quinta-feira, 30 de abril de 2020

Escadaria

Sempre que tenho que percorrer, descendo, uma escadaria, por mim, continuava a descer. E até a subir.

Sonho

Este sonho começou por ser um desafio: eu tinha que fazer uma voz estranha mas não igual à dele. Ele fazia a dele com a boca em fininho e eu tinha que me esfalfar para fazer diferente, nada de coisas iguais, que era lá isso. O homem, fisicamente, era uma mistura do senhor Rogério, que entrava no estaminé todas as manhãs a cantar olirériru! olirériru! (e não, esta parte não é sonho, e escrevi 'entrava' porque o senhor Rogério já morreu) com o Júlio, o homem que antigamente tratava da Fonte. Ele tinha aparecido assim, com a boca em fininho, e contou que lá estivera três dias. Não sei se escondido, que o meu sonho, isso, não me deixou saber. Ah, este post não tem nomes fictícios (se calhar o Júlio também já morreu).

1

quando te dizem 1 'pois não'
concordando contigo e não escondendo o alívio de tu saberes de antemão
mas tu querias era 1 'pois sim'
por dentro dizes-te 1 lamentoso 'oh...'
que não deixas ninguém ver

Gina, numa relação com o supermercado.

Quem é que fez o caminho a ouvir a canção mai linda do mundo... Quase a mai linda, quero eu dizer, mas quem foi, quem foi?
Que é que abriu o caderno na página da lista das faltas de supermercado quase (ulha! outro quase!) ao fim das compras, quem foi, quem foi?
Foi a pessoa que escreve neste, e este, blogue.
Ora portanto já se vê que não foi apeada que me cheguei às prateleiras do mais comentado supermercado deste blogue. Pois não. O post de mim 'numa relação com o supermercado.' que publiquei ontem não foi ontem que foi vivido. Isto não tem nada de mal (nem de bem), esta ressalva serve para que a Gina do futuro não fique baralhada um dia que se lembre de cá aparecer.

Não há farinhas das básicas. Digo eu as sem fermento e dos T's 55 e 65. Nada. Grandes frascos de polpa de tomate no seu lugar. Vivo melhor sem polpa de tomate do que com. É que, em tomates, há anos que convivo somente com os frescos.

Trouxe vinho mas esqueci-me das cervejas. Trouxe uma manteiga com muito baixo teor de sal. É o que diz a embalagem – Muito Baixo Teor de Sal. Trouxe pinhões. Trouxe ananás... ai perdão, abacaxi. 

As pessoas já não andam tão atarantadas pelos corredores do supermercado. Só vi um senhor com um olhar estranho, ou desconfiado. Pá, viu-me com um ar doentio, só pode. Mas, mesmo assim, já não há tanto medo no ar e, dantes, as pessoas repeliam-se mutuamente.

Calhou-me a Julia Roberts como caixa. Ca saudades, né 'miga? Pois está claro que é. Bom, ela estava com pressa - oh ca novidade..., - mas eu, hoje, nada de pressas. 'Não quer dar-me o seu cartão?' pergunta directa, bem sei, mas cravada de subtileza, o que ela queria era terminar o serviço enquanto eu arrumava as compras e eu compus-lhe a vidinha em bom - larguei o ensacar e pumba. À despedida desejou-me uma boa semana.

Amparos

«Não há comentários pendentes.»

Hey, Mr. Blogger, então quer dizer, os comentários dos leitores, aqueles que gostam de mim no matter what, nada de notificações, eu que vá lá ver se as há e tal e tal, e aqueles parvalhões que o que querem é espalhar as suas publicidades, you go in e isto é tudo nosso, toca de cair logo o aviso no email, né? É, mas não devia ser e não gosto. Ide mas é para o spam.

A lagriminha é de alegria, notem lá isso bem, por favor.




Estou aqui que não posso! A sério que a gente vai poder ter uma vida de casa-estaminé (e ao contrário e afora) conforme os conformes de outrora e não tardando já nada de nada? Hum.

Funcho

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Bibló-coisas

Mais uma questão do rol de livros destacados por conta de andar às malucas com a limpeza da minha biblioteca. De quando em longe, deixo um livro num banco de rua, em Lisboa, à mercê de quem passe e o queira levar. Gosto disso, quiçá por um certo desapego à leitura. Desta vez, ou seja: daqui a alguns dias, é 'Sem Medo', de Rita Delgado que vai ter essa sorte. Para memória da Gina do futuro, quero agregar à existência deste livro uma particularidade: no blogue cognominei a minha psicóloga de Marió e foi este livro que me conduziu à maravilhosa criação porque o andava a ler por alturas das consultas. Como a protagonista dá pelo nome de Maria do Ó e Maria é nome de toda a gente que é mulher, isto na gíria, bem sei, e porque 'psicóloga' também tem um ó, olha! Marió. E é só. Não é nada. Se bem me lembro, não gostei lá muito deste livro...


21 fevereiro 2017
Escolhi a leitura do momento há três dias. Fiz o que costumo fazer: corri o dedo pelas lombadas na prateleira dos não-lidos e parei no livro 'Sem medo', Rita Delgado. Registo alguns factos:
Este livro consta na minha biblioteca há tanto tempo que não tem a data e o lugar da compra registados na primeira folha morta.
Comprei-o num supermercado há cerca de dez anos.
Nessa altura li várias páginas e esmoreci. Sim, há dez anos atrás eu já era uma má leitora.
Conta a vida de uma atriz que se muda para a política e descreve meandros desse universo.
(...)
Vou esforçar-me e forçar-me a concluir esta leitura, portanto: vou ser a leitora de sempre.

2 março 2017
Foi o dia que escolhi para cuscar a última página da leitura do momento - Sem Medo, Rita Delgado - e fixar o olhar na última palavra, a qual, ironicamente, é 'começo'.

25 julho 2017
Escolho os livros pelo título, relegando a capa, que é material que não me entusiasma por aí além, obviamente considero que uma capa lustrosa e colorida salta à vista, mas não condiciona o jogar da minha mão para o retirar da prateleira. Nada disso. Primeiramente é o título, como já referi, depois abro o livro, podendo, ou não, tomar conhecimento de alguma dedicatória do autor ou outras palavras, que geralmente são bonitas e não pertencem a quem escreveu o livro, mas sim a um autor consagrado e isso assim, que fica bem e coiso. Bom, está na hora de prosseguir a minha análise e prossigo-a lendo as primeiras linhas, encontrando aqui duas fases, a primeira é se me prende o olhar de tal maneira que quase irresisto a continuar, a segunda é se não estou a reescrever, com a minha maneira de escrever, o que estou a ler. É assim que meço as minhas escolhas de leitura, desejo por saber o resto da história e, simultaneamente, desligamento total do meu eu que escreve.

20 agosto 2017
Terminei de ler o livro do momento - Sem Medo, Rita Delgado - e não gostei lá muito. Como vim a desenrolar ao longo de meses, no blogue, este livro aborreceu-me. No entanto, li-o na mesma, teimosa e parvamente, com intermitências. Intermitis. E, se não gostei lá muito do livro, vir para aqui debitar considerações é-me difícil, isto ao domingo de manhã. Não acho que o livro seja mau, nem sei o que isso é ou se tampouco existe, mas não gostei, pronto.




