terça-feira, 30 de abril de 2019

Joguei no lixo

Joguei no lixo três folhas que pertenceram a plátanos no Outono passado. Mais histórias não farei com elas e é por isso que já estão no lixo. Uma das folhas tinha manchas escuras, quando a encontrei achei-a invulgar e foi justamente por isso que a trouxe comigo da General Roçadas. As outras não sei de onde as trouxe, mas quero crer, repito: quero, que as encontrei junto a um dos plátanos que estão por trás da igreja que habita, também ela, a praça mai linda de Lisboa. Ah, as folhas era no estaminé que estavam armazenadas.

Quando a janela era minha eu punha-me a ver o Tejo

A minha máquina de lavar a roupa, finalmente, sucumbiu. Não digo este finalmente com júbilo ou prazer, nada disso, antes por saber que o finalmente existiria. Então, devido à infeliz ocorrência, tenho caminhado rumo à Picheleira no sentido de me pôr a par com a roupa lavada e deixar de ter parte com a suja. Nessa morada há uma máquina de lavar roupa que por ora não é utilizada e eu vai disto, que os donos jamais se importariam com o seu uso, embora eu tenha pedido autorização. Chego com ela, a roupa, suja, ponho a lavar, venho trabalhar, vou lá buscá-la lavada e molhada e vou para casa para a estender. É, este é um dos posts mais lindos que escrevi até hoje, é que não se aguenta a criatividade, o saber... Mas o Tejo. Dantes, quando a minha morada era aquela, chegada a casa abria as portadas e punha-me à janela das traseiras a mirar o Tejo. Eram escassos instantes, mas limpadores da minha alma ainda jovem. A água mudava de cor conforme a hora e a luminosidade, pois claro, e era daí que vinha a novidade a cada dia. Para mais graça dar a esta história toda, incumbo-me de vos dizer que o lugar onde anteriormente morei nada tinha de Tejo. Nada. Havia um rio, sim, que às vezes visitava, sim, mas qual largueza do Tejo, qual quê. O riozito foi o! Mundo na minha infância, pois foi, mas o Tejo hoje é! o Universo. Por falar nisto tudo, há anos que não avisto o riozito. Hum. Havia lá agrião, crescia espontaneamente. E libelinhas de lindas cores e a parecerem helicópteros a planar. E lodo, tanto lodo, andar descalça por sobre as pedras era um perigo iminente. Uma vez caí à água mas foi só uma coisa de pernas.

As sogras

Fui com a João comprar flores para lhe enfeitar a casa, pois não tardaria a receber a visita alongada das sogras. Não, este caso não é bigamia, é que uma destas sogras é sogra dela e a outra é sogra do cônjuge.

Reagrupamentos

Ando a tratar de reagrupar e reorganizar o painel de chaves no estaminé. Dá uma trabalheira do caraças, nem queiram saber... Mas saibam que tenho que:

retirar o gancho
contar quantas chaves lá estão
apontar na lista imprimida
certificar-me que são todas iguais
certificar-me que o código da chave coincide com o do estaminé*
recortar o papelinho que nos dirá quais os códigos
apontar-lhe os ditos códigos
recolocar o gancho

À parte a trabalheira que me está a dar ou então não, este trabalho está a ser cumprido lentamente, afinal de contas a pessoa escreve num blogue, né? Ademais há chão e louças e vidros para lavar, móveis para passar o produto bom, clientes para atender, pedidos para preparar, organizar as saídas para o trabalho exterior, encomendas para fazer, mercadoria para marcar e arrumar... Pronto, vai-se a ver e é toda uma logística. Presumo, e quero, que dê para perceber isso da logística.

*olha por exemplo a duzentos, setecentos e dois não ser a ipsílon á duzentos e vinte e seis, isto por eu me ter confundido e trocado o código que, da ipsílon á trinta e um é, por sua vez, a duzentos, setecentos (é, é melhor eu verificar todos os passinhos que dei há vinte e não sei quantos anos, é)

Desfasamento

Tenho para mim que o meu micro-ondas padece do mesmo mal que os vídeos a que assisto num determinado canal de culinária.
Quando ligo o micro-ondas para, por exemplo, aquecer a sopa, escolho dois minutos. Ora acontece que vou fazer isto e aquilo e os cento e vinte segundos nunca mais se esgotam, chego a padecer eu, tal a fome que levo.
Quando escolho um vídeo, é comum fazê-lo mediante o tempo que anunciam ter – por não ter assim tanto tempo disponível, por não me apetecer ver vídeos longos e mais isto e mais aquilo – só por dizer que os três ou quatro minutos que anunciam levam um ror de tempo. Sério.
Posto isto, a verdade, digo eu, é que não há nada certo nesta vida, nem os relógios.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Joguei no lixo

Joguei no lixo os papelinhos que aguardavam atenção no placar que não é placar nenhum, antes é um lugar liso e, por isso, apropriado para aparar papelinhos dos meus. Um dizia 'massa consistente', outro 'fechaduras cacifo', outro 'universal = wa' e outro 'feito até aqui'. Agora tenho umas rodelas de íman sem nada estarem a segurar. Pobrezitas. A ver mas é se não deprimem muito, dada a inutilidade dos seus dias vindouros.

