacos a levar para casa passou-me o mais importante dos itens. Repito: duas vezes. Das duas vezes não houve outro remédio senão rumar ao estaminé e, numa dessas, as condições atmosféricas não foram fofinhas para a gente os dois. Em outro dia, montada na dita mota, meti na cabeça que não havia levado o telefone. Parámos, apeei-me, abri a top-case e assim que corri o fecho da mala vi o telefone. Entretanto, hoje... Esqueci-me do telefone e dos óculos. Ora bem, vamos lá a ver, brinco muito - mas muito, mesmo muito - com o telefone, mas é facto que é ferramenta deveras útil a esta que vos escreve. E dos óculos, pois que dificilmente trabalharia nos conformes, por esta altura da minha existência estou a modos que descompensada se não tiver as minhas lentes à frente dos olhos. Curiosamente, este esquecimento não nos fez voltar a casa porque calhou de os ricos filhos vierem para estes lados. Ele há dias de plena felicidade. Até o bicho-cão vinha com eles. Obrigadinha ó ricos filhos.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Olhares
Em certas vezes a modos que me vejo pelos olhos dos outros enquanto observo a árvore amarela, noto-lhes estranheza. De supetão, eu própria me vejo com um ar suspeito: páro a marcha, empino o nariz e fico especada a olhar, fixando o que hei-de registar no blogue. Mas o que não falta é gente que gosta de observar, se não árvores, então outras coisas quaisquer. E também há gente que gosta de escrever, que tem blogue, que o mantém vivo e que, para tal, trava o passo e mantém a atenção no foco que escolheu. E a estranheza que vejo em outros que comigo se cruzam pode ser invenção minha, pois claro, mas a vida fica desenxabida de todo quando concluo que invento as coisas.
Casas
Casa azul e casa cor-de-rosa. Que giras. A que é azul foi em tempos de um creme que acinzentou com o tempo. Presumo que nessa altura seriam ambas da mesma cor. Há anos – muitos – escrevi um post baseando-me no ar marcadamente vivido que a tampa da caixa do correio aparentava. Já escrevi tantas coisas que às vezes acho que é demais, vinco os pormenores dos lugares e as ideias e acabo por estar sempre a escrever do mesmo. Até aí tudo bem, o que não quero é escrever o mesmo.
post editado posteriormente para dizer-vos que podem clicar aqui para verem como era a casa há nove anos atrás
post editado posteriormente para dizer-vos que podem clicar aqui para verem como era a casa há nove anos atrás
Quando a correspondência é homeless
Quando entrei no prédio estava um homem mirando atentamente um envelope A4. Eu componho a história, vá. Aquilo foi o carteiro que encontrou uma morada um tanto ou quanto ilegível ou incompleta e toca de a interpretar o melhor que pôde, retirando, pelo menos, a rua e o número de porta. Vai daí, despachado que é – todos o são! - encostou o grande envelope no rebordo das caixas de correio, esperando que alguém - quem de direito, pois claro - dali a retirasse. Dado este caso se encontre dentro da verdade, é certo que qualquer morador vai inspecionar o dito envelope e foi isso o que encontrei o dito homem fazendo. Não obrigo ninguém a acreditar na minha história – óbvio – mas olhem que, olhem que.
Quando a verdura é plasticized
Quando entrei no prédio vi uma folha caída no chão. Ao lado estava um vaso com uma planta de folhas verdes – verdes?! oh! que estranho! né? - e percebi que só podia ter caído dali. Quando a apanhei tacteei-a e notei que era feita de um tecido plastificado. Perante esta observância, não é que tenha ficado pesadamente triste – pois claro! - mas olhem que, olhem que.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
j' ai dit, il a dit
J' ai dit le prix en français et Monsieur Armand a dit:
Oh-la-la! Je vais venir ici pour apprendre le français!
Oh-la-la! Je vais venir ici pour apprendre le français!
Na avenida
Vi que a vizinha Gislena entrava na grande loja da avenida. Sim, ela desinfectou as mãos à entrada. Pouco depois avistei a porteira de um dos números do meio da avenida e, entretanto, cruzei-me com uma mulher que mirava atentamente a barra de cereais recentemente esventrada, indo ainda a tempo de ver a vontade com que a trincou. Parei na cafetaria para comprar miminhos e enquanto esperava que mos embrulhassem ouvi uma cliente comentar com a funcionária que é muito bom que o filho lhe dê sustento - vulgo casa&comida - mas que não lhe dá amor. A funcionária respondeu com outro tipo de sofrimento mas - esperando que - no mesmo grau: foi forçada a abandonar os estudos no último ano da faculdade porque engravidou, não voltando nunca mais. De permeio, ia ouvindo duas clientes que sentadas ao fundo conversavam em francês.
Por mor de
Por mor de uma mudança de lâmpada no estaminé, o meu colega tocou em algo que fez o quadro eléctrico reger-se pela inteligência maquinal - ui! andam aqui a mexer? então disparo! agora não há!
Então pedimos ao Zé para amanhar o meu PC, que desde aí
mantinha no ambiente de trabalho uma imagem a pedir amanho.
ai o seu (meu) desktop não sei quê
ai eu sei lá amanhar isto
ai pá se o PC me falha oh porra
O Zé entrou no meu espacinho, deu-se conta da mesma perspectiva com que eu me dou diariamente, embora mudamente, mas já não foi mudamente que notou o espacinho que o rato tem para se mover. Ele chama mouse ao rato. Pronto, cada um sabe o que sabe. O Zé sabe que o rato é o mouse e eu sei que o mouse é o rato. Informei-o da tactilidade do ecrã – Zé, olhe que, olhe que. Mas ele que não, deixe estar. Preteriu a tactilidade do ecrã em prol de um rato que não tem onde rodar vivo.
Flor à esquina
Esta flor é um despojo da florista de rua. Largou o trabalho cedo e deixou esta beleza que, não tendo sido com o intuito de marcar a sua permanência naquela esquina, o certo é que o fez e, já que faço este registo, passa a marca indelével.
Fotografia à esquina
Primeiro: escrevi no blogue (ver aqui) Segundo: tirei a fotografia (hoje). Lugar: esquina de duas avenidas lisboetas → Gago Coutinho e EUA. Perspectiva: vinda do Aeroporto, sentido Areeiro.
Sonho
Sonhei com um espaço que era uma mistura de parque de diversões com central rodoviária. Este é um sonho à moda da Gina – barulho, algazarra, gente amontoada, gritando, eu a não chegar a lado nenhum dos que quero, furando a multidão sem não avançar porra nenhuma. Para apanhar um comboio tinha que subir em outro comboio, mas depois percebi que era um teleférico, cubículo que me desconforta porque nele pairo. É frequente os sonhos que mais me desassossegam terem como cenário elevadores e nas peripécias ver-me a pairar descontroladamente, tanto faz que esteja dentro da cabine como fora dela.
Um e Outro
Ouvi Um homem a dizer a Outro que já tinha comprado cinco ou seis jogos da mesma cor. Ah isso são todos. - Disse o Outro. Não, isto não falha. Isto vai bater, isto vai bater! - ripostou o Um.
Os jovens
Andava eu a pensar que o Antunes nunca mais nos tinha cumprimentado com aquilo do 'ó juventude!' mas afinal ele ainda lá chega. Este cumprimento, que sempre considerei um tanto ou quanto original, vem dos tempos em que todos nós éramos ainda jovens, porém, entrados na era adulta há q' anos.
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Olha!
Passo por este portão há algum tempo. Logo no primeiro olhar engracei com a espécie de ó encimando o agá. Eu leio 'olha!' Se é: importa-me; se não é: importa-me. Eu olhei.
domingo, 25 de outubro de 2020
Árvore de Natal
Já fiz a Árvore de Natal mas não acabei de a decorar, deixei enfeites amontoados aos pés e não liguei as luzes. Fi-la por causa da minha mãe, que também não está acabada. Porra, hoje estou um bocado por acabar.
Gina, numa relação com o supermercado.
Sabem aquela sensação dos dias quentes, em que se tem dificuldade em manter as mãos no volante? Pois bem, aconteceu-me isso, mas em frio.