(está aqui um problemão, sou uma pessoa horrível - e irónica - oh)

Gina, numa relação com o supermercado.

Pus-me a caminho do supermercado. Apeada. Hum-hum, isso. Serviria para mexer o corpinho todo e, ademais, o que queria comprar eram coisas de não muito peso.

No cimo das escadinhas, depois do percurso para lá e depois das compras, tinha 4478 passos dados e 47 minutos gastos. Não vou saber quantos passos dei no supermercado nem quanto tempo gastei lá dentro porque me esqueci de ver a contagem nesse entremeio, mas vou saber quantos passos dei e quanto tempo gastei de lá até casa. Não seria nunca igual, porque para lá não se pára de subir, portanto, se para cá é a descer, é possível que faça o percurso em menos tempo. De passos, se a menos ou a mais ou outra porra qualquer, não encontro probabilidades, quanto mais certezas.

Do lado de lá da estrada vinha um grupo de quatro pessoas, claramente a fazer o mesmo que eu: andar um bocado. A indumentária, a minha, não revelaria que foi esse o impulso que me levou para ali, a deles sim: bonés, camisola à cintura e garrafa de água na mão. Do lado de cá vinha um senhor também em demanda igual à gente todos (digo: os que já aparecemos neste post). Era jovem, muito mais jovem do que eu. Sorriu-me (retribuí). Que engraçado. Às vezes noto sorrisos amistosos nas pessoas com quem me cruzo e desconfio que nascem da diferença de idades, que neste caso é grande. É uma certa condescendência, vá, usada pelos novos. Não. Não é nada disso. É uma cortesia livre de precedentes e, ou, procedentes. É uma situação virgem. É, por isso, mais fácil as pessoas sorrirem-me com gosto e isso é muito agradável.

No caminho, agora descendo-o, observo toda a cidade. É linda. Não linda de urbe ou de flora, é linda de imensa que é a paisagem à vista. Vê-se tudo. Tudo. É como um miradouro, só que livre de precipícios e cercas protectoras. É um monte alto que facilmente se pode transpor. Do lugar que dali vejo como o mais baixo da cidade, não fora a lonjura e poderíeis ver-me.

Chegada a casa fiz as contas. Do cimo das escadinhas até casa dei 2143 passos e gastei 19 minutos. Isto significa que no supermercado dei 2335 passos, já os minutos é que não dá para contar porque me falta uma parcela e não sei como achá-la. Ora isto fez-me concluir que, mesmo eu indo fazer umas compras de pouca monta, dei mais ou menos os mesmos passos dentro do supermercado do que no caminho, tanto para lá como para cá. Pá, isto é giro.

Exemplos de sabão. Só assim naquela e tal. É o sabão macaco para o pessoal da ferrugem e o sabão (delicado) para malhas e sedas. Qual um ou outro, decerto decifrareis.

Passeio

No passeio com a cadela, observei pela sei-lá-quantésima vez, as flores roxas e as amarelas e fiz, também pela mesmésima vez, conjuntos. São outfits de trazer sempre por outdoor. Há as amarelas da Gina criança com o cão (outro cão) e as roxas da mesma época e cão, Tobi, de seu nome (tadinho, às vezes ainda me dá saudades dele). Há as amarelas das couves que grelaram, e que também são da Gina lá longe, e as roxas das malvas. Há as amarelas dos cardos e as roxas, que são mas é liláses, que brotam directamente dos caules, não têm pézinho nem nada, e murcham logo que se colhem.

Ocupação

Com a aplicação Canva fiz o 'abaixo ver-se-á'
Sim, tenho ocupações mais interessantes
Ah, ou necessárias à roda que é o mundo
Mas raramente, é um facto





vem daqui, a foto a modos que original

8008

capicua, iei!
há tanto tempo que não dava por uma, iei!
o último foi o 7777
saltei portanto os 7887 e 7997
de nada, ora essa

Descobri, através da pesquisa por capicuas no blogue, um post que merece bisar. É do iníciozinho do blogue - 2 de janeiro de 2016 - contava o dito com dois dias.

11 posts. Capicua, portanto. Não, não vou criar uma etiqueta para as capicuas, que é lá isso. Neste blogue, ou em qualquer um, onde quer que eu registe a palavra 'capicua', a gente, ou tu, vai, ou vais, poder pesquisar em que posts eu digitei essa palavra. Estarei, ou estarás, lá, em querendo. Por isso: não. E esta é a primeira capicua deste blogue. De nada, ora essa.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Baú, 10 abril 2017

Nunca se sabe nada. O mundo não tem respostas para a gente, é escusado procurar, mas, a bem dizer, não se faz mais nada nesta vida do que procurar coisas e preencher buracos. Já perceberam que a gente passa a vida a preencher vazios? E nem estou a falar dos amplos espaços da mente ou da alma, é mesmo buracos, coisas físicas, um cantinho lá em casa, uma prateleira que ficava tão bem ali, o jogo tetris, as palavras cruzadas, o sudoku, a construção dos prédios, os monumentos, o registo escrito, o meu, que passo a vida nisto de escrever coisas com altos valores para mim. Para mim: antes de mais, depois, se para os outros, é secundário, pá, logo se vê. Preencho, também com grande vontade e sem nenhum saber, o coração, a cabeça e o estômago. É preencher. É encher. É betumar. É calafetar. É cobrir. É forrar. É chapar. É trancar. É.

Fundo

Está uma pessoa no fundo de mim, a chorar, e estou a olhá-la de cima. Não consigo perceber se essa pessoa sou eu e é a minha parte alegre que a observa e não quer, de modo nenhum, misturar-se com uma chorosa. Ou será que esta representa as pessoas que trato mal? Não sei. O que será melhor?

Uma ideia cá das minhas

No antigamente da vida, aquele de ir a um Ginásio para ter aulas presenciais, no fim de uma aula de Pilates, a professora lembrou o bom que é diversificar o tipo de exercício e, ainda que no mesmo tipo, se mude de professor porque todos têm métodos diferentes, o que é benéfico. Dali fomos ter às pessoas que, sem o saberem, dão bons exemplos, como é o caso da SenhoraTal. A Senhora foi até incentivo para uma aluna recentemente inscrita, contou a própria que a viu a treinar empenhadamente e se entusiasmou ao ponto de ir experimentar Pilates. Nisto sai a pergunta da professora, que de espontânea, vai lá, vai: – E já lhe disse isso? - E ela que não. - Então diga-lhe. Convém dizermos às pessoas o bem que elas nos fazem.
Parti, sozinha, para uma ideia cá das minhas:

Os elogios não são para constar nos epitáfios nem nos quadros de honra, são para a gente os dizer no momento - ou um bocadinho depois, vá – em que alguém está a ser agradável.

Dias de um Ginásio




Aula de Localizada.
Para alteres usei um livro grande que pesa 1954 gramas (mas que precisão! estupenda é a balança, por isso tão precisa é a pesagem). 
Claro que em alguns exercícios inventei um bocado, mas fi-los todos.