Intervalo grande

À hora do intervalo grande, tudo bem, normal, seja lá isso o que for. A rua mais bonita de Lisboa encontra-se bonita, mesmo bonita, as vinte e seis árvores já todas muito compostazinhas, com folhinhas e mais folhinhas, em suma: carregadinhas. Só não sei se já pararam de nascer. Pensando bem: alguma vez param, isto a partir do momento em que começam a nascer, e começarão, não será um nascer ininterrupto? Caramba, quantas perguntas! E eu sem respostas. Ah... se escrever me trouxesse respostas... Acrescenta, aliás, perguntas.
Um maluco andava maluco com uma trotinete pela mão. Uma daquelas jogadas à mercê, por conta de se lhes ter esgotado o tempo de energia. Mas o maluco lá andava, todo maluco, repito a expressão repetitiva para se perceber que sei o que escrevi, é que estes 'malucos' são de dois tipos. Que não explicarei. Mas o maluco. Aparentemente bastava-lhe conduzir a trotinete pela mão, sem a montar. E é maluco, olha se não.
Há flores. Neste meu passeio também há flores da Primavera. Não muitas, lá isso é verdade, mas as que há são lindas. Por elas valem. Eu vejo-as lindas também mas não me misturo. Eu dantes conseguia misturar-me nessa beleza, agora não.

Porque não há pessoas, não há fotos.





Pessoas. Há a ansiosa e a lassa. Pudesse a grafómana, que é outra pessoa, escolher, escolheria a ansiosa, que assim grafava muitas coisas. É isso.
Ou era, antes era, pois por ora tenho muito a escrever, e ainda agora é meio-dia e não sei quê.



sexta-feira, 26 de abril de 2019

Subtileza sem vírgulas e com imagem


Estou tão atrasada na edição dos meus vídeos que no último que publiquei era mulher para mais seis quilos.


Graminhas com lanchinho e sem vírgulas

Trezentos e oitenta gramas era o peso de uma maçã e uma pêra. Comprei só isso porque eu e o meu colega precisávamos de fazer o lanchinho e no porta-moedas mais não havia do que umas moeditas.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

O telefone que toca


essa paixão é meu mundó-ó-ó
um sentimento profundó-ó-ó
sonho acordado um segundo que você vai ligá
o telefone que tocá-á-á
eu digo alô sem respostá-á-á
mas não desliga escuta o que eu vou te falá

Roupa Nova, com uma certa roupagem, vesti-lha eu.

Um post que (quase) não me pertence


Por conta de um comentário que recebi neste post, deixo o poema nele referido:


EU VI

Eu vi
Vi os comboios silenciosos os comboios negros que
vinham do Extremo-Oriente e que passavam como
fantasmas
E o meu olhar, como a lanterna da retaguarda, corre
ainda atrás desses comboios
Em Talga 100 000 feridos agonizavam por falta
de cuidados
Visitei os hospitais de Krasnõiarsk
E em Khi!ok cruzámos com um longo comboio de
soldados loucos
Vi nos lazaretos chagas abertas feridas que
sangravam a jorros.

E os membros amputados dançavam em volta
ou levantavam voo no ar roufenho
O incêndio estava em todos os rostos em todos
os corações
Dedos idiotas tamborilavam em todos os vidros
E sob a pressão do medo os olhares rebentavam
como abcessos
Em todas as estações deitavam fogo aos vagões

E vi
Vi comboios de 60 locomotivas que se escapavam
a todo o vapor perseguidas pelos horizontes
com cio e bandos de corvos que voavam
desesperadamente atrás,
Desaparecer
Na direcção de Porto-Artur.

Em Tchita tivemos alguns dias de descanso
Paragem de cinco dias devido a obstáculos da linha
Passámo-los em casa do Senhor lankéléwitch, que
queria dar-me em casamento a sua filha única.
Depois o comboio tornou a partir.
Agora era eu que me sentara ao piano e tinha dores
de dentes
Revejo quando quero esse interior calmo a loja do pai
e os olhos da filha que vinha à noite para a minha cama
Moussorgsky

E os lieder de Hugo Wolf
E as areias do Gobi
E em Khaïlar uma caravana de camelos brancos
Creio bem que estive bêbedo durante mais de
500 quilómetros
Mas eu estava ao piano e foi tudo quanto vi
Quando se viaja deviam-se fechar os olhos
Dormir
Gostaria tanto de dormir
Reconheço todos os países de olhos fechados pelo
seu odor
E reconheço todos os comboios pelo barulho que
fazem
Os comboios da Europa são a quatro tempos enquanto
os da Ásia são a cinco ou a sete
Outros seguem em surdina são canções de embalar
E há os que no ruído monótono das rodas me lembram
a prosa pesada de Maeterlinck
Decifrei todos os textos confusos das rodas e reuni
os elementos dispersos duma violenta beleza
Que eu possuo
E me força.

Tsitsika e Kharbine
Não vou mais longe
É a última estação
Desembarquei em Kharbine quando acabavam
de deitar fogo às instalações da Cruz Vermelha.

