quinta-feira, 31 de março de 2022

Cantarolam

O efeito que tenho nas pessoas é pô-las a cantarolar. Sério. Devia dizer que é principalmente nos homens mas ainda há bocado a senhora fez o mesmo logo que entrei na cozinha para requisitar o pano do pó. Eu que não fique com manias apalermadas mas é.

Lisboa, Lisboa

Pessoas no meio do caminho são aquelas das pernas estendidas e mostradoras das suas cruzes, das suas dores. Há quem se desvie destas visões. Todos, na verdade.

Lettering

Se apresento os salva-vidas a bebés (na eventualidade de enfiarem os dedos nas tomadas) em etiquetas manuscritas, então também as fichas para cloche assim serão apresentadas. Imagine-se toda uma carreira de caixas em cujas etiquetas se veja umas coisas em manuscrito, outras em letra de imprensa... Fica uma apresentação descuidada, poi zé. Que horror. Jamais.

Sonho

Sonhei que o creme de rosto me punha a cara tão jovem mas tão jovem que me assemelhava a uma chinesa. Pode o sonho ter descido por eu gostar tanto de arroz. Pode o sonho ter descido porque quando andava na Primária tinha um colega que, por ser fanhoso, me chamava China, e eu respondia-lhe toda lampeira que 'não sou chinesa e o meu nome é Gina!' Pode ser. Oh, sei lá eu. É que nem sei se pode, quanto mais.

quarta-feira, 30 de março de 2022

é diferente, e o pior é que não é para melhor

faço caretas ao espelho porque, depois, é fixe perceber que, afinal, não sou assim

Toca o telemóvel

Toca o telemóvel do cliente, que atende. Percebo que o teor da conversa é a requisição da sua presença lá em casa porque o ouço responder assim:

«Ah, está bem, eu chego lá daqui a já!>>

#cortacortacorta

Há muito tempo que não cortava bocados de plástico aos quadradinhos.

Soube mesmo bem.

Números

O post anterior é o 11233. Este é, obviamente, o 11234. Tudo números agrupados de uma forma detentora de montes de piada.

verdinhas verdinhas verdinhas

Não estão ainda verdinhas verdinhas verdinhas as folhinhas da árvore amarela. Estive lá, mirei e remirei, fotografei. A foto não faz jus ao tema e ao aspecto dos rebentos, focou-se nos ramos mais acima, contra a minha vontade, focou-se até no céu, e não era isso o que eu queria, então eliminei-a. Não considero ainda que o que aparece nos ramos da árvore amarela são as folhinhas, embora possam até parecer. Não. Por isso inventei que serão detentoras do epíteto quando as conseguir captar. Aí sim.

choco

eu não! era mulher para comprar pão com tinta de choco, mas calhou de mo oferecerem
a cor é porreira para treinar o instinto logo pela manhã, não dá para perceber quando as torradas estão torradas, então é usar o instinto

post nas horas

mudou a hora automaticamente em todos os relógios menos no do fogão
não acordei mais cedo, o que me espantou
acordo agora à mesma hora e, portanto, com a mesma claridade, só por dizer que é mais tarde nos relógios

domingo, 27 de março de 2022

Março

Março é o mês em que relembro que tenho pernas. O momento 'ah, eu tenho pernas!' aconteceu para aí há três dias. A foto é uma encenação acerca do já corriqueiro, porém memorável, momento.

sábado, 26 de março de 2022

Lisboa, Lisboa

E não é que já pouco resta ao mês de Março e eu me esqueci de ir fazendo chegar ao blogue quantas e quais das vinte e seis árvores sitas na rua mais bonita de Lisboa têm folhinhas verdinhas em seus ramos?! Pois que já não vou a tempo de fazer as contas. Aliás, eu fazer uma conta, fiz, fi-la ontem, logo que me lembrei deste esquecimento e me pus então a contar quantas e quais, lá está, e estão todas. Tenho portanto as contas feitas. O que posso fazer para prolongar esta interessantíssima questão, e quero fazer, é contar quantas e quais têm poucas folhinhas, quantas e quais as têm mais ou menos e, já agora, quantas e quais se mostram preenchidas, frondosas, felizes.

