quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Objecto

O objecto que faz com que os gestos aparentem o estado de espírito pode aniquilar todo o palavreado que se possa arranjar para contrariar esse estado. E é o mesmo que faz com que, na verdade, as atitudes prevaleçam, precisamente por sobre os argumentos usados. Id est: pouco importa o que se diz, se os gestos e as atitudes é que desvendam as verdades. Este objecto desvaloriza também as (minhas) palavras escritas.

Objecto

Mantenho comigo um objecto que, mesmo reconhecendo que de certo modo está inutilizado, lhe dou uma utilidade desviada do seu primeiro propósito. Tenho, então e portanto, um frasco que foi de comprimidos e que, depois de vazio, deixei que continuasse enfiado num dos receptáculos do pequeno apetrecho que uso para guardar algum material de escritório. O receptáculo sendo quadrado e o frasco sendo redondo, este, enfiado que está, faz sobrar quatro espacinhos triangulares onde posso enfiar sem medos quatro objectos que tenham uma forma longa e estreita, como têm, por exemplo, as canetas e os lápis. Foi isso o que fiz, aproveitei os espacinhos. O melhor disto tudo é que as canetas ou os lápis não tombam, ficam, ali, hirtos, na certa esperançados que lhes jogue a mão. Digo isto porque tudo o que escreve eu tenho como amigo. Portanto: pode um frasco de comprimidos ter mais do que um propósito, ah pois pode.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Cruzes

Cruzei-me com Marió na avenida, o que me relembrou que há meses atrás ela foi ao estaminé comprar uma grelha de assar. Não cheguei a fazer o registo deste evento por me parecer oco, na altura não consegui inventar nenhuma ligação por entre a compra de uma grelha e a nossa vida no consultório de psicologia. Nesse dia, assim que a vi, foi de rajada que exclamei: 'ah, eu sabia que um dia vinha aqui!' Sorriu abertamente e perguntou-me: 'como está?' e eu considerei que queria mesmo saber. Ela mora para estes lados, sei-o quase desde o início das consultas. Em psicologia explora-se todos os cantinhos da vida do paciente, daí ela ter vindo a saber a morada do estaminé e o facto de me ter revelado que não mora longe foi uma achega à possibilidade de nos cruzarmos. Nesse dia alertou-me para não estranhar que não me cumprimentasse se acaso algum dia nos cruzássemos, que isso acontecendo o cumprimento teria que partir de mim. Espantei-me. Perguntou-me se sabia porquê. Pensei, pensei e não me surgiu nada dentro do razoável. 'Para que não pense que ando atrás de si. Para que seja livre de escolher se quer falar comigo.' Ah... Então era isso. Que complexa é a vida, oh porra! Mas ficou-me esta memória e presumo que foi por isso que quando naquele dia nos cruzámos na avenida não me meti com ela. Isto mesmo que entretanto já a tivesse revisto e falado com ela extra consultório e tudo e tudo. Nesse dia, o do balcão – a notar, e bem: neste post apresento duas datas com anos de intervalo, uma em que estou numa das primeiras consultas, no consultório, outra fora da frequência das consultas, no estaminé – dizia eu que no dia do episódio ao balcão, como não adiantei grande coisa quando me perguntou como estou, Marió encorajou-me a escrever-lhe, que tem pacientes que o fazem há anos, que gosta muito de ler, de saber deles. É bem, escrever é coisa que gosto para lá de gostar, nem sei explicar porque gosto tanto (ainda bem que não é preciso), seria libertador, poderia contar-lhe as vitórias e as angústias, fá-lo-ia escrevendo, que é coisa que, pronto, já disse que gosto pra caraças, mas não consigo.

Atá-los

Para apertar os atacadores é preciso baixar-me. Se envergo uma saia curta ponho-me entre carros para o fazer. Isto, de um certo dia em diante, o dia em que percebi que cócoras e saia curta são um conjunto que revela a chicha que se quer escondida. Quero dizer: eu quero, a menos que o verbo 'marimbar' esteja na minha cabeça ao momento. Isto, bem vistas as coisas, o Verão já lá vai, duvido que volte e vestir uma saia curta este ano, ficando-me então estes viveres para o ano que vem.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

#ohqueserisque
#caionãotarda

#ohqueserisque
#pantufastodooano
#ligadoaopostanterior*

*👀

Chegou o Outono

Chegou o Outono e venho dizer que, de Verão, não larguei as pantufas. Mas há mais, e, no mais, à conta da máscara cirúrgica que foi obrigatório usar, o Verão foi servindo para queimar o brilho dos olhos. Podia ter feito uso de óculos escuros, bem sei, como de resto faço há qu' anos, mas escolhi não porque me ficava a cara em modo estanque e eu, disso, em modo cara, não quero. Traduzindo: mal conseguia respirar. Acrescentando: os óculos de ver às claras, bem certo é que estancam uma beca a respiração, mas menos.

Áudio

Tenho um áudio no telefone com a duração de dois segundos e em que apenas percebo que digo 'pontapé'. É datado de quinze de Setembro último e, de horas, tem apontado que passavam catorze segundos das vinte e trinta. Se não deslindo o vocal todo, deixo, por escrito, os números escritos.

Sonho

Sonhei que tinha um professor de ginásio - vulgo Professional Trainer, mais vulgo ainda PT (Pê Tê, ó pá tóin xiru!) - deveras atencioso. O sonho, na verdade, foi só isto: atenção de um professor que apareceu sei lá de onde, uma vez que não reconheci como sendo nenhum dos que comigo se cruzam no Ginásio. Essa noite, como aliás todas, foi preenchida também pelo seguinte: nos momentos em que fiquei acordada fui fazendo uma lista de – dez - palavras preferidas, e ia logo abordando o tema, o porquê da preferência, os episódios que me lembram, construindo logo o texto, certa de que ao levantar da cama me lembraria dos pontos todos e que depois era só passar para o blogue. Só que não. Recordo apenas uma: pântano.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Cruzes

Cruzei-me com o figo que no outro dia colhi em Lisboa. Foi assim. O meu colega foi fazer um trabalho no exterior e, para tal, deslocou-se de mota. Vai daí, chegado e estacionado, pôs-lhe o cadeado, notando, quando regressado do cliente, que esquecera a chave do dito no estaminé. De maneiras que lá fui eu, calçada acima, não só munida da chave em falta, como de capacete, é que assim, pronto, sempre apanhava boleia dele, né? É neste subir de calçada que está o figo. Não posso, nem vou, garantir que o figo que vi encostado ao lancil é o figo que recolhi nesse faustoso dia, posso é garantir, e garanto, que vi um figo encostado ao lancil e que, pelo aspecto da pele, há uma incrível probabilidade de ser o! figo. Incrível, lá está, o que assim é não é para se crer, não querendo tal credulidade.

Pisca-pisca

Neste meu pedaço de calçada, avisto dois automóveis com os intermitentes ligados. O Natal chegou, pronto. Não há é coordenação entre os dois mas faço de conta que é um coro desafinado, um daqueles onde impera o louvor, e só. (Então não impera. Se só, não.)