Ó Paris
Grande lareira ardente com os tições entrecruzados
das tuas ruas e velhas casas que se debruçam
por cima e se aquecem
Como os avós
E eis os anúncios, vermelho, verde, multicolores como
o meu passado em resumo amarelo
Amarela a cor altiva dos romances da França
no estrangeiro.
Nas grandes cidades gosto de me meter nos
autocarros em andamento
Os da linha Saint-Germain-Montmartre levam-me
ao assalto da Butte
Os motores mugem como touros de ouro
As vacas do crepúsculo pastam o Sacré-Coeur
Ó Paris
Estação central cais das vontades cruzamento das
inquietações
Só os droguistas têm ainda um pouco de luz por cima
das portas
A Companhia Internacional das Carruagem-Camas
e dos Grandes Expressos Europeus enviou-me
um prospecto
É a mais bela igreja do mundo
Tenho amigos que me rodeiam como barreiras
Têm medo quando eu parto que nunca mais volte

Todas as mulheres que conheci erguem-se
nos horizontes
Com gestos lastimosos e olhares tristes de semáforos
à chuva
Bela, Inês, Catarina e a mãe ‘do meu filho na Itália
E ainda a mãe do meu amor na América
Há gritos de sirene que me rasgam a alma
Na Manchúria um ventre estremece ainda como num
parto
Gostaria
Gostaria de nunca ter feito as minhas viagens
Esta noite um grande amor atormenta-me
E contra a minha vontade penso na jovem Joana
de França.
Foi numa noite de tristeza que escrevi este poema
em sua honra
Joana
A jovem prostituta
Estou triste estou triste
Irei ao Lapin Agile recordar-me da minha juventude
perdida
E beber copinhos
Depois voltarei sozinho para casa


Paris
Cidade da Torre única da enorme Forca e da Roda
do Suplício
Paris, 1913


alexandra: agradecida te estou

Não é sítio para ter papoilas.
Este sítio não tem papoilas.

Há dias fui a Marinhas do Sal e foi preciso ligar o GPS à conta de a gente não saber lá ir ter sem instruções. Vai daí, ao presente, cada vez que ligo os dados do móves, eis que me aparece o estado do tempo em Rio Maior. Tem estado um frio do caraças e uma chuva daquelas em grande. Bom, na verdade tem estado assim também em Lisboa e Loures, mas. Mas tenho uma foto. Consta de uma vontade de ter vontade de registar, em pixéis, flores primaveris – mesmo não sendo aquelas roxas ou as amarelas ou as papoilas – de que falei aqui, enquanto na minha cabeça surgiam repetidamente as frases:

Não é sítio para ter papoilas. Este sítio não tem papoilas.






Nora: este é também um post atrasado, se bem que nem tanto como o anterior.

Post muito atrasado


#semfiltro


Ora então vai-se a ver e a foto acima contém mas é a minha amiga árvore amarela que há sete dias – 18 de abril - foi assim que se me apresentou. Hoje está muito diferente, pois, como se sabe, estamos na Primavera, assim ainda nem bem a meio, e nesta fase quase podia ver o crescimento das suas folhas em tempo real. Pá, é claro que jamais daria para ver as folhinhas crescer, né? Mas pronto, aí está então a foto metida num post mal amanhado como tantos e mais não sei o quê.


Nota: hoje é feriado, não estarei junto da árvore amarela, tampouco caminharei pela sua zona, mas é que esta foto estava a pesar no meu arquivo fotográfico. De maneiras que assim ficamos despachados. Todos. Sim, sim, vocês também, pois.

também importa o que está
circulado a cor-de-rosa

quarta-feira, 24 de abril de 2019

L' important c'est le rouge


Este post era para se chamar 'Xises' mas depois achei que o vermelho importa mais.

A dona senhora cliente do estore, e eu sem caneta nem papel

Tinha uma biblioteca com os livros dispostos de maneira a não se ficar conhecedor do seu conteúdo, escondera as lombadas, vá-se lá saber porquê, e o que se avistava era as folhas. Isto na maioria, alguns dava para ver do que constavam, de um lembro que a lombada dizia: Portugal, o Melhor Peixe do Mundo. E olhem, se não era exactamente assim, pois paciência, e tampouco sei o autor ou vou pesquisar.
Comecei a ser assaltada por coisas para escrever. Tudo bem que estou habituada a estes assaltos, são bons, maravilhosos até, nem sei porque lhes chamei assim, mas eu não havia levado quaisquer pertences, pensei que ia só de ajuda ao carrego para o trabalho a efectuar pelo meu colega, contudo, acabei por ficar para ajudar também no resto. Como neste tipo de ajudas que dou há tempos mortos, perscrutei o espaço a ver se via alguma caneta ou papelinho deixados ali. Não sou lá muito esquisita com este tipo de material, qualquer porra me serve, logo que escreva e se deixe ser escrito, para mim está óptimo. Mas não havia, oh. Às vezes, em casa de certos clientes, vêem-se canetas e blocos por aqui e ali. Naquele caso, não que eu fosse usar as coisinhas sem consultar a senhora dona cliente do estore, nada disso - Ó dona Fernanda, olhe, posso usar? - seria assim. Mas isso era se eu as visse, porque para estar a pedir não havia coragem, seria tipo assim como algo que extrapola, e considero que extrapolar é exagerar abusivamente.
Depois parti-lhe um vaso. Pois. Só naquela de exagerar abusivamente e tal... Ná, nada disso, estava a brincar, foi mesmo um acidente. O rolo do velho estore, que o meu colega já capazmente enrolara na disposição de posteriormente o colocarmos no lixo, resvalou porque eu lhe havia dado um toquezinho, e pumba, vaso da senhora dona cliente do estore capum! no chão. Capum! para o vaso e para a armadura toda gira que, não só o segurava como fazia de ornamento à varanda. Era esse e outro igualzinho, que continuava intacto e ainda bem. Quando a senhora dona cliente do estore foi notificada do sucedido reagiu bem, não se apoquentem com isso, tá? Só que depois quem teve o trabalho de limpar a sujeira fui eu, obviamente, assim sempre me redimiria, né?