A foto é a perspectiva que avistava, quando no chão, à hora dos abdominais, e tem um filtrozinho bem simplório, que se chama Ilusão. Dá assim como que um ar difuso e, estando no máximo (na foto está no mínimo), fica realmente uma imagem desfocada, que pode iludir os fracos. Ou os sensíveis, antes assim. São agora fracas, as pessoas que se iludem, eh pá, ó Gina, então que é lá isso? Ah, aqueles azulados são cores que as paredes do quarto (que é muito azul) reflectem nos brancos, e, com este filtro, nota-se mais. 

8000

este é o post 8000
o blogue tem 1579 dias, o que, dividido, dá 5.1 post por dia
vamos arredondar para baixo: 5
5 posts por dia
acho poucochinho
para a grafomania que apregoo ter, acho mesmo muito poucochinho

«Não há comentários pendentes.»

não há comentários pendentes.
como assim não há comentários pendentes?
ah...
não há comentários pendentes!


Por conta de Mr. Blogger não ser de confiança ao nível de notificações de comentários recebidos, acedo diariamente à página, não vá, surpresa maior de todas as surpresas, ter um comentário para aprovar. «Não há comentários pendentes.» é a mensagem que Mr. Blogger mais vezes tem para mim. Vai daí, acontece que fico ainda mais careca de saber que não suscito opiniões. Não, quero eu dizer não frequentemente, bem sei que vêm cá pessoas ler e que todas gostam de mim na mesma e tal e tal, falo de frequência, 'tá?, de frequência. Pois que não - «Não há comentários pendentes.»

E hoje, retratámos o quê?





O gato estava lá, estava, e escondeu-se. Tenho vindo a retratar este lugar porque vou lá duas ou três vezes por semana e é óbvio que me apetece clicar. Deste lugar há então seguimento aqui e daí vai para outro post e afora. É seguir.

domingo, 26 de abril de 2020

E de resto?
De resto é quase tudo.

Quase tudo verdade, quase tudo maldizente. Se é quase tudo, o resto é, portanto, de pouca monta.

Saquinho

Tenho um saquinho muito velho e lindo, lindo de velho. Foi feito de restos de tecido branco, tipo camiseiro ou lençol, e é do género costurado do direito e depois do avesso para evitar o chuleio, e duplo pesponto no seguimento. Tem bainha para cordão de atar e abertura. Abertura, pois, quando não, o cordão não ia entrar. Tem dois berloques nos cantos inferiores e inicial a vermelho, um M, bordado em ponto cruz. De resto é mais nada. Ah, vinha com moedas lá dentro, não sei quantas moedas, não sei quanto dinheiro.

No outro dia

No outro dia, numa das minhas (já famosas, creio eu com firmeza) aulas de exercício físico online, à despedida calhou de o meu teclado lhe dar a parvoeira outra vez de maneiras que saiu-me a despedida assim:

«Gostei ei ei ei ei muto, RITa. OBOBOBOBOBrigad 🙂


E obviamente foi uma despedida à vista de toda a gente. Era às muitas dezenas a fazer aquela aula, 'migos, e ademais: isto do virtualóvidáfingir dá uma certa notoriedade às pessoas. Mesmo que apagadinhas e coiso. Só por dizer que, pronto, a pessoa não se fez de notada. Denotada. Será diferente...? É, a primeira finge, ou fingiria, a segunda era-o. Era o quê? Notada, claro! Vou-me embora.

não sei quê de

quando tenho os óculos postos penso mais e melhor

Sonho

Sonhei que ia com a rica filha pela mão, ela com o aspecto e o tamanho de quando tinha dois anos. Para não a perder de vista atei-lhe ao pescoço uma linha com o ponto emaranhado de uma máquina cose-e-corte. Continuámos a andar assim: eu a fazer de dona, ela a fazer de cachorrinha e o ponto a fazer de trela. Não íamos encantadas da vida, e nem era por conta da trela (trela?! caraças, pá, o que uma pessoa se põe a sonhar...), mas da estreiteza do caminho que tínhamos pela frente. Eu explico. Era um carreiro que numa das laterais caía a pique, tipo ribanceira mas sem inclinação alguma, e, nessa orla, era a beira-rio, nada de ondas. Portanto: temos um precipício que pode, ou podia, não sê-lo, uma vez que a água podia suster-nos em caso de queda. Bom, é isso mesmo, a rica filha caiu na água. E afundou. Olhei para a água, que era límpida (mas límpida, só vos digo, qual lodo, qual quê) e vi a cabeça dela a afastar-se, a ficar pequena. A minha reação foi atirar-me à água para a ir buscar mas já estava sem ar, como se também em terra me fosse impossível respirar. Acordei neste momento, verdadeiramente aflita. Caraças. Oh porra. É sonho, não há mal.

Ontem foi 25 de abril

Ontem não fiz referência ao dia comemorativo e, ou, lembrador de sermos pessoas livres o suficiente para exprimirmos qualquer tipo de opinião, isto sem advir agravo algum. De cravos, só vi nas netes, e muitos, tinha até pensado em pesquisar nos meus blogues por alguma imagem que, no meio de tantos '25s de abril' pudesse para lá haver. Mas não. Vou antes registar os cravos do seguinte modo: a vizinha do prédio ao lado arrancou todas as plantas rebeldes que haviam nascido na junção do prédio com o chão. Oh. É que ali nasceriam, não tardaria nada, as papoilas mais incríveis que já conheci. São, ou eram, pézinhos que todos os dias dão, ou davam, papoilas. Sério. De manhã lá estavam elas, ao sol, viçosas, à tardinha nada de pétalas, só os botões, No dia seguinte, pumba, mais floresciam, e à noitinha nada de vermelhos contra a parede. E assim seria durante um porradão de tempo. Tenho inúmeras entradas no blogue contando destas papoilas. Que pena. Quiçá nasçam ainda esta Primavera, que esse quê, o de rebentar com tudo, tal a força que traz. Ah, é verdade, no outro dia deixei no blogue uma foto de espigas, pois era nessa junção a sua morada.

