segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Paneleirice

E pumba, tenho mais uma paneleirice no telefone. Desta feita é um contar do tempo que passo em cada aplicação, a cada tranche de vinte e quatro horas. Não duvido que estas contagens foram criadas a pensar, principalmente, na criançada, chama-se 'equilíbrio digital' e esse nome é, presumivelmente, uma carapaça para a questão que se chama, pomposamente, 'supervisão parental'. Não me vou pôr com mimimis e rócócós, ai que as crianças isto e os adultos aquilo. Não. É que não tenho vontade, tampouco jeito, mas considerei que seria engraçado perceber quanto tempo, afinal, é que estou de roda da merda do telefone, bem como a fazer que porras. Ah, e isto não quer dizer que tenha todos os dias o mesmo tempo dedicado àquela mesmíssima aplicação, a coisa é, obviamente, variável, uma pessoa um dia dói-lhe uma unha, no outro um fio de cabelo, portanto... Ora bem, acho justo apresentar esta numerologia com os dados do dia corrente |30Nov2020|, os quais, até esta hora |19:50| são:
1 hora e 5 minutos no YouTube
24 minutos no Editor de Fotos
20 minutos no Chrome
14 minutos na Galeria de Fotos
14 minutos no Instagram
7 minutos no Gravador
4 minutos no HiSuite
2 minutos no WhatsApp
1 minuto na Jazzy Play
1 minuto nas Mensagens
1 minuto no YouTube Studio
Depois tenho o gráfico representando as horas a que as aplicações foram usadas, e foram-no sensivelmente (não há muita precisão...) das 10:00 até às tais 19:50. Abaixo, o telefone informa-me que dentre este tempo desbloqueei-o 22 vezes, o que, em média, fiz a cada 52 minutos. Por último, no que toca a prolongamentos, que eu, bem vistas as coisas, não sei como se alcançam prolongamentos, mas vá, seja lá como for, o telefone diz-me que em 'total de tempo prolongado' e em 'número de prolongamentos', o que tenho é... 
Nenhum!
Ah... Bom. Então. Gostei muito deste bocadinho.

Da janela do meu quarto

Lá por eu ter mudado de quarto, não significa que já não aviste o abacateiro no pedaço ajardinado, ao cimo de umas escadas que se me afiguram à altura das minhas janelas. Avisto pois, mas de uma perspectiva diferente, que não está mal nem pior, mesmo que me tenha movido três ou quatro metros para a sua esquerda, asseguro que o gosto em vê-lo me é igual. Que me deito, que me levanto, que bebo café por uma chaveninha, que ouço ti-ti-tis - em cada manhã.

Ventinho

Pois por ora ventinho algum há. E chove. E não secou porra de roupa (ai, adoro estes trocadilhos!) nenhuma. E é bem que tenha calhado um dia chuvoso num dia de meio confinamento. Olarila.

Sonho

Sonhei que as agulhas de acupuntura eram do comprimento das minhas coxas. O senhor doutor inseria-as algures nos joelhos. Anatomia não é comigo, nem em sonhos, mas, precisamente no sonho, descansei porque presumi que os joelhos têm um ponto onde não há osso, veia ou cartilagem. E pronto, era o ponto, e as agulhas fizeram a sua viagem, só não sei se cumpriram o propósito que delas se espera, com isso é que já não sonhei.

está um ventinho mesmo bom para secar a roupa

jamais

onde jamais* chegarei

*...

Arca do Tesouro; Caixa de Pandora
|é escolher \\

A Caixa de Pandora revela e, pior, solta os males do mundo, puxando o conhecimento, que puxa a infelicidade. E a Arca do Tesouro é para aqui chamada, que a chamei eu, mas não sei como pô-la no final feliz.

domingo, 29 de novembro de 2020

Lembrei-me

Pouco antes de eu casar, uma das minhas colegas mais velhas, a dona Vitória, aconselhou-me a que nunca deixasse de rir. Ou pediu-me, sei lá. Bom, foi um misto por entre conselho, pedido e até desejo. Quando era jovem era muito risonha e actualmente presumo-me como tal, mas em menos. O certo é que a dona Vitória calou os lugares-comuns que se usam nestas circunstâncias e só lhe saiu o 'nunca deixes de rir' porque eu me rira gostosamente devido a algo. Respondi-lhe que 'não, vou ser sempre assim'. Não sei como abandonar este post. Hum, boa noite...? Isso, boa noite.

Olá, bem vindos a mais um post.

Olá, bem vindos a mais um post. Este trata de dizer-vos que sim, quando soube que a rica filha ia sair de casa logo me pus com planos para encher o quarto que deixaria de ser o dela, e isso foi coisa que também aconteceu quando o rico filho se fez à vida noutra morada que não a dos pais (ver aqui) Desta vez tinha a pretensão de passar o meu quarto para o que era dela - decisão tomada, planos delineados e tudo feito está, que não se duvide, embora não tenha recheado o blogue com todos os trâmites, o que lamento, mas não deu tempo. Bom, ficava, e ficou, o meu antigo quarto vazio e a ideia era transformá-lo em sala de TV e jantar, quando sem visitas. Pá, só que os sofás não davam a curva na entrada do quarto porque tem como que um mini mini mini corredor e os sofás são maxi maxi maxi para esses minis todos. Pronto, não deu. Mudei então de planos e resolvi-me a transformar o meu anterior quarto, não em sala de TV e jantar sem! visitas mas em sala de jantar com! visitas. E já está! Ena! Urra! Veio da sala grande toda a parte de mobiliário que corresponde ao ser 'sala de jantar com visitas', ou seja: a mesa, as cadeiras, o aparador com toda a parafernália que já morava lá dentro e as prateleiras com a mesmíssima compostura veio também. Quero dizer: à compostura juntei umas coisitas, mas vá. Entretanto, creio já ter dito no blogue que meti a escrivaninha dentro do roupeiro, roupeiro esse que não tem portas e que portanto mostra tudo. A parede livre tem já um quadro pendurado, que é o primeiro quadro que comprámos quando viemos morar para esta casa, evento acontecido há vinte e quatro anos. Em cima da escrivaninha tenho caixinhas de jóias e, mas, também umas lembranças conseguidas por aí e que aludem ao acto de escrever e de ler. Nas restantes paredes constam outros quadros e dois grandes retratos de nós dois em modo 'noivos bem jovens e muito felizes'. São dois porque herdei um dos meus sogros. Mas estes retratos são tema para outro post, quero dar-lhes algum destaque. E pronto, o que por ora acontece na minha vida é que tenho uma (outra, a que já era e continua a ser) sala de estar e de ver TV e de jantar sem! visitas (mas já não com! visitas)... Enorme, espaçada, sem pilhéria alguma, e nem é pela desarrumação e total desgoverno, é que é uma sala já por si grande e, como lhe foi retirada uma parte do recheio, fica assim meio que estapafúrdia, desmembrada, vaga. O que vale é, ainda, a Árvore de Natal, que sempre faz um papel de existência enchedora. Mas ainda não terminei de a enfeitar, ah pois não.