Tenho a dizer-vos

Tenho a dizer-vos que a minha mãe gosta mais que muito de ver o Kitt (clicar aqui para saber a história toda). Na última visita que lhe fiz contou-me que quando se sente aborrecida dos canais do costume, liga na RTP Memória e põe-se a ver e acha muito giro o que ele faz ao carro, o que ele faz com o carro e o que o carro faz sozinho, falar, voar e tal. Os botões. A voz do carro. Em suma, a minha mãe mudou de paradigma televisivo, e este post tem lugar no blogue à conta de ela ter sido toda a vida arredada de séries televisivas, principalmente se estrangeiras. É. É gira, a vida.

De quando Bitmoji de Gina
não tem opinião nenhuma

terça-feira, 23 de abril de 2019

Pacote de açúcar

Acerca do pacote de açúcar que ontem vim anunciar, acrescento hoje que no verso há o nome de um bolo - Bolo Fofo - e a recomendação que se visite o site da Sidul para ver a receita completa. E confecioná-la, quiçá. Eu tenho mais ou menos curiosidade, uma espécie de curiosidade, uma certa curiosidade. Só não sei é se esta curiosidade toda chega para aceder ao site e vai daí dar-me ao trabalho de fazer um bolo fofo. Será de chocolate? Ah, e não, ainda não joguei o pacote, aberto e vazio, no lixo. Talvez amanhã.

De comidinhas

Em tempos acatei o juízo comum que diz ser fundamental escrever sobre aquilo que conheço, que, se estiver cheia de certezas, a corrente flui e determina, e que, ao contrário, notar-se-á imediatamente a vacuidade das palavras, e mais isto e mais aquilo e blás e coisas.
Actualmente considero que o ideal é escrever sobre aquilo de que gosto. Não foi epifania minha, quero eu dizer tipo assim uma eureka, uma questão do meu interior, não senhoras e senhores, antes ouvi de alguém, ou li, já não recordo.
E é. Olhem que é.
Escrever de comidinhas para não escrever de tristezas, é coisa para eu já ter feito umas quantas centenas de vezes. Adoro escrever sobre comida, tanto em termos de confeção como de ingredientes, listas de afazeres, de compras e até, pasme-se, de limpezas domésticas.
E viva a tristeza! Olarila!
Sou uma pessoa triste que gosta de escrever sobre tudo o que compõe a manutenção doméstica, o que inclui como cozinho e suas inerências. É isso.

Este fim-de-semana fiz um bolo de fubá, cuja receita retirei já não malembra de onde. Consta de:
3 ovos
1 cup de açúcar (usei amarelo)
1 cup de leite (usei meio gordo)
1 cup de óleo (usei de coco)
1 colher de sopa de manteiga
1 limão (raspa, e a receita não pedia)
1 cup de farinha de trigo
1 cup de farinha de milho (fubá)
1 colher de chá de fermento em pó
1 pitada de canela em pó (a receita não pedia)
Faz-se colocando no liquidificador os 5 primeiros ingredientes e, enquanto tudo se mistura, mede-se os restantes, peneira-se para uma taça, esburaca-se para se deitar ao mistura do liquidificador, mistura-se e deita-se numa forma de buraco que já esteja untada e enfarinhada e enfia-se no forno a temperatura média durante mais ou menos 40 minutos.
Ter escolhido esta receita aconteceu porque sei de um costume brasileiro de misturar nesta massa cubos de goiabada e eu queria muito saber como fica. Ora eu não tinha goiabada, nem comprei, e sei de sobeja que sendo assim não estou a fazer o dito bolo que queria (digo isto porque sei que a goiabada é rija que se farta e suponho que bastante ácida) mas tinha marmelada que comprara ao meu fornecedor de nome Ângelo. Então decidi que faria assim, ou seja: não copiei porra nenhuma, acabando por experimentar uma receita que, afinal, inventei. Ademais, não envolvi os cubinhos de marmelada (que perfaziam 200 gramas, registo aqui este ingrediente, não vá alguém querer copiar esta que escreve e mais não sei o quê), antes coloquei o bolo no forno, marquei 20 minutos no temporizador e, passado este tempo, retirei o bolo para o cobrir com os ditos cubinhos, pois optando pela outra maneira o mais certo era tudo ir parar ao fundo e colar de tal modo que dificilmente conseguiria desenformar o bolo. A minha esperança era que os cubinhos, ou pelo menos alguns, descessem e se alojassem no meio do bolo. Só que não, para ali ficaram, em equilíbrio, sem furar nada, nadinha. Na verdade estava muito bonito, uma massa amarela com pontinhos avermelhados. Muito bonito mesmo. Mas é que era preciso desenformar o bolo, ou por outra: eu queria desenformar o bolo, de maneiras que, assim que desabou no prato e o voltei para o fazer desabar noutro, os cubinhos tinham ficado quase todos no primeiro prato e lá se foi a beleza toda. Vai daí, já que a vida não acaba por um bolo bonito deixar de o ser num repente, raspei os cubinhos e espalhei no bolo. E pronto. Está tão bom... Experimentem.

