terça-feira, 31 de março de 2020

Boa noite.

vais aparecendo,
vais aparecendo,
vais aparecendo,
vais aparecendo.

Eu agora só cá venho em abril.

Post muito louceiro

Há um zingarelho na minha cozinha que consta de duas partes redondas e nelas encaixam três tubinhos fazendo com que o dito consiga dois andares. Obtém-se um rodar de partes mediante um aro que encaixa num friso colado numa das partes, aí rolam, por sua vez, quatro esferas, ou não haveria rodar ou rolar e nem porra nenhuma. É lá que estão as leiteiras e empilhados os pratinhos (que têm e mantêm os seus pares, mas zangavam-se amiúde e a gritaria era tanta que os apartei) e umas quantas canecas daquelas do leite com chocolate, ou coisa assim. O zingarelho está agora no lixo. Quisesse eu recomeçar este post e era assim: «Havia um zingarelho na minha cozinha...»

Exposição oral*

*antes de mais, foi o que foi


Olá.
Estou a passar ao lado da casa de uma senhora que já me distratou. É velha e demente, no fundo é uma coitada.
Acabei de ir ver a árvore amarela. Não está assim tão diferente da última vez em que lhe tirei fotografias. Depois hei-de conferir quantos dias passaram. Não está assim muito diferente. Até porque não tem estado assim muito calor, hoje é que está calorzinho, mas não tem estado assim tanto quanto isso.
E Lisboa? Lisboa está... apagada. Calada à força, para aí. Algo assim. Enfim.
Vai-se a ver e esta etiqueta aqui é para quê? Não sei, não faço ideia para que é que estas coisas são. Olá etiqueta, está tudo bem contigo? Tudo bem. Então-então até já.
Vai-se a ver e inventei uma outra etiqueta. E para que é que esta etiqueta vai servir? Não sei. Talvez para fazer companhia à primeira etiqueta.
… ?
Ah, ok, acho que não gravou. Portanto: eu... hum... criei uma terceira etiqueta porque acho que tudo quanto advenha de um triângulo é bom. Não é? Eh pá, também para fazer companhia às outras duas. Pronto, assim sempre se podem zangar...


notas:
o texto é fiel à locução
era 25 de março último, dia deste post

A minha ficha

À data corrente, o meu telefone é moço para ter quase um ano. Au eva, a ficha que liga o cabo à tomada contém ainda o invólucro de origem, que não barra os orifícios. Por que caso ou figura não lhe tiro o vestido?
Respondo:
Porque fica despido (não tem graça...)
Porque tem frio (ainda menos graça)
Porque gosto assim (oco e, podendo juntar-se, opaco)
Porque me preenche o escrever (ah... ah pois)
Porque me esqueço de o tirar. Na verdade é isso e só isso.

Insone

De madrugada, o silêncio instaurado como em mais nenhuma parte do dia, pareceu-me ouvir badalos tilintando. Se não era, era parecido. Se não era, foi o que a imaginação me ofereceu. Mais: qualquer objecto tilintante embala. Imagine-se um lugar bucólico, não é embalador se lá se permanecer?


tenho sono
vou beber um café

segunda-feira, 30 de março de 2020

Boa noite.

Jantei dois mirtilos que pareciam uvas, mas achatadas. Achatados, neste caso. E sopa. Mas aí já foi aos bués.

a menina fez duas cópias

pandemónio
reunião tumultuosa
confusão, balbúrdia

vírus
algo que se considera nocivo ou prejudicial


dicionario.priberam.org

A voz e os olhos.

A desconcentração surge rapidamente se faço áudios. Mais do que com os vídeos. Ou seja: se com a lente sou repetitiva, excessiva e redundante, com o microfone sou mais e mais. É que a lente é uma consciência advinda do foco ocular, enquanto que no áudio... pois que não há olhos que me concentrem.

Portefólio

Portefólio é o que mais parece, afinal, esta questão toda com o! cortinado. Andava-me o rascunho (post anterior) há semanas no documento digital, esse guardador das coisinhazinhas do costume, eu esperançada que a vida normalizasse e assim já este tema não destoasse, mas eis surgidas duas razões para o pôr ao fresco:
__uma, não sei, tampouco posso prever, quanto mais tempo dura esta dura vida de 'restez chez-vous' e este é um tema claramente surgido do tempo 'liberto de vírus'
__duas, aborrece-me 'guardar' as coisinhazinhas durante um largo tempo, sei lá, secam-se-me (seco-as?)

Transcrevo partes dos escrutínios que fiz ao cortinado mais famoso do meu blogue, o portefólio:

O cortinado também tem a sua graça. Há um pássaro em contornos por todo ele... não é nada, há partes preenchidas por cor, as que não são mantêm a cor do fundo do tecido, isso faz com que uns pássaros sejam o negativo de outros. Onde é branco, é preto, e o contrário.

Em certa altura o tecido acaba, cortando duas ou três cornucópias dessas. Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, uma cornucópia é caracterizada por ter uma das extremidades arredondada, que vai afunilando e termina em bico. Então, o facto de o tecido acabar mais ou menos a meio de duas ou três, fá-las parecer, cada uma, uma baleia à vista num mar imenso. Uma, uma, ou duas ou três.

Se eu levar o escrutínio ao extremo quase me levo a afirmar que há ainda outras cornucópias, mas, com justeza, nego. Contudo, não fixei como são as outras cornucópias, mas que as há, há.

Observar as flores, numa próxima vez, registei mentalmente. Há muitos tipos de flores no tal cortinado que tenho vindo a escrutinar, concluí. No dia a isso destinado só memorizei que há flores em tamanhos vários, cujas pétalas terminam em bico. Talvez queriam imitar a forma das túlipas, vá.

Com a sala na penumbra ficou difícil escrutinar o cortinado mas pus-me a olhá-lo na esperança de lhe inventar novidades. Num repente notei que não descortinava o pássaro desenhado a escuro, precisamente por o espaço estar na penumbra.

Velho rascunho

Ah, eu a pensar que o cortinado jamais renderia os posts de outrora. Mas não. Ou sim. Notei que - oh vejam lá! - a popa dos pássaros são, afinal, da mesma cor. Tanto que, os pássaros, seja o embranquecido ou o escurecido, ambos têm as popas escuras, portanto: iguais.

domingo, 29 de março de 2020

A luz ao fundo do móvel

Tenho agora uma fileira de luzinhas no interior do móvel onde cabe quase tudo, e esse tudo vai da mera bugiganga, à inolvidável recordação (ai, adoro estas expressões sem jeito nenhum), passando ainda por qualquer merdice que me lá queira introduzir por não suportar a ideia de a ver no lixo. Desta novidade resulta que, doravante, tenho mais umas quantas prateleiras para limpar regularmente, é que aquela porra de luz, mesmo sendo luzinha, ilumina muito bem - repito: muito bem - todas as meras bugigangas; todo o pó e dedada; todo o ziguezague de pano que, afinal, bem é que não limpou.

Serve a presente

Serve a presente entrada no lbogue... ai perdão, blogue, para registar um gesto que me conheço há anos e que consta de dobrar o indicador direito e fazê-lo deslizar por uma das paredes do meu corredor. Não sei porque faço isto. Querendo desculpar-me, e quero, daí a frase anterior, faço porque é uma carícia. Pá, há aquilo do amor maior que tenho aos objectos e às coisas, né? Então pronto, vamos todos pensar que o consequentemente sujador gesto nasce desse amor. Ora este gesto vai deixar de existir na minha vida por conta de o corredor estar pintado de novo e, sendo assim, tenho um novo amor, novo e imaculado. Um dia vou emporcalhá-lo, bem sei, mas por ora não quero tocar-lhe.

Exercício em casa

Hoje já fiz algum exercício físico
Apanhei a roupa e tratei de a aconchegar nas gavetas e enfiar nos cabides
Arrumei a louça suja e lavada e lavada e suja e sujei e lavei alguma
Lavei a ponta do tapete onde a cadela vomitou
Por falar em bicho-cão, passeei a cadela
Lavei o interior de cinco compartimentos do armário da cozinha

Notas:
o destino a dar à roupa e à louça inclui muitos e muitos passos
idem para os passeios com o bicho-cão, principalmente se 'puder' andar depressa
lavar os interiores mencionados não dispensou o uso do escadote

As agulhas, ora bem.

Desde há algum tempo, sempre que meto as 'agulhas' nos meus textos, é certo que me lembro das agulhas de acupuntura, principalmente porque sei que são usadas para acertar e, ou, recuperar a saúde - sendo este um modo rudimentar de explicar a acupuntura, mas. Ora bem, as agulhas que ontem regeram o dia não são as que regem o de hoje, nem nunca são ou estão nos mesmos lugares. Nunca. Ora bem, apesar de a hora ser a de Verão e isso significar que amanhece e anoitece mais tarde, podia eu ter sido vítima daquela minha característica espectacular que conta com o seguinte costume: acordo ainda mais cedo. É portanto ainda mais de noite e dispensável. Só que hoje não, hoje acordei precisamente à mesma hora, neste caso a do sol. Gostei de 'ser' assim.

sábado, 28 de março de 2020

Boa noite.