Gosto

Gosto de coletes mas a minha relação com eles é puramente térmica. Gosto do feitio, da versatilidade e do espectro. Id est: é uma peça gira, que fica bem com tudo e se usa todo o ano (aquilo do espectro foi para ficar bem, claro [não bem claro, claro]). Só por dizer que me chateia por conta da porra do frio, que a pessoa que escreve neste blogue há-de sempre sentir um frio fininho nos braços.

Gosto

Gostava (Gosto da ideia) de ser roedor para ter bochechas onde guardar, não nozes, mas avelãs. Assim, cada vez que fosse preciso, ia lá buscar. Ou então uma vaca, com os meus quatro estômagos. Num punha cenouras, noutro feijão branco, noutro cebolas e noutro cogumelos. Depois ia petiscando.

Gosto

Se gosto mais de roupas lisas ou estampadas? Acho que o roupeiro 'diz' se é Inverno ou Verão – no Inverno há muito liso lá pendurado, já no Verão, é estampado o de mais.

Verdes

As folhas das árvores têm o verde decrescendo porque o amarelo lhes está a crescer. Se avistadas de encontro à parede do prédio cor-de-rosa, então mais pálidas ficam. As janelas desse prédio são de um verde que parece mais profundo porque escolheram mal as cores. É que é o que se pode mudar, a gente pode lá mudar a cor às folhas das árvores, né?

post em muito

no máximo do máximo ao máximo
é como dizer hiper ultra mega de uma coisa num grau onde jamais
é um superlativo inexistente, vá, é invenção
mais: é utopia

migalhas


por pudor pensei cortar as migalhas que aparecem na foto mas entretanto chegou-se-me o sentimento inverso e eis-me sofrendo grandes mudanças

a foto acima não tem qualquer corte ou filtro e as que estão abaixo vão em crescendo (começando em cima) no uso do filtro 'aguarela' do meu telefone
id est: a primeira tem a intensidade no mínimo, a segunda tem-na para aí com uns trinta por cento, a terceira vai decerto nos cinquenta e a última está no máximo dos máximos

sábado, 28 de novembro de 2020

bem que queria

bem que queria mas o Luís já me desenaganou
diz que só vamos ter um carro novo quando eu for gorda

Travões

Antes de sair para ir ao supermercado, o Luís avivou-me a memória; eu que fosse muito atenta aos pedais. É que o meu automóvel de matrícula portuguesa anda com os travões preguiçosos. Resultado: não me estampei. E ainda trouxe cinco pais natais para juntar a um que já cá tinha. Fazendo as contas, tenho:

dois pais natais grandes e quatro pequenos

  • um para o pai
  • um para a mãe
  • um para a rica filha
  • um para o rico filho
  • um para a rica nora
  • um para o rico genro



os maiores são pós cotas, claro

Escuro

Todos os anos tenho uma espécie de sonho, ou desejo muito forte, de ver a árvore amarela de noite. Agora estou quase a conseguir porque está muito escuro... Ou escuro, vá, não está assim tão escuro quanto isso. Está um pouco escuro mas não escuro o suficiente. Mesmo que eu tire uma fotografia vai parecer que é de dia, não tem lógica.

E
G
O

e

Lisboa, Lisboa

E o ego, sofrearemos o ego?
|o ego está no saco dos parece-mal\\

Lisboa, Lisboa

A hamburgueria da avenida vai ter um palanque - daqueles compensatórios, por causa da inclinação que tem - andam a construí-lo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

😁🤭

risum teneatis  >>>>  sofreareis o riso?


aqui

Da alegria


O quadro na parede dos clientes do fim do dia continha um enorme á em letra minúscula, coisa para ter uns cinquenta por trinta centímetros, em vermelho, lindo, colossal, e por baixo, em pequerruchas letras a preto, dizia assim:

a alegria é a coisa mais séria da vida

E é. Oh se é. Entretanto aconteceu o inesperado: a cliente, que eu estava a ver pela primeira vez, porque não tinha sido ela a requisitar o serviço mas sim o marido, disse que já me conhecia do balcão, que há tempos lhe vendi uma cola. É sempre estranho, porém incrivelmente agradável, que um cliente saiba precisar o - ou um - momento em que se relacionou comigo no balcão, quando não tenho memória absolutamente nenhuma desse sucedido. Portanto: julgava eu que a estava a ver pela primeira vez. O mais engracado? A alegria dela, oh porra, que bom de ver. Vai-se a ver e isto anda tudo ligado, relembro agora mesmo o quadro descrito acima.
22|08|2019

O texto acima tem mais de um ano e vem de lá para aqui porque esta cliente esteve no estaminé e, como lhe notei a referida alegria, relembrei-o. *Quero republicá-lo, a hiperligação não basta.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Enigma num restaurante

Numa mesa ali próxima, uma mulher fazia muitas caras enquanto retirava a comida da travessa e a colocava no prato. Pareciam sorrisos. Parecia uma doença. Olhou para mim e fez um desses sorrisos enigmáticos. Se tique: orgânico; se vontade: emocional.

Bebé chorão

No outro dia ouvi dizer que ninguém nasce triste. Num repente concordei e noutro discordei porque me lembrei que os bebés não riem ao nascer, choram. Mas guardei a ideia para mim. Por que caso ou figura a Natureza não previu que o (meu) início não seria contemplado com uma gargalhada mas com um choro desenxabido? Será porque parto da tristeza para a alegria e o contrário não é desejável?

Mensagem

Na avenida estava uma mulher segurando uma placa com uma mensagem que não me dispus a ler. Considero provável que a maioria das pessoas não se empenhe lá muito nestas leituras, assim como considero que presenciar o seu desinteresse é duro que se farta. Este método, o de escrever 'mensagens' e pô-las a arejar no blogue, é uma barreira às caras de enfado. Barreira não, paliçada. 

ideia: o importante é que retirem algo do que escrevo
não mau ou bom
mas algo

[e bom é ter esta ideia encasquetada na cabeça]

o pragmatismo raramente emprenha e, se emprenha, aborta

Ponto ondulado

Em certo ponto do vidro da montra do estaminé percebi que quem lá vinha tinha um ar grotesco. Aquilo deve ser ondas que o vidro tem... Bom, o certo é que quando o vidro deixou de estar no meio da gente os dois, a pessoa embelezou aos bués. 

corrimão infectado


clique

cliquei sem querer no botão de 'tarefas'
que fica ao lado do das 'notas'
e relembrei isto

Lisboa, 26Nov2020, 10:18

seis mil oitocentos e setenta e quatro passos, contou o meu telefone

pessoas

eu sei
tu sabes
nós sabemos
eles sabem
'ele' e 'vós' cabem no 'eles'

ligação amorosa

ligação amorosa

sou triste porque
escrevo ¬¬ escrevo
porque sou triste

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Lisboa, 25Nov2020

Preenchi cinco páginas do meu caderno. Fui interrompida duas vezes, uma por seu Freitasse, outra pela vizinha Gislena. Deve ter passado um bom bocado de tempo por entre.

