quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Post com título

 Agora, se estou sozinha, quando passam muitas horas é que fico triste.

Conclusão racional
[são todas, bem sei, mas esta tem muita, mas mesmo muita racionalidade]

A vida é uma sucessão de estados de alma, inevitavelmente opostos, perfazendo um-todo. Se me isolar daí, ou soltar, ou seja, se eu for eu, eu sozinha e sem a um um-todo pertencer, então noto-me, por ora, uma enorme diferença: não temo estar alegre e viva e presente, mesmo sabendo da curta duração desse estado. Se curtas, as durações, então deveras especiais serão.

Rede

O Instagram está tão na moda mas tão na moda que agora até já se publicam longos posts por lá. E as pessoas lêem! Não é incrível?! Deixou portanto de ser o Insta da foto pirosa ou bem-posta ou, ainda, bem posta. Adequada, vá. Justa. Capaz. Enfim, essas ocisas... ai perdão, coisas, para ser também o dos textos com meio metro, todavia merecedores de tempo, inclusive atenção. E admiração.

percebeste?
percebemos

percebi que tu percebeste que eu percebera

Aceno

Acenar com a cabeça é dizer com o aparelho vocal qualquer coisa do âmbito afirmativo. Assentir. Assentir? Ah, assentir. Assentir também é daí descido.

Padrões

Há máscaras com padrões. Há viseiras com padrões. Se as máscaras podem conter o padrão na totalidade do seu ser, já as viseiras não, têm-nas na tira que ajusta na cabeça.

Comprinhas

Quando procuro vestuário que não pareça matacão nem revelador... Quero o impossível.

Resquícios de Natal


Resquícios de Natal

Decidi que, à mesa de Natal, teria uma oportunidade do caraças de revelar que há dias descobri que a primeiríssima, quiçá a mãe, de todas/os as/os influencers dos tempos tão interactivos, e online, que a gente agora tem é... 
nem mais nem menos... 
a cobra do paraíso

A rica filha espantou-se «olha, nunca tinha pensado nisso!»
O rico filho concluiu «isso dá ganda twitter, mãe»

Resquícios de Natal

Desde que saiu de casa, a rica filha não mais tinha regressado, de maneiras que não tinha ainda visto as mudanças que entretanto aconteceram. 
Adorou. 
Adorou a sala nova, aquela de quando as visitas se nos juntam para tomar refeições. 
Adorou o meu quarto, que era o dela, agora com uma das paredes - assim digamos que – com muitos espelhos.
Fiz-lhe saber que tinha também 'herdado' dela a casa-de-banho, que pus lá as minhas cenas e isso. Não me lembro se adorou. Se clahar... ai perdão, calhar adorou mas não vocalizou.

Cinzento(s)

Paredes de cor neutra para destaque de enfeites – ofusca-se um para que outro brilhe. O ofuscado toma o molde do brilharete. Não há, simplesmente, lugares sem personalidade, que lha incuto eu. Não há.

Cores

Estive naquele fornecedor que tem um balcão igual ao meu e agora o estaminé tem pionaises nas cores primárias. Escolhi-as assim porque daí, já se sabe, nascem todas, e até ao infinito.
O fornecedor deu-me muita hipótese de escolha:
«Pode pedir tudo menos branco.»
E eu que ia pedir branco... Tenho portanto essas cores, que já mas fizeram chegar. Está até tudo arrumadinho e pronto a sair para casa de algum/a precisado/a.
Por cores primárias, note-se - também e já agora e até por comparação sem querer ser por imitação - as dos clipes que marcam o meu caderno –
a amarela marca onde vou na repesca para futuros posts
a azul marca a lista de faltas do supermercado
a vermelha marca onde parei a escrita e é daí que continuarei

Aviso

«É favor uma ou duas pessoas não ocuparem mesas de quatro.» Vi eu escrito num restaurante, por ora, longe de mim e, quiçá, não tardará estar perto.

Pernas

O vestido-camisola/camisola-vestido que está no post anterior é uma peça de vestuário que... Pronto, dá para vestir com leggings. 'Pernices' parece-me uma tradução à maneira para leggings... Não, pernando.

Faz as vezes

Tenho um vestido que faz as vezes de uma camisola se lhe puser o cinto que a acompanhou. Contudo, se não puser, também faz as vezes de uma camisola.

Podcast

Dizia o entrevistado, cirurgião plástico, que actualmente as pessoas já não têm como modelo a copiar esta ou aquela figura pública, antes se querem ver como se tivessem um filtro aplicado. 

Eis, abaixo, os retratos [consideravelmente melhorados] desta que vos escreve filtrada a Cartoon da aplicação Snapchat, que mantenho no telefone precisamente para dar conta destas merdices. É uma maravilha [os retratos, óbvio] tão abundante que não me decidi por um.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

De manhã

De manhã, ainda deitada, considerei descobrir que 'mãos e genitais' se assemelha, principalmente se em som, a 'mães são geniais'. É logo ao acordar que me passam as coisas mais incríveis pela cabeça. E, aqui, por 'incrível', note-se-lho pelo lado estapafúrdio e desnecessário, é o que vos peço. A contrapor o tanto de negativo que até aqui mostro, conto-vos a eureka que se me deu há dias, precisamente de manhã e ainda deitada:

as crianças são felizes porque não têm dúvidas

Sonho

Sonhei que retirava uma pele do pé. Era uma pele inteira, sem rasgos, tinha os desenhos dos dedos e tudo. 

Graminhas

Quinhentos gramas de manga 
Mil oitocentos e oitenta e cinco gramas de abacaxi 🍍 
Oitocentos e quarenta gramas de batata-doce 🍠 
(a manga não tem emoji, oh) 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Lisboa, Lisboa

De manhã estava um céu azul e pontilhado de nuvens meio que cinzentas. Ou assim. Dei por mim a pensar «olha, eu antes de mais vi o céu, só depois notei as nuvens». Bom sinal. Parece.

Uma miúda tinha escrito na t-shirt 'cute and' não sei quê. Não sei quê, é certo, assim como é certo que esse 'não sei quê' é algo concordante com 'cute', pois, quando não, seria, no mínimo, ai a porra das vírgulas, estranho.

Pintaram os pés dos candeeiros da avenida. Temos então, e em vez do bordeaux descolorado e descascado, um lindo tom de cerise, que é cereja para os portugueses (o bordeaux não sei traduzir). A cerise, quando a gente a encontra em modo cor, é como que um convite para tornar a cor gráfica na mente, mas sem o grafismo propriamente dito. Estão cutes, os pés. E está ligada, a fonte, correndo a água, que é parável. Dantes, quem ia lá tratar desses botões era um primo afastado que a gente tem, agora não sei.

Chegada ao latim, estou vazia de coisas para vos dizer. O latim diz o mesmo, o que a todos é dirigido, mas desta vez não me disse nada.

A casa azul está a envelhecer. Se fosse uma pessoa, esta casa teria agora uns quarenta anos, que é quando se dá pelos primeiros sinais do amadurecimento das pessoas. Não esotu... ai perdão, estou com isto a dizer que quem é dos trintas não denote já alguns sinais. Não. O que acontece é que a dos quarenta é uam... ai perdão, uma maturidade mais vincada. Amachucada.

E chove em Lisboa, é o que é. Não, eu não estou de chapéu-de-chuva. Chapéu-de-chuva, guarda-chuva. Guarda-sol, chapéu-de-sol. De sombra é que não os há, pois que, dessa, não precisamos de nos resguardar. Ou então ainda ninguém nos convenceu disso (será...?).

Se há lugar de quentura, mesmo que no Inverno, é a avenida Manuel da Maia. Se há outro lugar de quentura, mas em pobre, é a rua Ângela Pinto. Porra, quase apanhei um escaldão.