Café

Há tempo, por mor de intensos desejos do meu colega, comprei cápsulas de um café mais fraco do que o habitual. Entretanto, quando ofereço café à visitas do estaminé, dá-me sempre vontade de apresentar as possibilidades com uma perguntinha montes de coisa: «Ah, queres café forte ou daquele maricas?» Só que não vou perguntar, por tão presumível me ser a resposta, não há ninguém que escolha um café adjectivado de maricas. Entretanto deixo aqui opinião acerca: gosto bastante do café maricas, tem o toque apaladado do café, ainda que o note pouco cafeínico.

domingo, 26 de setembro de 2021

Dias de um Ginásio

Meto-me na passadeira e faço o tal joguinho de começar à velocidade 5.3 para que se coadune, ou coisa assim, com o número de anos que tenho de vaguear neste mundo. Faço então a minha cena, meia horita de passeio, aumento a velocidade até aos 5.9, que, não sendo para não sair desta década, é antes para não ter que correr. Não gosto. Desgosta-me, aliás, que aquilo é mamas para um lado, nalgas para o outro e não me entendo com uma dança assim. Ah, aumento também a inclinação até aos 3.0, só por dizer que não deslindo lá muito bem este caso, mas vamos (vou) supor que subo três centímetros em cada, sei lá, mil metros...? Olha, já sei, é a inclinação certa para subir até ao céu. Pronto, subo até ao céu. E, claro está, se este post está vivo é porque vou lá e, mas, volto. Estamos (estou) então de volta, aterrei no post, viva. Chegada a hora de abrandar, retiro, antes de mais, a inclinação e deixo-me assim uma beca. Sim, retirar a inclinação é abrandar, é. Para abrandar da outra maneira torno à velocidade 5.3 porque é a minha idade; para abrandar mais escolho a velocidade 4.8 porque gostei de ter essa idade; para abrandar mais ainda escolho a velocidade 4.3 porque gostei aos bués de ter essa idade. Depois apeio-me, equilibro-me e acaba a história.

sábado, 25 de setembro de 2021

Novidades

Tenho, não só um liquidificador novo, como um fogão. Pois. Não venho, para já, com grandes revelações absurdas, pronto, melhor é ir percebendo quais as absurdezas que quero revelar, uma coisa feita com mais tempo, mais juízo, com propósito, com saber empírico. Venho é, para já, revelar que não recordo qual o último preparado que o anterior liquidificador esbardalhou e depois esbardalhou-se ele, mas recordo que o último bolo que o antigo fogão cozeu foi um de pêra e chocolate, que ficou mal cozido por mau anúncio me ter feito o palito que espetei na massa. Pá, se a porra do palito sai limpo é o quê? É cozido que o bolo está! Só que não... Andei portanto a comer um bolo quase em massa. Não era mau, mas não estava bom como poderia ter sido. A última sopa foi de feijão branco e espinafres. Calhou-me bem. Lembro que lhe adicionei batata-doce e beterraba assadas, aipo e cebola nova. É, calhou bem, quiçá p'la despedida ou coisa assim. O último assado está bom de ver que foi as batatas-doces e as beterrabas. O último chá foi de erva-príncipe. As últimas panquecas fi-las hoje, o dia da despedida. O último derreter de folhas de gelatina foi também hoje, mui lentamente, naquele bico pequerrucho, como se quer. Talvez seja esse o último acender deste fogão. Oh. Fiz cheesecake, hoje. Assim todo amalucado, uma embalagem já encetada de queijo em creme, dois pacotes de natas que, dizem eles, os pacotes, que contêm zero por cento de lactose. Gosto destas natas, acho-as efectivamente mais leves que as outras, e avolumam bastante bem. O que me mete as costas pra dentro é que, para serem esquisitas ao ponto de não conterem lactose mas avolumarem sem impedimento algum, é que contêm em si substâncias que, vai-se a ver, são nocivas. Mas pronto, não pensemos nisso. No preparado branco do meu cheesecake coloquei cem gramas de açúcar apaneleirado, que comprei por engano. Trata-se de um açúcar com stevia, que comprei por pensar que estava a comprar açúcar em pó, que era aquele que, na verdade, queria comprar. 

Revelação absurda

Desta vez trago uma só revelação. É certo e sabido que todos os posts acerca da minha (ainda!) nova máquina de lavar louça estão intitulados de um título no plural – revelações absurdas - porque trazia ao blogue mais do que uma. Bom. Então. Ao que parece esgotaram-se-me as revelações acerca, e digo eu isto já contando com a deste post. O post anterior fala de uma máquina que um sonho me constou que abria a tampa by her self e ocorre que esotu certa que o sonho desceu por conta de, precisamente, a minha (ainda!) nova máquina de lavar louça conseguir essa proeza, não sem soar um grande estalo. É giro que se farta, aquilo, já uma vez me pus à coca para ver como acontece. Vem o estalo, e junto ao fecho sai uma lingueta que vem empurrando a porta. Devagar – de , va , gar... Terminada a viagem solta-se o som. Este som assemelha-se em muito ao toque de ordem dos campos militares – tá tá-dá-dáááá...
Se em mais algum momento da minha vida me aparecer outra revelação absurda acerca da minha (ainda!) nova máquina de lavar louça, cá estarei para cumprir os meus requisitos.


revelações absurdas, post um - tem uma só revelação, afinal

revelações absurdas, post dois - intensifica a revelação anterior, afinal

revelações absurdas, post três - tem uma só revelação, afinal, a outra é um reforço à primeira, e sim, novamente

revelações absurdas, post quatro - tem uma só revelação, afinal, embora descrita em dois episódios diferentes e, apesar de tudo, em dias diferentes

revelações absurdas, post cinco - tem uma só revelação, afinal, sendo que é mais do mesmo, é a revelação que já fez parte de mais dois posts

... e aqui, neste post, o que temos é, uma vez mais, oh porra, a repetição de uma outra revelação
... o que concluo é que as revelações são três, que faço guerrear para aparecerem em vários posts
... vamos portanto todos pensar no seguinte: eu gosto muito! de escrever
... ah, já agora, não vá não se perceber: é óbvio que construí o texto acima dos links antes de consultar os mesmos

Sonho

Sonhei que tinha uma máquina de lavar roupa nova e que uma das suas características era abrir a porta by her self logo que terminava o ciclo.

Aos montes

Tenho fotos aos montes para publicar. São uma beca antigas, por isso me fazem cócegas em cada vez que abro os ficheiros de imagens do meu telefone.

Começo com a mais jovem de todas, tirada há uma semana, em que mostro my long black pants, ainda que parcialmente. Nesse dia, quando construí o post, carreguei a imagem no blogue mas depois não me apeteceu juntá-la, acabando por deixar em rascunho, que aproveito hoje.

Continuo com quatro variantes de uma mesma imagem. A imagem original foi captada de um vídeo que gravei em Fevereiro. Sim, Fevereiro, nove meses, gestação, parto, vida. Captei várias imagens e, quando calhou o momento 'É! É!', achei que devia guardar e aguardar tema e, ou, vontade para a publicar. Entretanto, oh glória terrestre, eis que malembrei de experimentar filtros da aplicação do telefone, o qual aprimora, ou então não, fotos e, vai daí, que bonitas ficaram, como se desenhos fossem, feitos pelo punho de um artista. Digo isto a modos que ironicamente mas considero que quem criou esta ou outras aplicações quaisquer, de quaisquer âmbitos, é um artista – É! É! - que bem que calhou, sem prever nem antever nem nada. Ah, decidi fazer uma colagem com as quatro imagens, como estará bom de ver.

