sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Algum acrescente

Tenho comprado um pão que sabe a lenha e nem sei se duvide ou então não acerca de ser um cheiro verdadeiro. Pode, por exemplo, ser um cheiro artificial que se pulverize nos pães antes de entrarem no forno, ou mesmo em líqui que se junte à massa, como se junta o extrato de baunilha ou o cálice de licbr. Aquilo algum acrescente deve ter mas continuo a duvidar até de duvidar, só não duvido de que o pão é saboroso, isso não.

AB; Almofada; Bagagem

É post é dos de 'Lisboa, Lisboa', eu é que engracei com o título que me surgiu e irresisti-lhe. Circulava um viajante por uma qualquer rua de Lisboa, arrastando o seu troller, que, por sua vez, era encimando por uma almofada. Já fiz igual, já. Levei duas, até. Viajámos milhares de quilómetros. Ou seja: viajaram até ao destino e daí até meio. Já registei no blogue toda esta trama e até pesquisei para deixar link, só que não encontrei. Mas o fulcro, distanciei-me e nem era preciso mas também não faz mal, pois a almofada do viajante lá ia. Já havia dito, já, quer portanto isto dizer que não precisava ter voltado ao fulcro.

Sonho

Sonhei também que tinha tosse. Ai.

eu

Lisboa, Lisboa
(ca solinho mai bom)

trio M6

fez-se um parafuso, fez-se uma porca a que dar uso
{ou não}

Sonho

Sonhei que cosia umas coisas e que o ponto me saía, não em pesponto, mas em laçada. Olhei mais e melhor para a agulha e para a portinhola que acede à canela e percebi que havia aí uma peça diferente, assim meio que inclinada e em forma de pá do lixo, mas metálica e bem mais pequena. Depois sondei pessoas, não sei quem, para saber quem tinha mexido na máquina de costura. Pessoas afirmaram que alguém, não sei quem, tinha usado a máquina e a tinha posto ao seu jeito. Entretanto a minha mãe também apareceu, acamada e muda.

Cópia

Alguém desenhou na vida real e eu copiei para pôr na vida digital.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Forminhas de magicar

A dona Luísa deu-me umas forminhas, de alumínio e descartáveis. Fico agradecida, claro, e já magico o que vou despejar nelas uma única vez. Pensei em ensaiar aquilo dos cupcakes. Podia até ter sido aventureira o suficiente e prepará-los neste Natal (mas não). Entretanto deixo dito neste post que tenho assistido a vídeos de receitas de bolos e de bolachas e que noto que em algumas receitas a criatividade é muita. Como por exemplo umas forminhas de alumínio (reutilizáveis, estas) recheadas com massa de bolacha, levadas a cozer e preenchidas com ganache de chocolate ao depois de saídas do forno. E arrefecidas, óbvio, pois, quando não, a ganache liquidifica. Gosto bastante de chocolates, mas esta ideia não me enleva, enleva-me apenas a parte da bolacha em forma... de forminha. Ficam a ser umas forminhas de bolacha, e muito engraçadas. Entretanto magico que, se não ganache, que hei-de lá pôr, e ocorre-me creme de pasteleiro. Ou creme de queijo mascarpone aromatizado com raspas de limão e canela. Ou ambos.

No outro dia

No outro dia, naquela foto em que apareço com a máscara facial, ia escrever 'até parece a minha mãe'. Só que depois não tive coragem, pareceu-me que ia estragar a 'imagem' dela (porque me assemelho deveras), optando por pôr simplesmente 'até parece' (medricas). 

O pombo

Continuando. Pensei mas logo assumi que o pensamento era uma tolice de tamanhão. Mas estava mexida cá por dentro, ai estava. Para amainar a tolice brinquei com a questão: «hum, se o pombo voltar a entrar...» E não é que dois minutos depois o cabrão do pombo entrou outra vez no estaminé?! Porra! E saiu. Todavia não para sempre porque ainda se pavoneou (pombeou, pronto) no passeio outra vez.
Se ainda penso que aquele pombo era o meu pai?
Não.

Vi no Instagram

Vi no Instagram um post da escritora Isabel Stilwell acerca de um dos seus livros algo que transcrevo.

«O Natal da rainha D. Amélia foi marcado por uma tragédia.
No dia 14 de dezembro nascia a sua (única) filha, a infanta D. Maria Ana. Mas o bebé não sobreviveu, e a rainha mergulhou num desânimo profundo, de que levou muito tempo a recuperar. Teve sempre a certeza, e os médicos também, que foi o pânico provocado por um incêndio a meio da noite nos aposentos de D. Luís Filipe, de que o príncipe foi salvo in extremis que desencadeou o parto antes de tempo.
Sempre que visito o panteão dos Braganças em São Vicente, e vejo o túmulo das crianças, recordo-me que o luto dos pais, a dor de uma mãe, é tão doloroso ontem, como é hoje.
É tão fácil aqueles que estão à volta nem darem pelo efeito que as datas, as festas, o Natal têm sobre estas mulheres, esquecerem-se de mencionar o nome do bebé perdido, ou não o quererem pronunciar na ilusão de que vão acordar um sofrimento já 'arrumado'.
Mas uma mãe nunca arruma, e o silêncio dos outros magoa.»

