terça-feira, 31 de outubro de 2017

Imaginação

Imagina que eu procurava emprego e havia uma vaga numa livraria. Imagina que eu punha no paralelepípedo virtual destinado às coisinhas boas da gente a-empregar:

tenho larga experiência de balcão
sou assídua e pontual
gosto muito de livros

Mesmo sendo tudo mentira, fica bem, denota-se ainda uma imaginação do caraças.

Sonho

Sonhei com uma atriz numa varanda, uma daquelas mulheres com 3 émes e 3 éles - muito linda, muito loura, muito leve – que se pavoneava graciosamente, não metamos séquessú no assuntozinho, que não é por aí, metamos um mendigo, que é por aí. Estava cá em baixo, o mendigo, e era principalmente para ele que ela se movia, glamourosa. O casaco, azul-turquesa, tinha muita roda, dava-lhe pelo joelho, a gola era de rebulço, onde havia bordados roxos, e a roupa de baixo condizia. Eu também estava cá em baixo, a sonhar isto, claro. Nunca se perguntam onde estão, se nos sonhos vocês não forem o protagonista?

Constru...

Sinto que estou a ser desconstruída para dar razão à construção e me afastar da destruição. Reconstruir é que não, lá isso não.
Este post é da Marió mas fui eu que escrevi.

Lisboa é feia

Na rua mais feia de Lisboa, andei a gritar para o meu colega. É que calhou de ele fazer um trabalho na varanda de uma cliente, aqui, mesmo aqui, na rua mais feia de Lisboa, e, se gritei, foi porque precisava de saber umas coisas, nomeadamente o lugar dos pregos de aço, das tesouras de poda e se havia mais busca-pólos do que aqueles que estão aqui tão perto de mim.
Presumo que presumam que eu gritei para o meu colega mas o meu colega também gritou para mim. Não gritámos com, gritámos para.

_ |toc... toc..

… como é possível responder?| _

Carruagem, a última

Quando viajo na primeira carruagem, no penúltimo banco, que é aquele ao lado direito de quem entra pela última porta, é um ror de tempo a viajar estação adentro, com luz. Quero eu dizer, também, que viajo por toda a luz da estação, em travagem. Ou desaceleração, sei lá, a ver se pergunto ao Antunes: olha lá pá, os teus comboios usam óleo de travões?

|eu no banco do comboio, escrevendo aquilo a vermelho e tu a leres a vermelho d' eu; fizemos dói-dói, eu e tu, pois foi?, foi.|

Dias de um Ginásio

Estive lá, escrevendo no bloquinho rudimentar, que agora já é outro, elas deambulando, nuas, eu escrevendo. A vermelho. Ah ah.

E o Tejo, hoje, ó Gina?
Atão, cintilante e coiso, por sobre uma grande extensão d' água. Hoje, pois.

Terça-feira

Olha o meu pai para mim, cheio de graça:
Sabes onde estou?
Olha eu para o meu pai, sem mais nem menos:
Não.
Olha o meu pai para mim, cheio de solenidade:
Estou na capital do Baixo Alentejo.
Olha eu para o meu pai, rendida:
Ah ah.

G

somos todos Gente d' aGora
somos todos iGuais
temos todos o Gesto
é o, diGo o!

sábado, 28 de outubro de 2017

A cabeleira que nunca vê pente

Gina em movimento

Despertar*

Em tempos, e já vai em dois anos, dei-me ao trabalho de passar para o blogue a letra de um despertar, contando ao mundo que ultimamente era despertada assim e mais não sei o quê, e o que por ora ocorre – purórócórre, ah ah – é que estou novamente sendo despertada por tão bela e enérgica e energética canção. Transcrevo, portanto, a 'minha' letra e o vídeo, que é para os leitores se deleitarem com a pica matinal que daí advém.


Dingue-dingue-diiingue!
Dingue-dingue-diiingue!
Gúúde móórniiingue!
Dingue-dingue-diiingue!
Pá-pá-pá-paaau!
Pá-pau-pá-pá-pau!
Gúúde móórniiingue!
Pá-pá-pá-paaau!
Pá-pau-pá-pá-pau!
Gúúde móórniiingue!
Pá-pá-pá-paaau!
Pá-pau-pá-pá-pau!
Biutifâl dei!
Pá-pá-pau!
Ítse a biutifâl dei!
Dingue-dingue-diiingue!