Vi uns óculos escuros todos giros expostos numa montra. Por giros entenda-se vistosos, que era aliás o adjectivo a ser primeira escolha, mas pronto. É um daqueles artigos que não sei se combina com todas as Ginas que trago comigo. Bom, decerto não combinam com todas elas porque não há nada que combine inteiramente e sem reservas com esta que vos escreve. Tenho sempre a minha vida tão mas tão cheia de perguntas.

É noite. Boa noite. E ainda tão cedo no relógio. Não desespereis, desesperemos, que daqui por trinta dias o tempo de luz solar contará com mais uma hora. É o que diz o povo, e quando o povo fala, ah caraças!

Deixo foto que tirei de manhã. É clique que dei pelo meio das ideias que agrupei neste post e que são d' hoje. É o áco-íis. Isto no principal papel, óbvio, que depois há outros elementos e outras ilações que daí resultam. Ou resultariam. Eu cá, por aqui me páro.

Lisboa, Lisboa

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Sonho

Sonhei com um gato doente, que não era nenhum dos 'meus'. Tinha o pêlo meio que molhado e feridas aqui e ali, tanto que nem sei que cor tinha ele. Por qualquer motivo o bicho tinha que andar comigo e em certa altura tive que lhe pegar ao colo para o transportar. Havia também uma confusão qualquer envolvendo grossos molhos de chaves.

[quem sabe o sonho tenha descido do já suposto - hoje estive sozinha - senti falta das correrias do Miau e do som das patas da Lila no soalho]

canetas novas, a contar desde dezasseis do doze último

de um post já publicado, quando ainda em estado embrionário

domingo, 27 de dezembro de 2020

Horas

Ficava horas a ver vídeos de como usar lenços ao pescoço. As várias maneiras e assim, que são às dezenas, não se duvide. Também gosto de ver receitas. Daquelas onde ninguém fala e só se vê as mãos e os ingredientes e as mãos nos ingredientes. Horas, também. E até hordas, quanto mais.

não sei se sou da claridade se da escuridão
mas sei-me com menos de claro do que de escuro

A ver se

Tenho andado a ver se me deixo de achar que aborreço as pessoas. Trabalho árduo, este. Enfim, para além de que 'onde quer que esteja a dor, está a luta', nada mais acrescento.

dois

procura as tuas próprias respostas,
ó Gina,
porque no mundo só há dois tipos de pessoas:
as que não te ouvem e as que jamais te responderão

Um, Dois
Cadernos

Comprei dois cadernos lá na papelaria do primo

Um
É fininho, sem argolas, capa mole. O padrão da capa é florzinhas que me faz lembrar um estilo francês, só não sei qual. Parece tipo assim papel de parede, que por minha vez associo a pensões do tempo que está tão longe quanto longe estão cem anos. Às tantas lembra-me a França que conheço de algumas viagens, Provence, pensões antigas à beira de estrada, ou que daí se avistam. Mas este padrão não preenche totalmente a capa, há uma barra na extremidade de baixo, que se divide em duas, a mais fininha em creme e a mais grossinha em azul. E é bem mais grossinha. Ah, as florzinhas, escrevi-as assim, em 'inhas', porque estão em pequerrucho. E são rosas. Ou roseiras. Ou partes de roseiras. Ramos, vá.

Dois
É grossalhão, de argolas, capa rija. O padrão da capa é formas geométricas que, por se cruzarem, as faz parecerem flores. Flores geométricas. Os tons são o azul-celeste e o verde-militar. Pois, às vezes põe-se substantivos nas cores para que na mente se tornem gráficas.

teste, teste
1, 2, 3...

Neste vídeo testo se o gravador do telefone actua através dos fones. E actua. Só não liga e desliga, mas é pena. E sim, é um outro vídeo parado, de apenas voz como 'movimento', só que desta vez há variações nas imagens. É uma variação em pequerrucho, mas é.

igual igual igual
mas diferente

Quebrei a mola da caixa de óculos. Ou quebrou-se, sei lá, às tantas nem fui eu, mas. Como é elemento que uso amiúde, fui logo tratar de comprar outra. Não havia grande sortido, ou escolhia igual, ou escolhia diferente mas enormíssima e assim os óculos ficavam a dançar lá dentro, o que não é promissor, ou escolhia igual mas diferente. Escolhi igual mas diferente - é uma caixa igual em modelo mas vermelha, e dantes era azul.

sonhos


os sonhos são uma infantilidade qualquer, tudo lhes é desculpável
é principalmente por isso que gosto de os registar


deixo primeiríssima vez, repescado em blogue já bem antigo:

Sonhei com a mesma rua. O número sete era um portão, o único portão da rua. Entrei e vi muitos lances de escada descendentes. Desci o primeiro e alcancei o patamar, desci o segundo, que tinha escadas mais altas que o anterior e alcancei de novo o patamar, voltei a descer e as escadas eram ainda mais altas que as anteriores, dificultando bastante a minha descida. À medida que descia, as escadas eram mais altas e mais altas e mais altas... Até que cheguei ao fim. Aquele último degrau era altíssimo. Apercebi-me que tinha conseguido descer até ali mas não iria conseguir subir e voltar à rua. Foi essa a única vez que olhei para cima. Ao meu lado direito havia uma casa com uma família que convivia alegremente. Pareciam estar a tratar do almoço. Hoje a rua tinha fim mas, o sonho, sinto que não.
2 agosto 2008

Sonho

Sonhei com a professora de Pilates. Estranhamente, a aula era dada em sua casa e ela andava às turras com a mãe, que não tinha deixado o espaço livre. Pediu-me até que lhe apanhasse a roupa, o que fiz. Num mundo real, o apanhar da roupa não 'arruma' a casa, mas pronto. No mundo d' agora, as aulas e reuniões de todo o tipo, até algumas das familiares, são dadas/vividas online. Este sonho é mesmo sonho.

sábado, 26 de dezembro de 2020

original

Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, uso o audio do telefone para gravar algumas das ideias que tenho para posts, o que foi o caso desta. Desde sempre, tenho por hábito jogar o áudio no lixo logo que publico o post que lhe sucedeu. Até que, no outro dia, não consegui jogar no lixo um dado áudio porque o senti como especial:

Tem a espontaneidade, vai mais longe e tem também a impreparação (que é uma espécie de rascunho da oralidade, vá) tem a voz do momento, as pausas, os pensamentos (que se não vêem, bem sei, mas que se pressentem, quero crer) e tem o caminho com os obstáculos de um discurso dierecto. Enfim. Juntei uma foto ao áudio e compus um vídeo que não é vídeo nenhum só para não jogar uma das minhas coisinhazinhas faladas no lixo.


quomodo | cum

como com este
com o com este
[como comeste]

Relativizar

Por vezes não consigo (vou) Por vezes não sei (decido) Por vezes não lembro (hei-de)

Prendas

O rico filho e a rica nota deram-me uma mala. Não é uma mochila, é uma mala de mão, muito embora possa usá-la ao ombro porque tem uma alça amovível. O rico filho, tinha para ele que eu ultimamente uso mochila, mas, por sua, vez, a rica nora considerou que é mala o que uso. Pois bem, não é, comprei até recentemente uma em amarelinho desmaiado e meio que a lembrar a mostarda. Contudo: tenho andado a pensar trocar de tipo de carregadora, portanto: vou mudar.
A rica filha e o rico genro deram-me um gel e um esfoliante faciais. Gostei. Estava a precisar. Ainda não usei mas nunca será tarde. Nem cedo. Ainda a propósito de dares-prendas-ofereces, lembrei o rico genro: ó Márcio, agora já podes dizer que tens uma sogra que te oferece meias pelo Natal.

vinte e cinco

Ontem, vinte e cinco de Dezembro, quando falei telefonicamente com o meu pai, ele disse-me que a noite anterior é que é uma noite poderosa, que é quando a maior parte das pessoas se reúne. Ao jantar. Que o almoço do vinte e cinco também é em grande mas que a noite de vinte e quatro é mais.