As rodas dos carrinhos de compras são como que achatados, o que visto num repente parece que os 'pneus' estão sem ar. Dois factos: 1 - posso ter sido a primeira pessoa a reparar nisto; 2 - posso não ter sido a primeira pessoa a reparar nisto.
A primeira árvore de Natal que avistei este ano não é a minha. Oh. Mas foi a segunda, pronto.
Comprei um creme de limpeza doméstica. A senhora da caixa ficou a olhar para a nova roupagem que aquilo tem. Queria muito contar-vos o que ela estava a pensar enquanto mirava tão atentamente as cores, as formas e os dizeres, porque isso sim, seria escrever coisas.
Comprei chá de perpétuas roxas. Comprei porque é bonito e a beleza traz de arrasto a tentação e a fraqueza, porque é diferente dos demais cá de casa e eu gosto de variar os sabores, porque poderia servir para estimular a imaginação se eu não soubesse que é para males de garganta. Bom, sempre posso imaginar perpétuas de outras cores.
Notem bem: de volta ao automóvel, a temperatura do volante não mudou nada. Sorte é que, vá lá vá lá, nem para menos se mudou.
Parece que esta é a minha última visita ao supermercado nestes moldes. Parece. Mas quiçá não esteja ainda acabado o tempo. Se bem que tenha comprado menos coisas. Hum.
Post atrasado
Novidades no cortinado mais famoso do meu blogue?
Claro que há!
Os pássaros, cada um sendo o negativo do outro, nada de pousarem em ramos com a mesma curvatura, tamanho ou número de folhas. Ora essa. E peço desde já desculpa pelos chavões que se seguem: é cada um por si, iguais mas diferentes.
sábado, 24 de outubro de 2020
Diferenças
Uma coisa é pôr-me frente à lente e aproveitar-me das macacadas à disposição (foto ao lado) e depois ver cada clique na tela, considerando que afinal até fiquei bem, eh pá ca xiru qu' isto é!»
Outra é pôr-me à frente da lente (vídeo abaixo), desenrolar o tema previamente escolhido, fazendo uso daquilo que sou
– ou de como estou... -
enquanto comunico vocalmente, e ver-me como as pessoas me vão ver.
Olhem que é chocante, às vezes até dói.
Do vídeo abaixo, não revelo quais as expressões ou tiques que lamento ter, que é lá isso, tampouco revelo os que não lamento, queria era fazer esta comparação, que, sucintamente, é: brincar retira peso àquilo que somos. Ou como estamos. Pois.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
A verdade da, e na, vassoura.
Na verdade, passei o dia em limpezas. Noutra verdade, a vassoura que aparece na foto não ajudou porra nenhuma.
Quantia
O homem da cafetaria barra mercearia articulou - digamos que gravemente mas, também, lentamente a quantia do custo do café
→ se – teeeen – ta!!! cêntimos
não fosse eu entender o número que mais se lhe assemelha e promover um desfalque do caraças na receita diária, homessa.
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
O título
O meu colega estava a preencher umas coisas e pediu-me o nome, a data de nascimento e a categoria profissional. Eu cá, nisto, sou tal e qual como ele, da última é que não sei. Não em termos bonitos, quero eu dizer, pois que, num repente, tenho para mim que é um cargo de chefia.
posta-restante:
caixeira encarregada
(bem disse eu que era algo assim para o mete-nojo)
Não dão almoços, vendem-nos, e há conversas
Na mesa ao lado uns franceses diziam coisas como 'jambon blanc'. Ao lado, sim, mas lá atrás, não os via nem por obra da visão periférica. E aquilo do 'jambon blanc' há-de ser fiambre, com certeza. Quero dizer: neste blogue vai ficar a ser. É que, vamos lá a ver, fiquei desmedidamente entusiasmada com a ideia de blanc numa peça de fiambre das melhores pernas das porcas mais giras. E é bom que registe agora que eu, enquanto construtora (a modos que pretensiosa) deste blogue, considero que 'as melhores pernas das porcas mais giras' é um dos meus melhores tijolos.
Já é Natal
E eu no outro dia com aquela conversa de fazer a Árvore de Natal ainda este mês - a novidade que isso seria, a alegria surgindo antecipadamente, a glória do anúncio: 'eh, olhem lá, eu cá já fiz a minha!' Ho-me-ssa-qual-quê. Não conseguirei, o que lamento. Fazendo as contas: já só tenho um fim-de-semana e mais meio. Ora, no que está inteiro, tenho mais que fazer e, no que está partido, não vai dar. Mas, quiçá, forçando aqui, contornando ali, dê. Disso farei notícia, creiam-me.
A par com este assunto tenho um outro que quero expor:
Outono instalado, frio instalado, tudo corresponde, tudo está conforme, já há enfeites de Natal em Lisboa. Tudo apagado, que a vida está cara mas, a seu tempo, o luzir há-de ver-se. Achei particularmente interessante que um dos enfeites eu recorde de outros anos, como é o caso dos fósforos. Parece-me que foi assim que lhes chamei. No fundo são uns paus vestidos de branco, com as extremidades como sendo uns pompons em vermelho. Não sendo fósforos ou tampouco se lhes assemelhem, a verdade é que este ano me faz lembrar fósforos.
Este post termina ao depois da foto fantástica:
Macieiras
Não sendo a primeira vez que aquelas macieiras aparecem no nosso caminho, houve até uma vez que provei uma maçã mas não me soube bem e desisti de futuros colhimentos, mas isto até um dia destes aí atrás. Por ora tenho um prato com cinco maçãs que a mim parece serem da espécie bravo esmolfe, mas em destratado, que aquilo ali ninguém lhes mexe e a fruta cresce sem mão. E eu, se lhes queria chegar a mão, e queria, era questão de o Luís me elevar, tal como em outras vezes que já tenho vindo contar (ver aqui) Só que a soma das nossas alturas não chegou às maçãs, então apanhámo-las do chão. Repito: tenho cinco maçãs num prato, que achei melhor pôr na varanda porque vi que algumas formigas vieram com elas, esperando eu que não fosse isso por estarem a fazê-las como se tratando das suas casas. Planeio fazer crumble, logo que encontre oportunidade.
terça-feira, 20 de outubro de 2020
Não incólume.
Estive dentro do carro, ouvindo a chuva do anoitecer. A do amanhecer ouvira-a de dentro de casa e, a do entardecer, de dentro do estaminé. Por entre, nem sempre passei nos intervalos dos pingos.
Pois não.
Não é lá muito abonatório que eu tenha concluído que sou mais bonita quando me encontro sob a penumbra. Foi com a noturna que me dei conta deste facto, portanto amanhã ponho-me debaixo da matinal para ver se.
Gina, a influencer
«Vou contar com a sua influência para conseguir que ele vá mais cedo.» Rematou o cliente depois de eu agendar um serviço que o meu colega faria no seu domicílio. Não havendo espaço para breve, a questão ficou para um bom bocado depois, contudo, com a hipótese de ser antecipada, daí o remate deste cliente. Nunca tinha pensado na possibilidade de ser influencer, mas olhem, assim fico a pensar se. Já aquela parte de ele dizer «Olhe que conto mais consigo do que com ele.» não me transformou numa boneca tão diligente e capaz porque me pressionou uma beca. Acrescento ainda a introdução dele – mas que assunto tão fértil que para aqui arranjei... - que foi:
«Lembra-se de mim?»
Respondi que sim e lembrei-me do quadro que me rendeu um post.
Post sexista
Agora já quase não há senhoras do Banco na minha vida, faço uso de uma máquina. Se é máquina, é impessoal, se não é gente, é fria. Uma pessoa habitua-se a tudo, é verdade, mas por vezes dá-me cá uma saudade de ter posts pra caraças para compor, expondo claramente o que a senhora do Banco disse e fez e tem.
Ressalvo agora que a senhora do Banco é qualquer uma, todas com as quais me relacionei (e relacionarei, claro, assim haja oportunidade) recebem o epíteto. Sim, este é um post sexista, os cavalheiros não têm cá lugar.