*e sim, também sou ajudada com despertador ao sábado

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

assustadoras rimam com senhoras
que rimam com assustadoras
(estouro com ouro, ah...)






terminação:

concelho rima com velho
conselho rima mais e melhor
à velha não há rima que lhe valha

(não, centelha não)


Sonhos

Sonhei que havia estragado o bico da caneta cor-de-laranja.

Sonhei que o teto do velho estaminé estava vazio.



Nem todos poderemos entender o que estes sonhos verdadeiramente significam.



Anos setenta

Lembram-se das septuagenárias? Se não se lembram não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, é que deixei de as ver no lugar (que também pode ser) da musa, à conta de o mesmo ter morrido à martelada pneumática, e, no entre dos tantos, vi uma delas na rua, iei!, a da novela, iei!

Já fiz crepes

Já fiz crepes com
leite de coco )1 cup(
farinha de arroz )1 cup(
água gaseificada )33 cl(
Leva também )1( ovo
De temperos já não malembra o que dizia a receita
)que retirei da revista Continente Magazine(
mas não deve deixar de ser, ao menos, sal e pimenta, e eu sei que pus orégãos e também um nadinha de caril. Sei também que o melhor é deixar a massa descansar uma meia hora ou coisa assim, por modo a que todos os sabores se infundam e misturem, resultando num todo, e toda a gente sabe que um todo é algo feito de partes que não se dissociam.
É bonita de se ver, a efervescência, quando em contacto com a chapa muito quente e previamente oleada, auxiliada por um pincel fofinho. Revelou-se aborrecido, o pincel ser fofinho, que se lhe entranhou um cheiro gordíssimo que de lá não sai.
E os crepes são bons, oh se são. Já não malembra com o que é que os acompanhei, mas pronto.

As fotos das peras e os graminhas muitozinhos e os mililitrinhos poucochitos






… São as peras que usei para fazer um bolo de colheradas. A receita, encontrei-a num comentário (aqui) e achei tanta graça às colheradas que quis fazer igual, não sem antes medi-las em graminhas por me parecer mais fácil, rápido e eficaz.
Fácil porque a gente vai buscar a balança e amanda pra lá o açúcar e a farinha, porque a gente mede mais facilmente cem mililitrinhos de leite, outrossim para os graminhas de manteiga, eu cá, nestes últimos, safo-me muitaa bem com o olho...
Rápido porque o é, efetivamente, fazer o exposto no parágrafo acima, imagine-se a gente com a colher em equilíbrio, aparando leite pingão, imagine-se a gente a medir farinha, duvidando do cogulo e/ou do raso das colheres, outrossim para o açúcar, que é menos capaz de fazer o cogulo que faz a farinha, vai daí a gente sabe lá decidir-se!
Eficaz porque a confeção de bolos é uma coisa não muito criativa, se olhada por certo prisma, pois não convém descurar as quantidades, por exemplo: tanto de farinha para tanto de ovos, tanto de ovos para tanto de açúcar, tanto de açúcar caso a receita contenha leite italital. Não se desviem muito, sério, pois a coisa não vos correr bem. Claro que andamos sempre a inventar. Eu ando. O blogue tem cá muitas invenções. Nem sempre correm bem. Pois. É. Este bolo não correu lá muito bem, não. É por isso que não registo a conversão de colheradas para graminhas. Quiçá tenha exagerado nas peras, que pus todas quantas aparecem nas fotos, se no nepalês da frutaria os graminhas deu nos 1015, se eu as descasquei e descarocei, fiquei para aí com quê?, 800? E desde quando é que um bolo de quatro ovos - italital - fica equilibrado com oitocentos graminhas de fruta?!
Mas olhem que mesmo assim ficou todo pimpão, ó:






E de sabor está bem porreiro. Bem, bem.


Como é?



Já acabou o
temido e
desvairado e
desajustado e
consequente calor?!

Não.

Ah!


Lanchinho

#ópátóinxiru

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Or' agora

Por ora ocorre que ando com as folhas - do outro dia e do outono do outro dia – entaladas por entre as folhas do bloquinho rudimentar. Não me tem dado jeito mandá-las para o caderno diário, engorda-o e desconstrói-me a caligrafia, é só altinhos e deslizes e mais não sei o quê. Mas vai ter que ser. Por ora.