De modo nenhum quero comparar a dor de perder um filho à de perder pais que estão em idade expectável para tal, ora essa, qual quê, mas o silêncio que consta neste trecho lembrou-me que, se por um lado é um alívio não ter que lidar com o interesse das pessoas no sentido de saberem que é feito dos meus pais, por outro, e precisamente porque ninguém me vai perguntar por eles, extingue-se a possibilidade de se tornar conhecido quão fantásticos e especiais (me) eram.

Absurdez

Das preocupações, que são, já se sabe, ocupações prévias, contorno-as mais facilmente se, previamente, lá está, as considerar absurdas. A mente a ajudar, a vida a ajudar a mente que ajuda. Tipo isso.

Dias de um Ginásio

Voltei a montar-me naquela máquina que faz as vezes de escadas de prédios, mas só no subir, que descer não vai dar. No fundo imitou-se a vida num pequeno detalhe com mau acabamento. Adiante. Registo então que subi dezasseis andares, que se traduzem em duzentos e setenta e cinco degraus, o que durou cinco minutos. Jamais saberei é se a média é valorosa.

(d)este e (d)aquele

aquele não sabe deste e este não sabe daquele

Fotos algo antigas. Ou então spam de Gina.

Jogo-me agora às fotos daquela aplicação com montes de piada, que eu bem sei que este é assunto faltoso, tanto no blogue como no mundo. Começo com a mostra das primeiras experiências, feitas com a foto dos pés pendurados (uma que no blogue intitulo de 'tenho cinco anos', a qual, já agora, o filtro que tem não pertence à aplicação de que estou a tratar neste post), eu sentada num banco que imita os de pub, sem que o espaço em questão o seja, está até bem longe disso. São duas, as imagens, e gosto deveras da das folhas de Outono varridas a vento rodopiante. Ou ciclone. Ou tufão. Isto não significa que não goste também, e muito, da que está 'envolta' em plástico transparente.

Continuo com as brincadeiras que fiz com a minha actual foto de perfil. É certo que já pus no blogue uma que já desceu daí, mas, como tenho outras que considero interessantes, mostro também. Deste grupo nem sei qual gosto mais, e ainda bem que não tenho que saber... Quero é deixar dito que:
a primeira põe-me etérea e, até, majestosa
a segunda transforma-me em figura de banda desenhada
a terceira oferece-me uma beleza idílica
a quarta melhora-me os traços consideravelmente e dá um valente pontapé nas imperfeições que (quase) apregoo no post em que me mostro (usando a mesmíssima foto) sem filtros, da qual já consta link acima (é o segundo).

Termino com duas fotos montes de fofas. Destas duas nada mais tenho a dizer. E está mas é a parecer-me que estou farta de mim. Spam de Gina. É, é, ah poi zé.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

avermelharam

esta foto acontece porque fui dar com a folha vermelha em cima do teclado e lembrei-me que ficava bem logo seguida de um post onde marco a existência da fosforera

em seguida, não contente, tampouco satisfeita, juntei-a a um dizer que avermelhou, não com o passar do tempo, como a dita folha, mas porque privou com terra-de-sena queimada

Fosforera

Se pensar que fosforera é o nome de um prato, e é, logo me lembra ser um dos fogosos, mas não é. É um prato típico da costa oriental da Venezuela, uma sopa, dizem. Já experimentei, experimentámos, vá, e não me sinto a comer sopa. No mais, não sendo um prato estupendo, ganha pela diferença – onde é que já se viu uma tachada com um preparado caldoso, onde predominam moluscos e crustáceos e o tempero maior é o pimentão. Ora, o pimentão, é fogoso. Ah, já me esquecia desta referência: fosforera lembra fósforo. Podia ir pesquisar para traduzir à letra mas não vou, fica assim, em lume brando. Pouco fogoso, portanto. Acima referi que o prato não me pareceu fogoso, o que considero esperável, pelo que o nome lembra mas principalmente pelos ingredientes, mas tal coisa não nos aconteceu. Ah, para mais de ser um prato fogoso, certo é que leva abóbora, e não é pouca, legume que, como se sabe, é permeável, mas não só, possui uma doçura que é bem recebida pelos (tais) fogosos ingredientes. Não é que tenha tudo dito, mas largo este post agora.

lembrete(s)

e agora era o lembrete para o lembrete e jamais sairia deste tema, oh porra

lembrete

colocar link no post da nota ulterior e acrescentar no post da casquinha, o primeiro, o que escrevi nessa mesma nota

nota ulterior

a casquinha calhou mesmo à rica nora

vip (very important post)

as palavras partem-se deixando uma consoante na extremidade, isto quando se quer abreviá-las
supostamente, e este supor é meu, é assim porque se terminadas em vogais pode-se percebê-las como estando acabadas

27 de Dezembro de 2021

Graminhas

Setecentos e trinta e cinco gramas de dióspiros
Quinhentos e setenta e cinco gramas de tangerinas
A tangerina escolhi por ser feia, o dióspiro por prometer ser bom.


enrolanço

Lisboa, Lisboa

domingo, 26 de dezembro de 2021

pantufas

até parece

merdices e lambuzices

Coloquei uma imagem de flores no pano de fundo do telefone. Ele é pano de fundo e ele é a outra situação que agora não me ocorre como se diz, aquilo tipo transição ou lá que é. Opto sempre pela mesma imagem para ambas as situações. Estados. Aparências. A imagem em questão é a das azedas, que captei há dias. Escolhi esta para me deixar de narcisismos e merdices do género, já que a escolha tem predominado sobre selfies amadas em poses fabricadas e outras lambuzices.