Do tempo da pediatria
Quase todos os dias almoço no mesmo boteco que a pediatra dos ricos filhos. Sim, os ricos filhos estão bem crescidinhos mas houve tempo em que não, e aquela senhora era quem os via, media, pesava, medicava – obviamente quando necessário - e me descansava aquando das dúvidas. Mas o tempo passa e a senhora doutora está envelhecida. E manca. Quando nos cruzamos ela sorri levemente, o que me leva a pensar que me reconhece, mas sinto algum pudor em me apresentar. E se ela afinal não sabe que sou a mãe da menina Ana Cláudia e do menino André Luís?
Esta questão fez-me lembrar da minha professora primária. Uma vez, há muitos anos, encontrei-a no supermercado, cumprimentei-a, apresentei-me e ainda hoje me alegro de ela me ter reconhecido. Entretanto a vida foi correndo e às vezes pensava em visitá-la mas nunca me dediquei a isso. Portanto está bom de ver, né? Com vida já não vai dar.
Cor-de-rosa
A minha chávena de café preferida, aquela que parti, era cor-de-rosa. Entretanto já elegi outra como preferida mas, mesmo não tencionando que fosse dessa cor, o certo é que o é. E não é minha, é da rica filha, que lha deu uma amiga comme une souvenir. Falo en français parce que a chávena é toda parisiense. E, já agora, como não me pertence, abala-me de casa não tarda nada.
Os meus pneus
Bem digo eu que nos casos de manutenção ou avaria do meu automóvel de matrícula portuguesa sirvo apenas para o levar e trazê-lo à, e da, oficina. Tem então sapatas novas na parte de trás, este meu pertence móvel, acerca das quais mais não digo, pois, precisamente, mais não sei porque tudo é tratado pelo macho-alfa. Tudo. Até as preocupações, como já em outra vez pus no blogue. Desta vez, das preocupações fez parte saber se o novo material estaria conforme e, vá, como quem desvirginou os ditos pneus fui eu:
«Então o que é que sentiste no carro?»; «Notaste alguma coisa de diferente?»
Claro que sim:
I... Parece que deslizo (não sei se isto é o melhor dizer)
II.. Parece uma viagem de avião (oh! ganda bólide!)
III. Ouvi menos barulho (hum)
E, de buracos, pisei os mesmos. E, a propósito de deslizamento, viagem e buracos, o montador dos pneus aconselhou-me a que fosse devagarinho. E não conhece ele a minha história de vida, olha se.
Reconhecimento que facial é que não é
No outro dia, como acompanhante do meu colega em serviço ao domicílio, a cliente era a veterinária dos bichos-gato, à qual havíamos sido gentilmente recomendados pela dona deles. Este post existe porque a cliente, quando me viu aparecer à porta, foi logo toda pronta:
«É a Gina, não é?»
Respondi que sim, como responderia mesmo que em caso de a cliente prever o contrário, conheço-me há anos bastos para saber que o meu nome é Gina. E ela também sabe, só que quis confirmar. No blogue figuram alguns posts onde refiro que às vezes filmo os bichos-gato e envio as imagens à senhora, que, não contente, sei-o agora, os mostra à veterinária. Ó pá tóin xiru!, ah pois é. Intitulei este post como intitulei porque a veterinária já conhecia uma Gina, sem cara, afinal nos filmes só os bichos aparecem, de mim é só voz.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Quadradinho
Todas as noites adormeço «em quadradinho». A expressão não é minha, daí as aspas. Adormecer é ir para o desconhecido, parece-me, por isso vou 'buscar' o quadradinho. Para meu refúgio, ou escudo, talvez preveja que vá sonhar com merdas que não lembram a ninguém e pumba e coiso, toca de me pôr em quadradinho.
Agora a camisola está de azul. Boa noite.
Agora a camisola está de azul. Boa noite.
Lisboa ao vento e a camisola amarela
Lisboa está agitada. Agitam-na as pessoas. Até os carros parecem agitados e quem lhes passa essa agitação são as pessoas. Pessoas, pessoas, antes assim.
Oh, olha só quanto vale envergar uma camisola amarela! Param logo na passadeira. Quase me sinto desafiadora. Bom, na verdade, vestir-me de amarelo num dia de mau tempo, desafio mas é o sol. Então que apareça.
Será que depois desta ventania, à árvore amarela lhe restarão ao menos algumas folhas? Hum, mais despida se me apresentará, é com o que conto. E será que as minhas orelhas são grandes o suficiente para que a máscara me não voe sem governo ou destino?
Faço a clássica fotografia das folhas rolando pelo chão? Filmo...? Ou o quê? Pois que nada disso. Foi giro de ver. Só.
Oh, olha só quanto vale envergar uma camisola amarela! Param logo na passadeira. Quase me sinto desafiadora. Bom, na verdade, vestir-me de amarelo num dia de mau tempo, desafio mas é o sol. Então que apareça.
Será que depois desta ventania, à árvore amarela lhe restarão ao menos algumas folhas? Hum, mais despida se me apresentará, é com o que conto. E será que as minhas orelhas são grandes o suficiente para que a máscara me não voe sem governo ou destino?
Faço a clássica fotografia das folhas rolando pelo chão? Filmo...? Ou o quê? Pois que nada disso. Foi giro de ver. Só.
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Torre de Babel
Temos um cliente francês que mora dois ou três prédios distos do estaminé e que fala tão mal o português como nós o francês, mas que, felizmente, tem um secretário que nos socorre quando as explicações acerca dos serviços carecem de mais do que meros rudimentos das Línguas. Ora acresce a isto que o secretário se encontra, geralmente, no Algarve, uma vez que o dito cliente, lá quando calha, também assenta praça aí. Portanto, o que é que sucede? Sucede que, aquando das tais situações necessitadas de fluência nas Línguas, o meu colega liga para o secretário, que seguidamente liga para o cliente, despacham a questão e, logo após, o secretário remete para o meu colega o que se apurou. E todos estes passos são dados por conta de um cliente que mora já ali! Não é tóin xiru?! É! É e até parece um carrossel. Entontece e tudo, mas lá que se resolve a Torre de Babel, resolve.
Conteúdos interceptados
Meses atrás coloquei um número de telefone na minha lista de assédio. É tão engraçado... E é engraçado porque, na verdade, não é assédio nenhum o que a pessoa me faz, ocorre é que, o que faz, faz insistentemente e, ademais, desnecessariamente porque... Não é comigo que ele quer falar, mas com quem está, frequentemente, mesmo aqui ao lado → o meu colega. Pois.
Intróitos por género
Pedinte lisboeta que tem os fecundos no exterior:
«Boa tarde, minha senhora. Desculpe, não leve a mal, não tem» e blás e mais blás dispensáveis.
Pedinte lisboeta que tem os fecundos no interior:
«Minha querida, dava-me» e blás e mais blás enfadonhos.
domingo, 18 de outubro de 2020
'isto anda tudo ligado'
A rica filha vai sair cá de casa. O facto isolado, é uma novidade do caneco, ah pois é, mas juntando outros factos, como aquele de ela ir morar para o mesmíssimo lugar onde morei depois de casar, atenua a falta que vou sentir, parece até que ficamos todos na mesma casa. Um facto que junto é que quando foi o rico filho que saiu cá de casa foi morar, precisamente e curiosamente, para a terra onde cresci. Isto anda tudo ligado, bem diz o povo. E anda. A foto abaixo tem que ver com a casa de que falo e é do mesmo momento de outra que publiquei há dias. Nesta, apeteceu-me pôr-lhe uma camadinha do filtro Fairy da aplicação LunaPic.
Cor-de-rosa
Tenho andado na reposição das roupas mais quentes, as quais se opõem ao frio. Afinal chegou o Outono e, por mais que queira prolongar a sensação de Verão instalado, recusando-me inclusive a vestir roupas mais de acordo com este Outubro, oh porra, é que não me apetece mesmo nada, mas tem que ser e blás e mais blás. Há pouco, observando de longe o interior do roupeiro, percebi que tenho um bom número de peças em cor-de-rosa. Gosto de cor-de-rosa, pois, quando não, jamais teria tantas peças dessa cor. Mas de repente lembrei-me que vem aí o Inverno, que mantém a porra do frio no activo e o sol a quedar-se por ténues momentos, portanto: empalidecerei e igual ao cor-de-rosa ficarei. É certo que também tenho (por exemplo) roupas cor-de-laranja, mas.