Duas vezes

A menina deixou os póneis (unicórnios...?) num aconchego e, no seguimento do passar do pano, achei melhor recolocá-los no mesmíssimo lugar, abraçados, como no quentinho, que é inventado. E a luminária, também? E a luminária também, quiçá os bebés estivessem ali para dormir, a menina é que sabe das coisas. Mas isto foi da outra vez, que desta já encontrei os unicórnios (póneis...?) com ganchos coloridos presos nas crinas. Hum. Bom, a menina é que sabe das coisas e eu, podendo, deixava-a mandar neste post todo. Todo.

Post axadrezado

Amontoei as peças de xadrez que estavam fora do tabuleiro, conseguindo uma multidão calada. Isto lembrou-me que por ora os fóbicos são pessoas extremamente sensatas porque fogem de multidões.

Casquinha

Num chão lisboeta vi uma casquinha dourada e cuidei de ser uma tâmara, seguindo-se a certeza de que era uma barata. Esmagada. Por ora olho muito para o chão, gosto de ver as formas e as cores das folhas que, bem sei, estão mortas, mas vejo-as vivas. Mais: apanho-as, guardo-as, fotografo-as – ou então não. Mas para esta observação é preciso ir de olhos no chão e isso é coisa que deixei de fazer há meses, então, o que faço é andar cá e lá, a ser a Gina das observações puramente dispensáveis - quem quer saber das 'minhas' folhas? - e a da vida levada com leveza. Gosto disto: 'levada com leveza'. E a barata, olhem, lá deve estar, alindando a calçada.

TTT

As TenTaTivas pressupõem um 'não chegar à meta', por isso é que prefiro não pensar muito nelas. Ou usá-las, por assim dizer.

Lisboa, Lisboa

nem sempre tenho a certeza que isto de andar por Lisboa me distrai a cabeça
no sentido em que é para a distrair

Lisboa, Lisboa

Folha em pé. Literalmente. Apoiada no pé. Tivesse dois e éramos pares.

antiquário (porque as fotos são antigas)

A minha casa está cheia de coisas que não fui eu que comprei. Que recebi de oferta. Que herdei. Que recolhi. São demasiadas coisas assim com esses jeitos. Quase todas têm um 'não te quero cá' inscrito imaginariamente. Não me dizem. Aborrecem-me.

Há mais de uma semana que durmo no quarto que era da rica filha.



Até nem gosto assim tanto das paredes daqui. São cinzentas, cor que foi obviamente a rica filha que escolheu, aqui há atrasado, quando no tempo da remodelação dessa divisão. Digamos que é uma questão com dois anos, vá. Mas o cinzento. Bem sei que cores 'apagadas' são essenciais para realçar bibelots, têxteis, plantas e mobiliário, só que eu gosto das paredes coloridas. Gosto de cores em grande, vistosas. Sei lá, parecem-me vencedoras. Quentes. Sábias.

As fotos abaixo têm mais de um mês (17Out2020) mas não consigo deitá-las fora. São as originais de umas outras que vesti com o filtro 'impacto a preto e branco'. Na altura gostei muito dessa escuridão e escolhi publicar esses cliques assim. Contudo, nunca me dispus a deitar fora as originais porque gosto outrossim bastante delas. Portanto, ficam hoje e aqui e agora neste post. Tudo juntinho. Apertadinho. Lindinho. Ah, as fotos mostram a maquilhagem da rica filha, que actualmente está exposta e guardada em outros cómodos.

mensagem de um aborto

mensagem abortada

terça-feira, 24 de novembro de 2020

1917

Dizia a cliente que precisava mudar a mangueira de gás porque a que tem já vem de 1917. Esperando que ela perceberia imediatamente o erro díspar e que ambas nos riríamos pra caraças, teatralizei o espanto: – 1917?! - Sim. - Repetiu ela com uma convicção um bocado desarmante. Não convicta, eu, por minha vez, como que insisti: – Então a senhora já cozinha há muito tempo! - Bom, não maço mais os leitores, a coisa ainda demorou um bocado a ser entendida e, daqui para a frente, se perdeu a graça na oralidade, imagine-se na escrita.

Os pretos

No supermercado daqui de ao pé do estaminé ouvi os protestos de uma cliente:
E agora vai-me dar pretos!
Bem como as propositadas e claras razões do caixeiro:
Vou dar-lhe cinco euros e três cêntimos de troco.
E tornando ela, com mais revolta:
É isso, vai-me dar pretos!

Temos portanto uma queixa registada na blogosfera e não no livro de reclamações, afinal a blogosfera é pórtico do que a gente quiser.

panorama: pandemia

Vi escrito algures em Lisboa: «eu não tapo a cara» e pareceu-me uma alusão ao facto de a gente agora ter de andar com a cara meio tapada, o que revolta, o que faz mal, o que tem, afinal, pouco de proveitoso, mas será que...? Enfim. Olhem: a parte boa de andar com a máscara na rua é que aquece o nariz, a parte má poderá ser eventualmente e quiçá que em dias de chuva se molhe e desfaça e caia e que não volte à forma original. E de resto, pá, pronto, então.

Lista de leitura

Eliminei um blogue da minha lista. A pessoa que lá escreve é muito factual, não me passa sentimentos e, pior, não me dá que pensar.

Mais uma paneleirice

E pumba, vai mais uma paneleirice no telefone. Andava há algum tempo para me 'actualizar' naquela questão dos passos, contá-los não só em número mas em minudências absurdas como calorias, ou informações assaz importantes tipo distâncias percorridas, ou ainda, e não menos capaz ou produtivo, quais os dias em que andei mais, e lamento não ter como saber quando andei por onde e durante quanto tempo. Sempre exigente. E lamentosa. De resto, tenho um screenshot mui belo que shotei há três dias, onde apresento valores que consegui sem o propósito de os conseguir. However, they do exist, so... É particularmente engraçado as coxas de frango que 'explusei' do corpo e o número de maratonas então nem se fala. E posso, querendo, resumir os ultimos dezoito meses a isto:

Indirectamente

O post anterior está na etiqueta 'Indirectamente', a qual consiste em registar os posts criados sob o seguinte método: redigir no PC do estaminé, fotografar o texto, usar o Google Lens para copiá-lo da imagem, transformá-lo num texto propriamente dito e colá-lo no blogue. Há tanto tempo que não usava estes trâmites que vou pesquisar há precisamente quanto.
Já fui.
É desde catorze de Janeiro último, há portanto dez meses e dez dias. E a etiqueta foi criada aos sete de Dezembro do ano passado e, assim, já se vê que não usei assaz este método. Nesse primeiro post exponho por que quês é que não.
E agora vou publicar este post, que é da etiqueta 'Diretamente', porque estou directamente no telefone, e mais logo haverá uma posta-restante para colocar os links e contextualizar o que ficou descontextualizado.

cá estou eu na posta-restante:
o último post está aqui, se bem que nesse dia tenha publicado mais três posts, que apresento em decrescendo para condizer com o blogue, pois já se sabe que nos blogues o último post é o primeiro e ainda por cima empurra e acachapa os restantes:
terceiro
segundo
primeiro
por fim tenho a dizer que no primeiríssimo post desta etiqueta explico mais umas coisinhazinhas acerca desta manifestamente importante temática, é ver aqui

Sempre fomos amigos.

Ultimamente o meu colega dá azo à conversa com um cliente que almoça no mesmo boteco que a gente os dois, chegando a durar toda a refeição. No fim, geralmente o senhor pede-me desculpa, não vá sentir-me desacompanhada, e eu, por minha vez, respondo que não faz mal nenhum, ora essa. E não faz mesmo, embora compreenda que possa parecer que sim. No outro dia, em jeito de ênfase à resposta do costume, saiu-me assim:
¬¬Olhe eu passei a manhã com ele, vou passar a tarde e mais logo vou com ele para casa. Por isso... ¦

Dormida (in) capaz

Dormi muito tempo e acordei ressacada. Depois chegou a alegria. Gosto bastante da ideia de usar o blogue para contar nobres questões ao mundo, mas sei que o mundo já conhece - e até reconhece - que o equilíbrio está no caminho por entre opostos.

sábado, 21 de novembro de 2020

É noite

 Agora, no último passeio com a cadela, não havia caracóis no alcatrão ou na calçada. Esta ausência deve ser por conta do frio da porra que está. 

Televisor

Esta sou eu 'a dar' no televisor da rica filha. Como é um modelo capacitado para aceder ao Youtube pedi-lhe para 'me pôr'. O motivo mais mais mais de me querer 'ver' era certificar-me se a qualidade da imagem e do som são suficientes para um ecrã grande. E são. Mas risquei-me.

#ohqueserisque





👀

👀

Uma

Os fins-de-semana são uma merda porque é em casa que me deslaço.
Hoje já ponderei tornar-me uma sem-abrigo mas isso implicava sair à rua e,
então,
não.

Dias de um Ginásio

Na área dos desportos estava um homem em camisa socando o caso de boxe. Calhando foi 'ver' o Ginásio e 'ficou'. Pá, há lides irresistíveis, né? Então pronto. (sou tão boa a estancar as minhas histórias)

Guardanapo

Guadalupe tem muito gosto nos guardanapos, mesmo que sejam de papel e, portanto, descartáveis. De certo modo descreio na combinação entre o gosto apurado e o descartável, mas vá. Desta vez Guadalupe pôs na mesa uns guardanapos em azul-claro às bolinhas brancas. A cor preferida dela é o azul, as toalhas são azuis, as louças são azuis e, no jardim, as hortências só não são azuis porque ela não espetou os pregos na terra a tempo de as consegui azular. Dizia ela que a ferrugem dá essa cor às hortências e, se é mito ou então não, fica validada a questão, que a valido eu, como 'ó pá tóin xiru!'

Guardanapos

Escrito em certos guardanapos:
obrigado pela sua visita
volte sempre
bom apetite

A caneta e.

sobravam-me cinco minutos
e resolvi-me a subir a rua para ir à papelaria do primo
e fui atendida pela prima, o que não tem sido comum
e por isso é que ela não me reconheceu logo
e desviei a porra da máscara
e ela riu
e fez 'oh'

Fui comprar uma caneta da gama das anteriores (hiperligação) mas de uma outra cor. Já nessa altura fiquei com vontade de ter uma de cor aceitável porque, mesmo que raro, por vezes escrevo aceitavelmente, tipo quando assino papelada ou coisa assim (ora, julgavam o quê?). O pote estava na montra e apercebi-me que a prima, pequenina pequenina, dificilmente lhe chegaria, então: estiquei-me eu. Experimentei a caneta somente quando cheguei a casa e levou um ror de tempo para a tinta lhe descer. Quando desceu registei 'lai lai lai', e isto sou eu a cantar de aliviada, de irónica, de contente. Há porém um descontentamento: a mola é parva, umas vezes o bico retrai, outras não, o que só me molesta porque as minhas canetas andam dentro da mala nos rebolões do costume e se alguma tiver o bico de fora vai pintar-me o interior e eu, pá, não quero. Medida a tomar: comprar um estojo. A papelaria dos primos tem.

panorama: pandemia

Actualmente, uma fungadela ruidosa está ao nível de uma bufa. Entenda-se que em constrangimento, não em decibéis.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Sonho

Sonhei que alguém me dizia que sou inexpressiva e estou sempre ausente. É na mesma ser e estar.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

as horas que são

dezassete e trinta e dois no relógio da torre
vinte e cinquenta e nove no digital à disposição
(e o momento, o mesmo)

Lisboa, Lisboa

Vinda da Passos Manuel viro na António Pedro para lhe percorrer um poucochinho - contudo até ao fim - atravesso a António Pereira Carrilho e adentro a Quirino da Fonseca. Em alguma destas ruas, é certo que um homem saiu de um prédio e parou para decidir para que lado viraria. Percebi a indecisão pelo rápido virar de cabeça, e demorou tanto tempo que não estou sabedora qual foi o lado escolhido.

Lisboa, 17 de Novembro de 2020

Céu azul e outonal é como está o desta tarde.

semelhanças

^^^^^à semelhança de outros anos, a árvore amarela tem duas folhinhas castanhas que presumo serem de outros anos, o que é também à semelhança de outros anos
^^^^^e pensava eu que, não tendo qualquer folha ou folhinha - opostamente, incrivelmente, curiosamente – qualquer uma das vinte e seis árvores da rua mais bonita de Lisboa tem vestido muitas folhas, umas mais que outras, óbvio, mas, é outrossim óbvio que pode isso dever-se à diferença por entre espécies
^^^^^as meninas-estátua continuam sem mãos, ainda ninguém lhas atarraxou, soubesse eu e far-lhes-ia essa melhoria
^^^^^o banco hater lá está, desacompanhado, há tempo e tempo que lá não me sento, e é isto por conta do semáforo ali próximo estar desafinado, então: escolho outro caminho e já só me lembro dele, sequer o avisto
^^^^^já o poeta, avisto-o melhor agora porque folhas se foram às árvores que o circundam
^^^^^a árvore meio-folhada mantém o mesmo número de folhas, presumo, hei-de observar o chão ao redor para me certificar que não se descabela no Outono, no Inverno, na Primavera, no Verão, no ano transacto, no ano corrente, no ano vindouro – encontro-a sempre igual, dizem-me os meus olhos
^^^^^as três estátuas que estão de costas umas para as outras, notei as mãos de uma delas, a cabeça na direção de um arbusto, que a coroava, e isto tudo de frente para mim

das folhas das árvores

as folhas das árvores da avenida, pois que todos os anos é igual
cor cor cor cor cor
verde, amarelo, laranja, dourado, castanho
no outro dia tirei uma foto, aproveitando uma perspectiva onde se juntavam muitas dessas cores, mas não ficou nada bem, joguei no lixo

Consulta

Na sala de espera, li blogues; rabisquei no bloquinho rudimentar; tratei de categorizar as folhas das árvores, registando no caderno onde encontrei quais - duas delas são da minha amiga árvore amarela – consultei o Pinterest; olhei para o Instagram e editei umas fotos. Depois, durante a consulta, na hora de revelar o meu peso corporal – mediante solicitação do senhor doutor, claro - respondi orgulhosa e categoricamente: cento e treze. Considerei boa ideia acrescentar um quilo aos que realmente tenho, podia o senhor doutor ser daqueles que não diminui o peso da roupa ao que a balança diz. Resultado: ele apontou o número que eu disse e nem me mandou subir para a balança. Fiquei siderada. No fim não me aguentei: - O senhor não me mandou subir para a balança! Ao que ele respondeu: - Mas a senhora acabou de me dizer que pesa cento e treze quilos, acha que eu não ia acreditar?

E pronto, fui à consulta de Medicina de Trabalho, o que não ocorria na minha vida vai para quatro anos. Esta não foi, portanto, vez primeira, dantes ia mandada de outro patrão, só por dizer que continuo a trabalhar num balcão e de volta do mesmo tipo de artigos, o que é curioso que farta. Mas o mais curioso foi ele ter-me perguntado se no meu local de trabalho era bem tratada. Achei muito bem, fiquei contente. Mesmo. Não ironizo, é bom que se vá dando atenção à mente das pessoas, sei como é trabalhar num lugar que dá conta da mente e, por isso, dar conta do corpo.

Táxi!

O meu colega viu-se obrigado a chamar um táxi por conta de um trabalho urgente. O táxi não foi necessário por o trabalho ser urgente mas a obrigação desse chamamento foi causa da ausência da mota, essa ferramenta, a mais-valia + + + na vida deste cavalheiro. Entrou no veículo e ouvi-o dizer: - «Ora boa tarde, amigo.» E blás, sei lá que mais disse ele. Ou por outra, sei, disse um endereço que no blogue se vai chamar destino.

Elevador

O meu bloquinho rudimentar passou o fim-de-semana no estaminé porque me esqueci de o levar comigo para casa. Não lhe senti a falta porque não precisei dele e, precisando, a questão seria elevada a saudade.

Dióspiros & Marmelos

dióspiros
Já experimentei aquela receita de dióspiros assados. Melhor fora ter-me lembrado da possibilidade de os dióspiros não estarem suficiente maduros. Não estavam. Isso conferiu o desagradável sabor acre que já em cru, não duvido, mantinham. Paciência. Não haverá próxima vez.
marmelos
A vizinha Gislena ofereceu marmelos, com eles fiz marmelada no fim-de-semana e trouxe-lhe um frasco. Ela ficou agradada e, em forma de reposição da oferta, apareceu no estaminé com um frasco de pedaços de pêssego que foi ela que acomodou e fez passar pelo processo de conservação. Trouxe também mais marmelos, estes mui belos – lisos, cheirosos, amarelos.
O Gualter foi também agraciado com a marmelada que fiz e idem para a rica filha. E só não o foi também o rico filho porque é iguaria que dispensa.

muitos anos

há muitos anos que a minha casa não tem jeito nenhum
trabalhei muitos anos num estaminé que não tinha jeito nenhum
esforço-me, e não é pouco, para que o meu estaminé tenha jeito algum – mas – e não tem

é ver com outros olhos:
para começar: tenho casa
para continuar: obtive rendimento
para seguir: tenho um estaminé... tenho o! estaminé

Ouvidos no estaminé

A aparelhagem de som estava no modo CD e quando cliquei no botão as rodinhas da leitura de som puseram-se em marcha. Cantou Eric Clapton, «look into my father's eyes». Lembrar-me do meu pai era inevitável - há algum tempo que lhe ouço a voz e lhe não vejo os olhos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Lisboa, Lisboa

Anoitece. A Árvore de Natal da Praça do Comércio está quase pronta, não tarda vou poder admirar-lhe as luzinhas e o colorido todo. Dizem que aquilo é só um cone feito de ferro e eu, pá, já se sabe que me embeiço por coisa nenhuma, né?

Lisboa, Lisboa

Entardece. Há música e pessoas na esplanada do quiosque barra cafetaria que está junto ao muro de pedra.

Lisboa, Lisboa

ferrageira que se preze espalha parafusos por onde quer que

Lisboa, Lisboa

Um homem lixava o gradeamento da universidade e um outro soprava o chão para juntar as folhas de Outono. Máquinas - Um homem usava uma lixadora e o outro um compressor.

sombras e pernas e luz

agora já não me é dado ver as sombras das pernas da minha cadela na parede logo que acordo, tanto porque mudei de quarto e a perspectiva é outra, como porque a luz da manhã já não aparece tão cedo
ainda assim, através do espelho, vejo luz por entre pernas, as minhas, quando caminho para a cozinha
isso não mudou

domingo, 15 de novembro de 2020

Nós por cá todos bem, obrigadinha.

No activo

Por vezes o meu telefone avisa-me que tem a 'prevenção de toques activada'. Se bem me lembro fui eu que optei por dizer 'sim' a essa função, presumi que ia ser necessária, mas sem concretizar ideia nenhuma. E, no entre destes tantos, percebi que foi efectivamente necessária porque se activou quando lhe toquei e não queria nada tocar-lhe, queria deixá-lo sossegado, apagado, calado, frio, escuro. É para isso que serve a prevenção, então, ah.

Desde Lisboa

Nunca vi a senhora tão interessada no meu discurso como daquela vez em que lhe expliquei como chegar ao mundo das tábuas bonitas. Portanto, a senhora dirige-se aos Olivais, passa Cabo Ruivo, não adentra a Ponte Vasco da Gama, que não é a catedral da compra que nós queremos, pâ pâ pâ, note que está no IC17, pâ pâ pâ, chegue ao Túnel do Grilo, pâ pâ pâ, desce, seguindo as instruções deveras boas que o conselho lhe adianta e, não duvide, eu não duvido, que localizará facilmente o mundo das tábuas bonitas.

pâ, id est: segue

Lisboa, Lisboa

Há dias, enquanto subia a avenida da ladeira cor-de-rosa assaz espezinhada lembrei-me da meia dúzia de vezes que usei as escadas devido ao lixo e entulho que ia conseguindo. Na última dessas vezes - incrivelmente; curiosamente – esqueci-me que moro no terceiro andar e subi até ao quarto. Quando abri a porta que separa as escadas do átrio, apesar de tão iguais – quem sabe daí ter subido mais um andar – percebi que não me 'pertencia'. Não sei se devido ao cheiro do ar, se por as manchas na parede serem outras, noutro ponto, doutra cor. Entretanto cheguei a outro fim--desemana... ai perdão, fim-de-semana e as vivências não estão a diferir lá muito, não. Quero dizer: no particular de levar muito entulho para o lixo, não estão.

«Não é tão bom a gente ver as mesmas coisas mas não ver o mesmo nas coisas?»

o que está no título fui eu que escrevi, em resposta a um comentário, há quase três anos - 30Nov2017 [aqui]

nota tão breve quanto importante:
este é o post 9000

Gina, numa relação com o supermercado.

Luzes de Natal na passadeira rolante, iei! Árvore de Natal iluminada, iei! Brilho, iei! Em suma: Natal, iei!

Esqueci-me de pôr a máscara. Sério, ó Gina, nem é nada ocstume, ai perdão, costume, pois não? Ia já bem dentro do Centro Comercial quando dei pela falta da máscara porque vi a funcionária da limpeza mascarada, que foi, notem bem, a primeira pessoa que avistei depois de entrar no espaço.

Doravante, em prol do menor risco de contágio, o supermercado abre meia hora mais cedo. Para mim é bom que se farta, para ti, soubesse eu e punha aqui. Outra medida que agrego a este item e que aprovo até dizer chega é as caixas estarem todas a funcionar. Isso sim, faz com que as pessoas não se amontoem. Muy bien, cariño mio, hasta luego.

Novo item. Cá por coisas, mas para falar do mesmo, o horário. É que até as lojas do Centro Comercial estavam de portas escancaradas, os interiores iluminados, o pessoal lá dentro preparado para o governo. Notem que, aqui, o governo não é o Governo. Obrigadinha.

O rol de compras contém pensos higiénicos e já a lista de faltas os exibia. Tudo isto me fez sentir uma pessoa muito bonita por dentro.

A abóbora, escolhi a mais gorda. Parece saudades, esta escolha. Hum.

Imaginem lá como são os lenços de assoar... São com motivos natalícios, claro! Iguais aos do ano passado, se bem me lembro. 'Merry Cristmas!'; 'Ho! Ho! Ho!', azevinho, pinheirinhos, bolas, pinhas às risquinhas e arabescos. Tudo, mas tudo, em verde e, ou, em vermelho. É Natal, afinal.

Pareceu-me que a senhora da caixa cantou em surdina o tempo todo – mmmmmm, mas não consegui ter essa certeza. Numa próxima vez pergunto-lhe.

Éramos seis

Um dia destes vim a saber que os ricos filhos, em certa hora do dia, e já avançada, até aí ambos haviam comido duas sandes. Quem fez o anúncio – pomposamente, pois claro – foi a rica filha. É bem capaz de, por junto, ela ter exposto o motivo da parca alimentação até então, mas não fixei, mas olhem que fixei o motivo do rico filho: foi para não mais desarrumar e sujar a cozinha. Enfim, por mais que se ensine as criancinhas, que se consiga que cheguem a homens e mulheres com os valores ajustados, a verdade é que nada bate o 'estar por dentro', o 'viver a coisa'. É. É, é.

Lisboa, Lisboa

Durante a infância e adolescência o rico filho teve uma ligação tão forte com o futebol que, se vejo algures uma bola, imediatamente relaciono a imagem com ele. Esta bola, fui dar com ela na rua Aquiles Monteverde.

Lisboa, Lisboa


É a Avenida da Liberdade. Sempre bontia... ai perdão, bonita, né? Por entre fotos, no blogue: o texto, na vida: comer uma maçã. Em tempos vivi uma semelhança, só não sei em que modos preparei o blogue, tampouco lembro se cá pus alguma coisa que se lhe referisse.
~~~Vou pesquisar.
~~~~Encontrei.
~~~~~É registo de Dezembro do ano passado e pode ler-se se se (três ses, ó pá tóin xiru!) clicar aqui. De resto, desta vez senti também a trepidação do Metro nos pés. Olarila. Ah, as fotos é a apresentação das duas perspectivas, se em uma apontei para os Restauradores, na outra apontei para a Rotunda do Marquês de Pombal. Porém e todavia: não se lhes vê nem um só pedaço.

sábado, 14 de novembro de 2020

Muitas vezes

Se dantes eu via o carrinho pecanininho circulando pela cidade a toda a hora, agora vejo o carro inglês.

Uma vez

Uma vez, num cabeleireiro, encontrava-me tão sedenta que pedi um copo de água a quem me estava a atender e que, percebi depois, era a manda-chuva do pedaço porque se apressou a incumbir uma das funcionárias na demanda de um copo de água. A escolhida mostrou má vontade e protestou que tinha que descer lá abaixo. Virei-me para a manda-chuva e expliquei que podia ir lá eu, ora essa. Ela travou-me com um 'não' e virou-se para a funcionária, repondo peremptoriamente a ordem: 'Vais lá abaixo e trazes um copo de água para esta senhora.' Na sequência senti-me no meio de alguns opostos, de serviçal a senhoril, da ralé à nobreza, de pedinte repelente a merecedora de deferência.

Nós por cá todos bem, obrigadinha.



Ando às malucas com lugares vazios, isto naquela de ver se os preencho e, de momento, tenho a escrivaninha dentro de um roupeiro, um pequeno móvel que pertence à rica filha dentro de um outro, roupas nas gavetas, no varão, sapatos e botas e chinelos e ténis nos compartimentos, toalhas em rolo em cima do tla... ai perdão, tal pequeno móvel. Pá, sempre quis que as minhas tolhas (de banho e companhia) estivessem enroladas e empilhadas. Não sei que forma é que aquilo tem (para além de rolo, claro), gostava de fazer a coisa poética – ah, as minhas toalhas são como um crepe! (falta-lhes é o recheio e ainda bem) Bom. Então. Abaixo e acima temos fotos mas qual mostrar o descrito neste post qual quê. Nada. Mas é que nada, mesmo. Se a de cima tem coisas, a de baixo pois que não.


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

é noite

agora que anoitece quando ainda estou no estaminé, há facilidade em se ver de fora para dentro e as pessoas vão poder ver-me a escrever, o que se assemelha àquilo que há tempos pus no blogue
id est - as pessoas que passam na rua vão poder ver-me escrever o que vocês vão ler, eles: sem que me leiam, vocês: sem que me vejam

Pois.

O aldrabagate tem duas partes. Uma contém em si duas peças, que numa extremidade tem um gancho e na outra uma argola. Nessa argola está preso um piton. A segunda parte de que falo é outro piton. Uns sem o outro vence-se bem mas havendo unanimidade das partes, estas conseguem uma segurança aldrabada. Já o nome o diz. Pois.

Caixa de correio

Na rua mais bonita de Lisboa, a caixa do correio já não está na casa azul. Presumo já ter registado algures neste blogue espectacular a ausência da dita caixa, a qual deu o mote para o post onde digo que 'Quanto mais se vive mais marcado se está. Mas nem por isso mais marcante'. Eu sei, eu sei, é também uma ideia espectacular, é juntá-la ao blogue e rebento com esta merda toda. Falta só dizer que o botão de campainha é o mesmo, creme, em plástico. Dir-vos-ia a série a que pertence mas é anterior à minha profusa sapiência acerca deste corredor de artigos.

Que aborrecida

Atenciosa. Atenta. Não é a mesma coisa. A atenciosa exprime-se. A atenta é muda. Contudo, as expressões da atenciosa nascem da atenta. Ninguém aguenta tanta atenção. É.

folhas

faço coleção de folhas, no fundo é isso
apanhei umas quantas
umas porque são bonitas, outras, se são feias, então passam a bonitas e, ainda, umas outras que são o que são em cores – amarelo, cor-de-laranja, vermelho e bordeaux
há até uma avenida lisboeta com muitas árvores e é cada uma de sua cor, gosto sempre de ver essa correnteza em cada Outono
não fora o Outono o que é, de importância, obviamente por mim falo, e a maiúscula destoava, assim: não

Novidade

Nem queriam saber o que é agora o meu bloquinho rudimentar! É aquele aglomerado – se bem me lembro foi assim que lhe chamei [não, não foi, foi amarfanhado, é ver aqui] – de folhas de linhas com furos porque são apropriadas para um dossiê A5, e foi precisamente os furos que usei para introduzir uma fita acetinada e amarela, dar-lhe voltas e mais voltas, umas bonitas e outras um bocado parvas, sim, mas capazes, e guardei este tosco caderno. Entretanto, por ter mudado os meus já preenchidos cadernos – os meus diários, pronto – de lugar, descobri este aglomerado e decidi que doravante vou usá-lo então como bloquinho. para tal tenho é que rasgar as folhas ao meio na sua horizontalidade, o que não é difícil.

imagem

a foto abaixo resume o texto que publiquei há dias
pode uma imagem dispensar mil palavras, dizem
fica assente que descrevi esta imagem sem considerar que a fotografaria
fotografá-la foi portanto uma pós-decisão


nota: espelhei a imagem, na ideia de tirar realidade ao lugar, como se ter imagem e texto de um só assunto não pudesse ser, por mim, feito

bye bye ó caderno que já por si diz bye bye

Já estreei o novo caderno, aquele que comprei lá na papelaria do primo (e também já chegou a agenda). Do anterior, o findo, achei por bem esmifrar-lhe as folhas. Foi até uma questão ecológica - Assim esmifro a matéria. Gasto. Uso. - pensei eu. Mas só pensei, que me fartei foi do fim, deixando folhas em branco, e muitas. Faço isto em cada mudança de caderno, é um facto.
A foto acima é do novo caderno. Acerca do anterior, podeis apreciar um retrato se clicardes aqui. E, ainda desse falo, há cento e trinta posts neste blogue que, antes de mais, foi lá que os registei. Sei este número porque costumo pôr um vê alto e de cor apelativa em cada coisinhazinha que de lá copio, só não tenho é comparação por entre os copiados e os que não, e, se não tenho, é porque considero um melhor emprego do tempo a escrever outras coisas, mais coisas, em dias vindouros.
Abaixo deixo uma foto que é como que contrária à de cima, tem o foco em outro lado, mostrando os desenhos que vêm nos pacotes de lenços. Desta vez não vou descrever os desenhos, mostro-os em imagem e acabou a conversa.

Coisas

Ando de roda de coisas que não lembram a ninguém. Guardado em dois frascos, encontrei, não o despropositado, porém, o inesperado:
^^três espelhinhos pertencentes a conjuntos de viagem – bolsa, pente e, lá está, espelho
^^um laço feito em baquelite e pintado a dourado
^^uma pulseira de plástico em espiral
^^seis pedaços de lacre, uns mais pequenos que outros que, obviamente, são maiores do que esses, mas é cada um com o seu tamanho e todos pertenciam a uma barra inteira que viajou do velho estaminé para estoutro e deve ter sido quebra resultante da viagem, o mais giro é que um dos pedaços diz 'commercial', tal e qual, com deois émes
^^um caroço (que presumo ser) de nêspera (e que presumo ter sido uma generosa oferta do Antunes, afinal é seu costume apanhá-las lá no pátio do lugar escondido e vir ofertá-las)
^^uma amostra de fio (se calhar em algodão e decerto em) branco
^^uma fita bordeaux que vinha na embalagem de bolso que comprei na pastelaria Philip's Biscuits
^^um rolo de cabelo mais velho do que eu, mais torto do que eu, tão enferrujado como eu
^^uma rolha de cortiça maior do que as de garrafão e que está muito mas mesmo muito envelhecida ^^uma partezinha em plástico que caiu de um gancho de cabelo
^^uma partezinha em plástico que caiu de um elástico de cabelo
^^três partezinhas em metal que vinham num cinto
^^uma bola de plástico furada como se em polos, era de um colar, daí os furos
^^uma porção de prego líquido seco em forma de cone porque o aplicador é um bico
^^uma ficha tripla castanha, no estaminé a gente chama-lhes de 'simplezinhas'
Não me aguentei sem captar o caroço (que presumo ser) de nêspera, mesmo destruído, afinal todas as coisas apresentadas por escrito estão velhas, gastas, feias, mas, com tudo e por tanto, o caroço é um organismo, daí ser especial o suficiente para conter registo fotográfico.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Lisboa, 10Nov2020

A árvore amarela está nua, há nela zero folhas, não mais dando, portanto, azo a erro. A não ser que não tenha dedicado tooooooda a minha atenção aos ramos. Se assim for, então venho cá rectificar isto tudo.

Lisboa, Lisboa

A Praça de Espanha está bonita, tem muito verde. Principalmente no chão. Ponho a bem-aventurança nas biclas, eu.

é uma limpeza

Sabem aquele gesto das maquilhadoras (vê-se muito no Youtube) de sacudirem o excesso de maquilhagem que subiu para o pincel? Então pronto, faço igual, isto em pincel, que a maquilhagem que sacudo é mas é as limalhas que as máquinas atiram para cima do balcão. Depois ficou limpinho, há foto da limpeza e tudo. Mas é bom que se suje sem demora, lá isso é.


 

fita métrica

Não há como jogar esta fita métrica:


… No lixo sem fazer um registozinho no blogue, ora essa. Trata-se de um bem que durante décadas regeu medidas no velho estaminé, mesmo que, em certa altura e de tanto uso, tanto tira-mete, tanto vaivém, os primeiros dez centímetros foram com o caraças:


É caso para dizer que foram números apagados pela regência do destino – dependia, e não era pouco, dos artigos solicitados pelos clientes, pela passagem do tempo – afinal é existência que tudo apaga. Ah, e para medir, era com o dez a fazer as vezes do zero, até dava para exercitar a cabeça, lá isso dava.

quero ser diferente

Num feed de rede social, um de venda de roupas, notei que uma fotografia juntava pessoas que aparentavam o peso certo ou então não, pessoas com deficiência e, ainda, de etnias várias. Presumo que queiram mostrar que eram, ou são, em suma, pela igualdade. Não tenho nada contra estas misturas, ora essa, até me alegrei de as ver, só que as imagens puseram-me a pensar que notar as diferenças não é o melhor caminho para sermos iguais... Enfim, encontrei um paradoxo. Hum, então até já.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Um (1) cliente

Por mor da pandemia e inerentes medidas de segurança, o espaço do estaminé reservado à clientela permite a permanência de um só cliente por vez. Ainda assim, se noto que há mais do que uma pessoa aguardando na rua, desloco-me ao limiar da porta e atendo daí o cliente que segue, ocorrendo este trâmite especial e extraordinário se o meu colega estiver a atender o cliente que se encontra cá dentro. O giro disto tudo é, principalmente, a minha movimentação. Vou até ao cliente, ouço ao que vem, respondo, entro e retiro da prateleira, levo, ouço o que lhe aprouver dizer, respondo. Se o cliente se desinteressar do(s) artigo(s) acaba aqui a nossa história, se pelo contrário, então trago o numerário, ouço os dados e faço o registo, levo o troco e a factura e é 'adeus, até uma próxima'. Mas, havendo o caso de o cliente preferir pagamento através da maquinaria wireless ao dispor de toda a gente, então ó 'migo, vai ter que aguardar que o cliente que lhe precedeu abandone o recinto. Fica engraçado aos bués chamar recinto ao espacinho que, por ora temos para a clientela.

asteriscos em modo subtil

Naquele fornecedor que tem um balcão igual ao meu hei-de ser ainda durante alguns anos a cara da Horex*, mormente porque, aquando do *velho estaminé, partilhava fornecedores com o meu colega. Portanto, na normalidade da minha vida comercial, da parte desses mesmos fornecedores, actualmente ainda persiste uma certa dúvida: a menina vem de onde...?

asteriscos

entalei a flor* no gatinho*
murcha está a flor e contente o gatinho
*flor...
*gatinho...

domingo, 8 de novembro de 2020

para recordar o sofá azul ad infinitum


 

Flores

Até parece que na foto não há flores, mas há-as. Em assunto de flores, já agora, cabe dizer que num dos passeios com a cadela e em outro dia, me cheirou fortemente a flores. Olhei em volta e vi toda uma colina (mas em pequerrucho, era uma inclinação, vá) atapetada de folhas castanhas. Não querendo acreditar que folhas secas cheirassem tão bem, reportei o sublime odor para os canteiros que ali habitam há qu' anos. O passeio deu-se, a chegada a casa deu-se, e o cheirinho bom mantinha-se... Porque era do meu cabelo que partia. Pá, às vezes uma pessoa lava-se e.



Consultório

«Grafico de puntos acupunturales estandarizados de China», li eu por três vezes, por em três posters estar como título. Ou tema, vá. O consultório é todo ele poliglota, isso já eu havia percebido, só não tinha ainda registado no blogue. Temos portanto Espanha, China, Inglaterra e Não Sei Que Mais mas vou pôr Portugal. Numa próxima ocnsulta... ai perdão, consulta certificar-me-ei se os posters contêm coisas escritas na língua de Camões e da Gina. Atente-se na diferença entre as preposições, por favor. Grata.

Sonho

Sonhei que pessoas minhas conhecidas liam o meu lbogue... ai perdão, blogue. Muitas, muitas pessoas, inclusive aquele cliente do estendal de tecto.

Mais receitas

Tenho mais receitas a experimentar, vindas na revista do supermercado. Trata-se de:

tarte de lima e coco
bolo de framboesas
bolo de dióspiros
dióspiros no forno

Qualquer uma destas quatro é interessante para experimentar. A tarte é feita com leite condensado de coco. O bolo de framboesas, de açúcar, é usado o em pó. O bolo de dióspiros, presumo que já tenha ouvido falar e até me parece que o cheguei a experimentar, assim como me parece que o que experimentei foi o de manga, do qual nenhum dos comensais gostou, por isso olhem, vou experimentar este, ai vou. Os dióspiros no forno, esses é que não experimentei, tampouco algum dia engendrei tal coisa. Entretanto, na revista, vinha também um caril de grão e recortei a receita para agrupar a estas, mas era mais naquela de lembrete do que para seguir uma receita. A ver se um dia desses faço caril de grão. Eh pá, se calhar já fiz...
Tem muitos anos, isto de rasgar as páginas das revistas almejando experimentar as receitas que me parecem de valor. Já tenho desistido de algumas. Umas desvalorizam porque são receitas apropriadas para o Verão, outras porque, precisamente, o Verão chegou e já não apetece, e assim vão passando os anos, eu a rasgar revistas, a idealizar bons repastos, contudo desistindo de umas ideias, todavia angariando outras.

sábado, 7 de novembro de 2020

sorrisos que parecem penas

Por que razão rio? Porque o sorriso vai buscar mais sorrisos, que, preenchedores e não mudos, explodem como sons felizes. Em suma: uma gargalhada não cabe nos lábios. Ou não se lhes atém, vá.


o bolo é de curgete e chocolate e creio firmemente que é mister ocupar-me com coisas que goste de fazer mas faço-as sem vontade
num repente ponho-me louca e desato aos gritos
diz que os ataques de pânico não duram mais do que sete minutos mas nunca contabilizei nenhum dos meus
e o que vale é que vocês gostam de mim na mesma