Galinhas no blogue

Nesta altura do ano – falo do Natal, que hoje está de resto, portanto estendo à Páscoa para vivificar o assunto - fico sempre solidária com o despacho que as galinhas poedeiras têm que dar. Caneco, essa produção há-de ser a loucura, o frenesim, aposto. Aposto até que é o aguerrido enxame da, e na, capoeira. Coisa possível, o enxame aí, uma vez que estamos num lbogue...ai perdão, blogue.

Comprinha

Comprei palitos. Passando pelo corredor do supermercado, vi-os, e pensei «ó migos venhma... ai perdão, venham mas é comigo!» Agora já posso espetar os bolos quando os considero a jeitos de estarem no ponto. Tanto posso que já espetei dois. Foi foi com palitos que já cá moravam. Este post não interessa lá muito, não. Penso isto de muitos, senão de todos, e raramente deixo esse registo feito, só que agora, pronto, está-me a apetecer confessar.

Vinho e chocolates

Muni-me de ignorância para comprar uma garrafa de vinho tinto. Eu, não pescando de vinhos, apresentei-me como leiga e submeti-me à sapiência do vendedor, não sem antes o convidar a beber do meu conhecimento: o alvo da oferta tem preferência por vinhos alentejanos e encorpados e o meu orçamento é xis euros. Ouvi então todo um rol de características acerca de quatro ou cinco vinhos. Elevei o orçamento uma beca e escolhi um vinho mais pelo nome em francês – «le coq» não sei quê, e não é sportif - do que pelo parlapiê do vendedor. Feita a escolha escolhe o destino que eu note uns pacotinhos de chocolate artesanal, havendo-os de sabores variados. Trouxe dois, um teso e um fofo. O teso é (era) de chocolate negro com macadâmia e laranja cristalizada. O fofo era (já não é) de chocolate de leite com passas e nozes. Vieram lá das bandas de nuestros hermanos e achei um piadão ao conselho impresso na embalagem: conservar en lugar fresco, seco y secreto. Ah, e eram bons chocolates, lá isso.


posta-restante
Viúva Le Cocq (qual coq, qual quê)

Chocolatinhos

Fiquei espantada que a rica filha e o rico genro tenham seguido o calendário do advento à risca. Diz que em cada manhã retiravam um chocolatinho... Que queridos. Bom, eu, fui esventrando o meu em (presumo que) cinco fases: das primeiras duas já falei no outro dia, das outras não malembra e, a última, ocorreu hoje, fui do dia vinte ao vinte e quatro.

Casquinha de limão

Quando levantei a mesa percebi que não retirara a casquinha de limão do arroz-doce porque a encontrei dentro de uma das taças. Não é à conta disso que vem mal ao mundo, já sei, mas gosto de a retirar porque o pedaço de arroz-doce que a rodeia adquire um gosto amargo. Alguém amargou, portanto. Já corri mundo (vulgo WhatsApp) para saber a quem calhou esta fava, mais certa de que teria sido ao rico filho do que a outro/a. É que ele tem essa sina, tudo o que é estranheza para-lhe no prato. Mas não foi. Entretanto descartei as hipóteses e, em resumo, a casquinha de limão só pode ter calhado à rica nora... Já mandei mensagem para me certificar mas ainda não tenho resposta.


nota tão ulterior que é acrescentada cinco dias após a publicação deste post:
lá se descobriu a quem calhou a casquinha, pode ler-se aqui a certeza que me faltava, se bem que o caso estivesse deslindado, só podia a dita ter calhado à rica nora, que era quem faltava depôr, não estava era encerrado, e agora já está

26 de Dezembro de 2021

Em todos os 26 de Dezembro me dá vontade de arrecadar a trugia de Natal nas caixas - afinal a festa acabou e pâ pâ pâ - por isso é que me lembrei de pôr o vídeo da montagem da Árvore de Natal em reverso. É uma espécie de Benjamin Button, vá.

sábado, 25 de dezembro de 2021

✔️

Todos abalam

Quando todos abalam fico sempre vazia mas hoje fiquei mais.

Comprinhas

Comprei guardanapos apaneleirados para pôr na mesa de Natal, id est: com motivos natalícios. Não são nada de mais, é bolas enfeitadoras, raminhos de pinheiro e de azevinho e flores de que não sei o nome. Ah, há ainda cristais de gelo. Na mesma volta comprei também lenços de assoar dos natais, e digo natais porque são iguais aos do ano passado:
'Merry Cristmas!'; 'Ho! Ho! Ho!', azevinho, pinheirinhos, bolas, pinhas às risquinhas e arabescos. Tudo, mas tudo, em verde e, ou, em vermelho.
Estes motivos são ainda iguais aos de há dois anos atrás, já eu digo no post linkado acima. Percebe-se assim o que a vida se nos muda, né? Poi zé.