O Vinte e Seis do Dezembro do Dois Mil e Vinte.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Um Natal que acabou. Se um, então outros virão.

Tábuas, principalmente Tábuas.

O Almoço de Natal é composto principalmente por Tábuas - uma Tábua de bacalhaus, uma Tábua de saladas, uma Tábua de pão, uma Tábua de queijos, uma Tábua de frutas, uma Tábua de bolos, uma Tábua de molhos doces, uma Tábua de cremes doces, uma Tábua de chocolates. Depois há também uma garrafeira em bar aberto. Ah, e água. E café! Oh porra que já me esquecia.

Esta é a

Esta é a imagem mais pirosa que alguma vez construí com a ajuda
das paneleirices do Instagram.
Depois, mesmo sabendo da piroseira, publiquei-a nessa plataforma.
Entretanto, pois já se está mesmo a ver, publico-a também no blogue.
E publico-a porque é uma foto de
'mais' - é a foto mais! pirosa de sempre.


esta foto foi primeiramente publicada aqui
se bem que com filtro, é bem que sem paneleirices
e, nesta mesmíssima em que estais pousando, copiei de lá o texto

Bem me parecia

Bem me parecia que mais ano menos ano havia de acabar com o papel de embrulho com motivos natalícios que vou armazenando...

A foto o que tem a ver com o texto é ser de Natal. É igual à de ontem mas com efeito espelho e o filtro 'impacto'.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

(melhor deixar já o Fleiz... ai perdão, Feliz Natal às pessoas, não vá a grafomania esgotar-me o tempo para as filhóses que não vou fazer ou para as visitas que não vou receber)

Feliz Natal!

Now, maybe there's a God above
As for me, all I ever learned from love
Is how to shoot at someone who outdrew you
But it's not a cry that you're here tonight
It's not some pilgrim who claims to have seen the light, no
It's a cold and it's a very broken Hallelujah

há dias pus-me atenta ao poema do tema Hallelujah de Leonard Choen e fixei-me na parte transcrita acima porque me é igual, entretanto considerei que não me é igual colocá-la no blogue, é-me diferente

Natal atípico. Dizem que é.

7:37

Sete e trinta e sete é a hora do clique, diz o meu telefone. Por essa altura a minha praceta já contava com uns quantos lugares de estacionamento vazios, estava um céu como se vê na foto, que é da linha #semfiltro2020, oh quanta originalidade na escolha da hastag. Cinco minutos depois deixava mais um lugar vazio na minha praceta e dois minutos antes disso percebi o frio da porra que estava.

Chovia em Lisboa

A senhora ofereceu: Gina, leve um chapéu. Olhe que o que não falta aí são chapéus. Prevendo que não o abriria, aceitei na mesma. Fi-lo principalmente por ela, pela sua preocupação, pelo seu descanso. E não, não abri o chapéu.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

🌧️
☂️

A avenida General Roçadas, não sendo nós íntimas, sei que as árvores lhe estão bem mais desbastadas. Andam nessa demanda há semanas. E agora chove em Lisboa ☔

Activamente

Estou a escrever no balcão, ah ah, e estou a ver uma mesma pessoa que já passou quatro vezes – duas do lado de lá, duas do de cá. Parece-me óbvio que procura a viatura. Ou então nada disso de me ser óbvio e anda mas é a passar o tempo activamente.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Compras de Natal

Idealmente havíamos de ter as compras de Natla... ai perdão, Natal feitas, quanto muito, para aí em finais de Novembro. Mas concordo que por estes dias a oferta é mais variada e melhor apresentada, a variedade agita a mente e a apresentação induz a compra. E depois, né, atão, as pessoas é ao rés do Natal que sentem o espírito, até lá é uma ideia sem peso nenhum. É uma jigajoga, não sei se repararam, é que, vamos lá a ver, o espírito não tem peso.

Filigrana

Não sei se alguma vez fiz registo no blogue do quanto comparo as folhas de Outono que há muito caíram e já muito rebolaram à filigrana. Mas posso pesquisar. Pesquisei e deu em 'não'. Mas é, isto de a Natureza e o Tempo esculpirem folhas caducadas até parecerem jóias do mais fino porte tem um quê? de belo. A Natureza e o Tempo são amigos, presumo. Não sendo esse o critério, escolhi uma folha nada bonita para fotografar, o critério era escolher um folha que parecesse mesmo mesmo mesmo filigrana, que as há, mas hoje, mala suerte, não me encontrei como nenhuma dessas.

Consabido

Toda a gente sabe que há beleza na tristeza. Nós sabemos. Quem escreve coisas que arrancou de si, sabe.

Lisboa, Lisboa

Assim como a pessoa que rabisca estas mensagens pela Lisboa que melhor conheço não supõe que lhas leio interessadamente, mesmo que as não descodifique, também eu jamais saberei se alguém leu as mensagens de pedidos de socorro que eu rabiscava em papelinhos e colocava por entre roupas empilhadas em lojas ou em caixas de correio. Deveras esquisitas, essas minhas mensagens, tinham tanto de escarrapachado como de subtil, ademais, se sem remetente, como conseguir socorro?


A foto acima tem vários dias, e bem sei que na verdade não se percebe a ponta dum corno, mas é o que há. Já a de baixo, pois que é d' hoje, além de fresca apresenta-se nítida, porém, nada bela, e vai daí, né? Lá me encontrei uma vez mais com uma actualização do anúncio que esta pessoa faz. Hoje pensei que a caligrafia é um tanto ou quanto infantil. Ah, estas mensagens distam uma da outra uns bons quarenta minutos, se a pé. Um dia ainda conto os passos. Ah (outro), a foto de cima tem filtro, naquela de 'melhorar' e tal, a ver se se via pelo menos a ponta do corno, a de baixo não, zero.

Estreia

Estreei a agenda vinte|vinte-e-um há dias e, mesmo sendo há dias, registo hoje, que ainda não nos passou o Natal vinte|vinte por cima e, enquanto não nos passa, o Ano Novo não vinga nas conversas.

Gina, a mulher incerta

Esta canção passa amiúde na Rádio e sempre me pareceu que o verso 'ninguém dá certo comigo' fosse 'divide a sande comigo'. Estivesse eu certa e era giro na mesma, só não era certo com o resto do poema, mas pronto.





Pá, eu tinha era que apresentar um vídeo hoje...

Solstício

Ontem não registei no blogue este acontecimento, o solstício de Inverno, mas olhem, registo hoje. Ademais: é este o primeiro dia completo de Inverno. Deixo vídeo que proponho como sendo condizente com a data, bem como com este tema. Ouvi há pouco na Rádio e, lá está, condiz. É o murro na mesa, o salto para a luz, o grito de vitória da Frozen, talvez não tão condizentes quanto isso, mas.

Bom, não deixo porra de vídeo nenhum, não dá para partilhar, quem sabe a Disney desautorize ou coisa assim. Ou então sou - mesmo mesmo mesmo e afinal - uma naba do caraças nestas questões. Pronto, sabem aquela canção do filme da miúda-gelo que canta 'let it go, let it go' quando percebe umas dadas peculiaridades da sua existência? É essa.

domingo, 20 de dezembro de 2020

__iiii, iniciei tem quatro is



__[iniciei e este é um post de fim de dia]

Dialogantes

Na última entrada conversei abertamente com a menina, principalmente porque ela se me mostrou disponível. Tenho andado a escolher qual dos diálogos coloco no blogue, se alguns, se todos. Pá, é difícil. Bom, olhem, achei o seu raciocínio avançado quando perguntou se eu já tinha aspirado o quarto dela e, como lhe respondi que não, decidiu: 
«Então vou fazer os recortes para lá.» 
Ou seja: optou por mudar de divisão para continuar a sua brincadeira para não sujar um chão que eu acabara de limpar. A empatia é uma coisa sem idade, afinal, aprendi eu. Depois, quando cheguei ao quarto dela, contou-me da camisola ser de manga comprida e do vestido ser de manga curta e não ter frio nenhum e nem ter mais nenhuma camisola por baixo, nem das de manga à cava nem nada! Decidi, por minha vez, continuar a conversa e lembrei-me: 
«Olha, pois é! Eu também tenho uma camisola de manga comprida por baixo de uma de manga curta por cima!»
«Sim, mas a minha é mais bonita do que a tua porque é cor-de-rosa e a tua é cinzenta. E a minha tem isto que é de princesa e a tua não tem.»
O 'isto' a que se referia era o acabamento das orlas, foi-lhes aplicado um ponto miudinho, o que as tornou onduladas. Não está mal pensado que folharecos se colem à realeza, não. Argumentei que a minha camisola era 'assim' porque as mangas estavam muito compridas e cortei-lhes um bocado, por isso é que não tinham bainhas. Pode ser eu esperar em demasia ou estar iludida, mas quem sabe lhe tenha ensinado o que são bainhas e o que acontece às roupas quando lhas cortamos. Mas a história não acaba aqui. Não muito depois pôs-me ao telefone com ela, frisando que os telefones também eram de princesa. Armou-se de dois, pôs-me um na mão e instruiu-me:
«Agora clicas aqui e falas comigo.»
Obedeci e deu-se o seguinte diálogo:
«Estou? Gina? O que é que estás a fazer?»
«Eu devia estar a aspirar o teu quarto mas estou a falar contigo ao telefone.»
Fez aquele gesto de pôr a mão no bocal do telefone, não fosse alguém ouvir, abriu muito os olhos e, gritando em surdina, admoestou-me:
«Não! É a fingir que estamos noutro sítio!»
Caramba, caiu-me tudo. Como prosseguiria? Hum, inventei que estava sentada ao computador, resultando na seguinte observação:
«Ah, porque não disseste que ias estar ocupada quando falámos?»
Caíram-me mais coisas ainda, não sei como ou quais, mas caíram - empatia. Reflecti e vai de responder que não estava bem bem bem ocupada, que estava era a brincar. Corrigiu-me:
«Então estás a jogar.»
Ponderei dizer-lhe que estava a escrever. Porque não...? Essa é a minha brincadeira. Esse é o meu jogo. E chegou a hora de a menina sair de casa. Fiquei conhecedora das suas sapatilhas (é uma espécie de pronúncia do Norte que ela tem) novas, que são clarinhas mas que ainda não estão muito sujas porque as usou pouco, que o laço está sempre feito porque têm um fecho.

O vazio

Apresentação:
De quando não tenho rascunhos. Não, de quando não tenho pensamentos publicáveis. Não, de quando não tenho o que escrever.
Exposição:
Não me lembro de nada. Ou de quase nada. Nada, digo eu do que... Bom, nada, mesmo nada. Nada que não tenha já registado.
Conclusão:
Um «não me apetece escrever» é coisa rara, mas todos os registos acima são meus conhecidos de há muitos anos.

O cheio

Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, há largos meses que sou variada em modos de rascunhar as coisinhazinhas, retendo, por isso, (ainda!) mais algumas e, como o tempo para escrevê-las (ou forçá-las a chegar até ao estatuto de minudências, vá) é o mesmo de sempre, às vezes acumulo-as, comprimindo-as na memória, que vai ficando cheia. E olhem que não é propriamente da do telefone que estou a falar, é da minha – acumulo e depois comprimo para caber mais, acumulo e.

Lisboa, Lisboa

A primeira de todas as folhas caídas e outonais que recolhi, foi por arrependimento de ter deixado escapar uma das mais belas de sempre, um tom de castanho e um outro, bordeaux, a matizá-lo, que surgia dos veios. Depois foi o que foi, arrependi-me e apanhei a que se lhe seguiu, não em beleza mas em encantamento. Para finalizar, precisamente: em beleza, coloquei-a no meu caderno. Ah, qualquer uma destas duas folhas foram avistadas na avenida lisboeta que mais retrato no lbogue... ai perdão, blogue.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Gina, a mulher que pensa com a pança!

No outro dia, no estaminé, quando quis lanchar vi que havia um dióspiro na caixa da fruta, portanto tampouco houve hipótese de escolha, quanto mais. Comi-o e soube-me extraordinariamente bem. Tão bem, mas tão bem... Que fui comprar mais ao nepalês da frutaria. Comi dois desses, que me souberam tão extraordinariamente bem como o primeiro. Caraças, nem sei explicar, estou sem palavras, sei lá como dizer-vos onde morou o extraordinário deste evento. Não sei. Ah, disse evento para superlativar um lanche. Mas isto foi num outro dia que não este. Deste, a contrapor, conto que vou jantar sopa de grelos de couve que fiz agorinha mesmo. Tinha dito ao Luís que não tinha assim taaaaaanta fome e ele largou a rir, como se eu tivesse dito uma piada mesmo muito boa, o que é raro, daí o riso dele fazer toooooodo o sentido. Ainda pensei intitular este post de 'grelos de couve', mas depois, olhem, não.

O cão (comedor) e o gato (pobre)

A Lila comeu a comida do Miau. Fiquei deveras espantada de o focinho dela caber em tão minúscula taça. Mais e melhor: o Miau quis também um bocadinho, e mal sabe ele da legitimidade desse querer, mas quando se abeirou da tacinha a Lila soprou e ele fugiu. Oh pobre. Já antes o Miau tinha tentado trincar um grão da comida dela, que é grande que se farta, e até rijo, por isso se desinteressou, isto enquanto comida, e se interessou enquanto o supôs brinquedo. Um bocado depois ouvi um miado diferente. Não liguei, amanha-te mas é, ó Miau, pensei eu. Acabei por perceber que o miado estava abafado. Discorri que o tinha fechado na despensa. Fui ver e vi que era verdade. Sim, fiz isso ao pobre bicho, inadvertidamente, pois foi, mas fiz. Oh pobre.

Chovia no Alentejo

Na última visita aos meus pais tirei um montão de fotografias, que expus no blogue quase quase quase todas – esqueci uma. É do caminho e capta o pára-brisas e a chuva que lá estava nesse preciso momento. A foto original é muito bonita (sofro de imodéstia e não me desculpo por isso), é vê-la abaixo, tanto a dita como o resto daquilo que guardei para dizer neste post.

#semfiltro2020


Entretanto, dias passados chega-me à tola uma ideia: colocaria um daqueles filtros todos malucos que o LunaPic tem e intitulava o post:

tens feito isso
tens feitiço

Sei lá, lembrei-me que era parecido e resolvi registar (querendo ver, é clicar aqui). Na verdade, mesmo verdade verdadinha verdadeira, o que não falta no blogue é posts cujo percurso que tiveram foi precisamente este. 
nascente → pensamento; caminho → preparação; foz → publicação
Resumindo: achei que um filtro a atirar-se para o faz-de-conta condiria com a parecença de sons e que, incrivelmente, rivalizaria por conta das diferenças, mas, também e mais incrível ainda, conviveriam com harmonia. Eu presumi que sim. Eu considero que sim. Eu juntei as palavras. Eu decidi publicar. Eu decidi publicar também a mesmíssima foto com outros dois filtros. A primeira, já aqui abaixo, da aplicação que vem no meu telefone usei o filtro que se chama 'Bobina'. A segunda, logo abaixo, do editor LunaPic usei o filtro 'Tristeza', optando pelas cores que a foto já continha.

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Móvel

Na foto, as etiquetas são umas que estavam naquele móvel, que afinal é uma secretária, só por dizer que não estava, nem está ainda, a fazer as vezes dessa função. Esteve muitos anos no quarto da rica filha, por lhe pertencer, mas, aquando da saída do rico filho, ela qui-lo fora daí e pusemo-lo no quarto azul, tanto pelo seu desejo da ausência daquela peça de mobiliário, por tão traste lhe ser, como para encher o quarto azul. E pronto, foi aí que se pôs. Contudo, mesmo traste, acabou para servir para colocar o rol de pertences ao nível de escritório, isto nas gavetas, e, nas prateleiras, colocou maquilhagem.

...sim...este...blogue...já...contém...por|sua|vez...todo...um...
...rol...de...posts...acerca...da|maquilhagem...da|rica|filha...

Um dia andámos as duas à cata de uns recepientes para que ela agrupasse, precisamente, a sua maquilhagem. Tinham que ser giros, dizia ela.

...tinham que ser giros... como se não fosse o mais comum dos critérios de escolha.... é incrível como na transferência da oralidade para a escrita acontece que esta torna aquela ridícula...

A rica filha optou por uns recipientes giros pra caraças e, depois de os pertences estarem agrupados e arrumados como entendeu, percebeu que a maquilhagem ficava sem identificação fácil. Aliás: tampouco era visível, quanto mais. Mas não se amofinou com tal coisa, qual quê, navegou na Internet e sacou então as tais etiquetas que com tanta pompa aparecem na foto que alinda este post, e toca de colá-las, alinhando-as com o recipiente que combinava com o dizer de cada uma. 
Entretanto, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, a rica filha saiu de cá de casa, levando estes embelezadores todos com ela e, não querendo, tampouco necessitando, das ditas etiquetas, estas ficaram sem razão de existir. E eu, por minha vez, colei-as no meu caderno. Sei lá, tanto pode ser para ficar para recordação, como medo da separação, ou, ainda, a necessidade de a minudências dar atenção.

 


Praceta

Loures, 19 de Dezembro de 2020

Hoje é o último sábado antes do Natal. Está num frenesim, a minha praceta. Das pessoas, não lhes sinto o medo de contágio, só a agitação própria dos afazeres a cumprir: compras e visitas. Essa agitação abafou o medo, é o que está a parecer-me, se visto daqui. Se visto daqui - repeti, e acrescento - e agora. Não estou a ironizar, estou a falar seriamente de uma sensação que tive e da qual gostei.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Channel...?



Fiz-lhe um coração, acrescentei adoração.


Cuidei de ser

Cuidei de ser Hiiss
Cuidei de ser Hüss
Cuidei de ser Fliiss
Cuidei de ser Flüss


Considerei pesquisar, pesquisei e apostaria no Hüss porque, no resto, não se encontra nada. Portanto:
Olá Hüss! E adeus Hüss! A gente vai-se vendo aí, nada mudou.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Parede

Giro mesmo giro é que sempre que vou na direção do s/b eu veja, precisamente, s/b escrito na parede de um prédio nada longe dali. Esta questão não tem muito que ver com criatividade, ou mesmo nada, mas com coincidência tem. Nessa parede também está escrito o número 600, que não consigo que coincida com nada meu ou de mim. 

Abandono

Abandonei a feitura de uma chave para passar o rol-on nas axilas, mesmo o cliente estando presente. Quando retomei o trabalho entrou-me uma limalha no nariz. Seguidamente expirei fortemente e fiquei com a impressão que saiu. Saiu também uma certa humidade que havia cá dentro. Pode o universo ser, não só conspirador, mas um ralo. 

Ramos

Passei junto da árvore amarela e, livre de folhas como está, mais se me afiguraram os cotovelos que dois dos ramos formam. Reconheceria esses cotovelos em qualquer lugar, reafirmo. Se algum dia lhos cortarem, será todo um outro viver - para a árvore amarela, para mim e para o blogue. 

post com título

pois, a cabeça é para pensar, ia lá agora pensar com as mãos, essas levianas

'a cabeça é para ter coisas'

A senhora que me disse que 'a cabeça é para ter coisas' estacionou à porta do estaminé. Quando ela me respondeu assim, fê-lo porque quando me pediu certo artigo de cujo lugar não obtive resposta da minha cabeça logo após, murmurei mais para comigo do que para com ela 'tenho essas coisas aqui na cabeça...' Depois a gente riu-se, claro, se não rir, então o quê?

Teclar[mos]

Eu e o Xano teclávamos em simultâneo, ainda que com receptores diferentes: ele com ela, eu com vocês, com dispositivos diferentes: ele com o telemóvel, eu com o computador, com conversas diferentes e mutuamente indiferentes. Eu não vou ler a conversa dele mas vocês vão ler a minha. Ele não vai ler a minha conversa e nem vocês vão ler a dele.

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

tens feito isso
tens feitiço


Sonho

Sonhei que estava numa estrada feita de cimento, ladeada de muros em reboco e sem passeios. (uma sensação de inacabado, é o que me está a parecer na realidade de agora) 

Nessa estrada só passavam camiões, não poucos, não devagar, não silenciosos. Depois, não sei como, lá está: é sonho, estava no reboque de um desses camiões o o Luís apareceu para me tirar de lá e o condutor apeou-se e, em modo #desculpemlá, dizia para a gente os dois: *ah, eu nem a vi, eu nem a vi*

post da fruta




 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Lisboa, 14 de Dezembro de 2020

A caneta vermelha terminou. Hoje. Esgotei-lhe a tinta, foi o que foi. Gosto de pensar que a pouca duração - que muito me espantou - se deve à minha grafomania. Gosto e posso. 

Lisboa, 14 de Dezembro de 2020

Não crendo que esteja assim tão diferente, certo é que este par - flor e gatinho, ambos amarelos - está assim:



domingo, 13 de dezembro de 2020

Escolhas

Nos últimos anos, sempre que ofereço livros, retiro-os da minha biblioteca, escolhendo os que mais gostei de ler. E isto é a pessoa que lia livros a dizer-vos. Eu já li! livros. Eu não leio! livros há meses. Isto porque há meses que, quando me ponho a ler, não prossigo, desistindo depois de três ou quatro frases. Ou dois parágrafos, vá. E depois há todas as outras vezes, que são aquelas em que nem me lembro de me pôr a ler. Mas dizia eu, sempre que ofereço livros, escolho os que gostei de ler, é assim que acho justo e capaz. No outro dia ofereci pacotes de açúcar (daqueles de pôr no café, e sim, daqueles que exponho nos vídeos) a um colecionador. E escolhi quais? Os que angariei nas férias do ano passado, aquelas de andar pela Europa e que são, portanto, bem especiais. Preciosos, até. E isto é um mero registo, não é vanglória. - Ah, que boa pessoa que aqui tendes! - Não. É por às vezes sentir que não existo, que não sou, que não estou, que não mostro. Então, fazendo estes registos no blogue, fica um rasto do que fui ao alcance de todos e para sempre.

infinitamente

continuarei a sentir o cansaço dos que não falam, dos que procuram, dos que escrevem

com um certo apoio vindo daqui

Mistura

Às vezes sinto que devia deixar de escrever. A ideia surge quando, e se, percebo que escrever me deprime. Chegada a esse ponto, reflicto e, se me forço a mudar para pessoa não escrevedora de banalidades, pioro-me consideravelmente. Já me forcei algumas vezes, já, e é certo que forçarei outras e que daí voltarei aos meus costumes porque escrever melhora-me. Hum-hum, vivo nesta mistura.

Acreditar é um belo acto

Sou pouco dada ao acto de acreditar, principalmente, em mim, tanto que até o blogue às vezes me parece uma enorme mentira.

Lugar que (também pode ser) da musa

Estive naquele café das cadeiras transparentes, ao qual eu chamava 'o lugar (que também pode ser) da musa'. Velhos tempos. Aquando, eu dizia que as cadeiras, por serem transparentes, deixavam passar os assuntos. Ainda acho graça à ideia, só não sei se é a ideia que persiste em mim, se sou eu que insisto nela.

deixo primeiríssimo registo:
Claro que pode ser um lugar da musa, há lá cadeiras transparentes, imagine-se os assuntos a atravessá-las e eu a recebê-los. Aquela ali é a mulher do blogue. Sendo, o que lá conta é mentira. Hum, não, esta vem com duas gémeas de cinco anos, a do blogue tem dois filhos muito crescidos, quase uns homens. O café é uma bomba, ainda se me rebenta a mioleira e depois vou ter que ficar a limpar.
|21 Abril 2016|

Gina, numa relação com o supermercado.

Estou na fila, com dois senhores em cima de mim, sem que isso esteja a ser fixe.

A Julia Roberts chegou e ocupa agora o seu posto. Posso acrescentar que vinha com a gaveta debaixo do braço, mas vá, vêm todos. Todos. Vêm todos assim.

Já comprei o bacalhau para o Natal e para o resto do tempo que durar e para as refeições que conseguir compor. Vem com laivos de arco-íris nos cortes. Acho que o metal da lâmina e a velocidade com que se mexe consegue uma certa iridescência. É bonito. Bacalhau Iridescente como nome de receita. Que bonito.

Comprei pão feito com farinha de alfarroba. É mesmo verdade aquilo de o sabor dessa farinha se assemelhar ao cacau. Cá pra mim é uma coisa de pigmento, já que as cores são iguais.

Afinal, aquilo de a periodicidade passar a ser quinzenal, não dá. À conta de sermos menos um cá em casa, podia ser que desse para espaçar as idas, mas é que não. Tudo bem que agora é Natal e tal, mas, ao que parece, e se bem me parece, não vai dar para garantir uma periodicidade sem desvios.

Daqui para ali

Copio muitas vezes escritos do caderno e ponho no lbogue... ai perdão, blogue, (espero eu que) melhorando a construção frásica e a pontuação (pá, lá que me esforço, ai isso esforço), e, quantas vezes, aprofundando o tema. É geralmente neste sentido que vão as cópias → do caderno para o lbogue... ai perdão, blogue. É raro, aliás: raríssimo, o sentido inverso. De certo modo, isto prova que, do que escrevo no caderno, nem tudo cabe no lbogue... ai perdão, blogue. E sim, isto é um apuramento resultante do post anterior.

Cadernos não muito secretos

Acabei por não colocar os cadernos nas tais caixas, decidi colocá-los nas prateleiras que o roupeiro tem. Estão portanto à vista, a apanhar pó. Se eu não tivesse blogue não teria espaço para tanto caderno, lá isso é verdade. Os segredos da Gina estão todos ali, úúúúúú... Não estão nada, há sempre um bocado de coisas que ficam comigo, mesmo que eu escreva em cadernos que ninguém vai ler. Não no imediato, portanto dificilmente me separo dos verdadeiros segredos da minha existência, úúúúúú... Insisitindo: não é verdade que, lá, eu escreva como se ninguém fosse ler, sempre há uma partezinha de mim que idealiza alguém lendo no futuro. Portanto, este tipo de escrita não é totalmente isenta da presença da possibilidade de alguém ler os meus cadernos manuscritos com os meus segredos, úúúúúú...

Não me apetece intitular

Em dado almoço da semana que passou comi uma sopa de couve. A senhora do restaurante também tinha dito que havia de lentilhas e percebe-se qual a escolhida. A couve estava crua. Diz que é bom não exagerar no tempo de cozedura para que os nutrientes não abalem do caldo, quem sabe fosse esse o motivo da crueza, digo eu uma coisa propositada e conhecedora. Não me apetece paragrafar. Em dado almoço deste fim-de-semana comi sericaia. Estava maravilhosa. Divinal, se preferirem, que sempre alude ao que transcende, ficando tipo assim mais-e-melhor. Gosto de 'encontrar' doces de tão elevada qualidade. Estava tão boa que exclamei 'que prazer!' por entre garfadas. Pareceu-me até que fui demasiado descritiva da sensação com que estava, mas vá. Não sei lá que raio de órgãos ou papilas tenho eu por ora que tudo o que me sabe bem, sabe-me mesmo muuuuuuito bem.

Não me apetece intitular

Vi um homem cujo calçado tinha uma notória diferença na altura dos tacões. O homem é coxo - e sapateiro, que eu bem sei. Entretanto lembrei-me de mais um sapateiro que é coxo. E vai que me lembrei ainda de um outro sapateiro e coxo. Conheço três sapateiros. Não me apetece paragrafar. Um destes sapateiros, o primeiro, no outro dia esteve lá no estaminé e lamentou-se-me que, em tempos idos, tinha sofrido horrores em questões linguísticas porque havia estado em França. Fiquei a imaginar que ele havia lá estado em trabalho ou coisa assim, daí aquele horror todo. Mas não. Foi só de visita. Que durou um dia. E vai que se me desfez a imaginação. E tão bem montada que eu a tinha. Caraças, pá.

podcast

A entrevistada é uma mulher com todos os propósitos de gente de boa índole mas que vive a aventura de ser uma mãe que abdicou de singelezas como uma história de amor ou, e, o amparo de um companheiro - escolheu a via da inseminação artificial. Educa portanto uma criança que não terá pai, por deliberação. É isso o que quero focar, imaginem uma pessoa deveras desprendida. Somente. Na mesmíssima entrevista, depois de já a 'conhecermos' um pouco, percebi um contraponto do caraças: perdeu uma medalha que sempre! mantinha consigo e que, apurei, lhe trazia paz, segurança, calor, harmonia. À conta desta perda viveu um enorme desalinho e calcorreou mundo procurando por uma igual e que, presumo (ou adivinho, sei lá), lhe servisse os mesmos propósitos. E encontrou. E viveu um alívio daqueles inesquecíveis.
Bom, basicamente é isto: é normal que as pessoas tenham altos e baixos, só que há pessoas que têm os altos muito altos e os baixos muito baixos.

Campo alentejano

Quando digo campo (título), digo com a ideia no espaço que o Alentejo tem. No Alentejo, dizer que há campo é dizer que há espaço. Vista desafogada. Enfim, vista desafogada é concretamente o carisma do Alentejo.

Mas há mais fotos, talvez não tão dadas ao desafogo, contudo alentejanas.

Pelo meio da construção deste post comi um kiwi. Na sexta-feira o Gualter trouxe-me um saco em papel com uma data deles, aconselhando a que os deixasse amadurecer. Passaram portanto dois dias e já comi um. Não digo que estivesse maduro mas como gosto da acidez comi com prazer. Esse saco em papel serviu para levar um pai natal dos grandes e uma embalagem de trufas, que ofereci aos meus pais, que ficaram agradados, que não comeram logo logo. Depois a minha mãe comeu uma trufa e entretanto o meu pai concluiu que 'fazem tanta qualidade de chocolate porque há muita gente que gosta'.

Bate, bate

Às vezes ouço o coração bater nos ouvidos, uóum-uóum-uóum.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Chove em Lisboa

Na rua, entre recados, encontrei a dona Genoveva que, depois, se desculpou do tanto que falou. E a Gina à chuva, dizia ela. Reprimi a resposta habitual - seria algo dentro da ideia de que eu e a chuva contracenamos saudavelmente - porque ela não me ouviria. Bem sei que na introdução deste tema a apresento atenciosa, mas é no ouvir que lhe chega a alienação, nunca no derredor.

Interruptoras

Não interrompamos o progresso do processo, nós, as Ginas.

EgoG

Sou, existo. Sou e existo. Sou isto.

post da fruta

O cão e o gato

Enquanto foi preciso movimentar-me junto à porta de saída a Lila fez gestos de cão presumido – 'ena, a Gina vai-me levar à rua'.
Puxei o cordel da caixinha de música da menina e o Miau, que já me observava, lançou-se numa corrida. Só não sei se tomado pela música se pelo pendão a balançar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Descoberta

Descobri uma pele bué pele. Assim mesmo mesmo mesmo pele. Nem sabia que esta pele estava aqui. Agora já sei que não está.