Flores de Primavera

Este ano ainda não fotografei as flores da Primavera, aquelas do costume, as amarelas e as roxas (não sei o nome dessas) e as papoilas. Não é que não lhes encontre singularidade, nada disso, eu é que estou estranha com isto de viver e sendo assim não me movo para as registar no blogue. Em pixéis.

Graminhas

seiscentos gramas de tangerinas
mil cento e dez gramas de maçãs
mil trezentos e noventa gramas de laranjas

Às vezes o nepalês da frutaria imita-me os gestos, tipo assim quando pouso a fruta na balança ou o tom de voz quando pergunto quanto é. Só por dizer que a tristeza não me imita ele, não, que é muito alegre. E o que eu folgo com isso…? Olarila. Bem haja 'migo.

Grande aprendizagem,
sim senhoras e senhores,
a que retirei deste pin
- párrago ser parágrafo.

De quando a lista de compras não me pertence.
De quando um cliente ma deixa em cima do balcão.
Esquecida.

Catálogos

segunda-feira, 22 de abril de 2019

De que serve

De que serve um pacote de açúcar, aberto e vazio, andar no meu porta-moedas senão para me lembrar que há nele desenhos de guitarras e que, em breve, presumo, farei um post acerca?

《tenho então o post feito》

O lanchinho é só meu

De lanchinho foi a minha pêra, que comi sentada na minha mota, que estava à porta do meu estaminé.

Intercepções à cara

sábado, 20 de abril de 2019

Clipe número 1

Rasguei da revista todas as folhas que contêm as receitas que quero experimentar. Dobrei cada folha em quatro. Notei que os nomes das receitas se posicionavam em maneiras de serem lidos sem ter que as desdobrar. Juntei-as com um clipe giríssimo que é um 1. As receitas são:

Pão-de-Ló Integral
Empada de Pato
Quiche de Salmão e Bimi
Pão de Trigo Sarraceno
Bolo de Noz e Maçã com Creme de Ovos
Mousse de Morango
Suspiros de Gelatina

Entretanto faço mais um registo porque o registo acima estava rascunhado: é que entretanto já experimentei o Pão de Trigo Sarraceno e só não digo que ficou uma merda porque não gosto de falar assim da comida. Mas olhem que ficou. E eu até considero desrespeitoso relacionar as coisas da boca com as do cu de maneira tão devassa mas é que. É que sabe mal, o pão. Na boca, quero eu dizer. Porra pá, quase dá vontade de bradar por socorro. Não façam. Deixem estar a farinha de trigo sarraceno, deixem-na estar.

Ovos de Páscoa e de Chocolate



Bom dia!


O vento mais a favor do que nunca
A nespereira com folhas novas
O portão vermelho mais esbatido
O café tão saboroso quanto sempre

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Restos mortais





Chamar restos mortais a este post, não só tem a ver com o motivo da fotografia, como com o dia em que estamos. E, antes que no futuro eu não malembre ca porra é esta que registo, hoje é Sexta-feira Santa. De nada, ora essa, ó eu mesma. Ah, já agora, registar, também, ca porra é a caparece na foto é, também, melhor: caroço e pedúnculo de tâmara. De nada, então. Mesmo.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Pen da Gina

Pen da Gina era como se chamava a pen que hoje se desmanchou em pedaços. Já sem a carcaça, inseri-a na ranhura para lhe sugar a informação contida e que era referente ao velho estaminé, coisas que é preciso manter guardadas, não vá haver necessidade de. Bom, à parte isto, era também a pen que eu usava para levar os escritos do dia para publicar no blogue à noite. Sim, a minha vida foi, é e será uma mistura de pessoal com profissional.

Post atrasado

Ontem a senhora do Banco, a que é do mais carismático que conheço, despediu-se-me assim:
Amiga, amanhã é até ao meio-dia.
Pronto, é assim a vida, né? Uns descansam porque é quinta-feira antes da Páscoa – não sei é chamada de Santa ou assim, não lamento não saber, antes lamento se deste não-saber de mim avança um melindre e que acerte em alguém – e o melhor é avisar os pobres que não.


Que não estamos a trabalhar.


quarta-feira, 17 de abril de 2019

Os últimos

O que aumenta consideravelmente com a chuva?
As filas no Banco
Os sons
A humidade
Decerto ninguém lembraria esta última.
Uma senhora na fila tinha um chapéu-de-chuva com o mesmo padrão que o meu, só por dizer que era um daqueles gigantescos, um daqueles que se fosse para eu andar debaixo dele... Coiso. Ia molhar a cabeça. Passados instantes desta conclusão, notei uma outra senhora com uma gabardine do mesmo padrão. Que giro. Há até um nome para aquele quadriculado. Vou pesquisar. Já fui, é xadrez burberry. Bendito glossário a que chamamos Internet. Pode até ser tudo mentira, mas. Mas não é a última.