Daqui a um bocado muda a hora, para menos uma. De manhã vai ser mais de noite e de noite vai ser mais de dia. Diz que é o horário de Verão. Mas, se da chegada da Primavera nada tive a dizer, desta mudança pouco tenho. Em alguns anos construo muitos - e longos - posts acerca desta importante temática, tudo querendo dizer ao mundo porque tudo tinha para dizer, mas agora não. Amanhã. Já se sabe que amanhã é outro dia, outras agulhas regerão o mundo. Até amanhã.

Dias de um Ginásio

Os dias de um Ginásio estão diferentes, lá isso é verdade, contudo: são dias e é o Ginásio e são os meus dias com. Agora faço exercício em casa sob as ordens das mesmas pessoas. Sério. O Ginásio juntou boa parte dos professores e pô-los em directo através do Instagram, o que (me) possibilita uma espécie de regresso à vida de outrora. Hum, ok, vá, há muitas diferenças por entre uma aula presencial e uma virtual, a primeira é mais valiosa, mas pá, vamos a isso. Eu vou.


Que bonitas!

Ah...

Março

O mês março é tão comprido como o janeiro. Igual. Em dias e horas e suas divisões. As divisórias é que serão diferentes, pois, não começando no mesmo dia da semana, depressa se diferenciarão. Mas isto interessa porquê? Neste ponto já não sei. Ah, ok, é o trinta-e-um-dias. Pois bem, meses iguais em dias mas não em peso, foi isto o que me fez surgir a comparação e depois a diferença. Março não me é tão pesado, é o que é, e, pá, ele é ai o vírus do momento, ele é ai este tempo não passa, ele é ai quando é que a vida se restabelece, mas pronto, março não pesa como janeiro e acabou a conversa.

a menina fez duas cópias

fase
cada uma das modificações que se dão em determinadas coisas
mitigação
alívio, atenuação


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Enfiamento

A pessoa sente-se extremamente sensual quando enfia uma balaclava na mona. Eh, quem vem lá? Mistério... Pronto, é isso. Idem para o capacete, manifestum est.

Heróis

Eu e a rica filha conspirávamos acerca de um filme, que é uma chatice tanta pancadaria, que canseira, é soco e pontapé e mais nada, mas que graça é que isto tem. Pronto, coisas assim. De repente achei que conhecia o actor que estava no chão.
Olha lá, este não é daquele filme dos heróis? Aquele em que são muitos super-heróis e mais não sei o quê?
Ah, o Capitão América?
Sim!
Não mãe, este não passa de uma imitação de feira.
Ah.


E era mesmo uma imitação, percebi depois, mas o que a gente riu com a tirada da rapariga valorizou-a, e não foi pouco.

Pontos de exclamação

A pessoa está lá agora na disposição! Ora essa! Nem pensar!





Esta foto não é uma das sem filtro, isto em rigor, mas como de edição tem somente os riscos por sobre a pessoa e, no mais, está virgem, fica na etiqueta das #semfiltro2020 na mesma.


sexta-feira, 27 de março de 2020

Não em muito

A minha vida mudou mas não em muito. Continuo a recorrer ao bloquinho rudimentar para apontar coisinhazinhas (como esta, vá) que num futuro qualquer aparecem no blogue. Porém (que é pôr algo em, não sei se alguém terá notado, ou concorda) quase todos os meus posts pertencem à etiqueta que criei como sendo a d' O vírus do momento, e lá isso mudou.

Gina, numa relação com o supermercado.

Bom, sexta-feira, dia de ida ao supermercado, por muito que dantes fosse ao sábado, a verdade é que, ao que parece, agora ando nisto. Lado Lunar (Rui Veloso) no som do rádio, coisa comum nos meus dias de compras destas e tal e tal. Chego ao parque, estaciono, saio. Equacionei menos carros e previ menos gente. Só que não. Ca fila, oh porra. Todas as pessoas tinham já os carrinhos consigo e ponderei se não seria melhor abandonar o meu lugar e ir buscar um. Escolhi o 'não', logo via como me arranjava, ainda por cima a fila atrás de mim aumentava rapidamente. Quando o supermercado abriu as portas, a fila andou. Devagar. Chegada ao lugar onde era preciso virar, isto se quisesse ir buscar um carrinho, e queria, vi-me obrigada a abandonar o meu lugar e ir à cata de um. Requisitei, mudamente, um carrinho. Felizmente, oh glória terrestre, o que me calhou não era coxo nem desalinhado. Voltei para a fila e é claro que tinha perdido o meu lugar, reentrando uns quantos depois. No momento de passar junto ao segurança responsável por aquele pedacinho de corredor, fui admoestada: - A senhora não podia ir por ali. Argumentei, explicando o que tinha ido fazer e ele contra-argumentou que, naquele lado, apontou para o oposto, também havia carrinhos. Pedi desculpa e avancei. Em próximas vezes terei dois comportamentos diferentes, 1: meter-me-ei na fila já munida de carrinho; 2: não deixarei a fila para ir à minha vidinha. Ovelha desgarrada, pá. Desobediente. Bom. Então. Fiz as comprinhas e, ora vamos lá a ver, eu despachar-me dentro dos minutos habituais, despachei, mas é que perdi o cartão. Pois. Isso fez-me atrasar a saída mais uns trinta minutos. Eu explico.
Quando ia no caminho da caixa para o carro faltou-me um gesto. Sério. Algo na minha cabeça gritava: Gina, Gina, Gina, o cartão, o cartão, o cartão? Procurei-o por toda a parte. Dentro da carteira do costume, mesmo nos compartimentos não comuns de guardar este 'plástico'. Dentro da mala, não fosse tê-lo atirado para ali, sei lá, às vezes tenho cenas do caneco. No chão. Refiz o percurso lentamente, perscrutando, isto depois de arrumar as compras dentro do carro (e as ervilhas a descongelar, os ovos a aquecer, os morangos (sim, comprei morangos outra vez) a liquidificar. Espetei-me ao pé da caixeira que me calhara e fiz-lhe a pergunta 'olhe lá e tal, será que?', e ela que 'não'. Revistei, novamente, a carteira e a mala. Nada. Decidi dar baixa do cartão logo ali, afinal se alguém o encontrasse poderia derreter os pozinhos que esse 'plástico' contém e isso era coisa que não estava nos meus apetites. Pronto, essa parte ficou tratada, só que agora tenho o inverso para fazer, é que encontrei o cartão dentro de um dos sacalhões de compras. Sei lá por que caso ou figura o dito me escorregara das mãos e aterrara ali! Terá sido por mor da balbúrdia em que, normalmente, arrumo as minhas compras, pois com certeza. Sou tão organizadinha, 'migos. Mas tão.

Comprei papel higiénico, queijo flamengo, fiambre de frango, bacon de pato (de pato! atenção!), folhas de lasanha frescas, alface, tomates, morangos, laranjas, maçãs (pink lady, oh yeah!) farinha T65, manteiga com e sem sal, iogurte grego, framboesas, mirtilos (sim, mais), cebolas, cogumelos, aipo, coco ralado, cacau em pó, café, cereais. Quiçá terei comprado mais coisas, mas pronto, fico aqui. (mas volto já a seguir, ai ai)

quinta-feira, 26 de março de 2020

Post com título

19:02, actualização

tomatada de atum
saltear os cogumelos
lasanha de carne
massa de panquecas
comprar os morangos


tudo e tudo e tudo e tudo feito, e, outrossim, sopa, que me havia esquecido de juntar ao rol
a lasanha está no forno, a sopa está fervendo, as panquecas, fá-las-ei amanhã de manhã e, os morangos, foram de lanche para esta que vos escreve

16:37, actualização

tomatada de atum
saltear os cogumelos
lasanha de carne
massa de panquecas
comprar os morangos

estão os morangos comprados e assim tenho mais um plano executado
tinha idealizado que aproveitaria o passeio com a cadela para os comprar, mas não, fui sozinha
dispensei-a, por assim dizer, porque queria andar na bisga para fazer as vezes de uma das partes de tempo que dedico ao mexer do esqueleto, vulgo exercício físico
se bem que até me sinto desconfortável de chamar exercício físico ao que agora tenho como tal, mas pronto, é o que é
para esta voltinha dei 3533 passos (sim, é longe e é tão propositado quanto bom que assim seja) e levei 33 minutos
não fosse na bisga e demoraria mas tempo, para aí quê, quatro ou cinco minutos
ah, estes passos e tempo incluem incursão na loja da fruta, escolha e transação, o que, cá pelas minhas contas de cabeça, não demorou mais do que 3 minutos

posta-restante:
comprei também mirtilos

14:59, actualização

tomatada de atum
saltear os cogumelos
lasanha de carne
massa de panquecas
comprar os morangos

tenho então dois planos executados
a tomatada de atum aconteceu por conta de um molho de tomate em cru que para ali me andava e assim já fica para um vindouro arroz
saltear os cogumelos é mais ou menos por conta dos mesmos motivos que fez aparecer a tomatada exposta acima, quiçá resulte em omelete, ou então, porque não, um arroz

planos

tomatada de atum
saltear os cogumelos
lasanha de carne
massa de panquecas
comprar os morangos



tenho um 'baú' para registar (ou misturar o registo com republicação) que ontem, já não malembra por mor de quê, descobri de mim mesma enquanto registadora de ideias, sendo que é frequentemente encontrar-me arredada de profundo critério para publicar seja lá que ideia for, de maneiras que é assim:


nem sempre gosto de planos e ocorre que este é um desses 'nem-sempres', que me está a cansar pra caraças a imposição que me faço, pois está, e, como calculo que os leitores calculam, tanto a imposição como a criatividade e principalmente o prazer, logo que se encontram, fogem, tomando direções diferentes, tipo assim os bicharocos que se encontram na mata e mais não sei o quê, que nem se podem ver uns aos outros, quanto mais cheirarem-se e o caneco
|19 maio 2016|


nota ulterior e de grande necessidade, por mor de futura comparação de tempos:
este post foi publicado às 12:41

de zero a nove

zero
sipipirifiripiu
um
sipipirifiripiu
dois
sipipirifiripiu
três
sipipirifiripiu
quatro
sipipirifiripiu
cinco
sipipirifiripiu
seis
sipipirifiripiu
sete
sipipirifiripiu
oito
sipipirifiripiu
nove

Descobrindo

Ópois temos isto.