Só que eu acho

Em movimentações por este estranho mundo em que vivo – a minha casa - há momentos em que canto alto, que grito 'já vou!' ou falo para a cadela 'pois! quem é linda da dona? quem é, quem é?' Só que eu acho que o vizinho ouve tudo. Só que eu acho que pode
eventualmente
a namorada dele ouvir, também, tudo isto. Só que eu acho que
talvez
ela não ouça porque nem sempre lá mora. Só que eu acho que
se
ela ouvir as minhas gritarias amalucadas, então há uma mulher que, lá no estaminé dela, trata toda a gente por 'minha querida' e é muito simpática para os fregueses.
Sempre.
E sem gritar.

um sol desconstruído




é um pirilampo mágico desconstruído
a foto, pu-la de pernas para o ar
e apliquei-lhe o filtro a amanhecer que há no meu telefone
o qual manda dizer um sol nascente, ao canto superior esquerdo
a foto, estando contrária, ficou com esse sol nesse canto
quando a virei ficou o sol no canto inferior direito
quis assim
assim esse sol ilumina uma parte da foto que estava escurecida
o pirilampo estar desconstruído é por mor de ter arrancado as patas, os olhos e a antena
se aquilo não é uma antena, não sei o que é
primeiro pensei:
ulha, ca xiru pra pôr num bolo
mas não
porque depois pensei mais e melhor:
vou mas é pousar estas coisinhas e fingi-las de pirilampo
sim, que pirilampo é que não são!

e tudo o vento levará




há uma foto com filtro e duas sem
qual será com ou sem?
não há resposta
é velocidade a mais

hastag pillow challenge and so on and so forth




Cumpri o challenge not with a pilow mas com um colchão de campismo, um que tem andado por aqui desde que começou a quarentena porque serve para fazer exercício. Antes do tatame era com um destes que me safava. By the way, tenho dois e por vezes punha os dois em baixo. Debaixo.
Notazinha:
Aquela parte branca que me tapa os ombros, é a cabeceira do colchão. Deu um jeitão para fazer de escapulário. Escapulário que, neste caso, é, antes de mais, a almofada.


#pillowchallenge

sábado, 25 de abril de 2020

Graminhas de sábado

Se fui ao nepalês da frutaria? Fui. É que hoje foi preciso rumar ao estaminé, daí os graminhas.
setecentos e sessenta e cinco gramas de cebolas novas
A vizinha da vizinha Gislena, que também se encontrava no enormíssimo espaço, achou curioso que eu despejasse na banca as cebolas velhas que já ensacara. Os meus comentários em forma de 'ai, desculpe lá, ó nepalês, prefiro as cebolas novas' foram emitidos durante a notória curiosidade da vizinha, e as perguntas dela vieram no entretanto disto tudo. Respondi que as cebolas novas são muito melhores, principalmente nas saladas, por serem jovens e frescas. A vizinha aprendeu alguma coisa hoje. Ela, foi o que disse.
seiscentos e quinze gramas de batatas-doces
As do nepalês da frutaria são tão melhores do que quaisquer outras...
mil cento e noventa e cinco gramas de maçãs
E eu lá consigo ir ao nepalês e não trazer maçãs?
setecentos e quarenta e cinco gramas de tomates
Se os outros víveres aparecem no post inseridos na sua pluralidade, porque não os tomates?

Acaso dentro deste dia, não dentro da frutaria:
O meu colega havia-me dito 'depois vamos ver a tua árvore', mas esquecemo-nos. Os dois. Mas o futuro é um bem de todos os vivos - é noutro dia, então.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Biblió-coisas

Encontrei um livro acerca de Lisboa e fiquei feliz - ulha!, sabia lá que tinha cá este livro! - pensei. Trata-se de 'Lisboa - Livro de Bordo' de José Cardoso Pires. Comecei a lê-lo. Eu, a pessoa que. Enfim. Então. A dada página...

«Agora estou virado a sul em formato postal e tu, Lisboa, com o rio em fundo num azul de entontecer. O Tejo visto do mastro real, poderia dizer-se
Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os nossos olhos vêem,
seria o aparte de Pedro Tamen se aqui estivesse. E eu faria que sim, mais que convicto, porque em poucos lugares como este de tantas cores cada cor é feita.
Azul de azuis? Branco áspero de pérola e cinza? Ocres de pardacentos e vermelhos lisos? Bem, pelos tons desta foto é Verão de Agosto, ia jurar. Mas também podia ser um daqueles meios-dias de Abril em que de repente se apaga a chuva e se abre sobre ti um sol carregado de andorinhas. Nós, tanto quanto me apercebo, estamos os dois em mais ou menos: tu, cidade desfocada pela luz mundana dos videoturistas que te vieram espreitar de miradouro eu um pouco à margem porque, para mim, panorâmicas e vistas gerais são quase sempre frases feitas ou cenários de catálogo.»

Ai Lisboa, Lisboa. Que saudades. No livro encontrei também referências a Arroios, por o autor ter crescido nesse bairro, e Arroios é também o 'meu' sítio. Há até uma partezinha onde vem referida a rua onde mora o meu estaminé, mas eu depois descubro aquilo com calma.


As biblió-coisas vêm daqui e por diante, é seguir os links em cada post.

Novidades

Para que a minha vida funcionasse plenamente só me faltava mesmo era ter um tatame e uma plataforma online que permitisse o acesso a aulas de Alongamentos, Pilates, GAP, Localizada, Figth e Dança.

E tenho.





A foto acima, que publiquei há dias, são as tiras que sobram dos recortes das placas, cujos são precisos para que as placas do tatame se juntem e não se desconjuntem. Entretanto, do site (como que permissivo, vá), ontem fiz uma aula de Pop Dance. Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, eu danço bem pra caraças, por isso é que
1
a aula, sendo de uns escassos dezoito minutos, fiz para aí doze
2
dos possíveis doze minutos, descreio que tenha acertado mais do que três passos, tanto em cadência como em movimento
3
é continuar!
4
o que vale é que não se percebe nadinha...


Então e borboletas, não as há?


Há!




Então e hoje, o que vamos retratar?


Vamos retratar a proibição ao convívio.







Vamos retratar estrelinhas no muro.







Vamos retratar papoilas.








É que o sítio é o mesmo, e já vem deste post. Nesse post há um link para outro post, de um outro dia, no mesmo lugar.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Encomenda

Chegou hoje a encomenda há muito esperada porque andou perdida pela cidade, notou-se até no estado da embalagem, não soubesse eu dos rebolões e tê-los-ia suposto. É um objecto de um tom que lembra roxo e cor-de-rosa em simultâneo e serve para limpar a pele do rosto. Veio com um papel que lembra seda em roxo, esse sim é roxo, e mais uma catrefada de plásticos-bolha e outra de tiras de papel usado para versos - versos de etiquetas autocolantes, por exemplo, como as que uso no estaminé. Trouxe também instruções de uso e de saber mais através do site, e duas amostras de cremes dos bons. Especifico: gel lissant correcteur poches; le masque anti-age absolu. Vou usar. Ai não. Eles até sabem que tenho poches e age!

Pausa

Estou nhé. Digo: no blogue _nhé.

Biblió-coisas

Dentro de um livro estavam três postais que comprei em Aljustrel, aos nove de junho de dois mil e treze, e que são pinturas de paisagens da zona.
Hum, dois mil e treze, quanta lonjura, né?
É.
Contudo lembro-me deste dia, da vista à vila e da subida à igreja. Sei também que tirei fotos e as pus no lbogue... ai perdão, blogue. Pesquisei o post onde as teria posto, encontrei-o e trouxe uma que retrata a escadaria que sobe até à igreja:





A pessoa que aparece na foto é o meu pai. Ainda bem que fiz esta pesquisa porque já nem me lembrava que ele tinha ido connosco até Aljustrel. Tempos idos, hoje não sei se o convenceria a ir de passeio. Já agora deixo foto dos postais:





Notas:
Nenhuma das fotos tem filtro.
Este post é continuação da demanda que foi limpar e arrumar a minha biblioteca, é portanto caso para dizer que já vem daqui.

A bonecada que rodeava as molduras dos ricos filhos.

E era isso mesmo, uma bonecada que em tempos colei nestas molduras. Na altura achei montes de piada à ideia _por isso a concretizei_, os ricos filhos, à data, não sendo já nenhumas criancinhas, a verdade é que estavam mais próximas da infância do que hoje e, hoje, quero dizer: actualmente, deixou de ter piada estas mariquices escarrapachadas nas molduras, já de si tão coloridas. Mas, mesmo coloridas e tal e tal, mantenho-as, mudaram foi de lugar, como já expliquei neste post, e, não querendo jogar a bonecada no lixo, colei-a, desta feita, no meu caderno. O 'número um' que se vê na parte de cima da imagem é um clipe giríssimo que marcha comigo há coisa de um ano e que, nos últimos meses, tem servido para marcar onde vou com os copianços do caderno para o lbogue... ai perdão, blogue.


Dia de (disseram na Radio)

E disseram mesmo, ontem (22 abril 2020), e foi ontem que masqueceu de plantar no blogue, tanto o registo importantérrimo que é ser o Dia da Terra, como o registo pixélico que é esta imagem, que lhe alude e que, ainda por cima, está espectacular. E já está. Começo o dia em alta qualidade e tudo.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Post com título

Gina, numa relação com o o supermercado.

As prateleiras do supermercado já contêm papel vegetal, papel higiénico e farinha para bolos, vulgo T55, sem, repito: sem! fermento, e massas prontas, como por exemplo a folhada e as para pizzas. Porém, não contêm, ainda, fermento de padeiro e natas pasteurizadas.

Oh, não têm de quê, então que é lá isso.

No outro dia, por mor de poupar a natas ao fazer o caramelo, usei leite. Digamos que é o gato usado na caça quando a usar era mas era o cão. Já de papel vegetal, a coisa estava safa numa vez futura, aqui há dias usei a massa folhada de compra - esta - e, não precisando de usar o papel que a acompanha, guardei-o. Não precisei de o usar. Ainda. É esperar.

Biblió-coisas

Encontrei também um papelinho daqueles que nos dá a funcionária dos estabelecimentos de ensino, provando que o registo da matrícula estava feito. Esta tira pertenceu também a Mr. DréG, por alturas do ano lectivo 09/10, tem portanto uma década.

Nota:
Este post é uma achega ao que lhe precede, vede link acima.

Biblió-coisas

Aquando da limpeza barra arrumação à biblioteca, a rica filha encontrou um livro - Bonjour Tristesse, Françoise Sagan - que havia sido do rico filho - temos rubrica do rapaz e tudo - que fazia parte do plano de leitura do Secundário. Pá, fotografei algumas páginas. Digo eu: a primeira, o poema de entrada e uma página em modo dicionário, ou coisa assim. 

Espigas.

Pessoas.

Há meses que sei da existência deste sofá, para ali foi deixado, para ali está. Dantes não aparentava esta 'normalidade' porque estava apoiado na lateral, isto até ao dia em que decidi pô-lo numa posição confortável, uma coisa mais de sofá, que exista para ser sofá. Virei-o. E para ali foi deixado - na mesma - e para ali ficou - na mesma. É igual, no fundo. Por conta de quarentenar, da estranha vida d' agora, do tanto de tempo sem ver as pessoas do meu quotidiano, em certo dia (o deste post) comparei a imagem do sofá a esse vazio e tenho-lhe notado parecenças comigo, se em quarentena, ou então não. É igual, no fundo, como já expus acima, mas a falar do sofá. 


terça-feira, 21 de abril de 2020

Baú, 11 de agosto de 2016

Não há medo de ser repetitiva, não no blogue. Sim, li.
Li.
Interrompi a leitura para apontar isto d' agora.
Li.
Interrompi para apontar num papelinho que no veio central das páginas 280/281, onde parara a última vez que me pusera a ler o livro do momento (Estranha Ternura, Miriam Toews), no meio das duas, na junção, havia impurezas que mais pareciam fiapos de borracha de apagar lápis. Pensei um bocado mais, e melhor, e concluí que eram migalhas e partículas doutras espécies que andarão aos rebolões por ali assim dentro da mala, se ademais nos últimos dias o livro viajou, ingloriamente, uma vez que não cheguei a lê-lo, com uma factura áquatro dobrada em três pelo lado mais comprido, quer isto dizer que havia mais espaço para entrarem impurezas sejam lá que espécie forem.
Li.
Interrompi para apontar num papelinho que já conseguira ler três páginas, que vitória era.
Li.
Interrompi para anotar num papelinho a ideia de pôr asteriscos exactamente em que parte da leitura ou do texto foram entrando pessoas. Tarefa que no momento posterior, que é este, se revela impossível de realizar pela inexactidão de factos com as horas de toda a gente, as minhas letras e as páginas do livro. Contudo, apontei o homem do gelado de copinho, que todos os dias lá vai, um dia fixo se o sabor muda ou então não; apontei muitas senhoras sexagenárias a pedirem café; apontei que o homem do canto, muito velho, se levantou, deixando de fazer número; e agora estou a lembrar-me do homem que lia o jornal com afinco dum tamanhão tal que não lhe cheguei a ver os olhos pousados noutro lugar que não no jornal.
Li.
Interrompi para apontar num papelinho que comecei a sentir-me demasiado inquieta, sou realmente incapaz de permanecer, seja lá onde for, mais do que uns quinze a vinte minutos.
Li.
Interrompi para apontar num papelinho que isso do póstumo, ah, isso do póstumo... Daqui a vinte... sei lá, cinquenta anos será que o meu blogue ainda se deixa ler na Internet?
Li.
Parei de ler. Cinco páginas. Mui grande vitória, óié. Fixei o olhar na capa protectora do telemóvel, nos mochos que lá moram: um azul, um rosa, um mocho, uma mocha, a mocha tem até pestanas e, contrariamente ao mocho, tem os olhos fechados, numa atitude vaidosa, senhoril. Mulheres, pá! Pus-me a brincar com a badana de abrir e fechar a capa até me fartar, o que não levou tempo nenhum. Que desassossego. Senti-me da maneira que me sinto inúmeras vezes, específica e habitual, a maneira. Tenho de observar para me distrair. Tenho de escrever para me distrair. Não é loucura, isso de escrever para me conhecer, para aprender, para compreender. Mas sendo para me distrair... É que não me aguento, percebem. Claro que sim, mas a prosa acaba aqui.