Novidades imensas na minha vida
Tenho duas canetas e um caderno que são novidade. Fui no outro dia até à papelaria do primo na enga de trazer de lá a agenda vinte-vinte|e|um, o qual há-de ser, ah pois há-de!, um ano típico em qualquer coisa. Mas as minhas novidades. O primo não tinha ainda recebido as agendas do ano que vem, de maneiras que deixei encomendado mas, como ia também na enga de um caderno, pedi ao primo que me mostrasse o que por lá havia, sendo que, a única característica que não dispensava era que tivesse argolas, porque são mais cómodos. Já possuí uns e outros e sei que são. Depois de escolhido o caderno, perguntei por canetas 'daquelas'. São umas que, de uma outra vez, o primo tinha num recipiente de plástico. Por serem de várias cores, e garridas, o recipiente quase parecia uma jarra com flores de plástico. Ou um arco-íris, vá, eu querendo ser poética. Nessa altura trouxe uma azul-turquesa. Que acabou. Fiz toda uma novela no lbogue... ai perdão, blogue, quem vem regularmente ler este blogue decerto sabe do que falo. Por ora, o dito recipiente já não existe e, as cores, já não são assim tantas, qual jarra composta, qual arco-íris, quais quê. O primo foi lá dentro buscar o restolho – havia roxas, vermelhas e azuis, estas, daquele azul ultramarino, que conheço como sendo o mesmo do pó azul com que os pedreiros fazem as marcas. Conheço porque o vendo no meu estaminé, quero eu dizer. Mas as canetas. Trouxe duas, uma vermelha e outra roxa. Só que a azul não me sai da cabeça. Devo estar apaixonada, ou coisa assim. Pois estou. Aliás: sou. Sou apaixonada por escrever e, para mim, canetas são acessórios, mas não meros.
em memória do futuro, num regresso ao passado
a foto de cima retrata claramente como tendo a redundar enquanto escrevente de coisas desimportantes
a foto de baixo reporta-me a um tempo em que rabiscava às corzinhas, e bem mais, e até melhor, do que actualmente
Post a fingir que é do 'precisamente'
Dificilmente me mostrarei (muito!) segura se não estiver, precisamente, (muito!) insegura. O balanceio faz-se por entre não lembrar que a segurança e, ou, precisamente, o seu contrário, são coisas a existir. Ah, quantas vezes o segredo para uma vida calma está no não pensamento, no não acrescentamento, na não existência, no vai-te mas é embora. E vou, mas volto.
pui ós pigos
Não mais virei ao blogue para dizer que pui ós pigos, pelo menos é o que parece, afinal tem estado um frio do caraças e, ademais, o Outubro já se nos mostra entradote. Aos mais anos, os do futuro, pois que lá tornarei. Pelo menos é o que está previsto. Ah, é verdade, isto do 'pui ós pigos' é novidade deste ano, apareceu na minah... ai perdão, minha cabeça e fui fazendo registo desta tolice, porque, afinal, caraças pá, isto é, somente, um lbogue... ai perdão, blogue.
sábado, 17 de outubro de 2020
Pequenas doses
Não tem par nem conta as vezes que troco os cremes de rosto – o de dia ponho à noite e ao contrário. Bom, na verdade troco mais o de noite pelo de dia, isto porque ao fim da jorna uma pessoa está com os níveis de atenção uma beca mais baixos, portanto vá. Com tudo e por tanto, decerto mla... ai perdão, mal não chega ao mundo por conta de. Se acaso dou pela troca na fase em que tenho o creme no rosto mas em doses, is est: antes de esfregar, is est: espalhar, não vou lá e tiro, ora essa, esfrego... id est: espalho.
Muito pequenos, não
Os meus ténis, ou são muito vistosos, ou muito feios, ou muito grandes. É que toda a gente os nota. Mais: os fixa. E pronto, de resto é o que está no título, muito pequenos é que não poderá ser, né, que não condiz com a temática.
O cotovelo
Ora bem, então temos aqui a árvore amarela aos quinze de Outubro do ano corrente. No passado dia treze, conforme referi num post, não deu para ir até lá para tirar fotos e tal e tal. Então, após dois dias, foi quando pude lá ir e clicar. A árvore amarela - a minha amiga árvore amarela – não está tão amarela como há dez anos. Nunca mais ficou assim (ver aqui), é facto, mas olhem que este ano não anda muito longe, não.
Acima temos a árvore amarela com cores extraídas, não só os amarelos como os verdes, e abaixo pode ver-se a foto nos originais tons, portanto sem filtros, mas, contudo, com um ligeiro retoque. Se reparem, há ali uma partezinha onde aparece um pixelizado - coisa pouca – que fui eu que pus. Achei que o pedaço de um sinal de trânsito que aparece - caso eu queira que se veja o cotovelo da árvore, que é algo de que gosto deveras – não ficava nada bem, nem no conjunto nem nesta história, então, olhem, pixelizei-o.
foto a modos que mais ou menos pertencente à etiqueta #semfiltro2020 mas, ainda assim, então vá lá... que seja! |
ressalva:
hoje é dezassete, mais dois dias se passaram
este post está todo ele de dois em dois, que giro
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Vaivém
Não gosto de falar com mulheres, foi o que pensou o homem que passou rente ao degrau do meu estaminé, logo que apareci detrás do expositor. Para chegar ao degrau, descrevera uma curva e, para se afastar de mulheres, descreveu outra. Foi um vaivem nas nossas vidas. Nas vossas também, pois se leram, é porque. Notem, ainda, o bem que vou em autoestima, que pus o homem a não gostar de mulheres. Pronto, fiz uma coisa a modos que generalizada, nada de incidir em mim e, ou, no meu pesar.
Graminhas
Dois mil quatrocentos e quarenta gramas é quanto pesa a minha mala quando composta de tudo o que necessito. Chegada ao estaminé retiro toda uma catrefada de coisas, obviamente das que não necessito no decorrer do dia, passando a pesar mil seiscentos e trinta gramas. Quer isto dizer que o meu dia tem um certo tamanho em desafogo. Falta um item a esta apresentação assaz interessante: o caderno. O caderno nem sempre retiro. Sei lá, pode dar-me o apetite para escrever lá coisas e sentar-me no banco hater. Ou no muro de pedra. Ou no primeiro banco que encontra quem desce a rua mais bonita de Lisboa. Ou no segundo. Ou no terceiro. Ou algures. Ah, o caderno pesa trezentos e dez gramas e, andando com ele durante o dia, eis que a minha mala pesa então mil novecentos e quarenta gramas.
Post en français
Em tendo dói-dói, o meu colega lembra que temos ali os comprimidos, eu que tome logo dois, já que foram grátis. É paracetamol qui parle français, diz que é pour les douleurs et la fiévre. E sim, vieram os ditos lá das partes gaulesas que há neste mundo.
Mananciais
'Escrevo imenso porque senão rebento. Eu tenho que atirar para o papel as minhas raivas!' Era o desabafo da cliente que o meu colega atendera e com a qual ficara a conversar acerca da conjuntura em que está este nosso mundo. Vírus. Máscara. Obrigatoriedade. Convívio. Irresponsabilidade. Governo. Medidas. E eu a compor o blogue, escrevendo as merdas de sempre, enquanto a conversa dos dois se dava. Foi giro. Não foi 'ó pá tóin xiru!', mas, e, se não o foi, foi porque não somos, eu e ela, da mesma estirpe de grafomania.
pui ós pigos
Se no passado domingo fui aos figos? Pois fui. Foi giro pra caraças. Levámos a rica filha e o (quase) rico genro, que é grande que se farta. Até imitei o que diz o povo: 'olha, o Márcio é bom para ir aos figos!' E é. Quero dizer: foi. A questão é que o rapaz estava longe de saber quais os figos que devia colher. Pois. Ia tudo a eito, ele era grandes, pequenos, maduros, meio rijos, bué rijos. Enfim. Lá se ensinou-o (bem sei que a frase está esquisita, só por dizer que gosto e, como gosto, fica) quais as características dos figos que é para colher e ele aprendeu. Bom, resta dizer que o (quase) rico genro levou figos para a mãe e, por junto, duas mangas, que o meu vizinho de baixo voltou a oferecer uma caixa com umas quantas.