ê, ê ô

u vi, u uvi

eu vi, eu ouvi

underneath

daquilo do 'underneath' também gosto destas, ó:

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

°cada um é como cada qual°, lá isso

Graminhas de Natal

Duzentos e sessenta gramas de limas
Quatrocentos e quarenta gramas de cebolas
Quatrocentos e sessenta gramas de anonas
Quatrocentos e noventa e cinco gramas de maçãs
Duzentos gramas de alhos
Quatrocentos e noventa e cinco gramas de batatas-doces
Quinhentos e vinte gramas de batatas brancas
Oitocentos e noventa cinco gramas de laranjas
Quatrocentos e quinze gramas de pimentos vermelhos
Quatrocentos e quinze gramas de kiwis

O nepalês da frutaria recomendou °come muito! come muito!°
(recomendação ao quadrado, portanto)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

É Inverno em Lisboa.

Cá na minha ideia o solstício de Inverno era aos vinte e dois de Dezembro e foi nesse dia que percebi que afinal estava enganada porque foi aos vinte e um. Hoje que é vinte e três já fui visitar a minha amiga árvore amarela para a fotografar. Eis.

olá

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

domingo, 19 de dezembro de 2021

no entulho

Sonho

Sonhei que a cara do meu pai se tinha transformado de moribunda para a do tempo da sua autonomia, mostrando jeitos de querer dizer-me algo, sem que, contudo, conseguisse dizer. Lutou lutou e conseguiu – Gosto muito de ti.

impressões:
este sonho ocorreu dias antes de o meu pai morrer, publicá-lo é pô-lo mais morto que morto, por isso o mantive guardado uma porrada de dias

Pombos

Não é estranho que pombos adentrem o estaminé, particularmente se a rua estiver vazia e eu em silêncio, embora não seja questão corriqueira. O que há de diferente com este é que apareceu no dia a seguir à morte do meu pai. Ora, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, tudo o que é pombo remonta à figura paterna desta que vos escreve, cresci com pombais no quintal e durante décadas acompanhei o interesse que o meu pai tinha em melhorá-los para que o seu bando vivesse feliz. A foto está uma merda, já sei, o que eu queria captar era o pombo dentro! do estaminé, não quando já estivesse na enga de zarpar dali. Apanhei-o assim, pronto, é o que há. Este episódio puro e longe de preparação fez-me pensar que os acasos são algo tão principalmente simples, que, daí, só podem crescer. E quiçá cresçam para coisas complicadas.

Se pensei que aquele pombo era o meu pai?
Pensei.

Dourada

Do café estranho, a embalagem é dourada. Diz até que é «selezione premium, qualità oro, dal 1956». Mas o sabor é estranho, é. Não gostei. Acrescentam que é uma «perfect symphony, 100% arabica» e que na escala «aromatic / intensity» é um 5, que podia ir até 10. Estamos portanto no meio do aroma e eu já o acho tão para lá do aroma arábico. Bom, esta embalagem é poliglota - como quase todas, na verdade - tem também le français: «Depouis 1895, la familie Lavazza fait de l' exellence du café sa raison d' être. Laizzez notre passion devenir votre plaisir.» Ai, adoro. Já agora deixo o alemão da última frase, que só por ter o 'onze' lá metido ganhou destaque: «Echte italiaance koffie: onze passier, uw plezier.»


pá, atão, é de nada, ora essa

Vários

Tenho (também) outros bombons:
- com licor e cereja no meio
- com duas partes que os faz parecer peças de dominó
- há-os com coco e chocolate branco
e, quiçá para rematar num apogeu...
- tenho aqueles de figuras: as pinhas, as bolas e os pais natais

Variantes

Provei as variantes do bombom mais famoso do Natal. São um lançamento recente (percebi que deste mesmo ano, 2021, embora não tenha ficado certa disso) e a caixa inclui três tipos de chocolate, todos negros. Temos então cacau do Gana, em bombons com cinquenta por cento; os do Equador têm sessenta e cinco e os da Costa do Marfim têm por sua vez oitenta. Os melhores são estes. Os outros são a modos que apagados, mortiços, não querem aparecer. São parecidos comigo, pronto.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Doçuras. Mas, antes, securas.