Tão-só

O que ninguém me impõe, pede ou espera é tão-só o lado mais estúpido da solidão. 

perdição

andei, perdida, à procura do caderno, perdido, até me lembrar que o tinha posto debaixo da caixa grande para acabar de matar as folhas, perdidas, das árvores

Aniversário

Vi num filme uma cena em que um aniversariante de oito anos, filho de pais separados, não queria que a mãe fizesse uma festa porque o pai lhe tinha dito que era muito crescido para festas tão infantis. Então, a mãe, para o encorajar, lembrou-o que só se faz oito anos uma vez e o puto argumentou que só fazemos uma vez todos os anos. É a justeza da vida, isto de um evento único ser, também e afinal, igual a todos os outros.

A saber

 Descalçar é tirar as calças. Basicamente.

Exclusividade

Aquilo de os olhos ficarem realçados por mor do uso da máscara revelou-se-me uma fraude, entendi que o que é produção da boca é exclusividade sua. Qual quê de os olhos dizerem tudo, nada disso, a boca tem o seu lugar no mundo.

Falas tu

Ando a ver vídeos dos mais antigos que tenho, tão antigos que pertencem ao anterior canal e que contam com cerca de meia dúzia de anos, são ainda do tempo em que não se vê eu, só se ouve a voz. Dei início a essa actividade porque, num repente, fiquei consciente que não falava quase nada e escrevia mais que muito. Então decidi que estava na hora de falar, encontrando neste método um apoio para continuar. Digo continuar porque o começar é, quase sempre, a parte mais fácil dos propósitos. Tenho para aí uns cem vídeos onde aparece uma imagem estática, a escolha recaía sobre um objecto que para ali andasse, enquanto falo acerca do que quis expor na altura. Essas gravações eram feitas no velho estaminé e, ou, no lugar escondido. Quando no velho estaminé, eu, inexperiente, deixava o rádio a tocar (actualmente o YouTube não permitiria tal coisa) e, se me encontrava no lugar escondido, então ouvia-se por junto os passarinhos e o zummmm de um ar condicionado já um bocado cansado que por lá existia. E eu ia falando. De coisas. Comecei este post com um 'ando a ver vídeos', mas afinal estes não são de ver, são de ouvir.

o passado vem ao presente

a pessoa disse coisas, as coisas que a pessoa diz
a pessoa fez coisas, as coisas que a pessoa faz

ética

o voo de uma gaivota cortou o céu

poética não devia ser tão parecido com patética

primeiro

as horas que são:
meio-dia e vinte e um
mesmo a tempo
sempre
escrever
blogue
isto não são versos
são espasmos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Edição

Editei o vídeo em que termino de enfeitar a Árvore de Natal e, para o musicar, escolhi uma canção que calhou de me dizer como quem diz 
'I use to think if I couldn't find hope
E até calhou bem com os tempos da minha movimentação. Não preparei, não ensaiei, não encenei. Calhou. E não, não coloquei todos os enfeites, deixei ainda alguns no chão, que lá ficarão.

O macho

 Na TV estava a dar um filme em cuja cena existiu um diálogo sensualão entre dois homossexuais. Pá, neste momento há ainda todo um outro Bruce Willis na minha cabeça. 

Perspectiva(s)

Porque mudei de quarto e portanto mudei de perspectiva, será que no tempo em que o abacateiro se parecia com o mapa de França, daqui também se pareceria? Jamais saberei mas tenho para mim que não, sob esta perspectiva, as perspectivas parecem-me mutantes.

De outras caixas

Não me importo lá muito - importo-me um bocadinho, vá - que as caixas de arrumação sejam meio que transparentes e que, por isso, se perceba o que lá está dentro. Se por um lado os fabricantes pensaram precisamente nesse pormenor, pois assim, para se saber o seu conteúdo, é dispensado o abrir e até o aceder-lhes, por outro, em situações como a minha, que me deu na mona retirar as portas dos roupeiros, não posso dizer que fique giro pra caraças notar que a caixa tal tem os trabalhos escolares dos ricos filhos, a do lado tem peluches da rica filha, em outra fileira há uma com metade de um cortinado velho que se farta e, ainda, numa outra há cobertores que foram dos ricos filhos, uma manta alentejana que era da minha cama de solteira e, oh que ternura, o cobertorinho de quando eu era bebé.

E o que vale é que vocês gostam de mim na mesma.

Quando decidi comprar umas caixas para pôr lá dentro os cadernos, tirei medidas e anotei, se bem me lembro, no bloco digital do telefone. Mas, caixas do feitio tal, as cores meio que giríssimas e tamanhos escolhidos por mor de consulta à nota no telefone, eis que não me cabem lá os cadernos. Oh porra. Ou medi mal os cadernos {e lá que usei as medidas do maior para modelo, usei, pois, cabendo o maior, os mais pequenos também caberiam}, ou a etiqueta que está nas caixas com as medidas que lhe correspondem, não correspondem, por sua vez, à verdade. E a verdade é que os cadernos não cabem nas caixas, não como eu queria. Eu queria duas fileiras de cadernos em cada caixa, isso pouparia espaço no armário, num só espacinho arrumaria muitas das minhas letras manuscritas. E é que não. Não dá senão para uma só fileira de cadernos em cada caixa, sobrando, assim, montes e montes de espaço dentro da caixa. Querendo eu levar avante este intento, terei que comprar mais caixas e, assim, preencherei o dobro do espaço no armário. E tenho as caixas dentro do armário, olarila, mas vazias.

Dá a volta

Às vezes tenho que me repetir que as pessoas gostam de mim na mesma, que não preciso ser assim tãããããão diferente para que. Eu própria gosto de pessoas com defeitos, não gostando destes, gosto daquelas, então, do mesmo modo receberei, id est: dá a volta.

Espontâneo

{este é um tema que já tenho abordado no blogue mas nunca lhe dediquei um post por inteiro}
Uma das coisas mais incríveis que me aconteceu, sem que me tenha lembrado de lutar por isso; que apareceu espontaneamente, foi caminhar de cabeça erguida. Em tempos que já são idos há algum tempo, andava sempre com os olhos postos no chão. Sempre. Quando dava por isso erguia a cabeça mas não passava nada de tempo nessa posição, sentia-me desconfortável e de novo me punha a olhar para o chão. Mas, naquele dia, e há sempre um dia que é o! dia, dei por mim a olhar para o horizonte longamente, com passos confiantes.
{não resisto: compassos confiantes}
Digo horizonte porque nem sempre olho para as pessoas com quem me cruzo, pode ser por timidez mas também pode ser porque não quero, mas não caminho com os olhos no chão. Não.

Três milhões

Os meus passos, desde o início de Maio de 2019, há portanto um pouco mais de ano e meio, atingiram os três milhões. O meu telefone notificou-me disso e estive até a admirar a medalha. Bom, a frase que fica entre os dois pontos finais aí atrás é um exagero. É verdade que acho montes de piada a isto, pois, quando não, jamais usaria o meu tempo a colocar semelhante tal no lbogue... ai perdão, lbogue... ai perdão blogue, tampouco o usaria no próprio telefone, acedendo aqui e ali para saber acertadamente acerca destas minudências, pois claro que não, ora essa. Mas olhem que vai nos três milhões e até já tenho uma medalha. É digital mas não faz mal, eu gosto dela na mesma. Ademais, não é este mundo já quase todo ele uma digitalização ao nível global (de Globo)...? É. 

se deste mais passos do que eu, ena! parabéns!
se deste menos passos do que eu, parabéns! pois claro!
se não ligas a ponta dum corno a estas merdas... pá, então, olha, coiso.