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Post com título
Do gatinho amarelo, dá-se o desaparecimento para aí a quinze/vinte minutos do terminus do meu trabalho. Ganda maluco. Não pára, 'migos, o bicho não pára. Nas últimas semanas tenho notado menos vontade de me 'acarinhar' com os dentinhos super afiados, e folgo com isso, e também não lhe noto tanto desgoverno para com chãos molhados. Claro que o tamanhão (comparando com o de há dois meses vai no dobro) ajuda um bocado. Anda um fofo, é o que é, houve até um dia que me recebeu em modo esfinge. Sério. Foi vez única, mas e dpeois... ai perdão, depois, né? Mas, nesta última entrada, pois que nem esfinge, nem aparição com vagar, nem corridas a ver quem entrava. Não dava notícia. Chamei-o:
Miau! Miau...
Apareceu.
Miau! Yay! Tu estás bom? Estás?
Devia estar entretido com algo de grande interesse. Depois tomou a postura habitual – Tudo tem graça, acho que até em mim ele encontra graça, afinal não me abandona. Bom, a não ser lá para o fim da jorna, como referi ao início do post.
Deixo foto de um gatinho amarelo, que também é giro pra caraças, mas de madeira, outrora pórtico do velho estaminé, actualmente destoutro.
Deixo foto de um gatinho amarelo, que também é giro pra caraças, mas de madeira, outrora pórtico do velho estaminé, actualmente destoutro.
terça-feira, 13 de outubro de 2020
Até amanhã
Andam aí os pipagaios. Sim, era mesmo pipagaios que eu queria escrever. Em tempos havia uns outros, daqueles de serem animais de estimação, que diziam 'até amanhã' e tudo. Eu achava que os bichos me imitavam, isto porque, enquanto pessoa de balcão, sempre conheci muita gente e fui muito dada a despedir-me dessa gente toda. Até amanhã.
Tranquilidade insuficiente
A cliente queria comprar uma fita métrica. Nada de especial, dizia ela, daquelas só mesmo para medir. Bem sei que há mentes intranquilas o suficiente para encontrar outras funções numa fita métrica, mas.
'É a vida!'
'É a vida!' é remate comum a situações que se sabe evitáveis mas que se não evitam, tanto as com dolo como as sem.
Não tem muito a ver, mas a verdade é que o pensamento acima foi resgatado do que presenciei. Dizia a vizinha Gislena que tem visitado o dentista nos últimos dias e que não há meio de ter a boca boa e que aquilo a desconforta e mais isto e mais aquilo. E rematou com aquilo do 'É a vida!'. Mas foi mais longe, ai foi – 'a gente tem que ter alguma coisa para se queixar!'
Pois temos, vizinha Gislena, pois temos.
Podia ser 'depois de casa arrombada, trancas à porta', mas não, é 'em casa de ferreiro, espeto de pau'.
O meu colega furou no chão precisamente por conta da tranca que agora o estaminé já tem. Da broca, disse ele: - Vou ter que me pôr em cima do escadote. Já viste o tamanho da broca? - E, do pó, já que é branco, disse que haveria quem o quisesse snifar.
Pois bem, é que nem uma nem outra. O escadote já estava dispensado antes de o ir buscar, aquilo era uma piada das dele, e o pó já eu varri. Pára ainda um resto no passeio, é certo, mas está uma branca um bocado suja e assim é difícil alguém se interessar por aquilo.
Faz hoje anos
Há precisamente dez anos que a árvore amarela apareceu no blogue. Queria ter ido vê-la no decorrer deste dia, só que não deu. Tenho, porém, um registo fotográfico, o de um papel que tem andado comigo, numa de lembrete e tal. Portanto: esquecer, esquecer eu não esqueci.
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Era expectável acastanhar. E eu até já previa isto, mas.
A bolota retratada abaixo já vem de outro post e o retrato aconteceu por conta de eu querer comparar a bolota, o que, resumidamente, transforma esta questiúncula num antes & depois. Para encontrar o post do 'antes' pesquisei no blogue por 'bolota' e, ó pá tóin xiru!, encontrei mais quatro posts onde escrevi essa mesma palavra, sendo todos datados do Outubro de há quatro anos (textos abaixo da foto). E, melhor ainda, mesmo tóin tóin tóin xiru!, é que ter assistido ao cair de uma bolota não foi vez primeira. Tudo isto que acabei de registar se parece com nada que valha a pena, mas deu-me que pensar, e não foi pouco. Quem era eu no Outubro de há quatro anos? A mesma, afinal. E, oh porra, como isso é bom.
Tenho para ali um saco onde guardei uma bolota (sóri se aquilo ali não for uma bolota, muitos sóris) desde o passado dia vinte de setembro. Vi-a cair ao chão, daí o preciosismo de a guardar. Eu vi. Em direto. Descia a rua mais bonita de Lisboa, e duma das árvores do lado direito (bem sei quão faltosa de referências, mas não fixei qual delas) eis que caiu uma bolota (não sei, já sabem, ah ah). A poesia. O momento. A poesia no momento. O momento da poesia. Daí o preciosismo, que mais posso eu fazer do que guardar uma bolota (hum, pois...) muito bem guardada num saco e mantê-la num saco e espreitá-la quando está no saco. Posso por exemplo escrever um post parvo, que um inteligente é difícil, e podia por exemplo tirar uma foto, mas isso, como se sabe, é matar o encanto que tem a bolota (dizer o quê agora...?). Há um povo qualquer (não sei qual nem vou pesquisar) que acredita que a fotografia retira a alma às pessoas, suga-lha impiedosamente. Nunca considerei essa crença descabida, raramente tiro fotos à árvore amarela ou à rua mais bonita de Lisboa, sei lá, parece que se dá o extermínio total e que a culpa disso é minha, não sei explicar o sentimento melhor que isto, desculpem, é meu dever, mas não sei.
16 Outubro 2016
Tenho de
pôr no lixo uma bolota seca e sugada, de onde já retirei todos os assuntos que queria, uma borracha de má qualidade e uma borracha tão pequenina que já não é manuseável com o conforto que espero, um relógio ao qual se lhe saltou o botãozinho da corda.
Tenho de
ah... eu também me jogar no lixo ou coisa assim, mas como deita mau cheiro, pois que não.
17 Outubro 2016
Ainda não pus no lixo aquelas coisinhas que andam na minha mala, portanto essas coisinhas ainda andam na minha mala. Inclusive a bolota, oh céus, que nunca mais dou conta do recado, até o relógio sem corda lá anda, a fazer peso, as borrachas idem. Ontem queria deixá-lo no cacifro do Ginásio mas entretanto esqueci-me. Ora.
19 Outubro 2016
Acrescentei uma peça ao rol que anda na minha mala: uma roda de plástico com um furo mesmo no meio a desenhar uma forma gira que se farta. Anda-me então isto tudo, isto tudo: o relógio parvo inútil (parvo e inútil, pronto, neste contexto são sinónimos) as borrachas desarrazoadas e a bolota seca de assuntos, ah... a bolota seca, de onde já não pinga nada. Entretanto encontrei uma castanha redonda. Caiu duma das árvores da avenida, não em direto, tipo cena de reálatichâu, como foi com a bolota que já secou, qual quê, o que lamento, pois está claro, só que não, infelizmente, oh. Trouxe-a comigo, quiçá daí desçam muitos assuntos. Desçam?! Hum, estou um bocado baralhada, será que os assuntos sobem? Serão um linha horizontal?
20 Outubro 2016
domingo, 11 de outubro de 2020
Gina, numa relação com o supermercado.
Saí de casa sem a chave do carro. E também sem os documentos, só por dizer que sem esses o carro circula e, sem a chave, pois que não. Havia porém uma solução fácil e rápida: subir, agarrar nos esquecidos, descer.