Recordando

Há dias surgiu na minha cabeça uma canção que foi êxito nos anos zero (publicado em 1999) e que fazia as delícias da rica filha, na altura uma pré-adolescente. Mas não só. Eu também gostava e cantava e fazia macacadas ao som e mais não sei o quê. E gosto. E lembrei-me e, vai daí, toca de pesquisar. Dançámos na cozinha, usando principalmente os braços e a cabeça, é uma espécie de confinamento, vá, e ficámos ao rubro ao 2:20. Ora espreitem lá.


quarta-feira, 25 de março de 2020

Sim, fui ver a árvore amarela.

Sim, fui ver a árvore amarela. Tirei fotos. Não só à árvore como a Lisboa no geral, é um antigo costume meu fotografar perspectivas lisboetas, mas é que não me apetece publicar as fotos porque Lisboa não me está a ser Lisboa, por ora não. O  meu estaminé também anda esquisito, está muito limpo, livre sei lá de que impurezas, como se agora eu pudesse, finalmente, remover, arrecadar, reorganizar e tudo se manter numa espécie de equilíbrio que não é bem vindo ou tampouco saudável. Um estaminé é para estar em constante mutação, qual inércia, qual quê.  

Durante a tarde

Durante a tarde tocou na Radio duas das minhas canções tristes.
Tocaram de seguida, sem intervalos para locuções ou publicidades fosse ao que fosse. Suspeita de mau presságio...? Ah, não tenhais, pois, por igual a tudo ser, vão vos será.

Graminhas

Setecentos e oitenta gramas de pêras
Quatrocentos e setenta gramas de batatas-doces

A frutaria do nepalês está nas lonas, o que faz, ora bem, com que o próprio também lá esteja. Disse-me que às tantas horas é que lá entravam os morangos e as laranjas. Caraças pá, logo as frutas que mais gosto, pensei eu, e referi que essa hora não me convém, o que, no fim das contas, perfaz um não-convir aos dois intervenientes neste post, portanto: comparticipo eu também naquilo das lonas.

Nunca mais peguei

Nunca mais peguei no livro. E olhem que está juntinho deste teclado de onde escrevo. Que bela oportunidade para me jogar e ler. Encontrei isto*:

«Cody nunca contou nada a ninguém, mas, nessa manhã, sentiu o coração definhar e morrer, todo ele, à excepção da parte que pertencia a Carl Joseph. O irmão mais novo pensava que Cody era o Super-Homem e o Chistopher Robin, os dois num só. À medida que as semanas iam passando, todas as manhãs era a mesma rotina. Carl Joseph atravessava o corredor até ao quarto de Cody, esgueirava-se lá para dentro e ficava de pé ao lado da cama.
- Mano… - Fazia festas no ombro de Cody. - É uma nova manhã.
Cody acordava, pestanejava e encontrava, Carl Joseph.
- Pois é, companheiro. Uma manhã novinha em folha.
'Mil Amanhãs', Karen Kingsbury


*E isto é o cerne da história, há mil amanhãs, dessa ideia nasce uma força centrífuga, tudo pode acontecer. Tudo.

terça-feira, 24 de março de 2020

Amanhã vou ver a árvore amarela.

Não que me sinta enclausurada, que sempre tenho saído qualquer coisa, às vezes porque é assim a vida, às vezes porque é imprescindível. Tenho pensado que esta quarentena contém um bom pedaço de paraíso, se afinal estou a maior parte do tempo sozinha, não preciso de sair, não tenho que falar com pessoas, não tenho, portanto, motivos para deprimir e, ou, entristecer. Voltando atrás, digo bom pedaço porque é bom de prazer e é bom de grande ser. Amanhã vou ver a árvore amarela. O televisor estava ligado num canal de desenhos animados, como tem estado, por vezes, nos últimos dias, ocorrendo isto para variar as vistas ou então porque sim, e serve a presente frase para registar que me lembro da menina sempre que ouço vozes abonecadas. Sério. Amanhã vou ver a árvore amarela.

?*

ah, ponto de interrogação
a dúvida
o eterno sobressalto

*

ah, asterisco
o
não mero
lembrete

E de passeios?

De passeios vamos bem, obrigadinha. A minha cadela está numa fase de desinteresse por grandes passeios. Eu explico. O da manhã, ainda vá que não vá. Pronto, o bicho-cão passou a noite em dormida, repousou, revigorou. De manhã, quando pressente o passeio, toda ela rejubila querendo dizer 'ai ó donos, que bom, que bem me sinto por ir passear e fazer um chichi, um cocó e mais uma data de chichis, muitas e muitas cheiradelas por entre, muitas e muitas olhadelas para vocês, não vá eu perder-vos ou coisa assim'. Contudo, no regresso, e sendo este passeio um dos longos, já vem cabisbaixa, parecendo dizer 'oh porra pá, mas quando é que chegamos a casa? era mesmo preciso virmos para tão longe?'
Há dias vi uma piada nas netes onde aparecia um canzarrão no cimo de um armário de cozinha, como que em negação para mais passeios, que o bicho estava farto de passear, pois toda a família o levava, à vez, para a rua. O balão da imagem dizia: 'estou farto! arranjem uma tartaruga!' O que acontece à minha cadela não é bem isto, embora esteja perto, é que antes de o vírus do momento vir dar cabo dos nossos hábitos, o hábito era somente o passeio da noite ser longo, e afinal a Olívia sempre passeou, pelo menos, três vezes ao dia. Acontece, ainda, que a minha cadela está a ficar velhota, ah pois é. Mas vamos continuar neste ritmo, né cão? Acho que se a minha cadela falasse, ouvindo esta pergunta, mandava-me mas era passear. E eu ia, e vou, mas levo-a comigo.

ainda bem

ainda bem que não guardámos a grande viagem para este ano
decerto que, à conta do vírus do momento, não nos aconteceria, não
abaixo, a captura de ecrã
(modernices do meu telefone, oh vejam lá)
apareceu por conta de um certo post
foi, portanto e precisamente
no lugar das setas lilases que captei as fotos de que falo nesse post
e eu, agora, estou tipo assim mais para os lados das setas cor-de-laranja


Olá! Bem vindos a mais este post! Todos! Mas é que todos!

Bom dia!

Bom dia, sim, que ainda é de manhã. São dez e coiso. O almoço será carne assada. Alguém a cortará cortada em grossas fatias e a passará pela acesa_

↳ e, quantas vezes?, incendiária (ah, vírgulas, amigas das pausas para respirar…) (ah, reticências, amigas do voo da mente…) (ah) ↲

_manteiga. Por junto haverá nhoquis de compra que passarão pelo mesmo processo. De verdes, não sei, mas sei que tenho ali uns cogumelos vindos, ainda, oh vejam lá, da frutaria do nepalês da frutaria. Nesse dia comprei também uma couve-coração. Hum. Alguém se porá a salteá-la. Presumo.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Vi o Tejo

De manhã vi o Tejo.
Foi do cimo de uma via que muito desce.
Estava de prata, e a novidade não é aí que mora, é no inesperável.

Baú

Gosto de ler. Bom, esqueci-me da porra do livro em casa. Sim, outra vez. Há pessoas que lêem velozmente, o que não é o meu caso, e assim ainda menos. Fiquei a escrever, lá no lugar da musa. Tinha saudades de me pôr a rabiscar, de me debruçar sobre uma folha de papel, do simples facto de brotarem ideias independentemente disso a que chamam fluidez, ou fonte de caudal farto, ou manancial imenso. Preenchi uma boa meia dúzia de folhas com rabiscos. Não sei se gosto de ler, ou se gosto da ideia de gostar de ler, ou se gosto da ideia de ler, ou se gosto mas é de escrever, ou se gosto de ler porque isso me instrui e afinal de contas gosto mas é de escrever. Tantos livros, lá no lugar da musa. Milhares, creio. Letras, expressões, criatividade, originalidade. Esta palavra persegue-me. Ori – Gina – Lidade. Ah ah.
|27 janeiro 2016|

asterisco

«tudo supera porque nada importa»*
fácil, fácil - não dar importância é igual a superação

*merece destaque com isolamento

Leitura

Eu olhar para a minha biblioteca, olhei. Eu escolher o livro, escolhi. Eu ler, li. Comecei por ler a dedicatória da autora. Achei-a muito emocional, embora não em demasia. Foi elogiosa, vá, uma palavra muito amiga, parecendo não descurar ninguém. Notei logo a camada elogiosa mas, a bem dizer, não assimilei como lamechas. Mas é. Li um capítulo e meio, para aí. Falo do romance 'Mil Amanhãs', de Karen Kingsbury.
Sempre que escolho livros, isto aquando da compra, não vou em modas ou gostos pessoais de que tenha ouvido falar, sou mais de livros 'pequeninos' porque descreio totalmente que eu – precisamente: eu – goste de um livro pelo 'bom' nome de um autor ou então porque alguém disse que. Aliás, isso até costuma servir para me arredar da compra, quanto mais. Mas pronto, eu, quando compro livros, retiro-os principalmente das prateleiras dos 'pequeninos', dos que afinal não venderam, dos que, por isso, são postos em promoção. Este em particular, comprei-o em Lisboa, na estação de Metro da Alameda, aos 25 de julho (o dia de anos do rico filho, ó pá tóin xiru!) de 2017. Não duvido que tenha sido uma das minhas últimas compras. No mais, eu até acho que a história vai ser interessante, só que, o pouco que li, cheira-me a drama novelesco. Um homem abandona o lar e a família, mulher e dois filhos, um deles deficiente, precisamente por não suportar viver com essa deficiência, sendo que já antes, por ser jogador de futebol, lesiona-se e está naquele impasse de desconhecer se volta ao que era. A pobrezita fica então com dois filhos a cargo, o puto mais velho, perante tamanha cobardia, já está a odiar o pai, e começou a sentir o ódio nos pés e subiu e subiu, a mãe, já se sabe, perdida como só ela sabe, portanto já se sabe. Enfim. O drama é preciso. A comicidade também. Onde está? Se calhar lá mais para a frente.



É. Sou esquisita em leituras, 'migos. Muito esquisita. Mesmo.

No masculino

De repente, ao escrever o post anterior, dei conta que as cores são sempre no masculino. Mas as! cores são as! cores. O azul, o cor-de-rosa, o verde, o cinzento. O branco, o amarelo, o lilás, o castanho, o cor-de-laranja.

Caos

O caos agora é propositado. Pronto, temos para aí meio corredor pintado de verde, mas nem todo ficará verde – e nem será verde de raiva ou de enjoo – haverá partes em cinzento. O caos já habita connosco há anos mas o caos de agora, como comecei logo por referir mas repito, é propositado. Corria ainda o ano passado - concretamente: aos vinte e seis de dezembro - quando me pus a escrever mais uma frase na porta de entrada:

Caótica, a nossa casa, bem sabemos... Foi sem querer.

À conta das ditas pinturas, foram retirados todos os quadrinhos e molduras. Há umas muito especiais, tão especiais que as ponho sempre em lugares de destaque e com visibilidade, por isso as mantenho no corredor. Mas, chegando a hora de as recolocar, gostava de as juntar, fazer como que um desenho geométrico, algo assim. Pensei neste, ó:





Pois é, são os ricos filhos. São fotos que escolhi sob um critério especial, eles eram exactamente assim quando viemos morar para esta casa. Ele: dois anos e dois meses. Ela: cinco anos e um mês. A foto é apenas uma, dupliquei-a porque a uma extraí o cor-de-rosa e a outra o azul, usando, para tal, um dos filtros do meu telefone.

domingo, 22 de março de 2020

Leituras

Posso aproveitar o tempo de permanência no lar - que por ora está caótico e mui necessitado de atenção, mas vá - para encontrar um espírito diferente e ver mas é se me jogo à minha biblioteca e escolho mas é um livro e me ponho mas é a lê-lo. Eu e leituras. Ai. Não consigo isso quase nunca e tenho a certeza que sou assim por conta do tanto que escrevo. É que interrompo, e amiúde, a leitura para escrever as minhas coisinhazinhas. É. E nem sempre… bom, na verdade quase nunca são ideias surgidas do que estou a ler. Quem lê e gosta é pôr-se a ler e pronto, né? Hum. Ok. Vá.
Pesquisei quando terminei o último livro e resultou em trinta de maio do ano passado, passaram quase dez meses. Antes disso, quero eu dizer o livro anterior, terminei-o em dezembro de dois mil e dezoito, um intervalo bem menor, cinco meses, metade. E antes? Agosto de dois mil e dezassete - nove meses. Que lentidão… Deixo texto antigo que bem me demonstra:

Nada de septuagenárias, hoje, no lugar (que também pode ser) da musa, nem nenhuma das outras pessoas que já caracterizei no blogue.
Não trouxe o livro.
Ah, que estranho... Sério?! E por modo de quê, ó Gina, terá sido a desconcentração do costume?
Nem tanto.
Há para aí um mês que não leio e também é por falta de vontade, qual desconcentração, qual quê, desconcentro-me, sim senhores, mas porque me aborreço facilmente das leituras. Não sou leitora, a verdade é essa. Não sou leitora, 'migos.
|30 maio 2017|

Grossuras

Escrito a grosso é aquilo de eu adensar as bolas dos is e dos jotas, os pontos finais, os pontinhos dos pontos de interrogação e de exclamação, as vírgulas, os hífenes, os acentos e, pasme-se, até as cedilhas. Escrito a grosso ou então caracteres para o grossinho. Não, caracteres assim para o grossinho. Estas são questiúnculas de quando escrevo à mão, que seja de notar.

As horas que são

São dezoito e trinta e oito, hora de o dia declinar, escurecer, primeiro um pouco, a luz dando lugar à escuridão, a escuridão eliminando a luz. Enfim, aquilo que em tempos descrevi:
E eu tenho frio. É. Quanto mais escuro vai o dia, mais frio tenho, daquele entre a pele e os músculos.

Até já

E pumba, vai mais uma paneleirice no telefone. Percebi que podia escolher e pôr uma frase que apareceria quando estivesse bloqueado mas aceso, ou seja: apto a ficar operacional. A frase ficaria logo acima do número de passos, que por sua vez se encontra logo acima das horas, que por sua vez se encontra logo acima da data. Escolhi 'até já'. Sei lá, pareceu-me bem, afinal é mesmo um 'até já', pois se me jogo ao telefone é óbvio que é para já que ele se vai iluminar para eu lhe perceber a aptidão e a operacionalidade e, daí, é um pulinho até eu ler o meu próprio 'até já' e me sentir imensamente bem recebida. Juntei o emoji do fecho na boca, que simboliza o silêncio forçado, que é isso o que o telefone sofre quando está às escuras. Mas, quando percebi que fica tudo em pequerrucho e que o 'até já' e o emoji quase nem se vêem, desgostei deste conjunto. Um dia retiro tudo. Quem sabe brevemente, afinal, o tempo, digo eu do livre, agora, há mais.

Saudades

Vou ter, não duvido, mas não tenho saudades de pessoas (pá, das de quem gosto muito, tenho, pronto, mas tipo assim de todos, não, por ora não há um 'geral' desses na minha vida, mas vai haver, oh se vai) tenho é saudades de ir - de ir para o estaminé, de ir a casa dos clientes, de ir ao Ginásio, de ir ver a árvore amarela, de ir andar por Lisboa. Tenho saudades dos meus costumes, é o que é. Não estou iludida, julgando que a vida voltará ao que era. Não. Será diferente, eu estarei diferente, eu e todos, mas tomara já esse tempo.

Isto aqui assim

Isto aqui assim é eu aquando de me pôr de gatas para fazer os exercícios que escolhi. Fazer. Que escolhi fazer. Era para ficar o fazer em frases separadas por pontos finais, que eu cá já se sabe. Achei montes de piada à perspectiva que calhara mediante o lugar que escolhera para fazer exercício e pus-me a jeito de a perpetuar.


(meus)

notei há três ou quatro dias que os olhos têm um vidrado e um delineado que antes não

descrever uma cena e esperar que os leitores me digam o título do filme.......... hum.......... hum.......... hum..........

Filmes! Como se me lembrasse de filmes! Eu?! Bom. Então. Lembro-me de ver uma cena passada na carruagem do Metro (de Nova Iorque ou assim). Ia o casal protagonista em aflição por conta de querer muito e muito adquirir um imóvel mas, sei lá porquê, não conseguiam, mas, sei lá também porquê, conseguiriam se ficassem doentes... Ah, esperem lá, se calhar não era aquisição de imóvel mas como! pagá-lo. Era isso, era. Ou seja, eles adoeciam e seriam ilibados da dívida, algo assim. Então. Nesta aflição, eles falando enquanto viajavam, tentando descobrir uma saída para o problemão, eis que um viajante num banco atrás espirrou. Fez-se-lhes a tal luz ao fundo de um túnel qualquer. Imediatamente se deslocaram para junto dele e inspiraram partículas que lhe saíram da boca e nariz. O mais que conseguiram. E ficaram doentes. Mas não solucionaram o seu problema. Problemão. Já não lembro é como é que acabou o filme. Pá, na verdade não recordo também o princípio. Nem o título. Pois.

Achega:
Tenho esta ideia rascunhada há muito tempo. Mas muito, muito tempo mesmo. Meses e meses. O giro é que parece saída do vírus do momento, mas olhem que não. A ideia chegou-me porque recordo cenas de filmes, esparsas, sem razão ou utilidade, mas não os títulos dos respectivos filmes, de maneiras que poria esses lembretes a arejar, a ver se alguém me revelaria, precisamente, os títulos. Querendo ir mais longe, pois que me lembrassem os actores, os realizadores, o país de origem, a duração, a data da estreia. Enfim, era só dizerem. Esta achega não é um pedido, é um anúncio.

Novos tempos, novas tarefas

Naquele tempo do vai/não vai abrir o estaminé, foi notório que os clientes se andavam a preparar para ficar em casa, aproveitando para fazer coisas que geralmente se deixam nos planos mais abaixo. É que, vamos lá a ver, pintar a casa e limpá-la a fundo não é sempre, né?


É.


Nós por cá, além de estarmos todos bem, obrigadinha, andamos também de roda dessas questões. Havíamos mandado vir a tinta também por essas alturas do vai/não vai, munimo-nos de tudo o que é pincel, trincha, rolo, tabuleiro, fita de proteção, detergentes, panos e toca de.
O Luís anda a pintar o corredor. Escolhi – sim, fui eu que escolhi – um lindo tom de verde, que, oh vejam lá, se chama 'verde árvore', do qual tínhamos medo, confessamos, mas que, afinal, oh vejam lá, é lindo. Lindo! Nem todo o corredor vai ficar verde, haverá partes em cinzento, que é, tanto para acabar com a tinta que sobrou de pintar o quarto da rica filha, como porque fica giro e, ou, ainda, porque sim.
Eu ando de volta de limpar interiores de armários e paredes e todo o comum viver de vida doméstica, lavar roupa, estendê-la, lavar louça, arrumá-la, apanhar roupa, dobrá-la e arrumá-la. Hei-de jogar-me a cortinados não tarda, que os pobres bem precisam, vidros, que como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, estão sujíssimos, naquele estado como que em filtro blur no seu máximo, como já em tempos registei no blogue - daí presumir que vocês sabem disto, mas pronto, não sabendo, já sabem, eu gosto de vocês na mesma.
Enfim. Parados, nós não estamos, não. Por junto, os passeios com a cadela são mais demorados e ainda me ponho com pranchas e flexões e mais não sei o quê.
Se tenho visto mais tv, se tenho escrito mais, se tenho lido mais blogues?
Não. Essas partes da minha vida estão do mesmo tamanho. Já antes via pouquíssima tv, lia pouquíssimos blogues, e escrevia aos bués. Se bem que ontem acrescentei dois blogues à minha lista, mas descreio que isso se deva ao estado actual desta nação, que doente vai um pouco, deve-se àquela coisa que se chama 'porque sim'.

O aspecto vai ressentir-se. Não. A beleza vai ressentir-se. Vou ficar peluda (de pêlos e peles) e guedelhuda (de cabelos).

Não sou de grandes preparos de beleza mas é claro que usufruo de uns quantos. Habituei-me à pedicure e à depilação feita por pessoas que não eu. Para já, ninguém, nem mesmo eu, me corta as unhas e apara as peles dos pés como a Carminho. Para depois, ninguém me acaba com a penugem - que não desejo ter - como qualquer uma das meninas do salão talicoiso. A esta última questão de beleza, posso até acrescentar que me valho de ajuda porque, simplesmente, muito simplesmente mesmo, não consigo infligir esse tipo de sofrimento a mim mesma e não por desconhecer os processos. De maneiras que sim, vou ficar peluda (de pêlos e peles) e guedelhuda. Selvática. Cavernosa. Com tudo - e por afortunada ser – estive, não com a Carminho como com a menina que me calhou, precisamente na semana antes de ser aconselhada a reclusão domiciliária, significando isto que essas áreas estão, por ora, tipo assim mais ou menos, só por dizer que o cabelo é que não, se já estava precisado de corte há quinze dias, imagine-se agora. Não tarda volto aos tempos de juventude e corto-o eu. Começo pela franja, que é o que mais incomoda, e depois jogo-me ao resto. É. Ai é, é.

A serra e a cidade

Quando os passeios com a cadela têm como destino a serra, vejo por vezes perdizes correndo e, em algumas dessas vezes, uma correnteza de perdigotos atrás, correndo também. Hoje vi uma na cidade, em cima de um muro rente à estrada, estrada essa que, em tempos que já quase esqueci, era bastante movimentada. E lá estava ela, a perdiz, como que posando para mim. Luzidia. Fresca. Como a manhã. Que imagem fantástica posso guardar na memória para todo o sempre. Levantou voo quando a cadela se aproximou. E assim ficam os momentos. Na memória. No blogue. Na memória do blogue.

Bom dia!

Às sete da manhã de um domingo de quarentena, é claro que, o pedaço da A8 que da varanda avisto, vai estar sem carro nenhum. Dá pena, choque e saudade. Entretanto tenho o chá a arrefecer e o pão a torrar. Até já.

sábado, 21 de março de 2020

À conta do

À conta do (supostamente) tempo livre ainda não vi filme nenhum senão, há pouco, a parte final do 'Favores em Cadeia'. É incrivelmente triste e deprimente. No entanto é atractivo que se farta. Há na tristeza um certo magnetismo também, e também um certo romantismo. Quero dizer, romantismo há até bastante. E até magnetismo, vá. Uma vez li um pensamento, algures, de algum escritor ou personalidade cujo nome não recordo, que dizia assim:
'cuidado com a tristeza, ela vicia'
Pois vicia. E contagia. Como ser diferente de outro sentimento qualquer, né? Afinal a gente ri e rirmos faz outros rirem... né?

As horas que são

São 19:03
Fossem 21:03 e era a data de hoje, 21 do 3
De 2020
Ao manuscrever o 2020, indo o zero do dois, a perninha de baixo do 2 arrasta-se até ao começo do 0

Mas que oportunidade

Mas que oportunidade espectacular para espetar uma foto no blogue que é, ainda, oh vejam lá, do tempo das férias do ano passado. É uma panorâmica e, vocês gostando de mim, que eu bem sei que gostam de mim na mesma e tal e tal, hão-de gostar de me ver, não só a dobrar, como de capacete enfiado nos chamiços. Há até partes da mota que tão longe nos levou. As panorâmicas têm esta questão: enquanto a lente vai andando e andando e andando ao redor da paisagem que se quer congelar para todo o sempre, acaba por algo ou alguém se multiplicar, e foi isso o que aconteceu aqui. Eis então uma Gina de telefone em riste, captando quem a captava, e outra meramente atenta a, precisamente, quem a captava. Mais belá belá belá abaixo da foto.





Tenho mais uma data de considerações que quero que acompanhem esta foto:

foi tirada aos 13 de junho de 2019, às 21:01
latitude 49; 35; 12, longitude 2; 3; 44 e altitude 283, 55
bem próximo à vila de Blicurt, em França
antes (ou então depois, sei lá) tirei eu própria várias fotos, colocando
uma neste post e três neste


Desde o tempo em

Desde o tempo em que todos parecíamos antivírus, anda-me um tópico apontado no bloquinho rudimentar onde consta, simplesmente, Maria.
Nota a meio do princípio: quem viveu a infância ou juventude (velhice não dá, 'migos) nos anos setenta notou que na frase anterior há um trocadilho. É ainda de notar nesta nota que foi sem querer, primeiro escrevi-a e depois é que a notei.
A 'Maria' apareceu por conta de o senhor do Banco, um dia já lá longe, avistou-me logo à entrada e cumprimentou-me com nome. E não foi Gina. Foi o outro nome, o do CC. Fê-lo porque, digamos, quis mostrar serviço, ah e coiso, olhe que eu sei muito bem quem é, já viu, até sei o seu nome e mais não sei o quê. Compreendo. É o meu nome. Do qual não gosto. De maneiras que pedi ao senhor que, portanto, me chamasse Maria. Isto, não sem antes lhe contar a história da minha vida, claro, já se sabe que toda a gente a escuta com enorme atenção. 

Maria, sorrisos:
Olá Gina.
Gina, devolvendo:
Olá Maria.
Gina Maria manda cumprimento:
Olá senhor do Banco.

a menina fez duas cópias

pandemia
surto de uma doença com distribuição geográfica internacional muito alargada e simultânea

epidemia
doença que, numa localidade ou região, ataca simultaneamente muitas pessoas


dicionario.priberam.org

like a cupcake: raspberry with lemon curd on top

O mundo

Já me tenho encontrado com uma ideia gira que gira em torno da ideia de que o mundo nada me deve. Mesmo tendo apresentado a ideia num tolo rodeamento, é controversa, e a controvérsia é, também e sempre, rodeante. Pá, não se sai disto, né?
É.
O mundo não me dever nada é igual a nada esperar de ninguém, o que me deixa o espírito leve. Essa leveza faz-me receptiva. Mas. Mas. Mas. Mas. Há que fazer a minha parte. Mas. Mas. Mas. Mas. Infinitamente. Pá, não se sai disto, né?

Bom dia!

Fui estender a toalha de mesa e ouvi os passarinhos. Não digo que parece Primavera porque só pode parecer, afinal é cá que ela está, ademais os passarinhos cantam quando querem e porque sim. Au eva, havia um solando do outro lado da casa, antes de eu me levantar. É assim todos os anos, não é novidade, o passarinho é que deve ser outro.
Fiz sumo de tangerina, usando muitas e muitas tangerinas. O Gualter foi quem mas ofereceu. Um sacão delas. Ora, como são (eram!) um bocado secas, precisei de muitas.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Gina, numa relação com o supermercado.

Abalei de casa à hora do costume, na disposição de ir às compras ao supermercado, só por dizer que hoje é sexta-feira, sendo o meu costume aviar-me aos sábados. Isto é coisa acontecida por conta do vírus do momento, pois que, à conta dessa porra, tenho a minha vidinha laboral um tanto ou quanto alterada. Bom, adiante, que para trás não vai dar. Encarei a demanda e 'bora lá, ó Gina. Um dos parques de estacionamento estava barrado mas não o do meu costume e, esse, atravessei-o malucamente porque gosto de pisar riscos no chão, principalmente quando, e se, não fui que eu os fiz. Uma das entradas estava barrada e na outra estava um segurança posicionado diferentemente, não lá dentro, de lado, mas cá fora e de costas para o corredor do espaço comercial. Ofereci-lhe um 'bom-dia' vocal e acrescentei a pergunta: 'posso entrar?' e ele, sem ressalvas ou avisos, disse que 'sim'. Ora pois, adentrei e percorri. Encontrei o silêncio. As pessoas circulavam caladas e sem pressa, como que à cautela. E de máscara, algumas. Numas notava-se-lhes mesmo o quererem largueza. Enfim, por mim tudo bem, eu até, pronto, tudo bem, mesmo, quero lá saber se não me querem por perto, oh.

Comprei coisinhas, claro.
Se precisava mesmo mesmo mesmo de ir hoje às compras?
Eh pá, não. Dava para adiar mas adiantei-me porque me dá jeito e dar-me jeito tem sempre a ver com umbiguismo.
Se eu, sempre tão sorrateira e desacompanhada, sinto isso do umbiguismo?
Claro! Tenho um lbogue… ai perdão, blogue!
Se açambarquei? Se me pus à frente?
Não e não.
Se marimbei para a cortesia que me caracteriza?
Não, precisamente porque me caracteriza.

Na fila para pagar tentei manter a distância recomendada e folguei, assim sempre podia falar mais à vontade com o meu telefone. Sim, nessas alturas, as de gravação, costumo estar sobretudo a falar com o telefone, não é com ninguém. Entretanto, durante a circulação pelo supermercado, percebera que as pessoas podiam, sim, entrar aos pares.

Há papel higiénico mas não há fermento de padeiro. Trouxe um maço de lenços de assoar, uma nova coleção, são seis, mas isso já é o costumeiro número de pacotes em cada maço.
Dois têm um parzinho debaixo de um chapéu-de-chuva. Vêem-se da cintura para baixo porque o chapéu lhes corta o resto. Ah, estão de costas. O chapéu é azul, as roupas deles são: ela, calças azuis e camisola cor-de-laranja; ele, calças pretas e camisola vermelha. Compondo o cenário, e a fazer de pingos de chuva, estão corações em vermelho e azul.
Dois são com casinhas fofas e, de tão fofas, parecem de brincar. As formas são variadas, há inclusive torres. São todas diferentes, nenhuma casinha ou torre é igual a outra, há janelas com cortinas e até os telhados são diferentes uns dos outros, e há um que têm neve a escorrer e outro no bico do telhado.
Um tem um chapéu-de-chuva vermelho e amarelo em gomos alternados e um par de botas de borracha nas mesma cores, cuja sola é preta e tem um desenho no cano também em preto. Aqui a chuva parece-se com pingos, grosso que eu sei lá, não só nas cores do chapéu e das botas como em azul e preto.
Um tem chávenas e canecas. Dois parzinhos de chávenas, comparando o tamanho das demais presumo que sejam de café, há também uma dessas mas solitária - perfazendo assim três - uma caneca altíssima, duas com pé e chantili no topo - portanto é cappuccino - uma chávena almoçadeira, uma de chá - esta tem até a etiqueta pendurada do bordo, o que indica o repouso da saqueta - uma chávena para meia de leite e , finalmente!, uma caneca normalíssima, banalíssima, digo eu daquelas para beber leite simples ou um belo café com leite. O cenário deste pacote são meros cristais de gelo, em branco.
De resto, todas as cores são fortes. Todas. Até o branco. Sei lá, visto daqui parece um branco cheio de força e querer saber.

Sonho

Sonhei que estava no Ginásio e ia ter uma aula de grupo. A professora entrou com o à-vontade que lhe é característico (não são todas/os assim? ou por outra: não têm que ser todas/os assim?) e anunciou que íamos ('íamos', eu bem digo que os meus sonhos estão sempre cheios de gente…) fazer uma aula personalizada. Ser personalizada, neste caso, era que ela vinha tomar as pernas de todos os alunos para avaliar se caberiam numa caixinha. As minhas não cabiam. Senti-me com doze anos. Ou com vinte e sete. Ou quarenta e nove. Tenho cinquenta e um e nunca, como agora, coube dentro de tantas e tantas coisas.

Ia o vírus

Ia o vírus do momento ainda na sua mais reles incipiência, quando o meu colega se deslocou a casa daquela cliente que no blogue cognominei de Bebeu (é ver aqui), a dita senhora foi logo vindo com o sabão A&B (vulgo azul e branco, eu é que gosto de inventar), toalhinha limpa e mais não sei o quê, para o meu colega se desinfectar. Não se importa? - Perguntou ela. E ele que não, pois claro. Entretanto, estando o meu colega precisado de alguma coisa que fizesse as vezes de uma cunha ou algo assim, a senhora dona pôs-lhe à mercê uma gaveta cheia de pedacinhos de madeira variados, tanto em figura como textura como velatura (esta última é para rimar, eu queria era dizer cor, mas cor não rima, de maneiras que, por portas e travessas, a verdade é que velatura fica bem e, vá lá, vá lá, rima). E eu já nem sei onde é que ia com este post, onde é que este post me levava. Comecei-o por conta da estranheza. Ah, já sei! É que o meu colega disse que eu ia gostar de ver aquilo. É que eu tenho pena de não ter visto aquilo. É que não combina a aparência da pessoa com a acumulação. É que as pessoas, no matter what, independentemente de, seja lá como for, contêm sempre, sempre sempre sempre, estranhezas dentro de si. Olhem, por exemplo, o homem que toma conta do seu restaurante, um de que já tenho falado no lbogue… ai perdão, blogue, é expedito até dizer chega, tem sempre resposta, e das boas, há até umas que são mesmo boas, parece que nada de mal lhe vai acontecer, que tudo supera porque nada importa (olha, esta frase está gira…) e, no entanto, anda todo acagaçado com a porra do vírus. Aquele ao qual eu chamo o do momento. É. 

Capicua

Nada como começar o dia de escritos no blogue com o sete milésimos septingentésimo septuagésimo sétimo post.

















… né?









E que, traduzido para uma aparência mais conforme, é o post número 7777 e acabou a conversa. Ah, e é uma capicua, como acabei de intitular, que este post é todo especial, leva explicação da ordem pela qual foi feito e tudo. Ah, outro 'ah', não sei se o faustoso número está bem conseguido em seu modo ordinal, mas, segundo pesquisa intensa desta que vos escreve, está.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Lisboa, 19 de março de 2020

Tudo indica que estou a viver o último dia de soltura, não tarda mandam fechar-me em casa por conta do vírus do momento, não sem antes fechar o estaminé. O meu estaminé fechado, oh.
Bom.
Então.
Fui ver (e despedir-me d) a árvore amarela. Ia esperançada de lhe ver as folhinhas muito verdinhas, só que não, afinal não se alterou nada desde a última vez, o que até lamento, uma vez que o mais certo é revê-la somente daqui por umas semanas.
Lisboa está ainda! mais deserta. É indescritível o silêncio que lhe ouço. Não, não sei descrever, mas talvez seja uma solidão falante, algo assim, o que ouço vir desse silêncio.
Tirei fotos à rua mais bonita de Lisboa. Está toda muito verdinha. Cumprimentei as meninas-estátua. Sentei-me no banco hater e tirei-lhe fotos. Tem em si sulcos que, eu querendo, vejo como crateras. Tirei fotos ao poeta, por ora não muito tapado pela folhagem recém-chegada.
O meu colega contou-me que o Ângelo lhe disse que o ar está mais limpo, costuma reparar nisso em agosto mas agora nota mais ainda. Agosto é quando também meio país pára, ah pois, mas nunca notei essa limpeza de ar, pensei eu.
Uma vantagem das filas que se vêem às portas dos supermercados, notei hoje, é parecerem maiores do que na realidade são, afinal as pessoas distanciam-se cerca de um metro para cumprir as regras que visam diminuir o risco de contágio. Comparei a fila a um elástico humano ou coisa assim e achei piada à ideia. Quem sabe estas coisas contribuam para que no futuro já não tenhamos que estar em filas com o 'elástico' todo por esticar. É que há por aí umas pessoas, oh porra, cheguem-se para o lá, não para o cá, tá?
Fui ver a estátua que (me) sorri mas que não (me) sorriu. Dantes, ali, cheirava a comboios, mas hoje não. Às tantas o Ângelo tem razão naquela ideia que deu, a do ar limpo. E olhem que vi vir de lá um, veloz, e o cheiro não me chegou, nem por indução da minha mente.
Junto ao lugar (que também pode ser) da musa - um deles, afinal são vários, mas este em particular é aquele que tem um trio de bancos de rua junto a si – ouvi alguém a tocar piano e lembrei-me de uma coisinhazinha ocorrida na última vez que dei entrada na casa dos que estão ao rés da idade adulta e que ainda não registei no blogue. Para começar, o 'petiz', o do cumprimento habitual, fê-lo da mesmíssima maneira, mas sorriu. Sério. Sorriu. Retribui, claro. Depois ouvi-o tocar viola, lá do quarto, o que valeu de muito. Mas é que mesmo mesmo mesmo. 
Passei de novo junto da árvore amarela. Tudo bem e tal, mas notei umas folhinhas despontando. Jamais saberei se lá estariam da vez primeira e eu é que nem reparei, ou se despontaram depois do calor da tarde. Tirei fotos mas não me satisfazem.
Sentei-me no banco hater. Outra vez, pois foi. Agora circulava mais gente, ainda assim menos do que em qualquer uma das quintas-feiras que já passaram. Tirei-me uma foto mas não me apetece publicá-la. Aliás: não me apetece publicar nenhuma das fotos que menciono neste post que tirei. Claro que este meu modo pode ir-se embora. Vamos todos ficar na dúvida, tá?
Fiz, presumo, as últimas compras no nepalês da frutaria, isto antes de a vida se me normalizar:
seiscentos e cinco gramas de couve-coração
seiscentos e quarenta gramas de curgetes
quinhentos e cinco gramas de cebolas novas
novecentos e noventa gramas de bananas
trezentos e vinte gramas de cogumelos

quarta-feira, 18 de março de 2020

O que são vírgulas?
Vírgulas são sinais que dão cor, brilho, sabor e intenção aos textos, ó Gina.

Não é lá muito comum não saber o que escrever. Mesmo. Com tudo e por tanto, pode acontecer não saber e, se, e quando, não sei o que, melhor fora que não, o mundo não precisa de ficar conhecedor desse meu estado. Mas escrevo. Escrevo minudências. Sobretudo minudências. Mas, quando não sei o que escrever, ainda que raro seja, decerto não será nessas ocasiões que vou encontrar gigantes assuntos. De resto, bem sei que jamais encontrarei um assunto gigante, pois se, na verdade, não os procuro e, às minudências, não dou vazão. Não. Melhorando: De resto, bem sei que jamais encontrarei algum assunto gigante, pois se na verdade não os procuro, e às minudências não dou vazão, como encontrá-los?

Anverso

Digo anverso porque o reverso também tem rabiscos e é aquele que quero a protagonizar a foto, não este.


Deprimente

Não cheguei a achar deprimente porque um trabalho não pode, de maneira nenhuma, ser deprimente para quem o não está a fazer, mas estive perto disso enquanto observava o funcionário de uma fábrica de pão (e afins) a certificar-se de as bases de pizza estarem todas com o mesmíssimo diâmetro. É que, e sei lá eu por que caso ou figura, as bases tinham que sair dali exactamente iguais. Digamos que é o 'problema' das fábricas, sair tudo estupidamente igual. Eu cá, no que toca a fornadas seja lá daquilo que for, vivo na rebaldaria, folgo que assim seja, pois folgo, e sai-me tudo estupidamente desigual.

Repelência

Conto com a minha repelência, pois se sou repelente para com os humanos hei-de sê-lo também para com o vírus do momento. Olarila.

O vírus desafogado

É deveras irónico que por conta do vírus do momento tanto se produza a partir de casa e eu e o meu colega tenhamos como principal cunho profissional precisarmos de entrar na casa dos clientes e mexer nos seus pertences para subsistir. É, o online não funciona connosco, quiçá por isso ninguém nos tem requisitado serviços ao domicílio. De resto está tudo bem, continuamos saudáveis e quês. É um desafogo, numa era em que a saúde é (mesmo!) o mais importante, é um desafogo estarmos aqui para as curvas, e curvas saudáveis.

Post 7770

(ó pá tóin xiru este númbaro!)

tirei, logo de manhã, esta foto à janela do meu quarto
gostei
do sol que o estore não estancou e
cliquei
ei
ei
mas ficou tudo a preto, quais filtros solares, quais quê
visto assim, filtros solares tomam todo um outro significado
'todo um outro'... ah ah
experimentei vários filtros no telefone, não fosse conseguir, pelo menos, alguns contornos
mas não
consegui foi que ficassem, à vez, em cinzentos
cinzento claro, cinzento muito escuro, cinzento azulado
eis-la (…?)
ei-la, a foto mais significativa que tirei até hoje, e sem filtros:


terça-feira, 17 de março de 2020

Vem aí o autocarro!

Se olho para o subir da rua tal e vejo as traseiras dos carros, acho que ver as frentes é que era.
Se vou na estrada e vejo a marca do carro espelhada forço-me a pensar que a avistei através do espelho retrovisor, mas. Eh pá, mas.
Mergulhando agora no comum dos meus dias, se espero o semáforo verde, quando peoa, o meu olhar finca-se no sentido de trânsito que não tem que parar para eu atravessar. Por isso é que, no outro dia, estava eu nestes estranhos modos, quando ouvi alguém avisar-me: cuidado! Estava, não só rente à estrada, como a olhar para o outro lado. Era um autocarro que vinha rápido e bem próximo do passeio. Ai desfazia-me a mona, desfazia. Fica aqui o agradecimento por escrito ao já exposto alguém – obrigada. E sim, agradeci presencialmente também, nem todos os dias tenho oportunidade de me desviar de um desfazer de mona.

Comigo está tudo. E contigo?

'Olá, tudo bem?'
Ei-lo, o deste dito, o que está ao rés da idade adulta. Porra, desta vez o especial cumprimento demorou uma beca. É, inclusive, cada vez mais especial, um dia rebentamos com a escala, né 'migo? É, diz ele. Cá na minha cabeça, diz. Olhei-o destemidamente por entre mútuos cumprimentos, quais nha-nha-nhas, quais quê. A ver é se não me calha como ginecologista, numa dessas curvas da vida, que são também especiais pela via do acaso e da surpresa. Ou cardiologista. Já agora, se não for pedir muito ao acaso, cardiologista também não. Ao Acaso, quero eu dizer.

Sonho

Sonhei que encontrei uma (não muito) conhecida no Ginásio e que ela me reconheceu. Simpaticamente, convidou-me a ir com ela para casa, que jantava lá e tal e tal. Já sabem o que há de mais comum nos meus sonhos, né...? Isso mesmo, há muitas pessoas. Vai daí: havia muitas pessoas na sua casa. O jantar era uma sopa toda maluca, receita que ela trouxera do Vietname – duas taças, uma com grão cozido e outra com uma espécie de farofa. Ao princípio tudo normal com o aspecto do grão, logo depois ficaram verdes. Entretanto, o marido desta minha (não muito) conhecida apareceu. Era um homenzarrão, tipo índio mas em velho. Quando fui para o cumprimentar ele abraçou-me com vontade e eu notei-lhe uma costela saída. Esse toque fez-me impressão mas abracei-o de gosto.

Post sexual

A lata de tinta de esmalte diz-me, eu lendo, que tem um 'excelente poder enchedor', e isso é ter uma grande lata, acho eu. E sim, era mesmo sexual que eu queria chamar a este post, podia era ficar-me pela 'grande lata', só que não, como vê-se que se vê.

Factura

O cliente trouxe uma factura como comprovante previsto para o propósito que o levou ao estaminé e... A factura era extensa - continha, não só o artigo que realmente nos interessava, uma lixadora mouse tal e tal, como, por ter sido adquirida num supermercado, vinha acompanhada, por exemplos – sim, plural – margarina, feijão verde, uva preta, marmelada, dentre muitas, muitas mais coisas.

Assinatura

Assino eu também, mas antes da foto e de outra maneira, assim
A árvore mais junto à lente é a primeira que encontra do lado direito quem desce a rua mais bonita de Lisboa
A árvore mais afastada da lente é a primeira que encontra do lado esquerdo quem desce a mesmíssima rua, esta árvore tem ainda a particularidade de ser a ex-arredondada


segunda-feira, 16 de março de 2020

Elevação

Num dia da semana passada escrevi no meu canhenho que no café barra mercearia estava um senhor a contar da hérnia e um outro elevou o tema a insuportável, revelando que tem três, uma na lombar e as outras não ouvi onde.

Diário das expressões

Loures, 4 de fevereiro de 2020
No primeiro post onde refiro a árvore amarela como sendo a árvore amarela – digo isto porque há um outro post em que a refiro mas sem a ter ainda cognominado – conto que a conheço há anos mas na verdade tinha passado somente um ano. A primeiríssima vez em que a registei no blogue fi-lo aos 13 de outubro de 2010, mas sem o tal cognome, o de 'árvore amarela'.
Bom.
Então.
E por que é que a árvore amarela é a árvore amarela? Porque nessa data (13/10/2010) se apresentava amarela, mas de um amarelo intenso. Sério. Estava linda. Linda! Ó:





Apaixonei-me pela visão e, em anos seguintes, pus-me à coca, a ver se se desenvolvia em cor como nesse Outono. Só que não. Mas é que nunca mais. Contudo, não esmoreceu o meu interesse, que é lá isso.
Lisboa, 16 de março de 2020
Há tanto tempo que não venho estender este assunto, oh quanta vergonha sinto. Mais ou menos, quero eu dizer, a vergonha que sinto é para comigo, afinal propus-me desenvolver estas questões e tenho falhado, mas é para comigo.
Bom.
Então.
Pois não, não esmoreceu, o meu interesse em acompanhar toda a vida da árvore amarela. Mas é que nunca. Nunca. Todos os anos ando de volta dela, se é quase Primavera (como agora), se é quase Outono, mas não só, observo atentamente no pino do Verão e durante todo o Inverno. As questões é que, com o rodar do tempo, vão, precisamente, rodando. Se é quase Primavera, como agora, permaneço expectante, qual será o dia em que vejo folhinhas verdinhas e jovenzinhas? E registo no lbogue... ai perdão, blogue, claro. Se é quase Outono, fico a vê-la despir. Os dias passam e a árvore vai ficando vazia e cinzenta. Triste, portanto. Se é o pino do Verão gosto de ver escurecer os verdes, há uma altura em que as folhas como que encolhem, costumo dizer que emagrece porque já não me parece frondosa. Se é Inverno, pois que a olho e lhe sinto a tristeza. Que geralmente é mas é minha. É o tempo de estar nua. E triste. Mas agora não é esse tempo, agora é quase Primavera.


Este post é continuação daqui.

Ela (não) escreve a vermelho

Morreu a caneta que muita gente acompanhou aqui no estaminé. Ele era eu e o meu colega, ele era clientes e amigos, ele era visitantes e até fornecedores, tudo a crer que a caneta escrevia a vermelho e, isto, (ai ca vírgulas mai bem matidas pá) porque a tampa e a cinta (ai ca palavra mai bem esculhida...) são vermelhas. Mas escrevia a azul.

Lisboa, Lisboa

Andei por aí, ostentando esta tez saudável com o destemor que me é característico em situações de risco um tanto ou quanto invisível. Lisboa está deserta, oh porra, se está. É que nem agosto parece, falta-lhe, para já, o calor, para depois, sei lá. A foto abaixo parece até bem quentinha, e foi tirada numa hora quente, numa rua quente, mas não estava calor nenhum.

Lisboa, 16 de março de 2020

Em dia ventoso encontrei uma folha descansando em fofa cama. Mas quiçá não se demore o descanso, ou a fofura, precisamente por conta do vento.




Mais à frente vi o mapa mundi, mas em estreito, não em largo.





Antes, tinha estado a ver o estado da árvore amarela, se teriam nascido as folhinhas, ou então não, e considerei que não, considerarei que sim quando lhes vir um verde bem verdinho, bem infantil, não é, ainda, o caso. Deixo foto.





O cravo e a ferradura

A rica filha dirigiu-se assim ao bicho-cão:
Olívia, tu és linda. Cheiras mal da boca, mas és linda.

Lenços de assoar

Assoar o nariz pacificamente, é a gente esconder-se para o fazer. Já dignamente, não sei. Entretanto, de novidade, neste caso não descabida ou tampouco aleatória, já ostento o pacote de lenços com peixinhos contornados a branco - ou lá como foi que lhe chamei - e antes havia passado pelo das zebras, que têm as riscas brancas - aqui, nada de especial se passa, só que vai-se a ver... - e cor-de-rosa, sem que vos tivesse feito saber. 'Sem que vos tivesse feito saber' parece-me estranho, mas vá.

Planos

Passar-me para o quinto plano, levando o problema comigo e, daí, largá-lo em maneiras de o deixar cair lá para o plano vigésimo sexto, ou coisa assim.

Bom dia!

domingo, 15 de março de 2020

Despedida

E pronto, a menos que à brava e carismática Capitaine Marleau lhe surja mais trabalho e portanto mais temporadas, eis que me despeço desta gireza que me dispus a fazer. Olhem que era mesmo giro, ó:
As primeiras vezes memorizei algumas frases. Ficava com elas na mona, dando atenção ao filme em simultâneo, uma montanha-russa cá dentro. Daí que, por essa altura, as frases não serem tantas quanto isso. Afinal uma pessoa tem cabeça, afinal uma pessoa é grafómana, mas pronto, pá, a cabeça é uma, não trinta.
Depois passei a rabiscá-las. É certo que os erros ortográficos eram imensos, eu sei lá escrever em francês?! Pois se quando rabisco as minhas coisinhazinhas no bloquinho rudimentar, tenho vezes em que não me entendo, imaginem em 'francês'!
Entretanto passei a gravá-las no telefone e a minha vida transformou-se - era falar, parler, belá belá belá e, havendo tempo, digitar o que, numa linguística rudimentar, registara. Quer dizer: rudimentar é eu a ser condescendente para comigo, porque ouvir-me era o horror num grau bué lá em cima, tipo assim todo vermelhão, de rebentar - cabâum! 
Para rematar esta interessantíssima temática, deixo ainda a saber: qualquer um destes métodos foi construído no telefone, aproveitando-me da extraordinária facilidade com que o teclado swift não sei quê... Key, SwiftKey, dentre várias paneleirices, tem de sugerir palavras em várias línguas, e eis que eu, ali por alturas da grande viagem que fiz o ano passado, escolhi o português, o francês e o inglês. Então vá, para usar uma frase da Capitaine Marleau...

Je vous laisse. Bonne route!

Camisola cor-de-rosa

É comum o cabelo tapar-me as feições. Sei lá, é uma cabeleira à toa, pouco convicta, posso até dizer rebelde, sempre fica giro. Também pode ser, simplesmente, porque está demasiado comprido, porque há vento, porque sim, porque. Sei lá. A rica filha diz que a faço lembrar a Jennifer Aniston (hum, nada mau), que ela aparece nos filmes com o cabelo na cara por conta de não o pôr atrás das orelhas, não vá criar jeitos parvos e mais não sei o quê. Mãe – disse ela - no outro dia eu estava a ver um vídeo teu e tu tinhas o cabelo na cara. Pareces a Jennifer Aniston (cá está). Fiquei curiosa: - Tu vês os meus vídeos? Qual era? - Respondeu meio hesitante: - Era um em que tu falavas do blogue. - Mas logo se apressou em informação segura: - Tinhas uma camisola cor-de-rosa, essa que tens hoje.





Posta-restante:
Em outro dia...
- Mãe, tira o cabelo da cara, mãe. Pareces o Justin Bieber.

O saco. Ou o bolso.

Tenho um saco de andar com coisas a caminho de casa e do estaminé. Pronto, sabem como é, a pessoa vive, faz, é e há coisas a transportar. É um daqueles sacos que se podem dobrar para dentro de si mesmos - acho que 'ensimesmados' fica aqui bem. Quando o saco está aberto vê-se-lhe um bolso, que é o seu receptáculo, e isto quando o quero ensimesmado. Ora, para ficar, não só ensimesmado como, ainda por cima, fechado, uso o fecho e fecho-o. Vai daí, o giro deste post, o que eu quero mesmo mesmo mesmo registar é que o fecho é multicolor nos dentes porquanto o saco já estava prontinho a se ensimesmar, digo eu lá na fábrica dos sacos de onde veio, quando levou o banho de tinta a fazer de florido, e ambulante, jardim. É, portanto, verde e rosa, ou rosa e verde, dependendo da perspectiva. Para mais: o bolso deixou de existir durante a manhã de um destes dias de março – começou a descoser-se e eu não fui de modas – original como sou, como ir em modas? - descosi o resto e foi, precisamente, aí que notei os coloridos barra iridescentes dentes do fecho do meu saco de andar com coisas a caminho de casa e do estaminé. Para finalizar, asseguro que o meu saco não mais se ensimesmará e eu quero ver se o plagio nesta questão. Eu, Gina Maria, não mais me ensimesmarei? Melhor ir, então, em modas, ou coisa assim, já que anda tudo a rir e a rir.

Tirei uma selfie neste lugar

Primeiro
Tem um verde campo com papoilas. É uma pontilhação véri véri colorida e há céu que se vê por entre nuvens não muito brancas.
Segundo
É um lago em tons de pôr-do-sol (ou nascer, sei lá), há um monte, ou dois, duas árvores no horizonte e outras três, também no horizonte mas mais distantes do lago. Tudo isto está reflectido no lago. Há nuvens, que são âmbar, umas, e bem escuras, outras.
Terceiro
É uma paisagem de aprovisionamento, tem uma boa meia dúzia daqueles rolinhos (rolões, vá) de palha. Há árvores, mas de localização indizível, e o céu está lá, vê-se, e as nuvens são todas brancas. Os ditos rolinhos, ao serem cortados do solo, fizeram um caminho que sai do meio do quadro e segue numa diagonal pouco convicta.
Quarto
Quase parece mais do mesmo mas esfalfo-me para não ser, e isto é muito mais do que querer fazer parecer que não o é. Então vá: há um sol radioso bem no meio, tipo assim um feixe mas ovalizado, tem o tal do horizonte, a tal da árvore encimando a linha do horizonte e um céu bem escuro. Ah, a árvore está ao meio do meio esquerdo.
Quinto
Tem movimento no céu e o modo como a nuvem mais escura se apresenta, ao canto superior direito, cortado rudemente, uma vez que o quadro, a dada altura, acaba, contrasta com o quase apaziguamento que as outras nuvens, que são brancas e pequenas, o que as torna como que inofensivas. E depois há a árvore, que, por única ser, parece solitária. Ou quiçá o enquadramento tenha sido forçado para assim parecer, quiçá o autor tenha deliberado.


Estive outra vez neste lugar e tive portanto a oportunidade de me certificar se as descrições que fiz acerca dos quadros expostos na parede eram fiéis. É que da outra vez apontei no canhenho e, ao passar para o blogue, melhorei o discurso - como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, escrever em directo num caderno não é igual a escrever um texto através de um teclado e, quando fiz essa transferência, pois sim, fiz alterações. Que estão de acordo.