Por ora, e agora este ora já não é agora, que no entre dos tantos colei muito bem as ditas folhas deste outono e rematei o caso com uma explicação no caderno diário que os mesmos leem.

A caminho

Tem vincos, a camisa que este senhor leva nas costas. Dois, na vertical, tipo assim ao meio de cada meio das suas costas. Duas, são também as questiúnculas:
uma – saiu há pouco de casa, não deu, portanto, tempo ao desvinque
duas – as camisas do observado senhor são guardadas numa gaveta, não penduradas no varão

Lugar da musa

Não tarda nada vou daqui telefonar a dois homens. Um deles é o rico filho.

Quando chegar ao estaminé vou escrever bués
Continuo grafómana, ah ah, ó pá tóin xiru
  ㆸ  quadradismo, daí não passa, pois se faço o mesmo

Aqui há umas sobremesas com muito bom ar. É tão bom, o ar, que não as oxida ou envelhece. Um dia provo outra, que ainda só finquei os dentes num queque de chocolate.

Se eu pudesse cozinhava muito.
Motivos para não:
dispêndio
solidão

Ontem à noite, eu e a rica filha fizemos coisas aos nossos narizes. Nomeadamente:
molhámos estes com aguinha da boa (ela o dela e eu o meu)
colámos adesivos naqueles por mor de amolecer impurezas (ela colou ambos)
arrancámos aqueles destemidamente (ela arrancou ambos)
Depois ficámos longamente observando o lado colante do adesivo, tantos os pontinhos que continha, tantos os pontinhos lá ficaram agarrados, oh céus, que nunca se é suficientemente bela.

Um cavalherio pediu-me que o deixasse sentar do outro lado da grande mesa. Ó 'migo, por quem sois, é favor passar, caté malevanto e tudo.

Escrever a cor-de-laranja é sumir. Percebi. Escrevi, escrevi.

Dias de um Ginásio

Ainda assim, continuo grafómana. Vejam lá que subi para a elíptica com o bloquinho rudimentar e uma caneta na mão. Não me aguentei. Que atrapalhação, tal a categoria - de isso - que a tampa da caneta me caiu no patim da máquina. Oh. E escrevi. Olarila.

Aproveito este post para colocar dois assuntozinhos do Ginásio, já que, mesmo parecendo que não, para mim, ai ó pá tanta vírgula, juntar dois assuntos, num só post, ai, resulta em menos um copiar-colar para logo à noite.
(se fossem três, resultaria em menos dois, sendo quatro, vai que era três a diminuir ao número e aforaforafora)
Eis então o meu poupador de copiares-colares d' hoje:

Umas vezes vou ao Pilates num horário, outras, noutro. Um desses horários anda um horror em falta de professor qualificado, para horror (íssimo) de algumas meninas, eu não inclusa, embora prefira mais que muito o Pilates ao Stretching, que é geralmente a modalidade substituta dessas faltas. Ora bem (mal) as meninas andam tão horrorizadas e têm feito tanto chinfrim, que houve aí um dia que quem deu a desejada (íssima) aula (inha) de Pilates foi o mais afamado e especial professor lá do boteco, o qual, e aqui é que está a mais profunda questão (zinha), é o habitual professor do outro horário, que eu, por acaso, ai vejam lá, também frequento assiduamente, o que o faz, portanto, ai, cavalheiro para me tratar pelo nome próprio com muita propriedade. E era as meninas todas doidas, antes de a aula (zinha) começar, 'ai vejam lá que hoje vamos ter uma aula privilegiada, é que temos o Marcelo, pois temos, temos o Marcelo, aquele professor, o bom, sabe?'
Este 'sabe' era a mim dirigido. Sei sim, disse eu, simplesmente. E nisto entra o cavalheiro de rompante na sala, como é aliás seu costume - até nem estou a exagerar nas vírgulas pra condizer - que quando entra é cheio de saber e saber que sabe, e o que elas, eu inclusa, gostamos é de um homem que mostre saber o que quer, mesmo que o finja, pra que é que isso interessa, né?, o que interessa é que o passo do Marcelo foi desacelerado para me perguntar:

Então Gina, tudo bem, depois da última experiência?



ah ah, e elas a olharem para mim, atónitas,
ah ah, que privilégio, né 'migas?