Na última vez que aqui estive o sol dava-se a ver. Sentei-me num dos bancos que está na praça mai linda de Lisboa. Não me lembro qual o nome que em tempos lhe dei mas sei que é o último, aquele que está sempre à sombra. Quero dizer, à minha hora está.
Então e o poeta e mais não sei quê, já as folhinhas das outras árvores o tapavam?
Não. Não tapavam nem tapam.

Logo que vi a geringonça pousada no chão achei que era um banco de engraxador. Minutos depois percebi que era uma roçadora. As ervinhas da praça mai linda de Lisboa vão desaparecer todinhas. A propósito, junto à entrada de uma das lojas da avenida, a dona andava a retirar todas as ervinhas, como se estas fossem de má índole. Eu já tenho olhado para as da entrada do meu estaminé mas não me atrevo a eliminá-las, e nem é por as considerar más pessoas, nem nada disso. Sim, bem sei que ervas não são pessoas mas acho-as um bocado parecidas.

A árvore amarela tem cada vez mais folhinhas. Tanto é que já tem tantas... Se fosse uma pessoa, digo em termos de idade, a árvore amarela era para andar aí pela adolescência, lá para o mês que vem debutaria, ou coisa assim.

Último item. Lamento que nem todos contenham a ideia 'último', que assim sim, faria jus ao título que escolhi para este post, quando a sua construção ia a dois terços. Mas olhem, não é a última vez que escrevo coisas com lamentos, lá isso não, que amanhã cá tornarei.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Supermercado

Tudo quanto seja frutas e legumes a granel, é pesado pela caixeira. É obviamente necessário que saibam identificar os produtos, quando não...

Diga-me só o que é isto, perguntou a menina.
Espinafres, respondi simplesmente.

Albernoa às cores

Entradas, 14 de abril de 2019

crateras
vales

preto & branco
[ah, quão original fui ao ter-me lembrado de chamar preto & branco a este post]



Bom dia!
(era 23 de março e só hoje foi para o ar, tanto no blogue como no canal)



Bom dia!

Os óculos quase ficaram vermelhos.
Quase. Nada a ver, na verdade.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Efeméride com o registo em atraso



Pus-me em filtro para registar
os 13 anos de blogosfera que completei ontem.
Ainda pensei, pela primeira vez,
não assinalar esta efeméride mas,
como se percebe, não passei de largo,
ainda que tenha passado um dia...
ou umas horas, vá, sobre a data precisa.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

As minhas desculpas


… Desculpa, também, se repito o que ouves com a regularidade dos tiquetaques

Cortinado

No outro dia ouvi a pergunta «Então, já descortinou o cortinado?» e eu que «Sim, já está mais um bocadinho, mas olhe que não é descortinar, é escrutinar, que assim é um trava-línguas mais intenso.»
Observar as flores, numa próxima vez, registei mentalmente. Há muitos tipos de flores no tal cortinado que tenho vindo a escrutinar, concluí. No dia a isso destinado só memorizei que há flores em tamanhos vários, cujas pétalas terminam em bico. Talvez queriam imitar a forma das túlipas, vá.
Vai ser difícil continuar com este escrutínio. Por um lado, não sei se volto ao lugar de observação, por outro, estou cansada do tema e quando assim é apaga-se-me os modos de escrever.

Post em cruz

Cruzei-me com o barbeiro do costume, tanto para lá como para cá. «Olá, boa tarde» para lá, «Boa tarde novamente» para cá. Nesta última achei giro o barbeiro ter-me reconhecido, pois que tinha a cara quase coberta de cabelos à conta da ventania que estava àquela hora e naquela cruz.

Varanda com im

O varandim do Zé tem umas quantas daquelas assinaturas típicas de quem quer principalmente macular o que encontra recentemente pintado. Uma dessas é aquele 'olá' de que já em tempos falei e mostrei no blogue - o ângulo do L adentra o O e o Á aproveita-se da linha horizontal do L. Sempre gostei deste 'olá' mas preferia-o noutro lugar, considero que no varandim do Zé não fica nada bem.

Ginas

Uma Gina calma e assertiva disse coisas a alguém e, ainda por cima, espontaneamente.
Uma Gina abrutalhada disse coisas a alguém, espontaneamente também.
A segunda vence, se contabilizar o tempo total que permanece no interior desta que escreve, uma e outra. Contudo, é certo que conheço a primeira de vista.

O diário

Se o diário parecerá um diário, é o que me pergunto amiúde, se estou na rua armada em escrevente de conteúdo bom e caro. E isto muito mais do que quando rabisco nos papelinhos, pois esses podem alegar aos transeuntes que aponto meros lembretes. Mas o caderno é uma coisa em grande, as frases vão-se amontoando, nunca mais largo a caneta, nunca mais guardo o caderno. Bom. Coiso. Adiante.