Eu e o meu (ainda novo, porque não, ora essa) fogão ainda não nos juntámos no sentido de conseguir uma pavlova. Acontecerá um dia desses, lá mais para Maio, quando a atmosfera secar, que a pavlova só se dá bem com atmosferas secas. Dá-lhe as securas e fica bem, pronto, é rapariga para ser diferente. Tenho então que me certificar se o meu forno tem temperaturas baixíssimas, lembro agora. Está a dar-me vontade de arranjar três claras à bruta e experimentar as securas do meu forno. Digo à bruta porque agora não as há de sobra, as últimas foram gastas no bolo do passado sábado. Fiz até post com balanço nas vontades – bolo de claras ou pêras com caramelo – e escolhi fazer o bolo e deixar as pêras para logo mais, quiçá para o ano. Nã nã ni nã não, tratei hoje dessa iguaria. Longe de ter seguido a receita, que aquilo era para ser em doses individuais, o leite condensado cozido por cima da massa já cozida (e fria) e as pêras fritas em manteiga e dispostas por cima e, por cima, frutos secos caramelizados. Só que eu, pois que não.
Assei a massa numa grande forma de tarte, pus por cima o papel vegetal e os feijões a fazer peso para não empolar (aqui a única diferença é o tamanho do recipiente, a receita designava tarteletes, que são as filhas das formas de tarte). Cozi as pêras em água com açúcar amarelo, canela em pó e uma casca de limão, contudo, a receita pedia que as fritasse em manteiga. Quando as pêras arrefeceram um bocado esmaguei-as e juntei-lhes o leite condensado cozido (é a este ingrediente que a receita chama caramelo... não deixa de ser, vá), e vai que a receita pedia que se espalhasse uma porção de caramelo (o leite condensado cozido, pois já se sabe) e por cima então as pêras fritas. Voltando à mistura que decidi fazer, como estava um bocado líquida optei por usar três folhas de gelatina. Despejei esta parte na tarte que já esfriara e enfiei este resultado no frigorífico. Ainda não provei mas presumo que umas amêndoas tostadas lhe encherão as medidas. Este presumir veio de ter rapado a taça, de opnde opino que leite condensado cozido e pêras cozidas é muito bom e pede amêndoas tostadas, ai pede.

Pedrinha branca, a não esquecer.

Um dos mais memoráveis momentos de cumplicidade que vivi foi quando o meu pai, prestes a partir para um trabalho na Arábia Saudita, não se importou de levar consigo uma pedrinha branca que eu arranjara para esse propósito. Apenas. Apenas seria uma pedrinha que ia com o meu pai porque eu não podia ir. Estamos a falar de uma Gina com onze anos mas que já tendia veramente a ideias meio que... sei lá, digam vocês. Mas o fulcro deste post é mostrar que o meu pai percebeu tudo - tê u dê ó - tudo

e sem desdém

A menina fée pergunta e a Gina responde.

O que mais gosta de fazer no Natal?
Bolos.
Qual é o bolo de Natal de que mais gosta?
Bolo-rei.

Sentes-te filha de gentes-te.

Sinto-me a mesma Gina, só que filha de gentes-te que me-morreu.

água; sopa - como se fossem

água 👀
sopa👀

perguntices

~~A primeira coisa que fazes quando acordas.
Abrir os olhos não conta, suponho... Bom. Então. Lembro-me do sonho, ou dos sonhos. Se não o, ou os, traduzo imediatamente, fico-me pela recordação das imagens, mesmo sendo difusas há algo que aparece na mente. Tirando os sonhos, e presumindo que não sonho todos os dias, escrutino a mente para me certificar que dia da semana é. O do mês pouco me importa saber, mas o da semana, sei lá, dá-me jeito. Voltando atrás: não asseguro que sonhe todos os dias, mas tenho essa sensação bem vincada.

~~O que tens na tua mesinha-de-cabeceira?
Neste preciso momento tenho o telefone a carregar, a maquineta que alisa a pele do rosto, o candeeiro e o rádio. Em tempos, este rádio fazia também as vezes de despertador, actualmente apenas serve para musicar os últimos minutos que passo acordada. Conto do que tenho neste preciso momento e era até giro que respondesse a esta pergunta mensalmente ou assim, decerto variaria. Quero dizer, o candeeiro e o rádio não variam há q' anos, o resto é que sim. Daqui por um mês torno cá. Se me lembrar, claro.

~~A pior coisa que te podem fazer.
Interromperem-me quando discurso entusiasticamente. Principalmente.

~~Uma frase que te marcou para a vida.
Não desistas de ti.

~~Qual é a tua palavra preferida?
ESCREVER

~~Qual é a importância das relações pessoais e de as cultivar?
Pá. Ai. Responder a isto é walking on broken glass... Estou cheia de cortes, uns mais fundos que outros. Bom. Então. Relacionar-me com pessoas é tão importante quanto verdadeira é aquela frase «o mundo são as pessoas». Vai daí... né? Poi zé.

~~Qual é a tarefa que mais gostas de fazer em casa?
Pá, assim gostar gostar gostar, não sei, por, no fundo no fundo, não gostar de nenhuma, porém, talvez goste, vá, de fazer a cama. É rápido e não requeiro perfeição nessa demanda.

(Uma espécie de) Listinha de Natal

… já aconteceu:

a hora do chá
a feira solidária
as actividades infantis
o tarot literário
o encontro de coros
a hora do conto
a oficina do xadrez a feira de arte

… falta acontecer:

a feira do livro
o almoço comunitário
o espectáculo {X 3}

… listinha retirada de um prospecto que recebi no estaminé
… ao depois de o observar, listei o que já faz parte do passado e o que poderei - poderia, quisesse eu - ainda usufruir

a minha mãe e o meu pai

»» é de lá que eu venho ««



💭

💭

💭

💭

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

diz pensava

A menina fée passou as mãos por óleo de lavanda e esticou-me o pescoço. Aquiesci. Sou uma mole. Dispensava até a lavanda.

Lisboa, Lisboa

Um dos pinheirinhos de Natal da avenida é mesmo piriri, lembrei-me até do cipreste que no outro dia capturei. Capturei por imagem. Por imagem.

Lisboa, Lisboa

Estamos efectivamente no Natal, nas avenidas os pedintes apuraram a vestimenta, há asseio e, até, brilho.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Ana Cláudia

Fui com a rica filha à Fruta Feia. Era a sua primeira vez e o senhor que a recebeu começou por cumprimentá-la assim:
«Olá Ana.»
Porém reflectiu e ofereceu:
«Ou Cláudia, como preferir.»
E ela pediu:
«Ana Cláudia.»
E avançou:
«Se não tiver preguiça...»

(hum, ok, vá, fui eu que escolhi o nome dela)

Chamo sempre Ana Cláudia à Ana Cláudia, nunca só Ana ou só Cláudia. O pai idem, o rico filho chama mana até hoje, os restantes familiares copiam-me. A Ana Cláudia gosta do nome que tem e fico feliz por ter escolhido bem. Em pequena, quando começou a falar, dizia Cadaca, o que me esmoreceu, por ser tão diferente, e, mais tarde, Ana Cádlia, apaziguando-me, portanto, o esmorecimento, sempre era mais parecido. Na adolescência, os amigos, na maioria, chamava-lhe Lala, actualmente não sei, mas vou perguntar-lhe. Já perguntei e já respondeu - diz que sim, que é inclusive o que lhe chamam no trabalho. Pronto, tudo bem, né, atão.

Sonho

Sonhei que a escada do prédio da vizinha Gislena era deveras íngreme e os degraus eram tão estreitos que era a custo que a descia. Entretanto apareceu uma vizinha (que não existe) que me convencia a desistir da difícil descida. Mas desci e, quando vou para entrar no estaminé, eis que o meu colega havia saído para um trabalho no exterior e eu, sei lá por conta de quê, não tinha chave para entrar. Então pedi guarida ao vizinho (que existe) que quando me deixou entrar apenas sorriu e anuiu com um aceno de cabeça.

Beberes

O que bebes?
Água.
O que comes?
Sopa. Posso também beber a sopa, claro.

pares

iniciar - terminar
começar – acabar

trocando, os pares não condirão, acho

Pincel

O magnata deste pedaço de calçada agarra no pincel e faz dele um dos de maquilhagem. Ri-se e afirma «... elas fazem assim, ó:» e eu «... poi zé.», vou lá agora esmiuçar a questão, eu não.

o gatinho amarelo e o cravo e a folha

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Sensações

Desta vez encontrei um gato amarelo no recobro. Vi-lhe o olhar meio perdido e meio vazio e pus-me a pensar se a minha sensação estaria de acordo com o que o bicho estava a sentir. Entretanto considerei que às tantas o que ele estava era a pensar:
Pá, ó Gina, deixa-te mas é de merdas e tira-me daqui, vá!

Escuras

«Está às escuras, pode acender a luz!» Lembrou a senhora vet. Nem tinha reparado. Ou então tinha. Não sei. É uma mistura de coisas. Julgo até que tem que ver com o estado do momento, se é sombrio nem me lembro que posso clareá-lo com um dispositivo que liberta o circuito eléctrico. Isto fui eu a dar uma volta do caraças para fugir da simplicidade que há na palavra 'interruptor'.

Agulhas

A notar: o recipiente que a senhora vet ocupa com as agulhas que já utilizou estava quase quase quase vaziínho.

ó Gina

o gatinho amarelo e o cravo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Sonho

Sonhei que uma pessoa me forçava a comer uma maçã. Insistia até mais não, considerando que uma maçã era realmente o melhor para mim naquele momento.

ninguém me conhece

Unhas

O homem dos pombos veio para comprar um corta-unhas. «Tenho as unhas rombudas» dizia ele. Tenho para mim que 'rombudas' ocupa o grau superlativo de rombas.

Observações

«Estou a ver que chegou material, estás a conferir.» - Observou sua majestade, e muito bem, era só eu a observar os demais, não? Qualquer dia pergunto-lhe se ele também tem um blogue. - «Ó sua majestade, olha lá...»

domingo, 12 de dezembro de 2021

Chá

O chá precisa de repouso para dar o melhor de si mas, antes, há que ebulir, lá isso.

Ovo

Afinal o ovo não é estanque. Aprendi hoje que não. A casca tem poros pequeníssimos que deixam o ar ir e vir. Que giro. É aliás esse arejamento que faz evaporar a humidade do ovo e é assim que se lhe acaba a frescura. Sem humidade o ovo vai ficando mais leve e vem daí a dica de os colocar a boiar para os testar – se afundam são ainda jovens.

Troca

Fui ao supermercado no carro do rico filho. Mais do que um empréstimo, foi uma troca que a gente os dois fez.

Cão

Tenho saudades do meu bicho-cão. Devo estar tontinha de saudades por conta de esta manhã ter calhado ver fotos dela e de mim com ela.