Ofertas

A Paula entrou no estaminé com um sacalhão de legumes que lhe ofereceu um amigo dos seus, já antigo, o qual tem uma horta onde se entretém. Não sei se lhe terá sobrado estes itens mas sei que à Paula sobraram, que mo fez ela saber. Tenho então umas quantas dezenas de tomates cherry em amarelinho, uma enorme abóbora-manteiga, um molho de nabiças, outro de hortelã e mais um de salsa (... bom, estes dois são raminhos) e, ainda, uma alface. É giro giro que a alface e as nabiças tenham vindo acomodadas em sacos de uma padaria dessas que, embora modernas, ou quiçá por isso, simpatia alguma lá noto. E, giro giro giro, é que a alface cheira a pão e as nabiças a bolo de pastelaria. Ou padaria.
Os tomatinhos já foram ao forno com abóbora-manteiga (outra que já cá havia), beterraba, cebolas, alhos. De temperos usei os comuns, os quais, ainda assim, elenco: sal, pimenta, louro, azeite e limão. Ah, pus também cardamomo em pó e pimentão doce. Podemos todos chamar paprika ao pimentão doce. Então vá: paprika.

Olha aqui o

Olha aqui o pragmatismo a ser estéril como só ele sabe ser: sua majestade veio anunciar em modo deveras indignado - De manhã, ia eu a sair do prédio e a virem de lá os bombeiros! Já viste isto? Porque é que seria aquilo? - E eu, mesmo que inconsciente do modo pragmático, relativizei - Então, isso foi alguém que precisou. Só depois é que malembrou do estéril que aparece neste post que, por sua vez, aparece aqui escrito.

Luzes em Lisboa

Já está tudo iluminado. A primeira de todas as avenidas, e ainda em Novembro, foi na toda importante e muito comprida, depois foram indo e indo, afora, vindo e vindo, por Lisboa. Até já o Terreiro do Paço como que apregoa aquela enormidade de luz e ferro, a gigante Árvore de Natal. Sim, estamos em Lisboa e em Lisboa há pregões.

Fidalgo

O Luís, porque as minhas lides contêm três gatos e falo deles tão entusiasticamente, diz que qualquer dia vamos ter um. Eu tive um gato, no tempo da meninice. Mas, depois de adulto, o Fidalgo 'foi para as gatas', como dizia a minha mãe, e nunca mais o vimos. Isso fez com que tenha passado quase toda a vida sem achar grande piada a gatos. Até que conheci o Kit e a Kat. Depois veio o Miau. E ainda bem que vieram. O Kit é um indolente capaz de atrair o mais duro ser humano, a Kat é uma tímida, porém, fofa e o Miau é... Pá, o Miau é ainda tão infantil que só o vejo como traquinas, mas é giro que se farta.


O Fidalgo tinha as cores do gatinho do desenho. São estas as coisas que lembro dele, as cores, a fugida e a falta que lhe senti. Mas agora não faltam gatos na minha vida, lá isso é verdade. E até cães, tanto a Olívia, que é a minha cadela, o meu bicho-cão, como a dócil Lila, a cadela do corpanzil.
Tenho-me esquecido de registar que a Luna morreu. A Luna era uma cadela muito doente, moradora bem rente ao estaminé, que todos os dias me vinha cumprimentar. Desconheço qual o nome da doença da bicha, só sei que ela caminhava cabisbaixa, como se não pudesse andar mas andando na mesma, e cumpria o ritual de dizer 'olá' às pessoas conhecidas. Chegou um dia em que já nada se podia fazer para que a cadela vivesse condignamente e a sua dona tomou aquela decisão difícil de pedir o abate. E pronto, fica então o registo. Luna, ficas tu também aqui, já que este é um post de animais.

Veículo

Ter um veículo de duas rodas faz acontecer que outras pessoas entabulem conversa comigo sem pudor, culpa, ou medo. No outro dia, enquanto esperava que o Luís fosse aviado de frango assado, um homem notou-me 'à porta' da mota e vai de falar. Mas, antes, já eu o tinha observado a mirar e remirar o meu veículo. Abeirou-se e, tão destemidamente como já vos mostrei, perguntou:
Esta mota foi à Holanda ou foi só a top-case?
Respondi que 'foi a mota, foi a top-case e fui eu!'
Eu explico. A causa de tamanha atenção era os autocolantes que a gente pôs na top-case e que são uma espécie de manifesto dos lugares por onde andámos aqui há atrasado. Ora, o de maior lonjura é precisamente o da Holanda. Sim, a minha mota foi à Holanda. Sim, aquela mota, não potente, nós não prepotentes. Sim, fui eu que 'inventei' essa ida. Sim, eu, a que dispensava na boa o andar de mota e até a mota. Mas o bem-querer, o gosto de ver alguém feliz e o amor, tudo faz. Acresce que um dos meus maiores prazeres é percorrer mundo. Portanto, juntou-se coisas, circunstâncias e sentimentos e fez-se o que se fez.
Depois o homem continuou a conversa, querendo saber de cilindradas e comparações com outras marcas e modelos e o camandro e, felizmente, oh glória terrestre, apareceu o Luís com o saco de frango assado e a vontade de lhe satisfazer todas as curiosidades. É que eu, pronto, já se vê, né...? Eu é mais correr mundo, escrever coisas acerca, tirar fotografias e gravar vídeos, outrossim com enorme prazer.

porque hoje é sete de Dezembro

setes de dois Dezembros
em 40 anos, se em semanas certas, há 2080
nessas, decorrem 14560 dias
e, já os meses são 480

cá por coisas, queria a conta em semanas, só que dá uma trabalheira da porra fazer as contas
seja lá como for fica registado que era 7 de Dezembro e que era domingo


elo

domingo, 6 de dezembro de 2020

porque hoje é domingo

domingos de dois Dezembros
em 40 anos, se em semanas certas, há 2080
nessas, decorrem 14560 dias
e, já os meses são 480

cá por coisas, queria a conta em semanas, só que dá uma trabalheira da porra fazer as contas
seja lá como for fica registado que era 7 de Dezembro e que era domingo


elo

'quarto de brincar'

As portas dos quartos que foram dos ricos filhos têm uma pequena placa que diz 'quarto de brincar'. Ora bem, ricos filhos chegados a adultos → placas manifestamente desarrazoadas. Corte. Tolice. Porém, mesmo com a saída deles cá de casa, mesmo que em cada uma dessas vezes eu tenha mudado o meu quarto para o que foi deles, nunca cheguei a retirar as placas. Não sei se é porque não quero se é porque não consigo.

Casas

Nas casas-de-banho houve também mudanças e a principal é eu ter um lugar para os cremes e géis de rosto, a maquineta para o esfregar e também a máscara, o desodorizante, a escova de cabelo e a bandolete, bem como um arrumador - ou dispensador...? - de batons e um corrector de olheiras e, como o creme de olhos é tubular, aproveito esse arrumador/dispensador para o enfiar lá. Há também, muito bem aconchegadinhas, duas ou três amostras nem sei de quê, mas decerto de cosméticos. No início senti-me esquisita e distante, aquele era o espaço da rica filha, onde as coisas dela – também as deste tipo – permaneceram durante anos, mas entretanto já me habituei e já sinto como meu aquele espaço. Também me fez impressão ter a escova de dentes na outra casa-de-banho, era mais prático ter tudo junto, mas não quis separar a minha escova de dentes da do Luís. Sei lá, pareceu-me simbólico, adivinho, premonitório. A bandolete não tem muito tempo de vida, comprei há pouco tempo, qui-la para afastar os cabelos da testa enquanto trato da cara. Escolhi um modelo demasiado fino, a força que exerce é pouca, é num ápice que o cabelo a empurra para a frente. Portanto, se a bandolete é empurrada para a frente, vem de lá o cabelo e toma a forma original e não é isso o que pretendo. De todo. Quando a comprei era um unicórnio. Era. O corno já se descolou, restando, por ora, as orelhas e obviamente o pedaço de metal a que chamo bandolete. Com ou sem corno, ou seja: antes, levei um ror de tempo a decidir onde pousar a bandolete. Até um dia. Nesse dia apoiei-a na embalagem de gel que aguarda vez de ser consumido, evento que ocorrerá quando esvaziar o que está a uso.