Graminhas que resultaram num erro

bloquinho rudimentar
25
óculos de escurecer
120
óculos de clarear
170
canetas
25
pacote de lenços
5
caderno diário
340
porta-chaves+chaves
160
porta-moedas
115
carteira
250
mala
460
tudo
1705
TOTAL
1670?!

Graminhas

640 graminhas de peras rocha
210 graminhas de alhos
835 graminhas de bananas
125 graminhas de gengibre

faturinha úúguêáé do dia corrente e das onze e dezasseis da manhã

terça-feira, 24 de outubro de 2017

autopromoção


A planta à janela promoveu-se a flor.


|à janela|


Antúrio, de seu nome.




ááás

não é jacarandá, não é panamá, é plátano, o que deita minúsculos bichos verdes, um ano e outro, um ano e outro

Mas afinal...?

A vida, eu fazendo pelo bem
Tão - mas tão - próprio do bom caráter
E chegada aqui: é padecimento

Coerências, é preciso


Marió: de eu ser incoerente, e.

De mim: de o saber, mas.

E o Tejo, como estava, ó Gina?

Então!, lindo e coiso. É eu a despedir-me do verão e é ele a não me deixar viver o outono em pleno. É prata na água do Tejo, é o que é.

Inglesinhos

Dois meninos ingleses no banco defronte. Isto no Metro.
Porque é que eu acho que iam para o Parque das Nações?
Porque indagavam se o teleférico teria ou não barras para ajudá-los a subir.
Porque a mãe, que se sentara ao meu lado, advertiu várias vezes que teriam que sair na Áláméida.

domingo, 22 de outubro de 2017

bye bye summer

Por acaso... Encontrei isto:




descobre as diferenças

















Vida resumida

Confundir sementes de linhaça com ninhos de mosca.

Almoço

Fiz uns bifes bué da bons. Usei manteiga salgada. Apenas. Ficaram insossos. Pois. Mas fui lá na mesma, é que descuidei-me na salada, salgando-a, e era também diversa pra caraças, nem vou enumerar quantos legumes mandei para a taça, vai daí equilibrei o prato. Pus também tabouleh na mesa, resto de ontem.
No entre dos tantos, havia tentado uma vez mais na minha vidinha pacata e sensaborona, fazer uma torta. Resultou num amontoado de massa que retirei do tabuleiro com a ajuda de uma espátula, e é se a queria comer. E queria. Só não a comi em forma de torta. E quando disse amontoado, disse-o porque a placa de massa, quando ainda no tabuleiro, era muito fofinha, tão fofinha, demasiado fofinha, por isso, ao retirá-la com a espátula, ela se aglomerou. Mas dá para comer, claro que dá. Ainda está ali assim um restinho, alguém quer?

Pequeno-almoço

Pera, antecipadamente temperada com canela e açúcar moreno
Água de coco, anteriormente sobrada por ter sido separada de seu creme
Juntos, intencionalmente, moídos, impiedosamente, por meio de um eletrodoméstico montes de espectacular.

Deu para dois copos não cheios. Usei duas palhinhas em cada um desses, uma azul e outra vermelha. As riscas, que o resto, quero dizer: onde não pousavam suas cores, era branco. Ainda me passou pela cabeça 'ah-vou-tirar-1-foto' Mas não. Não que este blogue, ou mesmo eu, não sirvamos para abordar laifessetaile, mas é que.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Muro das lamentações

Venho registar constatações, mas é tão óbvio parecer-vos queixinhas de mim que já estou a ambientar-vos quando no título coloquei o que coloquei. Não havendo pachorra, é não seguir a leitura e acaba-se a minha conversa já aqui.
Termina hoje a minha primeira semana de trabalho no estaminé, no outro estaminé. Ora bem, nunca cri no milagre que se daria na minha vida por mudar de local/método de trabalho - continuo doente pra caraças, sou um problema que combato constantemente, pesa-me a tristeza mais que muito, destrói-me a solidão que eu própria procuro. Marió assegurou-me que conseguirei ser um bocado diferente disto, forço-me então a crer na sua palavra. De resto... Escrevo.



… e o bloquinho rudimentar por cá continua...
… passeando comigo...
… sendo fotografado...