Fruta

Rasguei um pedaço de uma página da revista Continente Magazine. Estão descritas três receitas: tarte de cerejas do Fundão, tarte de pêssegos da Cova da Beira e tarte de maçã com amêndoa caramelizada, obra do Chef Chakall. Os bolos que mais gosto são os de fruta, ou tartes. Entretanto, a modos que mudando de assunto, se as cerejas do Fundão são de topo, podem os pêssegos da Cova da Beira também o ser. Já as maçãs, diz-se que de Alcobaça é que são as melhores. Lamento que o trio esteja desfasado mas compreendo que se era boa altura para as cerejas e pêssegos, então por certo não a seria para as maçãs. Vou guardar o papelinho para fazer estas receitas, o que, ao ritmo a que despacho este tipo de papelada, devem ser eventos para daqui por meia dúzia de anos.

Manhã

O abacateiro tem as ramagens ralas, vê-se o céu por entre, não está nada conforme estava no tempo quente. Noto este mirrar em outras árvores, como por exemplo, na árvore amarela.

sábado, 11 de dezembro de 2021

Maria

Já digitei 'bom dia Maria' tantas vezes que o teclado me lembra a 'Maria' se digito o 'bom dia'. Com a 'boa tarde' também sou lembrada que a 'Maria' existe, com a 'boa noite' é que não.

Conversa

Reli com prazer uma conversa que tive em Outubro de 2017.

Nariz

Na última entrada cá em casa, a rica filha aspirou fortemente o odor daqui, como quem relembra e como quem se apraz. Perguntei-lhe se estava a matar saudades e ela que «sim».

Canção na cabeça

Aconteceu-me (mais) uma canção na cabeça mas desta vez não venho falar de uma das que surge ao acordar, mas durante o dia. Surgirem canções na cabeça nada tem de mais, não venho pôr a cabeça num trono de supremacia e originalidade, venho só registar que.
Sei lá por que caso ou figura me surgiu o tema 'State Of The Nation' dos Industry, certo porém é que surgiu o verso mais sonante:
'don't you worry about the situation; a message from the telephone
Não sei mas sei que don't you worry about the situation serve para todas as preocupações, afinal passo a vida a calar as ocupações prévias. E, a canção, já se está a ver que surgiu porque surgiu, né? Poi zé.

Tesoura

Num Abril dos idos '80 comprei a tesoura que ainda hoje me acompanha. O meu sonho é nunca me afastar dela, pois já se sabe. A compra foi feita na atípica vila Póvoa de Santo Adrião, numa loja rente à estrada. Eu e a minha prima havíamos sido contratadas na fábrica de costura e, eu, não tinha nenhuma tesoura de costura, ela, não sei mas julgo que lhe fazia falta porque também comprou uma. O engraçado é que a comprou maiorzinha do que a minha porque, certo é, ela era mais velha na vida e mais sabedora no ofício do que eu, contudo, incerto é, sei lá por que caso a escolha se deu assim. Sei é que gostei desta, achei-a logo maneirinha. Entretanto, de ser afiada ao longo destes anos, encurtou. É coisa pouca, mas encurtou.

Calendários

Comprei seis calendários do advento. Convém especificar que são de chocolate, já que há todo um rol de temas infiltrados na singela ideia de ir abrindo uma janelinha e retirar de lá um chocolatinho, de 1 a 24 de Dezembro. É que, ó 'migos, um calendário do advento...

é
isso

Então, quando os ricos filhos eram criancinhas fofas e felizes, todos os anos comprava um calendário para cada um e colava na porta da cozinha. O Dezembro ia passando e, em cada manhã, logo seguido do pequeno almoço, eles esventravam impiedosamente (pronto, acabei com a fofura dos ricos filhos) uma janelinha e toca de apreciar a mini guloseima. O tempo passou. Os ricos filhos são adultos. A família aumentou. Juntou-se-nos uma rica nora e um rico genro. E este Natal resolvi relembrar a questão do calendário do advento, oferecendo um a cada um dos quatro. Por acréscimo (mas não sei qual acréscimo, um qualquer, pronto) comprei também para mim e para o Luís, resultando portanto em seis. Estes dois calendários (foto abaixo) colei-os tal como colava os dos ricos filhos. Eles, os ricos quatro, não sei, mas eu tenho sido comedida na retirada dos chocolatinhos, embora use de método não ortodoxo (é para rimar com a época). Não esventro as minhas janelinhas diariamente, esventro-as em tiradas de cinco ou seis dias. Bom, fiz as minhas contas, fui lá duas vezes.

Olhos

Pus-me ao sol e fechei os olhos para ver o que toda a gente vê – cor-de-laranja.

Desentope

A rica filha escolhe filmes lamechas para chorar porque lhe desentope o nariz e já percebi que as lágrimas fazem o mesmo à dor de olhos.

está um ventinho mesmo bom para secar a roupa

Retrospectiva

De 2021, o Instagram relembrou-me (e ofertou-me) isto:
antes de mais havia publicado no blogue, claro 👀

Calendário

No calendário está designado que em Junho de 2022 haverá três feriados no espaço de uma semana. Sendo que, já sei, Junho é caracterizado por ter feriados bem posicionados. Acho que vou para longe, nessa altura. Eu, que fujo, ou, no mínimo, quero fugir, considero que longe é sempre um bom destino.