Fui a ouvir uma canção diferente. Tinha no leitor um CD diferente. Não me lembro de o ter lá enfiado, mas devo ter sido eu que tratei disso. É que não era Rap... Hum. Podia eu ter emprestado o carro ao rico filho e já nem me lembrar de semelhante tal. Portanto podia acontecer o rico filho ter usado o meu carro. Portanto podia acontecer o rico filho ter trocado o CD. Mas, contudo e todavia, não podia o rico filho ter mudado o CD para aquele! CD porque, lá está, não era Rap. A canção era uma que fala na highway e mais não sei o quê, encontra-se vulgarmente em playlists de viajantes sobre rodas. Mas para o supermercado não percorro highway nenhuma.
Hoje não comprei nada de extraordinário. Quais frutas especiais, quais legumes de produção catita, quais lacticínios apaneleirados. Tudo do básico e conforme o mais comum há. Tão comum mas tão comum que fica reles de tão comum. É.
Ainda assim, eis que perante tamanha desolação por conta de ter efectuado umas compras tão mas tão, me surge, ou calha, uma caixeira em macho.
Ena, pensei eu, mas também há disto aqui? E cheira bem e tudo!
Pá, pronto, mandou-me o aipo ao chão, com aquilo de amontoar os artigos... Não que não tenha previamente perguntado se podia começar a passá-los. Mas enfim, mais vale um/a simpático/a que me mande o aipo ao chão do que um/a antipático/a que mo não mande.
Olhem, nem queiram saber, o cheiroso pousou os vinhos no tapete com muita delicadeza. Sério. Fiquei emocionada. Mas nada que não se tenha desvanecido logo que usou da mesmíssima delicadeza com os frascos de compota. Oh. E é uma pena que desta feita eu não tenha comprado tacinhas, seria assaz interessante ver quão delicadamente ele as pousaria no tapete, ao depois do bip-bip. Calhou-me, portanto, um caixeiro com muita delicadeza para com tudo o que fosse vítreo.
Post em pedaços
Parti a minha chávena de café preferida. Escorregou-me da mão e oh! A gente não devia ter coisas preferidas. Quando a gente as tem, usa-las com uma frequência assustadora, é óbvio que quanto mais se mexe numa coisa mais probabilidades de a escaqueirar há!
Post palhaçal
Nunca gostei de palhaços, nem quando era criança, mas não era medo pelo 'escondido' a que a maquilhagem excessiva induz, pois, por ser excessiva, caminha para o grotesco. Não gostava porque não lhes achava a mais pequenina gracinha de todas as gracinhas que pode haver. Na plateia, os meninos riam muito daquelas trapalhadas todas, os adultos idem. Eu não. Eu delirava era com o trapézio. Caramba. Quem dera andar ali no ar, às cambalhotas, e cair no chão que nem uma pluma. Isso sim, palhaços é que não.
As meias
Tenho um par de meias para jogar no lixo. São brancas com bolinhas vermelhas e têm a ponta, o calcanhar e o bordo em azul-escuro. Tinham, quero eu dizer. De tanto serem lavadas, por vezes com lixívia, alguns fios do azul foram largando a cor e ficaram em vermelho. Portanto, o que outrora foi azul-escuro, actualmente está num matizado dessas duas cores, porque, suponho, há dois tipos de fios, sendo que, alguns, perderam uma cor para ganhar outra, e outros, pois que não. Mas não é por isto que as meias vão para o lixo, é porque os elásticos estão frouxos e as meias vão escorregando para debaixo do pé, ora isso dá mau andar, daí que.
Dias de um Ginásio
A modos que para a gente não ter que tocar em merdas que é para tocar o menos possível, uma das medidas do Ginásio foi implementar um dispositivo que lesse cartões mediante encosto. Ah e tal, chega-se esta que vos escreve à entrada do Ginásio - que já dantes contava com aquelas peças metálicas que giram num só eixo, empurra-se a peça e entra-se. A diferença, 'migos, a diferença é que o cartão agora vai de encosto, mas qual banda magnética, qual quê, é nada disso, encosta o cartão na parte escura, bip-bip, setinha verde indicando permissão para passar e tóingue!, empurra-se a mesmíssima peça e entra-se no mesmíssimo lugar. Outra curiosidade foi o enorme espaço que a gerência daquela espelunca encontrou para que as pessoas treinem sem grande proximidade, tendo em conta o tal vírus que - ainda é o - do momento. Esse espaço tem colunas maiores e mais potentes do que as salas do interior, e que, por estarem colocadas num sítio alto, tipo um palco, vá, parece até que estou de volta aos bailaricos lá na minha terra. As salas pequenas – que, na verdade, são as salas de sempre - também funcionam, ora essa, estão é sujeitas a esgotar o número de inscritos num ápice, por tão poucos lugares haver, mas tem havido espaço, tanto para esta que vos escreve, como para outros, ainda não vi ninguém à bulha.
sábado, 10 de outubro de 2020
Antes de mais, e entretanto, é sábado
Antes de mais fazer o bolo. Não, antes de mais beber um café. Não, antes de mais comer qualquer coisa. Não, antes de mais estender a roupa, isso sim, é prioritário, que está um ventinho mesmo bom para secar.
Antes de mais fazer a cama. Não, antes de mais fazer o bolo e fazê-lo antes da lasanha, preparo-a enquanto o bolo está no forno e, estando cozido, tiro-o e enfio a lasanha. Nem desligo o forno.
Entretanto tenho que tratar da louça, editar os vídeos, escrever coisas no blogue (estas, por exemplo), limpar a despensa, organizar o balcão da cozinha.
Entretanto acho que ir passear o cão enquanto o bolo está no forno é uma boa ideia. Assim como acho que ligar o televisor e sintonizar o canal de culinária é uma muito boa ideia. Só naquela da companhia e coiso. Quero dizer: enquanto ando por aqui e ali, fazendo e tratando dos afins da domesticidade, espreito e ouço, em pequeníssimas doses, o que passa na TV. Há - pá, quiçá anos - que assim não procedo. (às vezes não me reconheço, e não é só no reflexo que o espelho de mim faz)
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
'noites duma grafómana'
dia um
Acordei às três e picos já não dormi. Levantei-me às seis e tal. Por entre, olhei para o relógio às três e não sei quê, às três e cinquenta e nove, às quatro e coiso e às cinco e tal. Pensei em descongelar as bananas para o batido. Pensei em arrumar a cozinha. Pensei em pôr a roupa em sabão. Pensei, por último, em escrever as merdas do costume.
dia dois
Acordei às cinco e trinta e sete e já não dormi. Levantei-me às sete e coisa e fui pôr a água ao lume para fazer o chá. Escolhi o de funcho, do qual gosto quase nada. Quando a chama do bico do fogão apareceu gostei de ver o azul a sobrepor-se ao branco. Ainda não tinha acendido a luz, daí o realce. Na carícia que fiz à minha cadela, a número trezentos e vinte e nove deste dia, julguei que teria sido boa ideia usar o tempo que estive a olhar para o escuro do tecto para a passear. Agora que até nem está assim tanto frio, nem nada.
dia três
Tive uma noite diferente. Embora tenha acordado várias vezes, não tive tanto tempo a mirar o escuro. Miraria o tecto, não estivesse tão escuro. Repito-me, bem sei. Digo: aquilo do tecto.
dia quatro
Acordei aos montes. Montes e montes de vezes. Em certa dessas vezes senti frio e calor em simultâneo. Se nunca pus no blogue que já tive esta sensação em outras noites, então foi porque me esqueci, e tanto queria ter posto, como realmente aconteceu. Noite afora fui sentindo um forte cheiro a café, que identifiquei como sendo da chávena que tinha em cima da mesinha-de-cabeceira. O remanescente da bebida tinha secado, dado o número de horas ocorridas desde a toma.
dia cinco
Ena! Acordei bem mais próximo à hora devida. Mas fui acordando na mesma e sei lá quantas vezes. Apercebi-me que sou também grafómana quando de noite. Deixo a questão na memória, só por dizer que não memorizo tudo, que é lá isso. Que seria? O que seria era eu levantar-me e pôr-me a escrever, pois seria. Já faltou mais para encontrar esse alento, já. Vou até intitular este post de 'noites duma grafómana'.