Lisboa, Lisboa, ah Lisboa

Quando passei pelo Fernão de Magalhães perguntei-lhe se ele via o Tejo lá de cima. Que não. Que tampouco o Carmo, quanto mais.

tenho saudades das minhas:

língua
traqueia
tiróide

De manhã queixei-me

De manhã queixei-me, não, de manhã divulguei ao pessoal lá de casa que a árvore amarela, afinal, de amarela este ano tem pouco, que continua verde pra caraças, embora se lhe tenham caído as folhas aos montes, oh pobrezinha.
O Luís concluiu que a chuva, caindo, havia como que rejuvenescido a dita...
A rica filha usou de poesia e rematou que o azul do céu não deixa, que as tinge e é por isso que não há meio de as folhas amarelarem de vez...
Tipo assim, e aqui a prosa é minha e é d' agora:
Ah, eu sou uma folha da árvore amarela que quer amarelar porque está na hora!
Ah, eu sou o azul do céu que aproveita as nesgazinhas por entre as nuvens e se deixa escorrer até se misturar com as folhas da árvore amarela e então elas voltam a ficar verdes!

#ópátóinxiru!

Agora vem o amarelecedor, tipo assim a propósito da fantástica e supra↑ temática

A rica filha queria um champô... #ómãecomprameumchampôválá

→ → → e acerca da brilhante conclusão que podeis sugerir-me: mas afinal porque é que a jovem senhora não compra ela própria o champô?!, aviso já que são meandros e burocracias domésticas tão grandemente grandes que não cabem aqui ← ← ←
… Bom, mas o amarelecedor.
A rica filha queria um champô e ó mãe que nenhum dos que estão na borda da banheira me serve e é o teu dos cabelos pintados e é o do pai da caspa e eu quero um. Ok, vá. No entre dos tantos, eis que me surge uma montra remodelada, uma daquelas montras que me apelam: ó Gina!, ó Gina! e eu vou e eis que dou de caras com um champô apelidado – é para rimar com o terceiro verbo a contar ← desse contar aí – amarelecedor
Já pensaram bem num champô desse calibre?
Não, a sério, já?
Ó pá, agora mesmomesmomesmo a sério: já pensaram como será, o que vos fará, em quê vos transformará um champô que amarelece?!

Grafologia

Armei-me em destemida das netes e consultei uma blogger no sentido de saber de mim no modo como escrevo.
Olhe, já que tanto se interessa pela temática, diga-me: observa-me um manuscrito meu?
E ela: sim, claro, com prazer.
Já em tempos há muito idos, baseada num artigo de uma revista, construí um post acerca. (por ora, não comparo resultados, mas essa comparação fica na calha)
Então, para que a minha grafia fosse analisada, tinha que manuscrever um texto em folhas lisas, de tamanho A4, preenchendo no mínimo duas páginas. O texto teria que ser dirigido a alguém, mesmo que imaginário, e o assunto... bem, para o caso o assunto não interessa para nada, analisa-se como a pessoa escreve, no momento em que escreve, não no sentido de classificar o tipo de escrita, que é lá isso, antes em termos de espaços por entre margens e palavras, inclinação das linhas, tamanho das letras. Notem bem: não estou a dizer que é! assim, estou a descrever a ideia como a retive, embora jamais exporia conclusões deste tipo se as pressentisse incorretas.
Ora bem, então vamos lá: segundo a simpática e paciente senhora, no momento em que escrevi, fui assim:

Tanto é dada às coisas da mente quanto às mais terrenas, ou seja, tanto gosta de teorizar como é uma prática. Frequentemente é mais esta última perspectiva que se manifesta.

Apresenta contradições: por um lado é receptiva a opiniões ou influências externas e, por outro, fecha-se sobre si.

Esconde carências. Daí por vezes não ser completamente verdadeira. Indícios de depressão. Alguma tristeza (não muita)

É muito imaginativa. Tem vontade de ser independente. Alguma imprevisibilidade nas atitudes. E também alguma instabilidade emocional.

Gosta de ser simpática, gosta de cativar.

Não se mete na vida dos outros. Contudo, também não está completamente certa do seu papel no mundo. Talvez esteja demasiado circunscrita ao seu mundo.

Alguma necessidade de protecção e alguma reserva em relação à infância (?). Pouca ligação à família de infância (?)

Não é muito reverencial. Pode estabelecer empatia com os outros.

Não é excessivamente organizada no desenrolar das suas acções mas também não é caótica.

Sente que não dá o máximo de si.

Pessoa que muitas vezes se cala, guarda para si. Dá ideia que gosta de guardar muitas coisas.