Septuagenárias, primeira vez

Ó Gina, então conta lá, quantas saudades tinhas da árvore amarela e do lugar (que também pode ser) da musa.
Conto pois, então ora essa, o que vale a mim é a companhia que me faço, é os egos, o alter e outros todos que conseguir arranjar, e até o narciso e tudo, óié, que no meu caso é narcisa, que sou fêmea.
As saudades desses dois pertences são bués, fazem número, mas como não as contei, pumba e coiso, olha: não sei.
No lugar (que também pode ser) da musa, as cadeiras deixaram passar um assunto, o de que as senhoras de que falei no outro dia não são sexagenárias, mas septuagenárias. Isso. É que no dia da construção desse post, reparei logo na idade das pequenas, considerando-as septuagenárias, só por dizer que entretanto apontei no papelinho que eram sexagenárias e, chegada a hora de as apontar no blogue, eis que copio sem me lembrar da primeira impressão. São septuagenárias, ai são, são.
A árvore amarela lá está, sem o banco debaixo dela, ainda. Lá está, num outro canto, mas agora, ao invés de estar apoiado no banco que está fixo no canto cruzado, fazendo as vezes dum rei de copas, como já aqui no outro dia contei, pois que não, está assim num frente-a-frente, a dar beijinhos de boca e quês. A árvore amarela não tem muitas folhas amarelas, ainda.
De nada, Gina, ora essa, então que é lá isso, estou aqui sempre para ti, disposta a tudo.
|17 agosto 2016|

A mulher dos passos

Uma volta a dois quarteirões - percorridos na bisga -; dezanove minutos; dois mil trezentos e trinta passos.

A coisa

Pensando qual a coisa que vou logo fazer mal se acabe a quarentena...


melhor aprendizado

querendo evoluir é mister juntares-te aos melhores do que tu
dói um bocadinho e o orgulho queixa-se, mas é do melhor

Sol

De manhã estava um sol dos bons. Antes de sair pus os óculos a jeito, ou seja: entalei a cabeça nas astes e fui à minha vida. Entretanto o sol não se fez tão imenso quanto o tinha avistado da janela e deixei a cabeça entalada até achar que umas lentes escuras à frente dos olhos é que era. Foi neste preciso momento que percebi que os óculos estavam quentes. E foi bom. Deu até para perceber que tinha o nariz frio. Ou mais frio do que os óculos, vá.
Tenho fotos. Tirei uma ao gato (este gato) mas fiz zoom até ao limite e não me dei bem. Para mais: foto com zoom até ao limite e publicada despudoradamente já ontem constou no blogue, hoje não quero isso. As fotos são então de chãos, patas da minha cadela, quando em marcha, ou então não, e papoilas a fazer de apontamento colorido. Deixo qualquer uma das fotos sem filtro. Quando vivo momentos repletos daquela singeleza (que eu considero) arrebatadora, repudio alterações na cor.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

20 de abril




de madrugada pensei recorrentemente: em quanto é que isto de tempo se passou?
era 20 de março, a vida 'diferente' começou-me há um mês e pareceu três ou quatro

Não mais passarei por elas

Ainda fui a tempo de captar as tais branquinhas...




... Esta tarde andava um homem a cortar a relva. E as branquinhas foram à vida, pois claro.
  (adclaro, ah ah)

Biblió-coisas

Fiquei a pensar que a poesia desgasta mais os autores do que a prosa, pois, daqueles, só cá moram livros fininhos. Fiquei a pensar mas não é facto, calhou-me assim a biblioteca e pronto. Entretanto tenho tudo limpo e arrumado. Não é que tenha conseguido um espaço digno de aparecer em revista de decoração de interiores, mas, como está de fresco, há um muito menor número de grãos de pó e o cotão foi todo eliminado, está até bonito. Fiz assim:

primeira divisória
Coloquei os livros que, de uma forma ou de outra, me relacionam com a blogosfera e a mesma comigo enquanto blogger e leitora, id est: livros oferecidos e colectâneas em que participei. As estes ficam a fazer companhia os livros que fui eu que comprei e que ainda não li. E não, neste post não vou pôr com lamúrias 'não consigo ler, oh'. Não. Achega: de há uns anos para cá, sempre que compro um livro registo na folha morta o lugar onde comprei, a data e rubrico.
segunda e terceira divisórias
Coloquei os livros menos estragados. O critério foi o seguinte: são lugares que ficam ao nível do olhar, logo... Na segunda divisória estão dois livros numa posição diferente dos demais, de frente, sendo que um tapa o outro. O que se deixa ver é para oferecer não tarda, o outro, o escondido, é para devolver, que não me pertence. Pu-los assim para não me esquecer destas tarefas. Passo por ali e pumba: ó Gina, tens que e que, lembro-me eu.
quarta, quinta e sexta divisórias
Coloquei os livros mais estragados. Dispensa explicação, né? Não, não dispensa, os leitores sabem lá que estas divisórias ficam lá em cima! Então pronto, é isso: livros mais estragados e mais longe de olhares, foi esse o critério.
cimos
Depois há os cimos das divisórias. Aí coloquei quase todos os livros deitados. Agrupei dois autores, um tipo e dez coleções (todas incompletas, presumo).


Remate:
Agora olho para o resultado de tão demorada demanda e fico toda satisfeita.

Alterar não é destruir

A chuva caiu no chapéu-de-chuva. Confesso que não gosto de chapéus desses, se a chuva dura muito tempo e me vejo forçada a manter-me debaixo de um, arfo e enjoo-me do confinamento e é então que o desvio de cima de mim e molha-se-me a cabeça.
|5 maio 2016| |e alterar não é destruir, pois não|


O mundo precisa mesmo que me faça anunciadora do seguinte facto:
«está aí uma tarde de água»

Enga

Na enga de aproveitar a massa folhada antes que passasse (mais!) tempo por sobre o já ultrapassado prazo de validade e, também e já agora, usar umas maçãs que tinham muitos dias de casa, fiz algo a que chamo, imodestamente, de tarte Tatin. Imodéstia no nome a dar à feitura, imodéstia na apreciação - estava mesmo boa - imodéstia, imodéstia, imodéstia. A rica filha espanta-se quando, no seguimento de um comentário seu: Mãe, isto está mesmo bom. - Eu lhe pareço altiva, concordando simplesmente: - Também acho. Diz ela que me acha em falta o agradecimento e, se não me mostro agradecida, então ela pode conter o comentário, não me sendo, portanto, necessário ouvi-lo. Discordo, e já lho disse, afinal essa omissão não me permitiria saber que ela! gostou. Ou seja: eu gosto e sei que está para lá de fantástico em sabor e textura, mas é bom que se farta saber que mais pessoas gostam tanto quanto eu.

Comidinhas experimentadas

A quarentena - vulgo, aqui no lbogue... ai perdão, blogue, 'o vírus do momento' - tem dado para experimentar algumas receitas das que agrupei neste post. Eis então experimentadas mais duas desse rol, os Scones de Laranja com Chocolate Branco e as Bolachinhas de Museli. Dos primeiros recordo que me havia esquecido de colocar as raspas de laranja na massa e, quando dei por isso, não querendo omitir tão importante e saboroso ingrediente, as esfreguei com o indicador em cada rodela de massa. Não me parece que tenha conseguido o mesmo efeito, mas não ficou longe, ora essa. Não, não vou voltar a fazer a receita, portanto: nada de dossier especial para a dita. As bolachas são boas e até merecem bisar e afora, foi inclusive o seu sabor amanteigado que despoletou este post, mas não sei se chegarei a colocá-la no meu dossier especial. Não sei.