Acerco-me agora de uma imagem que consegui aquando do último avistamento da árvore amarela. Minto, tal o desenfreamento em escrever tudo e tudo e tudo. Não foi o último avistamento, o último foi ontem, sexta-feira, foi o penúltimo, ocorrido na quarta-feira. Pronto, não está assim tão longe, mas vá. Então, nesse dia tirei uma quantidade de fotografias e, logo que pude, pus-me a brincar com os filtros do telefone. A ideia inicial era extrair a cor de toda e qualquer folha amarela porque não havia, ainda, tantas quanto isso. A extração de cores consiste em restringir uma cor por mor de passar com o dedo por sobre a cor que se quer ver isolada. Quando escolhi o amarelo apareceram algumas folhas amarelas, mas muitas folhas verdes se lhes juntavam, suponho eu que por o verde derivar do amarelo. Ou seja: por mais que fizesse, a verdade é que não conseguia que somente as folhas amarelas sobressaíssem, já o contrário, pois que sim, sei lá eu por conta de quê, quiçá pelo contrário, se afinal o amarelo não deriva do verde... De seguida tive a ideia de extrair então a cor verde, o que fez com que o raminho mais amarelo que a árvore mantinha nesse dia apareceu-me em cinzento, bem como mais umas quantas folhas apareceram com laivos de cinzento. Portanto: concluí que, extraindo o verde, tudo o que era amarelo se 'apagava' e também se 'apagou' o vermelho da placa de sinalização que acompanha esta minha amiga há décadas. Para ali estão, dormem juntas e tudo. A seta em amarelo foi colocada a posteriori de toda esta movimentação, escolhi amarelo porque, pá, a árvore em questão é a árvore amarela, é este o tempo dela, o tempo da sua glória, o tempo em que o cognome que lhe inventei está de acordo com a natureza e blás e mais blás.

Resta o que está de resto, duas imagens que fotografei porque as achei ao estilo de 'ó pá tóin xiru!'. À primeira ainda planeei que, caso optasse por a colocar num post só dela, o intitularia de 'hi, welcome to another foto', porque afinal o boneco say 'hi' to the people around; à segunda planeei apenas juntá-la a todas estas e pronto.

E o que está mesmo de resto, agora é que é, agora é que me vou, é deixar escrito que, como prefiro escrever a fotografar e, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, pouco me importa o interesse que tem o que escrevo mas, contudo e todavia muito me importa o interesse que tenho em escrever, coloco os textos antes das imagens e não por entre as ditas. Amanhem-se, bem sei que são capazes.

Chegou o Outono

Chegou o Outono, o que me mostra estar na hora de publicar um vídeo feito no pino do Verão, aquando das férias. O tema não é novidade no blogue, já nessa altura me dispus a focar a crocância da areia e nesse dia fiz, não só um post no blogue, como um vídeo que publiquei no Youtube e ainda no Instagram. Portanto: tenho um post no blogue, um vídeo no Youtube e no Instagram onde apresento a ideia e hoje, e agora, venho deixar este mesmo post que resume isto tudo. Este meu lado de pessoa que vagueia nas netes não podia ser mais bem preenchido. Eu cá não sei que faça para o melhorar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

E a árvore amarela, ó Gina, hoje hás-la visto?
Hei-la visto, pois. De folhas amarelas, já há algumas delas.

Cruzes

Cruzei-me com a Uma Thurman. Não fosse ela actriz de papéis sexuais e não consideraria o seu olhar algo lascivo. Porra de cinémia, foi o que foi. Sim, inventei a cinémia, assim como inventei de me ter cruzado com quem me cruzei, era uma pessoa igual a ela, e duas pessoas iguais não são a mesma pessoa.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Ela depois

«Ah, ela depois vem cá e compra outra caneta», fez o primo este lindo comentário ao depois de o meu colega ter passado lá na papelaria dele para fazer a encomenda de todos os setembros desta minha vida de estaminés e que consta de uma agenda simplória, mas não badameca. Por no post anterior constar cadernos, devo dizer que nenhum foi comprado na papelaria do primo, mas no supermercado.

Cadernos novos

Tenho dois cadernos novos, uma da cor do mais da moda que há, lilás, outro em cores como o amarelo e o vermelho e o azul*. Gosto dos dois. De um, o lilás, gosto porque tem umas argolas que mais parecem moedas. Ainda não percebi onde pára o eixo daquilo nem conto perceber, sei é que é giro que se farta, parecem moedas, como já disse antes. O outro tem a frase 'do something fun today' em letras brancas e *fundo azul. Ora há lá conselho mais lindo...? Ah, os materiais. O lilás é plastificado, pouco vai importar que ande aos rebolões na mala, ou amarelo e vermelho e azul é em cartão rígido, Pouco vai importar que apareça com as pontas amassadas por andar aos rebolões na mala.

Sem resposta

O cliente, que mora nestes portugais lisboetas há não muito tempo, notou os piaçabas e perguntou para que servem. Apresentei-os como sendo bons para retirar restos dos pratos ou então da sanita. Quando percebi o que dissera, acrescentei que «são opostos, portanto». Não recebi resposta de volta. Claro que pode ser porque o cliente mora nestes portugais há relativamente pouco tempo.

Lisboa, Lisboa

Há três fotos antigas na memória do meu telefone. Gosto delas, não quero desprezá-las, mesmo que sejam tão passadas que já quase não faz sentido a sua publicação. Ainda assim, primeiro escrevo as coisinhazinhas acerca e depois é que as mostro.
A primeira é os estores da dona Maria do Céu. Há tempos pus aqui as portas dela, hoje ponho os estores. Anda em obras, a antiga morada dessa senhora, por isso é que o entulho foi aparecendo, acabando eu por bater estas duas chapas. Querendo visitar as portas da dona Maria do Céu feitas entulho, é clicar aqui.
A segunda é a visão de um beco lisboeta que por vezes percorro. É um pedaço de calçada que entremeia as traseiras de duas ruas, portanto: o que não lhe falta é quintais, arbustos e plantas. E até gatos. No fim e no princípio da calçada os prédios das ruas perpendiculares formam um túnel, sendo que um deles tem uns dizeres que, por preguiça, ainda não captei.
A terceira aconteceu porque gosto bastante de linhas. Na verdade foi só isto que a fez acontecer, nada de me pôr com nhó nhó nhós, qual quê. Até ficava mal, se afinal a foto está toda torta e o caraças.

Para aí umas seis

Dormiram para aí umas seis garrafas de bagaço no estaminé. Foi por favor, pediu o vizinho da tasca ao lado, que vinham entregar e que ele fechava antes dessa hora, se eu não me importava. Claro que não, ora essa, vizinho, então como e por mor de quê? Pronto, achei giro que seis garrafas, para aí, tivessem pernoitado no estaminé e quis que constasse no blogue.

Força, vontade e força de vontade.

Uma cliente fez grande espanto com a mudança que a gente fez, tantas coisas, coisas miúdas e tudo, como conseguiram e mais não sei o quê. Respondi algo dentro do comum socialmenteócomercialmente falando mas deu vontade de responder que usámos sobretudo o corpo, buscando força, vontade e força de vontade. Este post que podia ser do passado, só que não, e é até bastante curioso que o passado, sob esta temática, ainda nos visite.