É inteligente e desinibida na expressão da sua inteligência e criatividade.


Ó pá!, não é o máximo?! Eu não só fui assim no momento em que escrevi o dito texto, como sou! assim. É.

Bom dia!

Um cliente interrompeu-me os passos ao meio da rua para me interromper os passos e assim lhe dar tempo de...

Bom dia! Escute cá, a senhora no outro dia ia ali com um molho de vassouras na mão, quanto é que custa aquilo cada uma?

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Lisboa, dezanove de outubro de dois mil e dezassete

Acabei de descobrir que uma das minhas trocas, aquando do título deste post, se traduz em 'putubro'. Não há dolo nesta troca, então o perdão é dispensado, mas achei o putubro tão interessante, tão capaz de um sorriso meu, que o registo.

Hoje tenho de ir ver a árvore amarela. Olarila. Não tarda quase nada. Quero perceber se está despida e amarela, isto no mais, se, em suma, a mudança de tempo lhe fez coisas.

Ontem, na aula de Pilates, em certa circunstância, o professor recomendou que não deixássemos os dentes morderem a língua. Ri-me toda eu cá por dentro.
Ó senhor professor, olhe, é assim: eu não consigo manter a língua completamente fora do perigo do fechar dos dentes. Sério. É que, pelo menos por ora, não sou uma pessoa normal.

Sonhei que me enrolavam um cachecol do Benfica ao pescoço e me espetavam uma coroa na cabeça. Isto tanto pode ser uma questão de ditadura como de calvário. É escolher, em querendo.

Ao lado direito dos que sobem a avenida, apresentam-se-lhes quatro bancos. Acrescentaram-lhe, portanto e se não possuo dolo, dois bancos, isto uns outros quaisquer. Há tanto e tanto tempo que não me dedicava a esse lado da avenida... Diz que mudar os hábitos faz bem às partes cinzentas da cabeça. Mas o dolo, neste indo-eu!-indo-eu! pela esquerda, é do sol, tantos os dias de um calor imenso, ademais: fora de horas. Bom, mas agora chove, a temperatura baixou e mais não sei o quê. Ah, e o homem das castanhas, sim, lá estava, com bicha à português, que eram dois ou três aguardando as famosas. Ah, a árvore amarela, pois que lá estava, muito despidinha, sim senhores, mas muito verde também.

No lugar da musa percebi que nos vasinhos verde-água vivem uns seres de folhas verde-planta.
A colherinha é tão bonita. A ocasião faz o ladrão. Parti a colherinha de louça da rica filha. O pratinho escuro também é fofo, apesar de escuro. É rústico. O rústico é sempre escuro.

O topo da caneta d' hoje é hexagonal. Podia ter sido eu a encontrá-la, mas não, ela é que veio ter comigo. Apareceu-me a cor-de-laranja, num dia de inverno.

Ainda não acabou o dia. Quero registar que os tais sessenta e cinco gramas já não marcham comigo pra todo o lado.

Ainda não acabou o blogue. Hoje aprendi a palavra dolo, quero mais oportunidades de a usar. Até amanhã.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Boa noite, e a noite é d' hoje

Não quero deixar de vos escrever, de maneiras que, não havendo tempo para mais: boa noite, que já é de noite.
Mas, já agora, vem ainda uma foto de ontem, com o sol da sua manhã incidindo nos pincéis de maquilhagem da rica filha, a qual, quando soube deste clique ripostou algo do género:
Ó mãe... eu com tantos pincéis de qualidade e tu fotografaste logo estes!, ainda por cima todos sujos!






Então boa noite, e - reforço que - a noite é d' hoje.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Creminhozinho Carinhozinho

Ora então é assim: a rica filha foi-se aviar numa daquelas lojas de cosméticos e afins e eis que lhe ofertaram amostras de uns quantos produtos. Duas dessas, de uma marca que não quero revelar, ofertou-mas ela, por sua vez, alegando que não as queria porque testam em animais e a sua consciência não se dá bem com tal coisa, ao passo que a minha marimba largamente para o assunto.
Uma das amostras continha um creme para lá de bom. Era tão bom mas tão bom que, nos dias em que me durou aquele poucocinho, toda a gente que por mim passava se alegrava de me ver, tal o resplendor da minha pele, chegando mesmo a dizerem-me o quanto eu estava bonita, tipo assim, e por exemplo, a minha mãe, e toda a gente sabe que as mães não mentem.
Fiquei tão excitada com o brilhante resultado que me pus a pesquisar nas netes o preço daquele cosmético, especialmente aquele, e... quando avistei o número de euros que me iria custar... compreendi e desisti.
Compreendi porque é que o creme é tão bom - é bom porque é caro, e se é caro, então é feito com mais rigor e/ou substâncias de upa-upa e mais não sei o quê, vai daí a tez ilumina-se pra caraças.
Desisti da compra porque obviamente o creminhozinho é cosmético para custar quatro vezes mais do que o último creme que comprei, vai daí - coiso.