Arroz de frango

A minha sogra perguntou-me por novidades e eu joguei-me ao arroz de frango que fizera no dia anterior, usando um espécime daqueles que no talho me dizem vir do Campo, dizem também que é muito bom e eu concordo. Sabia lá eu o que lhe contar. Acrescentei que trocara o pato pelo frango do Campo, uma vez que a rica filha lhe faz impressão comer pato por considerá-lo fofinho e queriduxo. É certo que a rapariga tem lógica neste pensamento, é lá possível alguém comer uma chicha que já foi corpo movediço de um bicho fofinho e queriduxo, né? Por acaso, já agora registo também isto, estou cá desconfiada que deixei os miúdos do frango no talho, e o pior é que os paguei. Quem sabe numa próxima vez que lá vá a senhora se lembre do lapso e me dê um outro conjunto de miudezas, sempre há-de dar para fazer um caldinho bom para saborizar a sopa.
Tens a escrita em dia, comentou a minha sogra, quando me viu largar o caderno. Sorriu - tal como fez aqui - respondi-lhe que nunca tenho tudo escrito, sorrindo também.

(Que sonhos terão os velhos – ai, quem me dera ter outra vez vinte anos? Contudo, a incapacidade total, velho ou então não, é rejuvenescer. Da incapacidade nasce a resignação, as pessoas acabam por se acomodar. É isso ou então é a loucura.)

(A TV transmitia um daqueles programas alegres e musicais, daqueles do povo, vá.)

As fotos (é a árvore amarela) são d' hoje (sexta-feira), o texto é d'antes d'antes d'anteontem (segunda-feira)




As Escolas estão de férias da Páscoa, daí este silêncio ao redor da árvore amarela. Aqui assim há duas Escolas e bem noto a diferença. Em frente há um gradeamento que dá para o pátio que, não fora as tais férias, teria todo um montão de miúdos a jogar à bola. Não é a primeira vez que me sento aqui hoje. Quero dizer, sentar é, mas já estive aqui de manhã a aproveitar-me do apoio do banco para despir duas camisolas, já antes tinha retirado o cachecol. É que estava calor, quando de manhã, mas agora já não. De manhã, enquanto me despia, ia movendo os pés e calhou de pisar qualquer coisa pequena e estaladiça. Cuidei de serem caracóis - o que seria estranho, mas vá – só que não, era um pedaço de arbusto, algo assim, não consegui identificar. Esta tarde está vazia. Vazia de pessoas. Há silêncio. Já disse que advindo da ausência de miúdos em futebóis, mas lá que é silêncio, é. Agora está muito frio, não duvido que só andem na rua as pessoas que não podem fugir de afazeres no exterior.

Muitos pontos finais.

Muito condoído. Muito dolorido. Muito coisinho. Muito coitadinho.

Tímpanos sem vírgulas

O difícil é a gente ouvir relatos de experiências que nada têm a ver com aquilo que somos sem entrarmos no gozo no interior de nós mesmos.

Letras sem vírgulas

Em tempos idos Cardel era rua Carlos Mardel.

Era só para saberem.

Coiso sem vírgulas

«A sôra tem um coiso muito bonita.»
Quem disse foi um cliente ao depois de notar que a disposição de uma das prateleiras do estaminé tem um rol imenso de produtos portugueses.

Uma, Duas

De quando um filtro do Snapchat faz 
o bico de um decote parecer quadrado.
Pois... Qual bico, qual quê.
À portuguesa é assim:
Podia ter ficado pior...

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Post com título

Ultimamente tenho as vontades a baixo nível, tanto que até o escrever tem acabado. Ainda assim persisto na engorda deste blogue, pois, se não escrever, morro. Posso estar a dramatizar, tudo bem, mas não estou a exagerar – não escrever é morte iminente. Nas últimas semanas tenho escrito muito no meu caderno, talvez numa espécie de contraponto para com o blogue, sei lá, mas sei que é positivo pelo libertador que pode ser escrever sem ser lida, por outro lado, é mais solitário. Ainda mais solitário, quero eu dizer.

Sonhei que a sopa se me acabara na panela. No sonho eu sabia tanto quanto sei agora, e que é real, a sopa tinha sido feita no dia anterior, como então ter acabado num só dia? Acabou somente no sonho, claro.

Avistei um chapéu-de-chuva vermelho. Tinha sido deixado num degrau de uma escadaria, possivelmente por se encontrar com as varetas retorcidas e o fecho estragado, quem é que permanece com um chapéu imprestável nas mãos, né? Em pensamentos vi uma foto com o chapéu feito de um vermelho muito vivo, a contrastar com o escuro das escadas, que estão enegrecidas, não só pelo tempo que têm como por se encontrar num lugar que nunca está ao sol. Poderia ir até lá, de máquina na mão, escolher o filtro que exponencia o vermelho e vai daí era clicar e fazer a vida acontecer. Mas não havia tempo para isso. Nem sempre posso fazer o que quero.

A chuva. Este pedacinho de texto, sendo post único, chamar-se-ia 'A chuva'. De maneiras que, tendo já escrito 'A chuva' três vezes, a contar com esta, é certo que vou falar da chuva. Está-se a ver quão perita sou em estender um ponto desinteressante. É assim, 'migos, ser grafómana não é só belamente poético e acabou. Não. Na verdade jamais foi ou será, eu é que me convenço disso, pois, quando não, sucumbo ou algo dentro desse género. Bom, vamos mas é à chuva. A chuva é bonita e boa e útil todo o ano, contudo, em Abril, abrilhanta a paisagem. Se em Outubro a luz nos morre mediante a chuva e tudo indica que o tempo de luz diminuirá à razão de um minuto ou dois em cada dia até ao Natal, em Abril é o que disse acima, abrilhanta, e abrilhanta tudo, e tudo é paisagem, já eu havia dito, ademais é o crescente dos dias, estes dias de Abril.