dia seis
Ena, ena, ena! Ena tantas 'enas'... Pá, acordei à hora que é justo acordar se fizer as contas com a hora que tenho que sair. Claro que acordei ressacada, mas e depois, né?
dia sete
Acordei. Acoredi... ai perdão, acordei. Acordada. Incómodo. Porra. E escrevi aos bués cá por dentro. Só me lembro do 'terrau! terrau!', nada do que me levou aí. Sei que era uma ideia apresentada sucintamente – duas frases – e intercalada com o 'terrau! terrau!'. Eu sei, eu sei, seria um post do caraças, mesmomesmomesmo imperdível, mas.
dia oito
Dormi quase toda a noite. Tem-me acontecido dormir melhor nas noites que sucedem os treinos. Nem sempre isto aconteceu assim, era até o contrário. Mas é claro que folgo que assim tenha acontecido.
dia nove
Acordei às cinco e coiso e já mal dormi. Mas dormi. Em certas noites de estar alerta (debalde, sem causa capaz, pois claro) ouço um despertador aí por volta das seis. Mas não foi o caso d' hoje, qu' hoje é domingo.
dia dez
Acordei à uma e não sei quê. O (bem, neste caso, um) vizinho fazia barulhos do tipo desencaixotar coisas e fazer por agrupá-las. Parecia que organizava qualquer coisa de porte médio, pelo barulho de pousar no chão. Acordei às quatro e fui dormindo e acordando desde aí. Na última vez que acordei já era dia. Ah, que estranho... Ulha! Claridade! Toca a levantar!
dia onze
Acordei rente às seis e ouvi alguém a tomar banho. Quero dizer: presumo muito presumidamente (se é que isto tenha escala) que era banho, é que, vamos lá a ver, aquilo não parava de jorrar. Quero dizer: presumo, também em alta escala (podendo ser), que era jorrar do cano e não ir pelo cano. Quero dizer: o ir e o vir sempre tem algumas diferenças.
dia doze
Acordei às 0:34, sei que sim, mas sem saber porquê. Ou seja: também não há razão nenhuma para acordar às quatro ou às cinco, só por dizer que à meia-noite e meia é ainda mais desarrazoado. Podia, para estender esta noite, expor o que pensei, como fiz em outras, mas é que, tirando este espanto da desrazão, não me lembro de mais porra nenhuma para pôr aqui.
noite treze
Pois, noite → 'noite treze'. Vejam lá que hoje é que me lembrei que não são dias, qual quê, são noites. Ora então vamos lá:
Acordei às 0:54 mas com motivo. Quero dizer: acho eu, já que ouvi aqueles barulhos todos coisos – arrastar de cadeiras, correr de gavetas, desembrulhar de pacotes. Enfim. Adormeci algures na noite e voltei a acordar pelas quatro, não voltando a adormecer. Sério. Até me levantei bem mais cedo que o meu costume porque a cama já me estava a ser maléfica.
noite catorze
Acordei às 23: 40... Quê?! Isso. Mas por que raio acordei eu meia hora depois de adormecer? Mas anda-me a questão a piorar?! Oh ca porra! Adormeci montes de tempo depois, isso sei eu, e voltei a acordar às quatro e sei lá quê e, sei lá também, se dormi mais.
Pois, é isso, sei lá que mais. Termino mas é com este diário versus noitiário e pronto. Ao início gostei muito de o construir, depois foi-se-me esvaindo o gosto e, por ora, está a ser verdadeiramente chato construí-lo. Seja lá como for, tinha idealizado que este empenhamento duraria duas semanas, e durou.
Anéis
Andei de roda os o-rings e fiz o espalhafato que se vê na foto. Sim, foi uma tarefa trabalhosa mas, e, prazerosa, esta de agrupar estas pecinhas por tamanho. Entretanto lembrei-me de uma situação que vivi não há menos de duas décadas e que torna à altura em que me empenhei na catalogação das chaves, isto no velho estaminé. Lá, como aqui, não havia outro modo de fazer esse trabalho sem colocar tudo em cima do balcão e ir retirando pela ordem estipulada. Nesses tempos idos, em certo dia, entrou alguém que brincou comigo:
E eu mandasse isto tudo para o chão?
Compreendendo que era uma brincadeira mas não achando lá muita graça à ideia que se me afigurou na mente, reagi de imediato:
Eu caía-lhe em cima!
Bloco de notas esquecido
Tenho uma nota no meu telefone que já não tenho ideia nenhuma por conta de quê a apontei. Copio de lá a nota:
no momento do clique pareceu-me logo que ia ficar uma foto bonita, mas não pensei que saísse tão mas tão
Pois é. Então e agora, que porra de foto estava eu a comentar? Será que já a publiquei? Já corri o arquivo do telefone e, de todas as que por lá se passeiam, não me parece que alguma seja a de tão bom nome. Enfim. Mas há mais uma nota a modos que esquecida:
«viver saudável também é arte»
A frase acima está escrita no interior de um pequeno restaurante que disponibiliza, não só refeições, como produtos livres – ou com menor percentagem - de propriedades assim a modos que nocivas em mais que muito, vá. Tinha apontado a frase no telefone porque – é óbvio que! - achei curioso. E sim, acho de artista as voltas que se dá para abolir alimentos e, ou, componentes dos mesmos. E sim, oh sim, desta nota tenho eu memória do que queria dizer no blogue.
Descolamentos
Às vezes lá acontece ir buscar uma máscara nova à embalagem e, ao retirá-la, descola-se uma das tiras de um dos lados. O que é uma sorte, olha se fossem mais? Ou todas?! Oh! Bom. Então. Desconheço como se amanha a outra gente a quem acontece estes percalços (que os há, bem tenho ouvido histórias), conheço é como me amanho eu – agrafo a tira solta à máscara. Este é um estaminé da ferrugem mas que se mune dos consumíveis de escritório mais prementes que há, e acontece que agrafos consta nessa lista.
Línguas
Tenho um lciente... ai perdão cliente árabe. De vez em quando vem cá e só hoje me disse que é árabe, isto logo seguido de eu querer saber se ele falava inglês, já que português me estava a parecer que népia. Não é que eu seja fluente ine da brítiche tsingue, mas ele é bem pior na coisa à portuguesa. Ainda assim, a gente lá se entendeu, fomos tenteando e demos com o negócio.
Orelhas
O cliente queria um martelinho de orelhas e levou um martelo - não 'inho' - de uma só orelha inteira, a outra é cortada, formando um bico. Ainda que desiguais, as orelhas formam um vão que arranca pregos na mesma, o bico existe para que um carpinteiro possa estar empoleirado, se agarre com uma das mãos no que está a construir e use a outra para 'caçar' mais material, prosseguindo com a construção sem ter que descer.
Diz que disse
O Xano revelou (ou, quiçá, anunciou com o olho no engajamento) que a sua vida sexual é tão má que anda com uma fotografia da mão direita na carteira.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Nitidez
A senhora amarela e o senhor cinzento pareceram-me espantosamente nítidos. Eu gostava que fosse uma questão de olhos, mas tenho para mim que foi uma sugestão do momento. Não é mau, não, ora essa.
Os baldes
Kit, o bicho-gato, mirou atentamente o interior do balde. Tal e qual como o gatinho amarelo, só por dizer que bem mais pesado. Ui, se é. Hoje, quando tive que lhe pegar para o fazer sair da cozinha, é que percebi a diferença por entre aqueles dois. Caraças. Qual içar pela barriguinha, qual quê, é usar as duas mãos para agarrar toda a zona abdominal, mas é.
Sonho
Sonhei com muitas coisas. Havia pessoas e confusão, mas isso já é o costume e visto assim é simplório e, ainda por cima, vago. Exactamente com o quê é que eu queria saber. Sei lá, se descia a colina em aflição, se escrevia no blogue mas as letras desapareciam (porra, ganda pesadelo qu' isso seria...), se metia o bolo no forno e depois me saía uma travessa de sardinhas. Pronto, concretos. Nem por isso concretizações, que - isso - já se sabe que - isto - é sonho.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Muro de pedra
Dantes havia um 'basta' escrito no muro de pedra. Um 'basta' igual a tantos. Em tempos falei muito no blogue acerca destes 'basta', actualmente já não me incitam textos. Não muitos, pelo menos. Sei porquê, sei - canso-me das minhas coisinhazinhas. Mas o muro. Lá estava o 'basta' que, tempos depois, foi tapado por nova camada de tinta. Ora acontece que uma tinta nova, mesmo sendo dos mesmos tipo, cor e marca, difere de uma que já esteja aplicada há tempo. Então ficou ali, não um, mas vários rectângulos de uma cor mais amarela, mais viva, mais nova. Os rectângulos são vários porque, para além do 'basta', outros escritos foram escritos no muro de pedra. É caso para dizer que umas pessoas são estragadoras, umas limpadoras. A arte não suja o mundo, tampouco a vontade imensa de apregoar 'ei, estive aqui' o faz, mas... Este tema divide-me, folgo que não tenha que tomar parte nenhuma.
Post muito bem aspirado
Oh que alegria, tenho um aspirador novo. Quero dizer: uso de um aspirador, que é novo. Mas que potência. Ena. Até suga os tapetes e nem era preciso ir até aí, quaisquer poeiras e migalhas seria o suficiente. O gatinho amarelo, que já tinha deixado o medo do barulho do aspirador de lado, voltou a ter, que eu bem o vi a correr para lá e a esconder-se. Ele esconde-se mas mantém-se a jeito de ficar a ver por onde anda o barulho. É tão engraçado. O aspirador também tem montes de piada, claro. Mas o Miau tem mais. Hoje, quando entrei, estava meio que deitado no tapete azul. Ficou-se, pouco me ligando. Depois miou a pedir festas. Fiz-lhas. E desalvorou. Muito corre ele. Parecia outro, acordou, ou coisa assim. Agora já lhe noto uma certa calma felina, contudo, não deixou de se esgueirar pelas portas que eu fechava, de observar com especial atenção os meus movimentos enquanto limpava o lavatório e de adentrar a despensa, metendo-se lá muito para dentro. Sim, continuo a içá-lo pela (ainda) barriguinha e a ter curtas conversas com o bicho: Miau, olha, és bem mais rápido do que eu mas, na verdade, não te quero aqui, está bem? Vai ter que estar.
terça-feira, 6 de outubro de 2020
As horas que não são
Estávamos num anoitecido ainda não pleno e o relógio da torre marcava dezasseis e vinte e oito. Sim, precisamente, que eu bem vi o ponteiro grande um nadinha antes do seis. Desacertado por desacertado, é claro que podiam ser quatro e vinte e oito, que este relógio só faz o que quer.
Post com título
Inchou-me as bochechas, ou coisa assim. Não sei como esmiuçar isto, sei é que quando fecho a boca altero o trajecto dos dentes para não me morder. Ou então uso outra técnica: insuflo o interior da boca, o que afasta as bochechas dos dentes.
Meninas-estátua
Há as meninas-estátua, que, não duvido, ficam perdidas por não terem mãos, porque, se todos temos a maior parte do mundo nas mãos, então elas também terão.
sonidos
quando sonidos são, mas que não rimam nem condizem, vão buscar parecenças na mesma
um dia vais → medievais
pé de meia → pandemia
desta última, devo dizer que não é obra que me pertença, eu é que ia na rua (ia eu muito bem... trá-lá-lá!) e ouvi alguém comentar com quem ia consigo, quase soletrando: pé! de! meia; pan! de! mia
deixemo-nos disso
(complacência)
deixa estar
deixo
deixa ser
deixo
deixa ver
deixo
deixa fazer
deixo
deixa-me escrever
deixo, deixo
deixo
deixa ser
deixo
deixa ver
deixo
deixa fazer
deixo
deixa-me escrever
deixo, deixo
Em grande
A grande vantagem do capacete para com as melenas (tão mas tão) rebeldes (e que tomam reviravoltas, digamos que, não bonitas) é que aquele alisa estas.
É verdade, é. Chegeui... ai perdão, cheguei ao estaminé com um cabelão maravilhoso, fruto do alisamento que (também) um capacete consegue. A ver se não lhe dá para ficar escorrido, este maravilhoso. Podíamos ficar já com a ressalva: ah, ao fim do dia venho cá dizer como está e, ou, não está. Só que não, contenho também muita rebeldia pela parte de dentro da cabeça.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Manos
Fiz reparo na fotografia de grandes dimensões onde estou eu e o meu irmão:
– Olha!
Observei silenciosamente a minha expressão pela milionésima vez - que infantil ainda. Tinha feito treze anos havia dois dias, num dia onze, calhando portanto este dia a treze (treze → treze), fixei a data. Sim, sou dada a memorizar estas minudências desde muito novinha. Depois da minha exclamação, o meu pai disse:
- Pois, a gente querendo vê-los, é olhar para aí e vê-os logo.
Notei saudade no tom da sua voz e se eu não pusesse esta observação neste post, vocês nem iam dar por ela.
Sonho
Sonhei que ia visitar a minha mãe, que estava numa espécie de hospital, uma vez que havia pessoas com ar de enfermeiros e, ou, médicos. Quando ela soube que eu estava ali, sentou-se na cama e, com horror, vi que não havia chão para ela pousar os pés. Gritei-lhe: «Nãããão!» mas ela caiu do precipício. O sonho acabou aqui, não dando espaço ao pesadelo.
Gina, numa relação com o supermercado.
Fiz muitas caretas naquelas partes da canção que dizem 'eu não' e 'oh se te amo', adensando-as no 'eu' e no 'oh'. Foi também particularmente arrepiante o pedacinho do tu-tururu!, que é quando toca o instrumento e se calam as vozes. Pá, vamos lá a ver, seria arrepiante se alguém estivesse a ver-me, ou, e principalmente, a ouvir-me. Mas não.
Ia-me esquecendo de pôr a máscara. A bem dizer, esqueci-me. Lembrei-me quando me deparei com pessoas mascaradas. Ah! Não pus a máscara!, pensei eu, e pu-la. Sem pulos.
Desta vez não comprei muitas frutas, cingi-me às pêras vermelha e às laranjas algarvias. Só que o meu vizinho, parecendo até sabedor deste cesto mal cheio, ofereceu-me uma caixa com seis mangas. Se calhar eram sete. Ou oito.
Comprei uma beterraba enorme. Sério, preciso dos dois indicadores e dos dois polegares para a abarcar a toda a volta. Logo que a escolhi pensei: oh, às tantas é sensaborona, de grande que é o sabor dispersa-se ou coisa assim. Resolvi-me a metê-la no forno, enrolada em papel de alumínio, ao mesmo tempo que o bolo. Arrependi-me de não a picar com um garfo, isso acelera o processo. O tempo de cozedura do bolo não foi o suficiente para que a beterraba esteja no ponto certo, mas está quase quase quase cozida. E é doce que se farta. Afinal, os grandes também podem conter doçura em si.
Calhou-me a caixeira amiga. Aquela que é boa onda. A do 'está tudo bem', a do 'isso é que é preciso'. Pronto, coisas assim. Mas de mais coisas: 'ponho contribuinte, amor?', a do 'olhe querida, vai levar a revistinha?'.
Molas para prender a roupa
Sou de molas fixas, gosto de dois modelos apenas, ainda que, há uns bons anos, me tenha dado na mona 'colecionar' um outro estilo, portanto constam nos meus pertences três modelos. Não quero de outras, mesmo que, por descuido dos vizinhos dos andares de cima, aterrem na minha varanda, não sendo daqueles dois modelos, vai para o lixo. Há dias chegou cá a casa uma mola diferente, dessas de que não gosto, mas vinda, oh vejam lá, de casa do rico filho. Foi assim: a rica filha foi lá jantar e trouxe um pacote (com qualquer coisa de comer) já encetado e fechado com essa mola. Quando vi a mola por ali fiz gesto de quem a ia jogar no lixo, só que a rica filha interveio: «mãe, essa mola veio da casa do mano...» E eu pronto, pu-la no bordo do alguidar onde moram as molas, que me deu pena deitá-la no balde do lixo. Mas há-de lá chegar, oh se há-de! Vai acontecer logo que publique este post.
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