Latim

Não é que tenha ido ver o latim e 'ed ephemeram gloriam' e mais não sei o quê dos meus costumes, afinal o vírus do momento está-me a travar o caminhar Lisboa afora. Por ora é que gosto (muito!) de latim e que descobri que 'adclaro' é o mesmo que 'pois claro'. Ó pá tóin xiru!

High Intensity Interval Training

HIIT

Ah. É com a intensidade lá no alto, há intervalos para nada mexer e, enfim, treina-se.
Tenho feito, tenho. E online.

Diário das expressões

Loures, 15 de abril de 2020
As coizinhazinhas nasceram da ideia de abrilhantar - mas ao contrário: desabrilhantar - as minhas questiúnculas. Como sabem e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, escrevo sobre ideias e acontecimentos de pouca importância → questiúnculas, lá está. Em certa altura andava com as coisinhas para aqui e para ali, na enga de fazer diferente das questiúnculas, como a dizer-me 'ai, daqui a pouco não me posso ouvir!' - sim, às vezes já não me posso ouvir. Assim: 'ouvir', entre sinalinhos, para lhe alterar o significado, pois que afinal ouço-me, mas surdamente. Sim, às vezes canso-me. De mim. Do modo como escrevo. Deve ser por isso que invento expressões e inventei, precisamente, as coisinhazinhas.
Loures, 17 de abril de 2020
Pá, assim de repente parece que está tudo dito. Basicamente é o que está descrito acima, escrevo muito, invento dizeres e piadolas, canso-me das ditas, invento outras, canso-me. Canso-mas. É isso mesmo, canso-me as coisas.
Loures, 20 de abril de 2020
Mesmo que no último dia tenha considerado ter tudo dito, quis esperar, não publicando logo este post, quem sabe conseguiria estender ainda mais alguma coisinhazinha. Mas não, está mesmo tudo dito.


Este post é continuação daqui.

Pinta verde com escurinhos

É uma pinta de tinta que, antes, foi pinga no chão, mas aconteceu-lhe ser tão grossa que se soltou facilmente. E inteira. Mas foi sendo pisada, daí os escurinhos. Tirei-lhe uma foto, jamais deixaria passar em branco um verde que foi tão verde e grosso e coabitou comigo um par de dias. O poiso da pinta foi um daqueles blocos para esfregar calosidades. E ficou feita, a foto. Não ficou nada, que eu, satisfeita, também não me senti. Editei a foto, pondo-lhe uma imensa camada - o máximo, na verdade - de nitidez. Assim vê-se melhor a rugosidade do bloco e os escurinhos.


Segunda-feira

Agora, os domingos à noite têm na mesma uma 'segunda-feira de manhã' na calha, que não calha tal e qual o antes do vírus do momento, e, as segundas de manhã, têm um 'ontem à noite' que estão no passado à mesma, que calha mais ou menos igual ao antes. Com a foto, pretendo mostrar informações que não informam porque estão do avesso.





E está horrenda, a foto, bem sei, de imprecisa que se mostra. Au eva, a imprecisão, combinando com o tema como combina, deixo estar.

domingo, 19 de abril de 2020

Tiquetaques

Usei o temporizador do telefone e achei-o para lá de giro - soam dois tiquetaques, um ao dobro da velocidade do outro, e o anunciador do tempo esgotado é um cantar de passarinhos.

as meítas mais bonitas (o lado sim)




é do lado 'sim' (título) e continua a rima
vale, portanto, mais, ainda, a pena lá estar

TV

No post anterior esqueci-me de dizer que o filme era de desenhos animados. Presumo que os leitores presumiram isso, afinal uma mãe panda é uma figura que remete para esses gráficos, né? Até me lembrei da menina. Sério. Estou quase quase quase a sentir saudades das pessoas. Notem bem: 'das pessoas' não é igual a 'de pessoas'.

TV

Na TV passou um filme do qual vi um bocado*. Era um filme infantil - uma mãe panda, perante perigos vários, nomeadamente bestas alegadamente apocalípticas, perseguiam-na, o que a forçou a abandonar o filho. Pronto, aquele enredo novelesco, mais visto que sei lá o quê, mãe protectora leva a proteção ao extremo de abandonar o filho e esse abandono é, precisamente, uma proteção. Não vi muito do filme, para aí quê, dez minutos.  *Foi, portanto, de dez minutos, este pedaço.

Roupa

Está um ventinho mesmo bom para secar a roupa. É aproveitar. Não fora o vírus do momento e era aproveitar na mesma.

Loures, 19 de abril de 2020

sábado, 18 de abril de 2020

O horror materializado em manteiga.




Sou uma mulher de manteiga:

manteiga no pão, não pão com manteiga
se as bolachas forem de manteiga, tanto melhor
puré de batata deveras amanteigado
panquecas |sempre|!| barradas com manteiga

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Cobertor

O frio agora já chega mais tarde. Quiçá por se estar mais próximo ao Verão e os dias estarem a crescer, o frio venha (mesmo!) ao descer do sol. Há dias descosi o outro debrum do cobertor cor-de-rosa, o que me acompanha desde os seis anos. Mudámos de casa duas vezes, reparem que não são muitas.

Receita

Apontei a receita base das trufas de chocolate num papelinho cá dos meus e prendia-a no frigorífico com um íman.
Apontei a receita base das trufas de chocolate num papelinho virtual do telefone e lá permanecerá até que me doa.
Entretanto percebi que o velho apontamento, o de meses e meses, tinha um acrescentamento que dizia:
«é como uma tela em branco»
A qual havia omitido inadvertidamente. E eu que sou tão boa nestas questões. Que chatice.

Gina, numa relação com o supermercado

Calhou-me um carrinho de compras que era desalinhado mas por partes. Ou seja: era como aquelas pessoas com quem a gente tem que lidar sem lhes tocar nos melindres, lidamos assim como que de esguelha mas é assim que lidamos bem. Estou para aqui a pensar que somos todos assim, mas vá. É que são questões das profundezas e considerando que no fundo somos todos iguais... Vá, então vá. O carrinho era então um dos desalinhados, mas eu dei-lhe meia volta e andei com ele corredores afora e, assim, de esguelha, as rodas iam alinhadas com o caminho.

As prateleiras têm muitas faltas e não é de papel higiénico, embora haja menos escolha, já no outro dia vim esclarecer qual é o meu preferido, mas dizia eu, as faltas que há é:
fermento de padeiro
farinhas várias
massas pré-feitas de todos os tipos
natas para bater
Já agora, o papel higiénico, desta vez trouxe um reciclado ou lá que é aquilo. O giro, ou então não, é que não é branco, mas bege, o que me levou a pensar que, sendo reciclado, se calhar, pá, a questão fica um tanto ou quanto pó estranha, né?

Não sei se pelo ambiente em que vivemos, eu e o mundo (o vírus do momento), já não me apetece ter aquela! forma para bolos, uma de fundo amovível, maior do que a que já tenho e mais não sei o quê. Agora já não. Retirei-a da lista de faltas de supermercado.