Devedido na oralidade é dividido na escrita
A pessoa disse devedido por uma questão de pronúncia, posso presumir
A pessoa escreverá dividido, se munida de papel e lápis, posso presumir que decerto

O morango, segundo li ou ouvi algures, é o único fruto que tem as sementes do lado de fora, as quais ferem o céu da boca, relembrei eu recentemente, por ter tido morangos em dois lanchinhos seguidos. Se há coisa que não devia sair da minha vida é morangos. Morangos, laranjas e café. Que não se me acabem, por favor. Em criança, não sabia qual o fruto preferido, ficava sempre entre estes dois, hoje sei que a laranja é o que gosto mais, claramente aquando do seu tempo, que é no Inverno.

Um cliente proferiu a seguinte frase:
Eh pá, uma mulher a tomar conta desta maquinaria toda...
A maquinaria a que se referiu é uma fila de máquinas que duplicam chaves e que estão à vista dos clientes e de qualquer um, o que não era possível no velho estaminé. Não é nada do outro mundo, digo a maquinaria, é mesmo deste, só que há pessoas que comentam espontaneamente as suas conclusões. Eu cá, e neste caso, fiquei curiosa com o comentário porque não descortinei o que o despoletou - se encanto, surpresa, dúvida - e era, no mínimo, tolice pedir esclarecimento.

Agora vai-se a ver e se os carros param no semáforo da avenida, calhando ser daqueles que lhes pára o motor se em ponto morto, ademais houver pouco trânsito, ser cedo, ou então tarde, eis que a avenida se põe silenciosa que eu sei lá. É um costume dos dias actuais, isto.

Sei qual é o destino das próximas férias mas não sei o itinerário.
A pessoa... ai perdão, as pessoas, vão de Loures em direção a Barcelona, viram antes para se posicionarem mais à esquerda, hão-de passar junto a Lyon, só por dizer que não sei se daí é que as pessoas se posicionam à esquerda, sobem a Paris ou lá perto, já estou confusa, sobem e sobem e sobem, entram na Bélgica para comer coisas fixes – até lá também comem, pois claro! - e descobrem a Holanda. Já agora, né? Atão ali tão chegadinho e não se dá um saltinho, não?
Pronto, basicamente é isto. Eu depois mostro fotos e textos. Talvez menos textos que fotos, mas vá. Vou na mesma. Ah, e ainda falta um tiquinho de tempo para tudo isto acontecer àquelas duas pessoas, eu é que já ando a sonhar.

Se eu desse o cartão do Ginásio à senhora do Banco ela não poderia fazer o que faz habitualmente. O que ela faria era sacar-me o nif e partiríamos daí para a nossa relação, mais curta que comprida e nada profunda. A senhora do Banco tem um tique que muito lhe aprecio por o não ter visto ainda em ninguém. Levanta os braços, flecte e entesa os dedos das mãos e levanta o cabelo nas laterais. Digamos que faz ali um realce nas madeixas que, no seu caso, tendem a ficar escorridas.

Fui ver umas quantas roupinhas mas não comprei nenhuma. Ainda estive vai não vai com uma mas desisti por uma questão de padrão, que era riscas brancas e fininhas a formar quadrados por sobre azul-escuro. Gostei do sentir e do assentar da camisa, mas desisti pela cor, era muito escura, conjugar aquela peça com calças pretas ia fazer-me parecer estar aquela fase em que os enlutados começam a aliviar o luto. Se no lugar do azul-escuro fosse branco e no lugar do branco, preto, é que era. Ou então vermelho ao invés de azul-escuro e branco nas risquinhas. Enfim, vidas tristes, é o que é.

terça-feira, 9 de abril de 2019

fui ver o latim, ed ephemeram gloriam


depois corri para a loja de cafés e frutos secos e gulodices várias para comprar:
duzentos gramas de café Angola com moagem dois
duzentos gramas de tâmaras Medjool
duzentos gramas de amêndoas sem casca mas com pele

Cortinado

Eis então escrutinado mais um pouquito do padrão do cortinado. Há mesmo cornucópias de dois tipos. Se eu levar o escrutínio ao extremo quase me levo a afirmar que há ainda outras cornucópias, mas, com justeza, nego. Contudo, não fixei como são as outras cornucópias, mas que as há, há. Daí o 'pouquito' referido acima. E haverá mais oportunidades iguais a todas, quero crer que não tão desatentas como esta que agora descrevo.

E tu, tens bolinhos?

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Dias de um Ginásio

Na aula de postura e equilíbrio passou o tema 'Aleluia' numa versão não sei de quem - é o mal dos covers - e o 'Listen' na versão de Beyoncé, que, ao que sei, não faz porra de covers nenhuns. Sei também que o 'Aleluia' pode ser escrito de uma maneira toda pomposa mas eu cá vai mesmo assim à bestóide.

5867