Sempre quis responder

Sempre quis responder às mesmíssimas perguntas que já respondi em vídeos, fiz até post onde revelei esse desejo.
👀
Responderei novamente num vídeo porque, na verdade, não respondi bem bem bem da vez em que me respondi. Portanto... Não respondi e respondo um dia desses. Não é desinteresse, é que por ora não tenho previsão.

a menina fée perguntou se tenho alguém com quem desabafe
e eu que «não»

dois pontos

a fazer:
bolo de claras e, ou, pêras com creme de caramelo

estas velas ainda não arderam até ao fim

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

graminhas de fim de semana

oitocentos e quarenta e cinco gramas de dióspiros
mil cento e sessenta gramas de laranjas
setecentos e quinze gramas de maçãs
trezentos gramas de pimento vermelho
cento e quarenta gramas de alhos
oitocentos e trinta e cinco gramas de batatas-doces

Lisboa, 10 de Dezembro de 2021

Quando atrás do meu balcão, ouvi alguém que passava afirmando que «aqui é muito mais soalheiro do que na Graça», o que não desminto nem ponho no saco das verdades discutíveis, apenas comento que isto não foi evento do dia corrente, que de nublado e chuvoso tem tido muito. Falo do que daqui avisto e sinto, claro, mas na Graça não há-de estar lá muito diferente.

Escala feminina

Hoje é o terceiro dia mais importante da minha vida. O primeiro foi quando o meu progenitor decidiu que eu seria fêmea, o segundo quando a minha progenitora me deu à luz. De resto: este é então o terceiro.

Lisboa, 10 de Dezembro de 2021

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Tonta Engrácia

Mr. Sheeran cantava a sua malha mais recente nas colunas de som da grande loja quando fui comprar somente um acessório de PVC. Ginguei gostosamente pelos corredores. Outra vez. Já sabem que ninguém me liga a ponta dum ocrno... ai perdão, corno, né? Poi zé. Estou a sentir este assunto corriqueiro, mas é que hoje, que fui comprar peças gigantescas, qual quê de ser diferente, Mr. Sheeran expressava os mesmíssimos marcantes viveres, auxiliado pelas colunas de som - vai de shivers e mais shivers. E eu, né...? Poi zé.

E a minha casa, será que tem mangueira de rega?

Não. Não havendo quintal, não haverá mangueira de rega. Contudo cresci com tudo isso – quintal e mangueira de rega. Lembro-me de os meus pais decidirem que as regas deveriam ser feitas ao cair da tarde, quando a noitinha já se avistasse. Falo daquele momento que é uma coisa mais de alma, nenhuma ciência determina quando finda a tarde e avança a noite, não há corte, misturam-se. Mas as regas. Então, as regas eram feitas por essa altura porque o frescor se manteria por mais tempo, uma vez que a noite é fria. Mas aquilo fazia-me impressão, às vezes dava por mim tendo pena dos tomateiros, oh pobres, recebendo a caloraça do Verão, gritando de sede, clamando por água. Pronto, coisas assim. Olha, falei de coisas sem as ter. Ah, que estranho, né? Poi zé.

E a minha casa, será que tem galochas?

Não. Com estas larguras, como? Para quê é que já toma outro sentido. Porém igualmente estéril, noto agora. Olhem, vou ali e volto não sei quando.

azul


oralidade

então agora estou aqui parada atrás de um autocarro que parou na paragem

👀

a menina fez uma (espécie) de cópia

époustouflante

palavra francesa para designar algo de uma de beleza que impressiona, deslumbra, entontece

Lisboa, Lisboa

Subindo a Calçada do Poço dos Mouros altera-se-me o ritmo cardíaco - a notar: ligeiramente - quando os números vão nos vintes. Por querer fixar em que números ia quando dei pela respiração - … vá… - diferente percebi por junto que os números descem se a Calçada sobe, verificando-se obviamente o contrário quando inverto o sentido. Eu e todos, claro.

Lisboa, Lisboa

Avenida General Roçadas, viro à esquerda para
Rua Doutor Lacerda e Almeida, viro à esquerda para
Rua Jacinto Nunes, viro à direita para
Rua Carrilho Videira, viro à esquerda para
Rua Sebastião Saraiva Lima, viro à direita para
Rua Heróis de Quionga, viro à esquerda para
Rua Morais Soares, viro à esquerda para
Rua Cavaleiro de Oliveira, viro à direita para
Rua José Falcão, viro à esquerda para
Rua António Pedro, viro à direita para
Rua Pascoal de Melo, viro à esquerda para
Rua de Dona Estefânia, viro à direita para
Rua Engenheiro Vieira de Oliveira, viro à esquerda, para
Avenida Duque de Loulé, e eis-me quase chegada (quase)

por vezes fui por aqui

que a vida te vá correndo normalmente é o que o paizinho te deseja

à conversa é conversas

verde água

«verde água» descido do pijama