Vou fazer

Vou fazer bolo de abóbora a usar a receita do de cenoura. Sempre quero ver se sai em bom. Num repente estes legumes assemelham-se mas depois de pensar um bocado concluí que a abóbora é mais seca e quebradiça, o que pode resultar num bolo menos bom. Também lhes noto semelhanças no sabor, que é sobretudo doce.
Vou fazer cheesecake com restos. Restos de queijo, restos de bolachas. No mais é inteirices, como o açúcar e a gelatina. Ou o leite condensado. Apetecia-me usar açúcar. Vi até no outro dia uma receita de cheesecake sem gelatina para solidificar. Fica assim como que um creme, não dá para fatiar, óbvio, mas deve ser bom na mesma. Também acho que a base não leva tanta manteiga ou lá que é. Vai-se a ver e é fit ou uma porra qualquer do género.

Quatro letras, 3

3, alta
2, alvo
1, alma

Se um dia me canso desta lenga-lenga? Claro! Mas então...? Oh, isto é só mais uma merdice no blogue. Calhando espero mas é pelos bês. Calhando faço só duas ou três de cada letra. Calhando largo já isto.

Quatro letras, 2

2, alvo
1, alma

Quatro letras, 1

Há tempo anunciei no blogue aquilo de as matrículas agora poderem formar palavras e entretanto já avistei a primeira, que calhou de ser 'alma', ai ca xiru!

1, alma

11222

É o número de posts em que vai o blogue, o que pus no título, achei uma junção engraçada, daí o registo.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Duas

Arranje-me uma folha de serra, pediu o cliente. Ah caraças, quisesse ele duas, o que seria...

Cabelo

Estava um cabelo preso entre o espelho do interruptor e a parede. Adejava, glorioso. Corre sempre um arzinho, seja lá onde for, e era daí que nascia o movimento. Os muitos arzinhos que o mundo tem nem sempre têm graça, lá isso, mas este teve-a.

Do caderno lilás

Acho que vou mas é trocá-lo. 

Lisboa, Lisboa

Gosto desta árvore. E não é pouco. 

Voltem sempre, pronto. Se rasguei o vê, acrescento o éme.

Cores na! Primavera

na! Primavera 

quinta-feira, 24 de março de 2022

Toca o telefone

O meu colega ligou-me para saber umas coisas e a senhora exclamou: «ah, que música tão bonita!» e confessou: «também quero...» Sugeri que catrapiscasse tão linda melodia na Internet, fosse o aparelho dela da mesma marca que o meu e conseguiria tal feito. Mas ela que «não, é de outra». E pronto, depois disto seguimos ambas as nossas vidinhas, umas vezes em comum, porque não?, em outras separadamente.

Dias de um Ginásio

Há tempo estive precisamente duas semanas sem ir ao Ginásio.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAh! Coo0000000000000000mo?
(aconteceu, 'migos, aconteceu)
Tinha saudades, foi o que concluí quando regressei. Em certas alturas treino por vício, outras por medo, mas, de um modo geral, gosto bastante de treinar, gosto principalmente como me sinto devido a isso e gosto de perceber que há mundo para além daquele que me aparece por conta de um balcão. Há um lugar onde sou a Gina simpática e bem disposta sem a pressão de ter que o ser. Porque faz parte. Porque é bonito.

Dias de um Ginásio

Uma cliente ofereceu uma caixinha de bombons e, para os levar para casa, o lugar mais cómodo que encontrei foi o interior da mochila que uso para levar e trazer o equipamento de treino. Que sacrilégio, oh céus! O doce excessivo e a parcimónia nos treinos. Ai. Estou a ironizar, não sou assim tão parcimoniosa nos treinos, sou é bastante gulosa.

quarta-feira, 23 de março de 2022

... e chove em Lisboa, lá isso

Lisboa, Lisboa

Cheira a flores mas não é às da Primavera, é às da florista.

verde e vermelho, já agora

Notei há dias que o boneco vermelho dos semáforos aparece em contorno, o que faz com que brilhe menos. Tem o peito vazio de luz, vá. Tenho para mim que dantes os bonecos eram todos preenchidos por luzinhas, mas sei lá eu. Entretanto pus-me atenta ao boneco verde, descobrindo que, por estar de lado, e porque a figura humana, normalmente, é mais estreita quando assim se mostra, quase que o boneco não tem contorno, estando, portanto, preenchido em quase todo o corpo.

verde e vermelho

verde e vermelho - eles carão, eu carinho

verde e vermelho - gosto da frase 'no soy tu baby' escrito a verde e vermelho

segunda-feira, 21 de março de 2022

Dia de (não ouvi dizerem na Rádio)

Descobri há minutos que hoje é o Dia Internacional da Cor. Gosto de cores e não é pouco. Deixo foto que andava aos rebulões nos arquivos do telefone há semanas. Actua portanto o acaso em prol de uma junção harmoniosa.

A árvore amarela

Está quase quase quase a parecer-me que as folhinhas mui verdinhas despontaram... Só que ainda não, ah não. Tirei foto. Não se vê porra nenhuma, bem sei, focou-se o céu e os ramos mais longe, quando o que eu queria era ver focados os nódulos do ramo ao pé de mim.

Lanchinho

Laranja mai linda da mamã. Quando a comia esguichou-me uma pinga de sumo para dentrop do nariz. Aspirar, aspirei, mas não deu para engolir. Ca pena, ia ser lindo comer em duas frentes. Oh, ora essa, votos de boas vindas.

Lugar limpinho

Quando limpo este pedaço de balcão dá-me vontade de o mostrar. Desta vez até filtros pus. A foto sem paneleirices é a de baixo de todas, que, bem vistas as coisas, oh vejam lá, está debaixo de todas. Ah.

O incentivo

Se você já pretendeu construí-la, os novos não-sei-quê poderiam fazê-la funcionar.

Encontrei a informação supra exposta num esapço comercial e, aparentemente, trata-se de uma frase publicitária naquele jeito incentivador tão característico desses lugares. A mim parece é que foi uma frase que Mr. Google traduziu, não se me apresenta lá muito lúcida, nem sei, portanto, por que raio malembrei de lhe chamar incentivadora, mas vá. Notas: 1, Apontei a frase no telefone, enquanto esperava os rolamentos que lá me haviam levado. 2, 0 não-sei-quê é meu, não me apeteceu escarrapachar a marca.

sábado, 19 de março de 2022

Pingas no teclado

Encontrava-me com disposição para ouvir umas coisas através do telefone mas a parte doméstica desta Gina que vos escreve sabia que o melhor era arrumar a cozinha e lavar o fogão. Encetei então a demanda de me ocupar com duas coisas em simultâneo. Correu bem até ao ponto em que as pingas eram muitas, o peso da água estava a baralhar a tactilidade do telefone, que começou a não responder convenientemente, o ecrã tremia porque balançava entre ordens de comando. Imagine-se uma grossa pinga pesando no ícone que designa o botão de 'retroceder', mandando dizer ao telefone, 'ó migo, sai lá daí', ele faria por isso, né? Poi zé. Não o desliguei por conta das tremuras mas sim porque água e dispositivos electrónicos não convivem alegremente durante muito tempo. E sim, consegui desligar-me do lazer antes que chispas saíssem do meu amado telefone, acabando por me dedicar exclusivamente ao trabalho. Logo que o findei não sei ao que fui, já não malembra, mas gosto da ideia de ter ido despachar o lazer que havia largado em prol do dever.

Questiúncula(s)

Actualmente:
Fiz uma encomenda online e agora estou desejosa de cheirá-la. É que isso só dá no presencial.
Actualização:
Eis chegada a encomenda. Calhou de o estafeta ser um dos charmosos. O charme é coisa fácil de conseguir no online, julgo que seja até bem mais fácil, mas no presencial tem outro sabor, lá isso. Ou cheiro, vá, sempre fica de acordo com o dito mais atrás.

Manuscrever

Na tarde gosto de prolongar o traço do t tanto quanto o tamanho da arde.

os tristes que existirem não se coíbam de o estar

Actualmente é bem visto que as pessoas se sintam tristes. É coisa para ser de vez em quando, óbvio, mas concordo. É um caminho bom, do tipo 'então vá, deixa entrar essa tristeza, que a vida, perfeita, é que não é' e assim se consegue relativizar todo um conjunto de ocisas... ai perdão, coisas, quanto mais não seja a própria tristeza. É bem, deixa-a estar. Sim, deixa. Disto de ser triste, ou estar triste, é bom dizer (também no blogue) que não espero compreensão, porém é fulcral que não me queixe, pois, quando não, esperarei compreensão.

Obituário

Morreu Monsieur Armand. Jamais lhe trocaria o nome, era tão carismático que me sinto ao contrário, não me atrevendo a mudar-lhe o nome, quando, na verdade, mora aí um certo atrevimento. «Oh-la-la! Je vais venir ici pour apprendre le français!» brincou ele um dia.

Obituário

Morreu aquele cliente que comprava pedras para isqueiro aos montes. O armazenamento vai portanto escoar mais devagar.

a interrupção do discurso dá-se por ser certa a falta de vontade em ouvir o resto

não leves a mal; mal por mal; vai correr mal

No dia acordado encaminhei-me, chegando três minutos antes da hora. É questão comum em mim, revela ansiedade.

Expus a minha questão o mais assertivamente que consegui. Não é assim tão difícil ser assertiva quando no interlocutor não lampeja nem um pouco de censura.

Queria parecer confiante e consistente, o que é um erro - não tenho nada que querer parecer seja lá o que for, tenho é que ser. Obviamente não serei porra nenhuma sem antes o ter querido, mas o melhor é ser e não querer parecer.

post completo aqui

Antigamente também era assim

Descobri o meu documentozinho do coração numa pen que carrego comigo por mor de eventual esquecimento da que está no activo, ou mesmo avaria. Fiquei logo curiosa de saber em que altura usara a pen substituta, já que o motivo não malembra, embora presuma que foi por um dos tais esquecimentos, que obviamente deixou de ser eventual. Ora bem, abri o documentozinho e percebi a data: 28 de Dezembro de 2020, 1 ano e ¼ é o tempo que há que ali permanecem os rascunhos da época. E quais eram...? Ah, caneco!

Sonhei com uma mulher muito magrinha, muito alta, com ar de modelo. Envergava uma camisola com um padrão de ramagens. Corria e andava por ali, alegadamente procurando por alguém que queria destruir. E eis que dei com ela como sendo agente da Polícia.
(Ah, destruir...? Então quer dizer que destruir era capturar. E este parêntesis são conclusões da, e na, vida real desta que vos escreve.)
Ouvi uma música densa, preenchedora, tipicamente cimenatográfica, de quando as cenas são de grande ação e, ou, suspense.
(Não sei que veio esta música fazer no meu sonho. E este é outro parêntesis daqueles.)
Aparece um homem...... vou no 0:52........áudio de 1:38.........


Ressalvas:
  • Este post tem a etiqueta 'Indirectamente 2022' porque retirei o texto supra usando esse método, já o restante corpo do post, pois que não. Acresce que, oh pobre escrevente, eu, oh, aconteceu uma das minhas típicas trocas de letras na palavra 'cinematográfica', que deixo ficar porque quero transcrever o rascunho como sendo rascunho. E não, típica não é sinónimo de original, bem sei que não, o que não deve faltar mundo afora é pessoas que trocam letras me... ai perdão, em palavras.
  • Lamento que não tenha guardado o documentozinho na pen até à publicação deste post, assim teria alterado a peça escolhida, ou quiçá lhe agregasse outro(s), porventura mais pomposos, dignos, capazes.
  • O pontilhado serve para intensificar a ideia de rascunho, e sim, foi sonho gravado em áudio, não fosse esquecê-lo, já que por vezes sonho sonhos que logo que acordo julgo bastante aproveitáveis para post (pomposo, digno, capaz, ok ok, só na minha cabeça, mas em que outra soaria assim?) e, antes que se esfumem, registo-os oralmente enquanto a água para o chá aquece, ou vigio as torradas.
  • E agora segue-se o post tal e qual como foi publicado. Podia pôr linkzinho mas ia ficar difícil comparar o impreparado com o prontíssimo. Então vá, vou pesquisar* e copiar e colar...

Sonhei com uma mulher muito magrinha, muito alta, com ar de modelo. Envergava uma camisola com um padrão de ramagens. Corria e andava por ali, alegadamente procurando por alguém que queria destruir. E eis que dei com ela como sendo agente da Polícia. (Ah, destruir...? Então quer dizer que destruir era capturar. E este parêntesis são conclusões da, e na, vida real desta que vos escreve.) Ouvi uma música densa, preenchedora, tipicamente cinematográfica, de quando as cenas são de grande ação e, ou, suspense. (Não sei que veio esta música fazer no meu sonho. E este é outro parêntesis daqueles.) Apareceu um homem deitado no chão, subjugado por outros dois ou três, enormes. Aquele debatia-se, gritando: - 'Vejam, vejam! Eu sou normal!' - E apontava para umas ervas que ali cresciam, iguais às da camisola da mulher e, no meio daquela algazarra, pedia que lhe fizessem testes sanguíneos para provar que era uma pessoa normal, apesar de ter uma força diabólica. E que a mulher sim, a mulher é que não era normal.


*post original aqui

sexta-feira, 18 de março de 2022

Gina, a despudorada mulher

Ao caminhar coloco o olhar num ponto inexacto, isto se tiver que me concentrar para encontrar o! caminhar despudorado. Pois que, se não, o que estará então a acontecer é eu simplesmente indo, fluindo, distraída, precisamente, desse despudor.

A herança

Se dantes era a dona Petra que lá vinha, em eu ouvindo os insistentes tic-tics de bengala apoiando-se no chão, pois que por ora é a dona Genoveva quem toma conta deste barulhinho na calçada. À conta do link aí atrás percebi que hei traduzido o som para 'tiquetique, tiquetique' e que a ideia tem mais ou menos nove anos e meio.

Lisboa, Lisboa

Como tinha o tempo a sobrar, dei a volta ao poste e voltei para trás. Passos. Isto fez-me lembrar aquele post em que expus as diversas questões relacionadas com o meu caminhar, mas em termos de registos no telefone, o que, por sua vez, me lembrou que ando há tempo para deslindar um pequenino pormenor acerca dessa interessante temática e que é a seguinte: quando referi que em determinado dia visitara três lugares desportivos, pois bem, foram esses todos, sim senhoras e senhores, mas somente um deles foi para treinar, que nos outros foi, um para votar, outro para ser vacinada.

Lisboa, Lisboa

Hoje há sol em quase todo o céu, qual areias vindas lá do deserto, qual quê. Soam passarinhos e motosserras, já agora.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Post com título

O meu colega de roda de uma fechadura secular e eu de roda de restos de coleção deste século. Já a boneca, veio parar ao estaminé outra vez por conta da mãozinha separada do bracinho. Aquando da exposição do motivo ao que vinha, a menina frisou que esta boneca é a noiva, só que desta vez veio foi sem vestido.

Amarelos

Curioso que o autocarro viesse a dobrar a esquina quando quis fotografar o prédio amarelo. Qui-lo fotografar para mostrar que o dia amarelo não deixa tão vivo o contraste.

Cinzento, afinal

A foto é de ontem. Vi tanta gente interessada no sol tapado pela poeira que também quis tirar-lhe um retrato. Dezassete e quarenta e sete, a hora do clique.

terça-feira, 15 de março de 2022

Amarelos

Tempestade de areia, diz que hoje é o que chegou a Lisboa, daí o céu amarelo.
Tenho um guardanapo amarelo que usarei logo que suporte a saudade de o já não ter.

domingo, 13 de março de 2022

Sacavém

A bandeira de Portugal já não adeja na janela do segundo andar. Já vinha do tempo dos futebóis no mais internacional versus nacional que há. Nos últimos tempos já pouco pano lhe restava. E agora, olha, puf.

Lisboa, Lisboa

Vi uma mulher com um casaco dividido na horizontal por duas cores: azul e vermelho. Tinha também uma tira fininha em branco. Possuidor de pouca paz, o casaco, pronto. Eu fez-me a visão lembrar a bandeira francesa, mas já percebi que aí as cores estão divididas na vertical.

Lisboa, Lisboa

Vi um 'procura-se' (no caso era um gatinho) colado no chão. Gostei da ideia, achei-a certeira, afinal as pessoas olham para o chão, e não é poucas vezes. Bem pensado.

Ser como que das letras não obsta gostar de números. Gosto, gosto. Sinto que é como chegar e chegar é bom e o caminho também o é.

Listas

Listas, se de faltas do supermercado, são para rasurar o suprido com as compras efectuadas.

24º

O caderno do momento tem uma primeira folha com coisas lá impressas. Tem então o logótipo da marca; uma janela onde está escrito «perfection is being courageously imperfect» e um convite ao preenchimento com a frase «this perfect planner belongs to:» e uma linha ondulada abaixo. Anuí, rubricando simplesmente «Gina». E, acima de tudo, antes do logótipo, coloquei o endereço do blogue. É a primeira vez que, não sei o que me deu para tal coisa e o que vale é que não é preciso saber, pois com certeza. Depois, e por fim, entre a janela e o convite, informei o mundo que «este é o 24º caderno que preencho.

flores queria sentir



escova de cabelo

Olá, o meu nome é Gina e sou a mãe do noivo.

E agora eu, né? Poi zé. Vestidos e vestidos e vestidos, tenho andado a vê-los nas netes, o que não significa que seja daí advindo o vestido, é mais para me habituar ao visual festivo. Estas incursões online têm servido para definir o que quero, embora me pareça que sei melhor o que não quero... Entretanto, aquando das visitas às lojas com os ricos filhos, fui mirando e revirando todos os vestidos expostos. Foi também naquela de me habituar ao género, sequer cheguei a experimentar algum. Claro que pesou, e bastante, o facto de não ter realmente gostado de nenhum... Bom, não tarda enfrentarei toda uma série de despe-veste e vice-versa. É serviço que tem todo um rol de questiúnculas, algumas aborrecidas, mas não duvido que esta busca seja mais prazerosa do que o contrário disso.

Olá, o meu nome é Gina e sou a mãe do noivo.

E pronto, o fato do rico filho está escolhido e reservado. Estamos portanto despachadinhos desta demanda. Lá mais para a frente logo se faz nova prova e se acerta as bainhas e, porventura, algum arranjo. Gosto muito. É lindo. Digo: o fato, mas sim, o rico filho também. Obrigada.

De cima da mesa para o blogue

Uma terrina e uma molheira
Que são de uma marca sobejamente conhecida. Foi a minha mãe que considerou que eu havia de possuir um serviço desses que têm pratos para isto e para aquilo, duas dúzias de cada diâmetro, mais um grandalhão, e um outro também grandalhão mas fundo, e três travessas. Se calhar há mais coisas pertencentes mas não vou agora verificar. Aquando da mudança de quarto para casa de jantar, escolhi estas peças para expor.

Um pato azul
Que comprei, salvo erro, no Sobreiro. Se não foi aí, foi numa loja do género, num lugar sito não longe daí. É muito bonito. Dantes tinha também um amarelo mas, se bem me lembro, e lembro, partiu-se. Comprei os dois, e dessas cores, porque os tons da divisão onde iam ficar instalados eram esses. Duvido fortemente que hoje compusesse alguma divisão com tanto condizente, mudei um bocado as minhas perspectivas de 'isto aqui só fica bem com aquilo ali' Não. Mas é o que é. Aliás: foi.

Uma jarra com botões
Um dia lembrei-me que pondo toda a coleção de botões que tenho numa jarra transparente, a vida prosseguiria feliz em duas vertentes: uma, dava uso aos botões que, na verdade, jamais encontrarão serviço; duas, alindava pra caraças uma jarra meio que banal. Se é que há outro modo de vida para uma jarra, pois, se a vida de uma jarra não for uma banalidade pegada, então não sei que seja.

Naperons
Debaixo da terrina e da molheira está uma naperon bem grandinho, em cor-de-rosa, que em tempos serviu para colocar em cima da mesinha-de-cabeceira da rica filha. Debaixo do pato azul está um naperon azul e debaixo da jarra com botões lá dentro está, por sua vez, um naperon outrossim azul. Estes são mais para o pequeno e pertenceram ao quarto do rico filho, assentando também em cima da sua mesinha-de-cabeceira em tempos que já lá vão há muito. Todos três são em croché e foram feitos pela minha sogra.

sábado, 12 de março de 2022

Falar baixinho

Rubriquei a factura com uma caneta que, oh pobre, anda a falhar, o que resultou numa rubrica bem sumidinha, quase imperceptível. Brinquei com o fornecedor:
«Isto sou eu a falar baixinho...»
Recebi de volta a ofertante, porém irónica, resposta:
«Mas quer uma caneta? Tenho algumas no carro...»
E eu que sim, óbvio. Ai, adoro quando as pessoas não sabem com quem se estão a meter, se eu quero uma caneta...? É cor-de-laranja e branca, bai da uei. Gira que se farta, portanto. Já agora fica que escreve a azul.
 

As fotos acima nada têm a ver com o assunto do texto supra às mesmas mas junto-as porque tem principalmente azul, uma, e tem principalmente caneta, outra. E é outra caneta, que não a da história dita acima. Apeteceu-me misturar isto tudo, pronto.

não sei, mas, só se, hum...

Resposta que uma cliente deu ao meu colega quando ele lhe ofereceu a escolha por entre duas datas:

«para mim é indiferente mas se calhar quanto mais cedo melhor»

Lisboa, Lisboa

Encontrei um aviso colado no átrio de um prédio e achei um piadão ao «ruído de vizinhança» e à achega no parêntesis.

Avisam-se todos os senhores condóminos e visitantes do prédio que devem abster-se de produzir ruído de vizinhança entre as 22h e as 7h (período noturno).

Datar, o quanto adoro

Adoro datar. 
Adoro. 
Adoro saber que no dia tal estive no lugar com aquele nome, o que vi, como jubilei, ou então chafurdei e mais isto e mais aquilo. Está-me nos genes, que, neste particular, desceram do meu pai, era recorrente apontar em meras embalagens de gel de banho qual a data em que as encetava. Quem diz gel, diz detergente da louça ou da roupa. Ou então, subindo, quiçá, a importância das coisas, apontava a data da muda das pilhas dos relógios ou as das lâmpadas. Ah, de lâmpadas, até as dos candeeiros da rua tinham a sua atenção. Estou agora a lembrar-me (até parece que estou a comer cerejas...) que há registos de quando ocorreu esta ou aquela catástrofe, evento, ocasião. Talvez o mais estranho disto tudo é que há apontamentos desses feitos no portão do quintal. O meu blogue tem até variadíssimas fotografias que provam isto que estou a dizer (e sem ajuda de cerejas, afinal...). Mas o meu gosto por datar, que na verdade foi ao que vim (pá, efeito: cerejas...), pois bem, há muitos anos que resisto ao ímpeto de apontar nas embalagens quando é que as enceto. Se por um lado é por conta de gostar tanto de datar, por outro é a curiosidade imensa de saber quanto tempo dura o produto. Sei lá, gosto. Ou adoro, como disse acima. Mesmo. E não é que um dia destes irresisti a apontar a data em que encetei a embalagem do detergente para a roupa? Poi zé. Era vinte e um de Novembro, domingo. O meu pai morreu no domingo a seguir.

sexta-feira, 11 de março de 2022

Mãe e Pai, a foto repetida

foto repetida, vem do post anterior

Há anos que noto este tipo de apontamento em paredes de prédios lisboetas e em algumas dessas vezes captei os dizeres e publiquei no blogue. Logo da primeira vez me fez impressão, reportando-me a algo que entendi/o como fúnebre. Obviamente não sei se é ou não, mas é o que essas visões me fazem pensar. Mudando a agulha, e sem paragrafar, não sou de grandes revisões aquando dos finais de cada ano, tampouco de resoluções ou de ideias do género 'a ver se este ano faço', sei lá, ginástica rítmica, patinagem, dança do ventre (escolhi exemplos de actividades que gostava verdadeiramente de fazer {nunca me dispus a tal, sim sim}). Não obstante, no final do ano transacto tinha pensado fazer um post onde explanaria particularidades do 2021, como, por exemplo, ser uma meta a atingir - burocracias da minha vidinha montes de espectacular, vá - meta essa que se sabia querermos transpor desde 1996, ano em que completei 28 e, ai ca xiru, em 2021 a rica filha completaria 30 anos, id est: mais dois do que eu eu tinha nessa data. E eu queria fazer um post giro e bem disposto com estes números todos, queria-o bem mais explícito do que está, com os dizeres todos escarrapachados, os porquês de 1996, versus 2021, passando pelos 30 da rica filha num futuro que já é passado e deixando os meus 28 lá tão atrás que já nem malembra de quase nada dos sentires dessa altura. Entretanto, e como já se percebeu, o 2021 chegou ao fim e pôs-se-lhe outro ano em cima e pâ pâ pâ e... Aconteceu que a minha mãe e o meu pai morreram ambos em 2021, esse almejado ano, e acabei por não encontrar vontade de fazer esse post bonito dos 30 e dos 28 e de quando a rica filha for mais velha do que eu, oh vejam lá que giro que vai ser e tal e tal. E, quando há dias dei novamente com este escrito da 'mãe e pai' acrescido de datas, desta vez num taipal de obras, percebi que tinha mesmo que fazer um post. Que não está como queria. Aliás: não o sinto pronto. E, mas, está cá, aparece. Deixo só mais este registo: a primeira vez que encontrei um dizer destes da 'mãe e pai' foi em Janeiro de 2020 e na altura relacionei-o com 'fúnebre', como aliás já referi acima. 

quinta-feira, 10 de março de 2022

Lisboa, Lisboa

Percorri toda a rua de Arroios. Isto, à ida, que, à vinda, meti pela António Pedro e ainda bem, assim tirei estas fotografias todas.

quarta-feira, 9 de março de 2022

terça-feira, 8 de março de 2022

8 de Março de 2022

A árvore amarela ainda não tem folhas verdes, verdinhas. A que as tem, e em muito, é a primeira árvore que encontra ao seu lado esquerdo quem desce a rua mais bonita de Lisboa, id est: a ex-arredondada. Essa sim, tem-nas. Voltar a arredondar é que ainda não vai ser este ano, mas crescerá o suficiente, em anos e anos, e depois verei. Ou não.

8 de Março de 2022

Passando na avenida nenhuma flor me ofereceram, como foi acontecido à vizinha Gislena, veio ela cá contar-me. Não era preciso dizerem na Rádio que hoje é Dia Internacional da Mulher nem nada disso. Em alguns anos mantenho o blogue fechado ao assunto, em outros nem nada disso. E como a flor recebida, pois que nem nada disso. Tal e qual.

Toque

Toque (título) mas não de ouro, qual quê, foi um acidente sem estrago de chicha ou osso desta que vos escreve. Claro que este 'quase' aconteceu porque a mota estava parada, enquanto eu me equipava de passa-montanhas, capacete e luvas, mas!, com toda essa parafernália, ainda!, em cima do assento. Ora isto deu-se porque um senhor condutor manobrou o seu veículo e, só!, não viu a mota estacionada e
ba-badão!
Porventura julgais que fugi para longe, apavorada toda eu? Não. Ou que fiquei estarrecida, sem ação? Não. Fui, aliás!, tão boa gente, mas tão boa gente, que o gesto primeiro foi segurar o equipamento que apoiara no banco e com o qual contava equipar-me. Caísse a mota e era em cima de mim, já que não fugi. Segurei, portanto, um inseguro que também não caiu.

7 de Março de 2022

Lisboa ao contrário 🙃 

7 de Março de 2022


pai 😁

 

7 de Março de 2022

sem legenda por falta de criatividade 

segunda-feira, 7 de março de 2022

7 de Março

O meu pai faria hoje 90 anos. Este é o seu primeiro aniversário sem estar vivo e quero registá-lo porque me parece evento. Talvez não registe o dia em anos vindouros, a memória sempre vai perdendo a estampagem.

Fiz igual. Copiei-me. Não encontro vontade de escrever diferente porque o sentimento é o mesmo. O sentimento é meu, o blogue é meu, o texto é meu.