10 de abril

não é so aleitura d eblogues qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qs qho a

hum, ora bem, o teclado está parvo outra vez...? (já lhe passou)


Não é só a leitura de blogues que tenho atrasada, é também o visionamento de vídeos. Os canais é mais ou menos como os blogues, dou conta de bem poucos, para aí uma dezena. No outro dia (10 de abril - título - há portanto uma semana) calhou de ver um vídeo publicado precisamente um ano antes. A lonjura deu-me vontade de pesquisar quais as interessantíssimas questiúnculas que terei posto no blogue nesse dia. Estranhamente, publiquei apenas um post.
Hum?
Quê?
Um?
Um post?
Eu?
Sim, um post com muitos posts lá dentro, um post prenhe, um post com gavetas, um longo longo post. E este também vai ser, podia encurtá-lo, deixando somente link (aqui), mas não, retiro um pouco de cada assunto desse longo post.


1
Ultimamente tenho as vontades a baixo nível, tanto que até o escrever tem acabado. Ainda assim persisto na engorda deste blogue, pois, se não escrever, morro. Posso estar a dramatizar, tudo bem, mas não estou a exagerar – não escrever é morte iminente.
2
Sonhei que a sopa se me acabara na panela. No sonho eu sabia tanto quanto sei agora, e que é real, a sopa tinha sido feita no dia anterior, como então ter acabado num só dia?
3
Avistei um chapéu-de-chuva vermelho. Tinha sido deixado num degrau de uma escadaria, possivelmente por se encontrar com as varetas retorcidas e o fecho estragado, quem é que permanece com um chapéu imprestável nas mãos, né?
4
Está-se a ver quão perita sou em estender um ponto desinteressante. É assim, 'migos, ser grafómana não é só belamente poético e acabou. Não. Na verdade jamais foi ou será, eu é que me convenço disso, pois, quando não, sucumbo ou algo dentro desse género.
5
A pessoa disse devedido por uma questão de pronúncia, posso presumir
A pessoa escreverá dividido, se munida de papel e lápis, posso presumir que decerto
6
Eh pá, uma mulher a tomar conta desta maquinaria toda... (...) Fiquei curiosa com o comentário porque não descortinei o que o despoletou - se encanto, surpresa, dúvida - e era, no mínimo, tolice pedir esclarecimento.
7
Eis que a avenida se põe silenciosa que eu sei lá. É um costume dos dias actuais, isto.
8
Eu depois mostro fotos e textos. Talvez menos textos que fotos, mas vá. Vou na mesma. Ah, e ainda falta um tiquinho de tempo para tudo isto acontecer àquelas duas pessoas, eu é que já ando a sonhar.
9
A senhora do Banco tem um tique que muito lhe aprecio por o não ter visto ainda em ninguém. Levanta os braços, flecte e entesa os dedos das mãos e levanta o cabelo nas laterais. Digamos que faz ali um realce nas madeixas que, no seu caso, tendem a ficar escorridas.
10
Se no lugar do azul-escuro fosse branco e no lugar do branco, preto, é que era. Ou então vermelho ao invés de azul-escuro e branco nas risquinhas. Enfim, vidas tristes, é o que é.

Maçãs

Há selinhos colados nas maçãs pinque leidi. Era por pouco que a diminuta visão que por ora possuo me não deixava ler o que vem na parte colante dos selinhos, e, um deles, pois que tenho três, diz então assim:

club-pinklady.com
2H774nZ9NT2
this code expires 9/2021
1 point

Pá, ao que parece, tenho três selinhos a facilitar-me o acesso a um sorteio ou coisa assim. Não vou pesquisar. Vós, querendo, agarrai nos dizeres acima - pu-los até em modos de fonte courier, que é os meus 'itálico' e 'bold' preferidos, para fazer realce - e ide ver como param as coisas por lá. Oh, ora essa, de nada, então que é lá isso.

A última vez

A última vez que fui ao Centro de Saúde, subi para visitar Marió. Não sabendo bem o que lhe diria, o certo é que queria, mais do que vê-la, que ela me visse e me (e se) admirasse. Não estava, não pude, portanto, satisfazer-me (nos).
As fotos, fi-las hoje de manhã, na altura em que me lembrei de Marió.


Ando de volta

Ando de volta da biblioteca e encontrei um livro da coleção do Sete, Enid Blyton, e este é o número 5, 'Os Sete e os Seus Rivais'. Ó pá tóin xiru! Pronto, a imagem está um alto cocó mas é o que há e ademais tenho um montão (monte alto, ah ah, parece eu que fiz o trocadilho de propósito, mas olhem que não) de desculpas mas limito-me ao comum 'não sou profissional da fotografia'.






9 de abril

Os sons do último vídeo foram captados no passado dia 9 de abril, às sete e picos. Gostei de o editar, penso que por conta de ser diferente, de não ter que ouvir a minha voz repetidamente.
Ouvir-me é coisa que me aborrece, sabem? Ouvir-me é coisa que me apraz, sabem?
Sim, é uma mistura, quiçá saudável, quiçá espevitadora. É que para a gente ter saúde mental é preciso haver opostos, para assim se conseguir um certo equilíbrio. É que para a gente sentir vivacidade há que encontrar, por mero acaso, espevitadores.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Passei por elas

Não, não me esqueci deste post nem do que me propus, esqueci-me foi de, até hoje, levar o telefone para tirar as ditas fotos. Sempre que ia com a cadela e as via, pumba, ai esqueci-me do telefone. Bom, mas hoje, dia de ir comprar morangos (um clássico neste blogue, a pessoa que o escreve ser compradora de morangos), muni-me como se fosse muito longe, ou seja: de mochila, o que significa que lá pus tudo o que possa precisar, inclusive, o meu amado telefone. E foi assim.





São branquinhas de pétalas e olho amarelinho, pois são.

Está aí outra* tarde de água.

Gosto de estar em casa. Gosto de estar sozinha. Gosto da chuva.
Há uma maior elasticidade no tema 'tristezas da vida', isto no que toca a escrever, e é ao que me refiro, por ora. Tenho até, num dos meus papelinhos, já lá vão uma data de dias, apontado assim:

Nem só é mais fácil do que o esforço, a queixa, é também muito mais gira.


*E sim, está aí outra tarde de água, como diz a minha mãe.

ora alegre
ora triste
nem alegre
nem triste
tão mas tão nhé

cardinal com filtro
cardinal marimbo
cardinal sou capaz
cardinal ó pá tóin xiru!

Que horror

Enganei-me na marca do segundo carro do vizinho - é Jaguar, 'migos, Jaguar. Eu bem que, ao escrever o já linkado post, me pareceu não combinar lá muito bem juntar o adjectivo 'elegante' a um Porsche, já que um Porsche é, sobretudo, desportivo, mas revia a cena na minha cabeça e considerava que o segundo carro do meu vizinho era mesmo elegante. Então pronto, é isto, aqui na praceta há um bruto dum BMW e um confiável dum Jaguar, pertenças dum mesmo ser humano.

Filtros

Bem posso dizer que esta foto não tem filtro nenhum mas tem.
Tem também neutralidade e dobras.
E uma camisola velha.
Não.
Uma velha camisola.