Foros

Depressão:
(esquecendo Tristeza)
Fadiga
Mudez
Impaciência
Nervosismo
Astenia
Vazio
Escuridão
(do foro emocional)
Insónia
Enjoo
(do foro físico)

Sonho

Sonhei que tinha uma barriga enorme, género gravidez, contudo sem o ser. E só sei isto, que vim contar porque senti agora mesmo o coração a bater na barriga. Sério. Com espasmos em sintonia e tudo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Lisboa, Lisboa

Nos átrios dos prédios lisboetas as cores que imperam são o castanho e o verde, por isso gostei tanto de conhecer este em cinzento e bordeaux.

domingo, 19 de setembro de 2021

Toda a gente

Comprei umas calças pretas e básicas. As peças-base de vestuário, toda a gente sabe o bem que fazem ao roupeiro de toda a gente. Acho até que umas calças pretas e de corte básico – intemporal, vá, aquilo é o mundo a rodar e a rodar e a peça no auge da modernidade, para aí – são o meu – o meu! - little black dress, que diz que toda a gente deve ter um, ora, eu, como tenho por não merecer a pena tê-lo, tenho antes umas long black pants. E gosto.

Circulação com pena

Quando me sentei ao volante notei uma pena de pombo no pára-brisas, que voou quando ladeava o prado, amarelo por estes dias, que é a última recta antes da última curva que revela a última rotunda, que é a que acede ao parque de estacionamento do supermercado. Porra, esta pena levou um ror de tempo até ganhar asas, lá isso. Gosto de pensar que apreciou a minha companhia, daí demorar-se. Não gosto de pensar que circulava devagar.

Powers meio que

Chris Martin leva o dia cantando 'you've got a higher power', o que me lembra aquilo de levar a vacina contra o malfadado vírus, que somos recompensados com um super poder e tal e tal. É que nem dos powers rasteirinhos cá chegou algum, quanto mais.

Lugares

Ainda há pouco, concretamente: de manhã, vim dizer ao mundo do escondimento em que por vezes me encontro sem o querer de todo, que no fundo no fundo prefiro não me esconder, que andar à vista é que é bom (e bonito [e há 'bonitos' bons]), oh que chatice e tal e tal. Creio firmemente ser notório que um dos lugares onde me forcei a ficar foi no velho estaminé, já o outro, crendo também firmemente, contudo, por outro lado, não se nota nada, foi na igreja. Foi da experiência desse esforço que nasceu o post da espiritualidade. E lá ando eu a construir posts picanininhos e com links aos bués. Ai.

Calçada

A foto abaixo tem duas semanas e a ideia que lhe segue tem mais umas quantas.


Longe no tempo, registei um pensamento no blogue que terminava assim:
«um dia vou subir a calçada como se não houvesse amanhã»
Já me tem acontecido registar pensamentos, sem que todavia os entenda. Desses momentos, esta frase é a! frase. Um destes dias, num repente, deslindei a fórmula. Os amanhãs deixaram realmente de existir, eram aqueles em que era preciso rumar para o velho estaminé, não que precisasse subir a calçada, apenas percorrê-la, mas porque sentia que a escalava.

Contagens

Construí um post (o anterior) com as palavras em poucochinho e os links em muito. Vinte e oito palavras e quatro links. Um link a cada sete palavras. Jã agota fica a achega: os caracteres são cento e sessenta e nove.

Circulações

Então pronto, este fim-de-semana o Córdoba foi ao supermercado e à grande loja e a NC submeteu-se à colheita de figos, tão própria dos setembros acontecidos desde 2019.

Stalker

Continuo a ser ganda stalker, oh yeah. Primeiro vi a youtuber no salão. Depois, num vídeo gravado na varanda, notei cimos de prédios que, se não conheço de cor, conheço particularmente bem, e alvitrei a rua onde mora. Depois, vi-a sair de um prédio sito na rua que, precisamente, alvitrara. Vinha acompanhada, conversando alegremente. Já me tem dado vontade de me anunciar porque, num repente, fico com a sensação de que sou mesmo ganda stalker e que, se me anunciasse, deixaria de o ser. Se bem que não precise, de todo, de me considerar à espreita, afinal tudo o que acabei de contar são acasos da vida, não procurei. Às vezes custa-me aos bués este escondimento.

pui ós pigos

sábado, 18 de setembro de 2021

Dias de um Ginásio

Os dias em que não vou ao Ginásio são-me tidos como intervalos. Posso descansar com culpa. Posso aparvoar sem culpa.

14 de Setembro de 2021

Naquele dia percorri quase toda a avenida Duque de Loulé e, da rua Rodrigues Sampaio, deixei uma beca por percorrer.
é uma chatice que nesse dia a aplicação não estivesse com o pacote de línguas transferido,
daí a inglesice nos dados, quais steps, quais kcal,  quais quê, ora...

se eu não gostar de mim, ninguém vai gostar
(pronto, já se sabe que a verdade dói uma beca)

o nome

wi-falhas, chamei eu, há pouco, ao wi-fi, uma vez que o meu anda a falhar
fiquei deveras feliz com o achado

Obituário(s)

Os obituários não passam de meros registos ao estilo 'ponto final' de pessoas com quem convivi, se muito ou pouco não me interessa, interessa é que conhecia a pessoa e quero que a memória da sua existência perdure através do blogue, ainda que singelo e deveras longe de notoriedade, mas pá, fica aqui o registo, pronto. Contudo, desde que a minha sogra morreu nunca mais coloquei obituários no blogue. Este ano morreu a minha mãe e a questão intensificou-se. Quando a morte passa pertinho a gente sente-se, agora já encaro a morte como podendo efectivamente acontecer.
Fui pesquisar quando fiz o último obituário no blogue, não fosse errar em datas, e quase errei, quero dizer: vim fazer um obituário no blogue em 2020, o ano passado, mas é de um cão vizinho do lar, não amigo/cliente/visita do estaminé, que, um desses, o último foi em 23 de Fevereiro de 2018 (ver aqui).
Bom.
Então.
Não sei quantos obituários deixei por fazer, julgo que não muitos, e folgo que assim seja, pois claro, mas este post serve, ainda e também, para dizer que o senhor engenheiro morreu. Aquele senhor engenheiro a quem eu um dia vendi um artigo no meio da calçada, e que giro que foi. Este cliente foi mais um que comentou que o estaminé ficou mais bonito com a minha presença. Como habitualmente não recebo comentários no blogue, passo ao lado de falsas desculpas para com a presunção que mostro na frase anterior.

Automóvel de matrícula portuguesa

Às vezes ponho esta macacada no blogue (título) com a ideia (unicamente) de igualar a minha viatura a (quase) todas as que têm (precisamente) a matrícula portuguesa. Bom, isto era um à-parte que serve para sei lá o quê, como serve toda e qualquer uma das merdices que ponho no blogue. Mas o automóvel. Acontece que o motor do dito é igualzinho a outros dois, mas de marcas diferentes, portanto: soa de igual modo. Então, na minha vidinha particularmente engraçada, se quando ando por Lisboa ouço qualquer um dos três motores, logo pressinto o meu motor e, na sequência, percebo se o é num todo, quero eu dizer marca e tudo e tudo, ou é algum dos outros dois. Tenho um ouvidinho do caraças. Devia (mesmo) ter seguido a carreira musical.

casalinho

as crianças fazem com leveza aquilo que os adultos reprimem

{a consciência não se dá com a pureza, não são um casalinho}

Equilíbrio. Diz que se trata sobretudo de «nem sempre nem nunca». Concordo.

Bolachas

Fui à loja de bolachas ver de como estão e de como sabem. O trato da funcionária foi gélido, podia vender frigoríficos ou cubos de gelo, sempre tinha mais a ver. Umas vezes indigno-me com estes tratos, outras, por junto, comparo-me-se-lhes. Ai, adoro estes amalucados tempos verbais, tanto que, ademais, nem o corrector ortográfico mos mostra como incorrectos, digo eu aquela linhita ondulada, vermelha, a caracterizar, qual quê disso, não. Mas a comparação. Em certos dias podia vender bolachas saborosas e crocantes e, em uns outros, se vendesse cubos de gelo ao saquinho de duzentes'chinquenta é que o negócio era negócio. Bom, na verdade não sei como sou, se num repente me acho simpática, pensando mais, e melhor, pois que não. Então: outros que o digam, em querendo. O certo mesmo certo, é que quando um atendimento público me desgosta, reflicto se, e hum. Mas as bolachas, que, já agora, vim cá para isso também. Escolhi tudo aos pares, porque seríamos dois a comer – eu e o meu colega. Escolhi quatro tipos mas só malembra de dois: lagartinhos e bolachas algo caramelizadas. Os lagartinhos eram muito bons, textura e sabor no ponto. As bolachas é que, pronto, nem por isso. O que lhes notei foi sal a mais. Sabiam bastante a manteiga, o que aprovo, mas salgada. Às tantas é o caramelo salgado, do qual até nem gosto assim tanto. Compreendo ideias em oposição – neste caso: doce/salgado – mas esta não me apraz. Dos outros dois tipos, pois que já não malembra de nada. Sei é que chovia em Lisboa e que a caixa das bolachas chegou ao estaminé com pingos em si. Usei a aplicação do meu telefone para intensificar os pingos, pondo o filtro 'impacto' no seu máximo, ó:


1934 x 100

Retirei a chave, para a reconhecer. É fêmea, tem furinho, recebe o espigão que a fechadura tem no seu interior, por isso é 1934, que é a referência que escolheram. O 100 é o comprimento, em milímetros. Na versão macho as características estão trocadas, o espigão está na extremidade da chave e quem recebe é a fechadura, escolheram 1933 para referência. A escolha pode ter que ver com falta de tempo, quiçá se tenha tido pouco para busca, ou a impaciência no comando. Às tantas é o ano em que nasceram, o que não espanta. Quero dizer: a mim, não.

Estacionamento

Não são poucas as vezes que me ponho no gozo com o meu colega: «Já viste onde o Tempra está estacionado?» Isto acontece porque ele diz que o condutor dessa viatura é descuidado. Fico-me por um só adjectivo, não escondo quem sou e por onde ando, vai daí... Ainda por cima o dito condutor é coxo e há tão poucos em Lisboa que facilmente alguém o descobre. Coxo - ah caraças, outro adjectivo. Mas o Tempra é o Tempra, aí não toco, seria retirar-lhe o miolo, murchava rápido bem rápido, de oco e oco que ficaria.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

'quint' estões'

Dizia sua majestade, agarrado ao piaçaba de argola ao meio, com as duas mãos e tudo, que ainda se lembra de a mãe o mandar ir comprar daquilo a 'quint' estões' cada um e que mesmo assim ainda era caro. Pronto, piaçaba não combina com majestade, lá isso.

Passamos, inseguras

Passa Lucrécia ao largo e faz como eu faço quando me cruzo com a montra bonita – não quero olhar para não ter que escolher quem está lá dentro. Sim, quem.

Conversa telefónica

Em conversa telefónica com um agente de Seguros, ultimávamos a questão com perguntinhas incontornáveis, ele sendo profissional e simpático e tal e tal, quando ouvi o seguinte...
Peso:
Os dois pontos é eu a transpor aquilo que ouvi para o modo escrito. Foi uma afirmação expectante, não sei como traduzi-la melhor. No seguimento, eis a Gina espontânea...
Peso?! Bolas, ainda bem que isto agora está mais ou menos, senão...
Não completei a frase, deixei que a ideia - ...quando terminássemos a conversa eu ia chorar para a casa-de-banho! - ficasse comigo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Muita gente

Certo dia desta semana li no Instagram que muita gente tinha acordado com os trovões. Eu idem, só que não me pronunciei. Raramente me pronuncio quando as questões são as de muita gente. Idem para as que atraem pouca gente. Talvez no meu íntimo julgue que não vale a pena em qualquer dos casos deixar a opinião. Se é igual, não vai marcar porra nenhuma, se for desigual vai marcar porra nenhuma. Bom, pelo menos há uma certa coerência nisto tudo. Ademais isto é tudo montes de importante.

Sonho

Sonhei que ia de viagem usando para tal uma bicicleta. O destino era um, que não recordo, recordo é que tinha praia. Havia também a particularidade de estar a viajar sozinha, coisa que nunca fiz. De vez em quando parava, encontrava pessoas com quem falava gostosamente e retomava o itinerário que havia largado. Contudo, encontrava uma dificuldade: apareciam cortinas à minha frente, tapando parte do caminho. Parte. E era a custo que as retirava. Retirava, retirava.

Um dia percebi

Um dia, há qu' anos!, percebi que todas as pessoas contêm em si todo o tipo de sentimentos, embora uns mais disto e outros daquilo, dependendo, oh quantas vezes, das circunstâncias para tomar atitudes inesperadas, ou mesmo contrárias à sua natureza. Nos últimos meses a minha maior demanda tem sido distinguir o que faz parte da minha personalidade e o que não. Isto passando pelos defeitos e virtudes, evidentemente. Se consigo? Consigo. Se acredito que apurei a verdade? Não. Sou duvidosa, volátil e insegura. É a minha natureza, pronto.

Dois lugares

Foi em dois lugares que me forcei a ficar, não apenas num. Às vezes lembro-me do outro lugar onde me forcei a ficar pondo na cabeça que o estava a fazer por mim, só que não estava. Era os outros, os outros, os outros. Eram. Foi essa a primeira vez que pensei nos outros a fingir que pensava em mim. Assim é que foi. Era.

Coisas

Há o egoísmo, que, se não o tenho:
ou estou tramada com a vidinha
ou aprendo com o que a vida oferece
ou ando sempre preparada
Só por dizer que não ando preparada, as pessoas sempre serão surpreendentes e, obviamente, as surpresas podem não ser boas. Então porto-me como pessoa egoísta e só penso em mim, que bem disposta que continuo a estar. Está-se bem-disposta/o ou é-se bem-disposta/o? Sei lá! O blogue é o único lugar onde não é preciso saber coisas.

Desconfiança

Se a desconfiança é legítima, porque afinal as pessoas reagem como reagem e acabou a conversa, o a-fazer é relativizar e esquecer. Vai-te embora. Sai daqui. É tãããããão difícil.

Dia de (disseram na Rádio)

O dia das pessoas que falam durante o sono, disseram há dias na Rádio, sendo a frase mote: «o que não digo de dia, digo durante a noite!» E eu, pronto, que sim, que me calo umas quantas vezes durante o dia, umas em esforço, outras calha assim, e durante a noite é pumba e coiso, falo. Só por dizer que o que digo é ininteligível. É uma língua estranha, que não traduzo sempre.

«Le 15 Septembre»

Quando foi dia quinze de Setembro (ontem) lembrei-me que a expressão «le 15 Septembre» constou-me quando andei no Ciclo Preparatório. Em França, o meio de Setembro era o regresso às aulas. Eu pensava que giro que era os meninos saberem que naquele dia e não noutro qualquer davam início à vida escolar, sem desvios. Quando entrei no Ciclo escolhi o francês como disciplina de língua estrangeira porque o meu irmão me disse que o inglês era fácil. Sério. Pensem numa Gina com dez anos e armada ao pingarelho, por favor. Obrigadinha. Cresceu-me o gosto pela língua tanto e tanto que continuo a gostar muito dela, gosto até bem mais do que de inglês.

3/16, rosca da velha guarda, amiga do peito

não mudes nunca

Graminhas

Já o Outono se mistura com o Verão, quero eu dizer que está de conluio, ó:
Mil cento e quinze gramas de bananas
Quinhentos e trinta gramas de uvas
Duzentos e setenta gramas de clementinas
Trezentos e setenta e cinco gramas de dióspiros

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

domingo, 12 de setembro de 2021

pui ós pigos

Verticalidade.
Diz que as fotos na vertical apanham tudo.
Discordo.

Dias de um Ginásio

«É personal trainer, às terças e quintas, agora não falho» contou-me uma conhecida. Ter um professor em exclusivo é produtivo porque 'pôr o pé em ramo verde' (velho ditado que diz o povo) não vai dar. Por isso é que por vezes sou descuidada. A minha semana conta com:
1 aula de Pilates; 2 circuitos em 4 aparelhos de musculação; ½ hora na passadeira; alongamentos – às segundas
1 aula de Localizada; ½ hora na passadeira, alongamentos demorados – às quartas
½ hora na passadeira; 2 circuitos em 4 aparelhos de musculação; alongamentos – às sextas
Quando me digo descuidada é no sentido de não variar lá muito de treino. Obviamente conto com as variações que a professora que comanda as aulas de grupo, vá que me apoie aí para variar, contudo, no que mando eu, não vario lá muito não.

Percorrendo. Antes de mais; principalmente.

sábado, 11 de setembro de 2021

Dia de (disseram na Rádio)

A propósito daquilo dos 'dias de', no outro dia, aos nove de Setembro, foi dia da grávida. Ora do que é que me lembrei logo logo logo...? Que estive grávida duas vezes e em nenhuma calhou de estar nesse dia. Não é coisa do foro 'ó pá tóin xiru'? É. E é também quase certo que já apontei isto no lbogue... ai perdão, blogue. Não, não vou pesquisar onde nem quando, deixo assim, o mundo inquieto, palpitando.

Da janela

O puto aqui do lado jogou um téni dos dele lá para baixo. Ouço a mãe ralhar e ameaçar castigos. Vasculho a memória e encontro que uma vez o rico filho jogou uma casca de banana e outra vez um caderno (ou talvez um livro) escolar da mana. A rica filha, que me lembre, não jogou nada.

Revelações absurdas

Pois é, não gosto daquele tabuleiro para pôr os talheres que a (ainda nova, vá lá) máquina da louça tem. Eu nunca tal tinha visto, sempre as possuí com cesto, qual quê de tabuleiro, ora essa, nem sabia que podiam ser assim. Já sei que não tem jeito nenhum espalhar os talheres ao calhas, digo eu jogá-los sem razão ou sentido, separá-los ao menos um pouco e carregar no botão. Sei porque já o fiz e não ficaram bem lavados. Mas as colheres é que são o maior problema desta importantíssima questão. Imaginei um mundo perfeito onde as colheres fossem furadas e que todavia pudessem segurar sopas e molhos. Não passou da imaginação, claro está. O que acontece com as minhas colheres dentro da minha máquina, obviamente estou aqui para falar de mim, é que a força da água as vira ao contrário. Mesmo eu sendo zelosa o suficiente para que todas as colheres estejam com a convexidade voltada para cima, jorra a água em alta velocidade e pumba, vira-me as colheres, que seguram a água, que só secam passando o pano, ou virando-as ao contrário e esperar umas horas. E não vale a pena pô-las logo em modo concavidade. Não. A água enche-as e mantém-nas nessa posição. Posição seguradora de águas. Que frase tão gira. Podia ser uma coisa ao nível kamasutra.

Aquele que sabe

O post anterior fez-me lembrar de um um itenzinho que tem tomado por abrigo, precisamente, a minha cabeça, mas no abstrato – a minha mente – tratando-se então do seguinte: há dias houve para ali um reboliço na top-case da mota e a viseira do meu capacete apareceu riscada. Não é que faça grande diferença, sou pendura e o sítio afectado não é logo na frente mas na lateral. Ocorreu depois que o Luís telefonou para o amigo das motas para apreçar uma viseira nova. Não foi preciso dar grandes pormenores, mesmo que este amigo das motas me tenha visto duas ou três vezes, o certo é que ele soube de cor que o capacete que enfio na mona é da marca Airoh, do modelo Movement e de cores tem-nas em branco, azul e vermelho. Na mouche 'migo, é que nem mais, ó pá tóin xiru! Notazinha que serve para mais enlevar o dito amigo: eu nem o modelo daquela porra sabia.

Dias de um Ginásio

O usual é pedir na recepção que me guardem o capacete na salinha contígua. É usual também que outros motards peçam este favor, só por dizer que, quando peço para mo guardarem ou mo devolverem, chamo-o de 'a minha cabeça'. Em certas circunstâncias da vida encontro extensões de mim e o capacete é uma dessas, não há aliás elemento com mais importância no arsenal de um motard do que um capacete, por isso é que lhe chamo cabeça - «Olha, dá-me aí a minha cabeça, por favor.»

Pendendo. Antes de mais; principalmente.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Lisboa, Lisboa

Posso entrar. Sempre. E encontro uma casa sombria e entupida de fotografias, livros, bibelôs e mais toda a sorte de bugigangas. Gosto da fila de sapatos e chinelos, alinhados com a banheira. É aliás a única visão de registo simples, no mais teria que passar dias lá dentro, explorando, olhando, retendo, concluindo, escrevendo. Olha, acabei de resumir o meu processo de escrita. Ah! E fi-lo de uma vez. Mas a casa da dona Genoveva é incrivelmente bela, que disso não se duvide. Só que o crivo é apertado, escorrem os assuntos devagar. Teria que lá viver alguns dias, é isso, é. Mas posso entrar, e sempre.

Lisboa, Lisboa

Descia a avenida e encontrei uma figueira. De um ramo pendiam vários figos e houve um que me pareceu bom para colher. Colhi-o e arrependi-me quando notei o líquido branco brotando do interior, o que indica imaturidade. É uma chatice, pá. E eu que gosto tanto de figos logo fui dar cabo de um. Oh. Como o adivinhei impróprio para consumo, lancei-o para o alcatrão. Ora acontece que inclinação é com aquela avenida, só vos digo, de maneiras que, pá, o figo rolou sem reservas até que a rota se lhe modificou e pumba, estacou por mor do lancil. Fiquei cheia de pena de não comer o figo, mas pronto, regozijei-me com a extraordinária viagem. Estou também a lembrar-me que dei cabo do ecossistema, já que o alcatrão não vai absorver os nutrientes do figo. Este figo tem uma história de vida do caraças. É até capaz de os bichinhos não o querem por causa da imaturidade. Oh vida!

Quintal

No quintal da amiga andava uma folha de azevinho. Caíra. Para ali estava. Não zanzava porque não havia vento. Tinha um aspecto doente, talvez por isso se tenha soltado da mãe. Morreu, vá. Vá e por assim dizer. À despedida resolvi trazê-la e depois pu-la dentro do caderno do momento, colando-a, não fosse cair outra vez, pobrezinha.

Clínica Veterinária

Encontrei o senhor Adeodato logo que entrei. «Olá senhor... Adeodato!», cumprimentei eu, pessoa montes de conhecida na praça que sou. O certo é que me ia saindo o nome que lhe dou no blogue, Adeodato, precisamente. Mas, o giro giro giro, é que foi giro (ai) ver este senhor acompanhando um cão peludo e fofo, não combina. Quis fazer-lhe uma festinha, ao cão, e ele afastou-se. Pronto, nem toda a bicharada tem que ficar em êxtase só porque lhes chego a mão, né?

Não ouço

Há meses que não ouço rádio de manhã, quando em casa. Em certa altura aborreceu-me, os locutores eram muitos e, de certa maneira e uns mais que outros, atropelavam os dizeres e isso aborreceu-me. Aliás, há até bastantes meses, presumo que vá no ano e tal, que não sou despertada pelo despertador, item que, também, presumo que já tenha colocado no blogue. De repente deixei de precisar de ser despertada e juntou-se tudo nisto de deixar de ouvir rádio de manhãzinha. Não sendo bem bem bem por isto que vai num carradão de tempo que não dou conta daquilo do 'Dia de...', a verdade é que não ouvir logo pela fresca algum dos locutores anunciar se é o dia disto ou daquilo fez com que abandonasse o tema, o que lamento. Sério. É giro pra caraças desenvolver assuntos que não interessam. Digo que não interessam, porque, por exemplo, os 'dias de' podem ser uma parvoíce qualquer, como por exemplo o 'dia da pessoa mais esquecida que conhece'. Este existiu mesmo, fui buscá-lo ao Instagram, sei que esta publicação também se faz por lá, pesquisei e trouxe. Mas pronto, eu bem sei que todos os dias são dias, todos os dias podem ser dias de uma parvoíce qualquer, todos os dias podem ser dias de um evento bonito e capaz, ou até importante, ou tudo junto. Eu, com isto dos dias, tenho uma relação dúbia, sou cá uma maluca, encorno ambos os lados, portanto:
gosto que os dias não sejam especiais para que em todos encontre uma especialidade qualquer
gosto que os dias sejam especialmente dedicados a um tema para os tornar efectivamente especiais


nota: vou-me abster de revelar qual a pessoa mais esquecida que conheço, sei lá, não fica bem dizer que sou eu
(é que eu sou a pessoa que melhor conheço)

Caixa de óculos

Olá, o meu nome é Gina e tenho uma caixa de óculos. Sempre tenho ouvido contar histórias de óculos desaparecidos, pessoas que se esquecem onde os puseram e correm tudo para os encontrar, pessoas que vão ao cúmulo de andar à procura deles com eles assentes no nariz ou na cabeça. Pois bem, há uma outra distração, descobri-a no outro dia, aliás: vivi-a, trata-se de procurar os óculos fora da caixa mas tê-los guardados dentro da dita. Portanto quer isto dizer que a figura que eu procurava era os óculos e ter a caixa deles à minha frente de nada servia. Quero dizer: serviu! Serviu quando calculei: «Ah, espera lá, se calhar já os tinha arrumado...» E tinha.

adenda:
terminei o texto acima e fui fazer o meu lanchinho, constando de um pêssego sumarento e doce, pousei os óculos ao lado da máquina de café, que, para já, não preciso deles para comer, mas, quando deles precisei, ai a porra das vírgulas, tive que os procurar até os encontrar, o que demorou uma beca

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Circulações

O Accord rumou direito à Galiza pela derradeira vez nesta vida. De passageiros: Paquita e Manolo. Vieram despedir-se, e eu: adeus 'migos, até um Agosto desses. Percebi que tinham fugido a tempo quando o Leaf do meu fornecedor fez marcha-atrás para percorrer a rua ao contrário porque uma ambulância impedia a circulação no devido sentido. Eu havia demorado as consultas ao seu catálogo de consumíveis no âmbito da bricolage, ou mesmo de profundas obras. Ah, da ambulância é que só sei 'ambulância', que eu de carros não percebo nada.

Clínica Veterinária

Num dos balcões está um recipiente amarelo com tampa vermelha que não duvido seja o das agulhas usadas pela senhora vet. Digo-me sem dúvidas porque durante algum tempo observei o senhor doutor retirando-me as agulhas de acupuntura e jogando-as para dentro de um recipiente igualzinho àquele. Mas que acordo maravilhoso por entre medicinas, lá isso.
Eu zanzando por mor de afazeres, um cão acordando no recobro. Falei-lhe, «oh tu estás aí; ah que tal vai isso; olá 'migo, então; hum, não consegues segurar a cabeça, ai ai ai». Contei ao meu colega a alucinação em que o bicho estava e ele disse que reconhecerá a minha voz para sempre. Isto caso algum dia me ouça de novo, claro.
A senhora vet estava de cotovelos apoiados na marquesa enquanto cortava as unhas a um gato acabado de ser anestesiado para uma cirurgia. E eu, confiando que a anestesia é coisa que leva o seu tempo a estar nos conformes, não contive o comentário meio começado e por acabar: «... enquanto espera, aproveita...» De volta recebi um sorriso, adivinhei-o por baixo da máscara.

pertinência e veemência

A uma questão pertinente do meu colega, a cliente respondeu cinco vezes não. Cinco. Veemente, a cliente, à conta do altíssimo número de nãos, pareceu-me.

Será ou não será

Aquela senhora que avisto do meu balcão vai para três décadas e que reconheço como sendo a do cabelo impecável levava um fio solto. Oh. Causas prováveis:
a contraluz proporcionou a visão
agora o cabelo é de um castanho mais claro
No mais: este foi portanto um momento de irrepreensibilidade capilar perdida. Apenas um momento, será ou não será.

Pequeno-almoço

Tenho a fome debaixo da fome que não tenho. Tirei uma fotografia à chávena de chá, que não publico por falta de vontade.

Sonho

Sonhei que tinha comprado muita roupa e que era toda de Verão porque tinha pouco pano. Muita roupa e pouco pano, percebo agora, na vida real, os extremos.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

não é um nem outro, é um outro

foto: uma qualquer
ou: coisa assim

«ainda não é noite cerrada, quando for faço outro filme»

«ainda não é noite cerrada, quando for faço outro filme» tinha eu dito, e fiz
é certo que, passando o comboio, se vê uma certa claridade, o que é justo, é para esse lado que o sol se põe
mas o vídeo, ó:

é da senhora da limpeza,
por isso a alindei

uma repousa, outra espera
(ou ambas tudo isso, vá)

sábado, 4 de setembro de 2021

Jamais

Embora tivesse cruzado caminhos religiosos em tempos remotos, jamais me considerei religiosa, julgo que por me ser difícil colaborar ou fazer parte seja lá do que for. A somar: com o passar dos anos surgiu todo um rol de dúvidas e um dia desliguei-me por completo desse mundo. Porém, actualmente, não é que descreia na existência de Deus, mas... Hum, e se, afinal, pá, existe...? Percebo que estou no lugar mais confortável, seguro e cobarde que há: tanto se me dá que exista, como não, vou andando com a minha vidinha repleta de coisas comuns, igual a toda a gente, sem certezas, sobretudo sem querer tê-las, o que também contém uma boa dose de preguiça, que eu bem sei que sim. Melhor me é atentar no que vejo e sinto, porque isso, mesmo que inventado, (e quantas vezes o é...) a mim pertence, fui eu que fiz, vi, notei - eu - e daí nasce uma verdade que ninguém - senão eu - pode destronar. Deleito-me com o cheiro do ar, o brilho do prédio amarelo, o que acontece às plantas. Isto são tudo verdades e nestes exemplos há uma espiritualidade que me preenche, nunca fui tão permeável nem disponível como agora, e isto nada tem de oposto à religião. Ser religiosa é isso: permeabilidade e disponibilidade. Bom, é consabido que este tema é inexplicável, o principal registo que queria fazer é que nunca fui tão espiritual como agora e queria que se percebesse que essa espiritualidade efeito-causa não passa pela religião.

Não te chamas, chamam-te

O Antunes chamou-me pelo nome, o que estranhei, já que a cena dele é 'juventude' isto, 'juventude' aquilo. E não é que ache o tratamento ruim, nada disso, o Antunes só trata assim o pessoal que considera. Mas, mais giro que o chamamento do Antunes, foi que, um cão que nunca me havia visto (digo isto porque o avisto diariamente no passeio do lado de lá da rua, portanto sei que existe, mas ele não me conhece) veio direito a mim para me cumprimentar. Quando parou vi-lhe o focinho fofo, o ar suspirante, aspirante. Esperava festinhas, pronto. Como estava de boca aberta vi que a língua dele era azul. Desconheço se é normal ou então não. Sim, é possível que o gato do sonho (post anterior) tenha descido por influência deste cão.

Sonho

Sonhei com um gato azul, de peluche. Não todo azul mas todo de peluche. Depois, em grande animação de pessoas, sei lá, uma festa, um encontro familiar, o que seja, alguém o desfez e o comeu por partes. Sério. A pessoa comeu todo o peluche. E dizia-o bom – «hum-hum, é bom» e eu fiz grande espanto - «pá, mas tu comeste pano?!» E pano piloso, penso eu, agora que estou na vida real. Mas pronto, de momento era isto. Isto é: ando numa de sonhar com gatos.

1 de Setembro

Hoje é 4 de Setembro, não, 1, mas a foto abaixo é desse 1, dia em que, andando por Lisboa, para além de ter feito um post, também tirei uma fotografia a uma linda, e grande, nuvem. A ideia era alindar o post com ela mas desisti, sei lá por conta de quê, nem isso importa assim tanto. E hoje dei por mim a achar que devo mesmo publicá-la porque é uma linda nuvem, e grande. Entretanto, anteontem, num repente, notei uma linda nuvem ali para os lados da casa dos bichos-gato, já que era dia de Gina e fiz logo um grande filme, ah, que tal captar todos os dias uma nuvem em Lisboa, depois agrupá-las a um segundo cada uma, musicar e tal e tal, que bonito ia ficar. Então e se não houvesse nuvens todos os dias de Setembro? E nem todos os dias estou em Lisboa nem nada. Desisit... ai perdão, desisti da ideia e foi aí que me resolvi a publicar a foto. Fui buscá-la ao lixo e tudo. Talvez por isso não me tenha apetecido endireitá-la, afinal a espontaneidade acarreta a desculpa, né? 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

amarelos

Lisboa, Lisboa

Percorri toda a rua que em tempos percorria para ir buscar o rico filho ao Jardim de Infância. Ia comigo somente um registo mental, o qual, oh, não existe mais. Tratava-se de uma loja de escadas, tinha-as de caracol, feitas à medida, como as outras, aliás. Era corrimões em expositor e isso assim. Corrimãos também dá, embora goste mais de corrimões. Sei lá, dá-me jeito, mãos é só para mãos. Depois dei uma volta tão grande que passei rente a uma quinta enorme, com nome de Quinta e tudo, e, não soubesse eu onde andava, duvidaria que estava em Lisboa.

Falta(va) 1 canto

Sim sim, oh sim, faltava este canto. Os cantos de um espaço no geral são quatro e no outro dia apresentei três. Então vá.
Este é o canto que encontra ao seu lado esquerdo quem tiver a felicidade de entrar no espaço.
Este é o canto que encontrava ao seu lado esquerdo quem sentia verdadeiro júbilo por entrar em tão afamado espaço.
É claro que estou a exagerar, a fingir festividade, a ser irónica. Tudo coisas que ninguém pediu, mas é que.
Onde está este balcão (foto), que é alto que se farta estava dantes um móvelzinho tão bonito quanto velho, que aproveitámos para pôr neste estaminé. Na altura servia de aparador para a peça de ferro onde apoiávamos as chaves para as cunhar. Ora, para tal, era preciso um martelo e o próprio cunho. Havia também um montão de limas folha de oliveira para retirar limalhas e polir arestas das chaves novas. O telefone fixo também era aí que vivia os seus dias telefone. Hum. Pois. Telefone fixo... Daqueles com fio e tal e tal. O pobre, pá, eu sempre conheci este pobre diabo em cima das listas telefónicas. Sim, sim, listas telefónicas. Claro que nos últimos anos aquilo era uns livrinhos, que já tudo havia desistido de pagar esse género de publicidade, tudo virado para as netes e mais não sei o quê. De volta ao novo balcão, parece a mim que faz de recepção aos clientes. É bem jogado, afinal é a entrada. Eis a foto.



nota:
usei esta foto noutro post, aqui há dias, para além de gostar bastante dela, combina extraordinariamente com o tema desse post

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Dá aqui uma ajuda

Um cliente veio saber de impermeabilização de esgotos e, conforme ia dizendo, assim dançava. Há palavras tão difíceis de pronunciar que a gente o mais que pode fazer é mexer outras partes do corpo para ajudar a língua nestas artimanhas.

Sonho

Sonhei com o Miau tão pequenino e fofo como quando o conheci e não era amarelo mas cor-de-rosa. Encontrei-o enrolado em lençóis e cobertores. Há muito tempo que não vejo o Miau, agora terá decerto o tamanho de um gato adulto e pode até ser continue com partes cor-de-rosa, como um dia anotei no blogue. No sonho apareceu também a Lila, a cadela do corpanzil. Qual quê de não aparecerem os dois, nada disso.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Lisboa, 1 de Setembro de 2021

1 de Setembro é hoje o dia e saiu Agosto ontem aos seus 31 dias. Se Setembro não entrou a gosto, entrasse. Se Agosto quisesse ficar, ficasse.
Bebi um café no primeiríssimo lugar da musa. Revi a livreira mais simpática e também a mais velha. Revi até outras caras de lá. Antes havia perguntado se ainda serviam cafés, que sim, que já lá iam. Nada de especial, o café, já antes o não era, mas valeu o rever. Só revi, não revivi, isso não, mas gostei do momento. Depois fui em modas e percorri o caminho que, nesse tempo, era o de todos os dias.
Agora é que a árvore amarela faz jus ao cognome que lhe arranjei. Amarela já vai estando, mais amarela se vai pondo, até amarelar de todo e de todo desnudar.

sopesar actuando como sinónimo de equilíbrio
supondo que lido com outra coisa (qualquer)

Sonho

Sonhei com o cortar da melancia da maneira tal ou então de outra qualquer. Melancia, melancia, melancia. Gosto de melancia e até já o nepalês da frutaria sabe disso. E note-se que esta parte não é nenhum sonho. Hoje perguntou-me se era o meu almoço ou então o jantar, ao que respondi vir a ser o lanche. Perguntou: «O lanche? Come só fruta?» E eu que sim. Quis ainda saber se não como carne. E eu: «Pouca, muito pouca.» «Pouca? Oh my god!» brincou ele. Não, não sei por que caso ou figura ele pôs a chicha na conversa, mas pronto, ele tem piada, lá isso tem.