Não sabem

Não sabem e, como não sabem, eu anuncio: de cada vez que encontro uma caneta, a minha estória remete-a para a rua mais bonita de Lisboa. Olha esta azul, ó, onde foi que a encontrei?, na rua mais bonita de Lisboa. Se não foi, não haverá qualquer problema, é a minha estória.



Post de viragem

É de manhã, ainda, e é de manhã que começo a compor o blogue
- tão raríssimo que é um começo depois do meio-dia, mas isso já vocês sabem e, se não sabem, não faz mal nenhum, ora essa, eu gosto de vocês na mesma -
servindo então este post, que não é o primeiro deste dia, para registar umas quantas coisinhazinhas:

jamais voltarei a escrevinhar no estaminé/drogaria, o que não significa que deixarei de escrever as merdas do costume, só por dizer que doravante, ó 'migos que me sabem ou então não, escreverei sentada
isso → sentada ← é
sem que contudo tenha mudado de computador ou estratégia, de cabeça ou tom de escrita, nada disso, antes saltei de balcão para secretária, sendo que, e ainda, as coordenadas são também outras

Farinhas

Ó pá, tenho mesmo que escrever os tipos de farinha na porta de casa. Assim, antes de sair para o supermercado, olho o que escrevi, fixo na cabeça e, chegada aos corredores assustadores

(corredores rima com assustadores, a assustadiça sou eu e rima com movediça, que me movo dali logo que posso)

jogo a mão à farinha

(se estiver muitomuitomuito assustada jogo as duas)

farinha, dizia eu, farinha que é para bolos ou pão, ou fina e/mas muito fina, ou fina e não muito fina.

Dia de (disseram na Radio)

Dia Mundial do Pão, óié!
Vai que como todos os dias, o belo do pão, pois sim senhores. A modernidade trouxe-nos o medo, o inchaço e o medo do inchaço, dizem que o organismo jamais processa o trigo, que é incapaz de o fazer, então incha-se a barriga ao longo de toda uma vida. Dizem. Obviamente há alternativas, pois se o que faz mal – dizem que - é o glúten presente no trigo, a gente que amasse outras farinhas que o não contêm, né?, é pois.
Do pão que amasso quando me passo:
Eu, que não sou cozinheira, padeira ou pasteleira, não me safo lá muito bem no amasso do pão, ou então é uma questão de:

temperatura e/ou prateleira escolhida no momento do forno
tempo de amasso
humidade do ar
rácio por entre farinha, fermento e água

Quanto a mim, o maior espanto meu, é o quanto e como pode correr mal, ou menos bem, vá, um alimento que leva apenas três ingredientes. É um espanto. Ah, e não, até hoje ainda não fiz um pão como deve ser. Ora queima debaixo, ora está demasiado branco o que encima e portanto a saber a fermento, ora pouco, ou muito, sal, pouco ou muito fermento, muita água, pouca água, água muito quente, demasiado fria, impaciência na hora de amassar, má escolha da altura da prateleira ou da temperatura, preguiça de jogar água para dentro do forno por modo a fazer um fuminho que fuma o pão para que ao depois fique com um gostinho fumado na côdea, por falar em côdea: qual côdea, qual quê, e pronto e sei lá que mais.




Fazer pão é muito difícil, é um daqueles alimentos que tem mesmo de se praticar.
É.
É, é.



Tirei esta foto e tal...




No entre dos tantos,
#ópátóinxiru
as vistas (na foto) folhinhas têm andado no bloquinho rudimentar esperando um tempinho, e é mesmo de um tempinho que necessito, mas, já vem de lá, quero eu dizer de um outro tempo, eu ter partido o pedúnculo a uma das folhas, então veio de um outro lá/tempo que deu em post e foto: