terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Boa noite de ano novo e Bom Ano Novo.














Inverno

O sol, por ora, o mais que faz é tocar levemente neste hemisfério.

Frio

É um frio que não é exterior, que fui eu que criei e que portanto sou eu que tenho que eliminar. E não, não passará com camadonas de roupa, não faz o género dele.

A pedra

Há uma pedra que agora está rodeada de belos trevos que brilham em verde. Eu bem sei como será o redor da pedra em vindo o Verão - serão meras ervas, brilhando, não de secura mas de sol. É que o sol de Verão é qualquer coisa de presente. E amarelo. Avec tout ça, sei lá eu, quando for presente o Verão, como estará o redor da pedra no Inverno? Ai não vou saber, não, tampouco me lembrarei deste post.

Canetas

Sou tão grafómana mas tão grafómana e grafómana, que um fornecedor me entregou duas canetas no meio da rua. Sério. Só por dizer que ele não me interpelou por nada de romanesco, ou mesmo novelesco, é porque eu vinha a chegar e ele queria bazar com as canetas entregues, que são assim uma espécie de brinde de fim de ano que alguns fornecedores oferecem aos clientes. Pensando bem isto nem tem graça nenhuma, mas já que escrevi, mostro. Entretanto (escrever aparenta-se ao comer das cerejas – jamais uma só) registo também que a caneta que veio daquela França que é um bocado basca, em 2017, continua a falhar, e a outra, a que estava de resto afinal não a encontrei no estaminé e, não a encontrando nos próximos tempos, ou mesmo anos, a ver se vira lenda, quantas vezes é assim que aparecem as lendas? Digo o desejo em rever versus a saudade vezes a falta versus a iminência versus a paixão.

Lista

Desodorizante p/ elas
Amaciador cabelo (vários)
Almofadas, ver
Lixívia sem coisas

A rica filha foi comigo ao supermercado. Trouxemos montes de coisas, dentre elas:

uma bolsinha com dois géis de banho em miniatura, um diz que é cozy mood e o outro é nordic hug
duas pastas de dentes natural extracts, uma de limão e a outra de carvão
um amaciador de cabelo que estica o cabelo, contrabalançando assim com os que o encaracolam

Desta viagem, devo ainda dizer que não é só a estacionar que sou uma naba do caraças, sou-o também no manuseamento daqueles botões que controlam o ar quente e o frio - digo de quando quero que aquele arrede este, que o contrário é abrir a janela e pumba e vá. Fui assim, só em meio de ver o caminho - digo a ver meio caminho, mas como conheço bem… Foi aliás esse o argumento que usei quando a rica filha se admirou com o embaciado estado do para-brisas. Ora essa, então, desculpei-me eu, agora a curva é para ali, o passeio está rente à ponta do lado direito do para-choques… e tal e tal. Bom, que mais? Mais nada. Hum, não, há mais, é bom ter companhia nas compras.

Estrelinhas

Eu que não fique saudosa de estrelinhas, pois que, aquando do enfeitar do estaminé com luzes e fitas, destas últimas caíram muitas e muitas estrelinhas no chão. São umas fitas em especial, as que as deixam cair, já lá vão anos de compradas e, de cada vez que as desenrolo, toca de lhes saírem estrelinhas. Falta só dizer que são prateadas, nada daquelas cores alegres como são (ou eram) as da menina.

rimas

magreza rima com tristeza, que rima com certeza
gordura rima com ternura, que rima com tempura
e desistir rima com o ir e o vir

(alegria rima com todavia e fingi-la é estupidamente fácil)

As últimas... Sério...?

Mais quais últimas fotos de 2019, quais quê...
É que depois deste post já aconteceram mais!
E, precisamente, em 2019!
Pois!

Estive há pouco a passar por todas as fotos do telefone, não fosse esquecer alguma e encontrei uma lá longe lá longe, datada de 26 de agosto. Se bem me lembro, o que eu tinha em mente para o clique, era ver se aquela questão de entalar apenas um pouco da frente da t-shirt resultaria bem. No mais, sei que não venho (nem vinha) mostrar como estou magra, até porque naquele dia o meu corpinho pesava mais uns quantos milhares de gramas do que agora. O que venho mostrar é a foto transformada com os filtros que mais gosto do LunaPic, que são:


Fairy





Paper folding





Sadness






E, já que o tema é filtros, a original


Joguinho

Na já longínqua consoada, os ricos filhos e a rica nora estiveram entretidos com um jogo de palavras que há no Instagram. Sempre que chegavam a um dos itens em que havia que resumir a sogra numa só palavra que começasse pela letra que calhara em sorte, a risota era mais que muita, principalmente quando a rica nora tinha que dizer. Ainda brinquei: ó Filipa, queres que saia? E ela que não, rindo. Depois meteram-me no jogo. Como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, a minha sogra morreu há alguns meses, e aquilo fez-me uma certa impressão, mas continuei, serenamente. Pouco depois, um dos ricos filhos disse 'ah, isto para a mãe é que fica esquisito' e o outro concordou. Entreolharam-se e eu disse qualquer coisa no sentido 'oh, deixem lá'. Só que a minha sogra não é só a minha sogra, é também a avó deles. Parámos o jogo sem mais nada dizer a respeito.

Ouvido na tv:

De há um tempo para cá tenho vindo a publicar no blogue expressões que ouço numa determinada série televisiva – Capitaine Marleau - contando já com meia dúzia de posts, sem que em nenhum tenha mencionado onde ouvira tais expressões. Em cada um me sinto meio estranha, faltosa, à beira do arrependimento, de maneiras que venho então dizer-vos que foram construídos com base na dita série. Venho, também, deixar num só post tudo o que arrecadei - leia-se publiquei - no blogue até à data. Ah, já agora outro registo digno: nem todas as expressões foram expressadas - pá, sabem que adoro redundâncias… - pela Capitaine.

23 novembro 2019
Plus pire
D'habitude on se dit tout
Il y a rire et rire
Mais pas ton té insipide

27 novembro 2019
Rappelle, rapelle, qui m'appelle? Qui m'appelle, qui m'appelle?
Ah, d'accord. J'arrive.

1 dezembro 2019
C'est ma faute tout ça.

8 dezembro 2019
Tu as une cigarette?
Je peux faire du golf?
C' est bizarre comme coïncidence, non?
Il est mort à cause de moi.
C' est lui, je te dis, je le connais.
C' est ma mère sans sa perruque.
À route, belle troupe!
Désolé pour le poudre...
Café?! porquoi non du thé?
Je n' aime pas les animaux morts.

15 dezembro 2019
Béatrice n'est pas là, d'accord?
Ce n'est pas très gentil.
Chérie, c'est bon, tu peux faire ça plus tard.
C'est là, la lumière.
Mon dieu, c'est bon ici.
Est ce que vous m'a demandé un alibi?
Non, je rigole. C'est l'humour français.
C'est le british touch, et j'adore quand il me touch...
Pon, pon, prend son temps, un moment, une goutte de citron.
Mais extrémiste jusqu'au quoi?

29 dezembro 2019
Où ça? Alors, j'arrive!
Est-ce qu'on cherche quelque chose de dure... Qui fait mal.
Quelle paysage divin! Mais je préfère la bière.
Pour rien faire il est mort assassin.
Il est mort comment?
En pantalon!
On peut faire un selfie.
On ira boire un coup.
Ah, des croissants avec du beurre! C'est bon pour ma cellulite.
Alors c'est quoi ton problème? Allons voir.
Hum, elle a du beurre. C'est génétique!
C'est ordre de question!
Ah, sinon quoi?
Oh! Est-ce que c'est jolie! J'adore!
Des frites avec de mayo et ne pas de salade. Parce qu' on est pas lapins.
Vous étudier psychologie?
Pourquoi? Ça se voit pas?!

Canções

Spandau Ballet, True - quando subia a antiga Travessa da Chaminé. É tão estreita que o carro mal cabe, principalmente se contando com os piais, ao rés de alguns portões, os quais são, na verdade, a considerar. 🙄
This is the sound
I bought a ticket to the world
But now I've come back again
Why do I find it hard to write the next line
Oh I want the truth to be said

Madonna, Crazy for you - quando atravessava o alto de Ferreira do Alentejo, sempre agradável e desafogado. Ser desafogado acaba-me com a poesia. É. Acabou a conversa. 💬
Swaying room as the music starts
Strangers making the most of the dark
Two by two their bodies become one

Simple Minds, Alive and kicking - quando já avistava as luzinhas de Lisboa e os contornos da Sé. 🌁
What you gonna do when the flames go up?
Who is gonna come and turn the tide?
What's it gonna take to make a dream survive?
Who's got the touch to calm the storm inside?
Who's gonna save you?


Fonte: vagalume.br

Lisboa, Lisboa

A Rua Joaquim Bonifácio mostra Lisboa grande. Note-se que não é Lisboa em grande, é grande, pois, curiosamente, aqui e agora, na minha ideia, o 'em' não enfatiza nem, ou, espevita.





Ah, eu não gosto desta foto mas quero ilustrar a ideia e é a imagem de que disponho. Mais: tirei-a com o sentido na 'Lisboa grande', por isso é que não desisti de a publicar.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

A senhora

A senhora do Banco, uma assim mais para jovem, confidenciou - me que as caixas estão a, para aí, dois anos de terminar e que está desejosa de chegar esse tempo, que não aguenta aquilo. Parece-me que já esteve mais longe, isso de não lidar com humanos, e já foi uma ideia mais louca e achada como improvável. Isto fez-me lembrar que no outro dia a rica filha me perguntou qualquer coisa e me espantei por ela não recorrer a Mr Google, já que é tão sabichão. Sabem o que ela respondeu? Que é bom perguntar a pessoas, de vez em quando. A rica filha, uma mulher que é da geração do clique, das apps, do imediatismo... Por isso, acho que o mundo tem futuro. É não desesperar, 'migos, é não desesperar.

O senhor

Que vivas cores tinha o senhor do Banco em suas faces, quiçá devido ao trabalho amontoado pela grande afluência de clientes de último dia, mas não última hora. O cliente que esperava atrás desta cliente que agora vos escreve, cantarolava em surdina - mmm... mmm... mmmm...- enquanto ela, a que vos escreve, presumia este post em seus pensamentos, o qual deixa então de ser presumível.

Eu, a drogaria

Um senhor assomou à porta e anunciou que andava à procura de uma drogaria e eu disse que, uma drogaria, podia ser eu. Ah, é que me disseram que por aqui assim há uma casa que tem uma pomada milagrosa para os calos, explicou ele, com cara de quase dor. Eu, com cara de quase lamento e quase... sei lá o quê, rematei que sou uma drogaria, sim senhor, mas não vendo pomada para os calos. E ele lá se foi, com a dor, e eu cá fiquei, com o lamento repartido por duas situações – 1, não me agrada ver pessoas com dores; 2, é mister vender.

Para quê perguntar ao cliente se os parafusos que pretende comprar são para madeira? Pois se o homem vende móveis!


(não, 'migos, não é tudo a mesma coisa, se para madeira ou para metal, as roscas serão diferentes, quando não, é pumba e não vai bem)

Digo eu.

Digo eu que, quem se insurge contra os que forçam a ida ao trabalho, mesmo que doentes - congestionados, febris e mais não sei o quê – aqui d'el rei que vão infectar toda a gente, que afronta e tal e tal, são os mesmíssimos que se insurgem contra quem cuida de si atenta e esmeradamente, curando-se em casa. Digo eu.

notas musicais

sipipirifiripiu

sipipirifiripiu

sipipirifiripiu
mi
sipipirifiripiu

sipipirifiripiu
sol
sipipirifiripiu

sipipirifiripiu
si
sipipirifiripiu

domingo, 29 de dezembro de 2019

Se ponho o bicho-cão a falar comigo

Eu sou muito linda muito linda da minha dona. Pois. Eu gosto de passear e cheirar no chão. Não, dona, não é o! chão, é no chão. Isso. Eu vou aqui e se tu não vens comigo eu fico à espera. E se eu tenho que fazer chichi, ou cocó, eu faço a olhar para ti, na esperança que não te vás. Pois. É que não é pra tu veres eu a fazer estas coisas, é porque eu não me quero separar de ti, na verdade eu não quero que tu te vás. Nunca.



(nem eu, Olívia, nem eu que tu isso)

Canetas

O que não falta neste meu blogue - amado em loucura e esventrado em abuso - é referência a canetas.
Ah.
Ah e oh.
De momento carrego comigo cinco canetas mas deviam ser seis, falta-me aquela que queria acabar e que não há meio. E nem a vou acabar tão cedo, afinal não a tenho comigo, embora a julgue lá pelo estaminé, amanhã a ver se a encontro. Dantes andava só com três mas, entretanto, achei boa ideia andar com uma outra que tem um bico fixe para escrever no telefone.
Só que não.
Pois.
Essa caneta não serve para escrever, serve para desenhar (em fotos, por exemplo), mas vim a descobrir que essa app do telefone não está a funcionar, de maneiras que é presença indevida, a desta caneta de bico assim para o coiso, assim para o desenho, quero eu dizer. A esta juntei uma recentemente adquirida. Andava lá pelo estaminé do primo, por modo a comprar uma resma de folhas A4 e mais um pacote já encetado de folhas com vinte e cinco linhas, quando dei pela presença de um pote cheio de canetas de cores, umas assim, outras assim, mas um assim diferente, e perguntei: ó primo, olhe lá, estas canetas são de gel? E ele que não, mas que também as tinha. Foi logo buscar o pote com estas e uns papéis pequerruchos (mas bonitos, nada de se parecerem com as folhas do meu bloquinho rudimentar) para eu rabiscar coisas, a ver se gostava do traço. E gostei. Daí para a frente foi escolher a cor (azul turquesa) e pumba e vá de. Agora só me falta encontrar a tal caneta que está de resto, ignorar a presença da que está descrita neste post porque afinal anda a falhar e é uma pena, era fixe pra caraças, mas. A seguir a isto tudo a minha vida correrá bem melhor.

Ouvido na tv:

Où ça? Alors, j'arrive!

Est-ce qu'on cherche quelque chose de dure... Qui fait mal.

Quelle paysage divin! Mais je préfère la bière.

Pour rien faire il est mort assassin.

Il est mort comment?
En pantalon!

On peut faire un selfie.

On ira boire un coup.

Ah, des croissants avec du beurre! C'est bon pour ma cellulite.

Alors c'est quoi ton problème? Allons voir.

Hum, elle a du beurre. C'est génétique!

C'est ordre de question!
Ah, sinon quoi?

Oh! Est-ce que c'est jolie! J'adore!

Des frites avec de mayo et ne pas de salade. Parce qu' on est pas lapins.

Vous étudier psychologie?
Pourquoi? Ça se voit pas?!

Cores que querem (mesmo!) condizer-se.

A manga assenta por sobre um pratinho vermelho em mais do que a outra cor, que é branco a querer ser cor-de-rosa.
O ananás assenta por sobre um pratinho verde em mais do que a outra cor, que é verde a fugir para o verde anteriormente dito.

Endireita-te

Em tempos que são idos há para aí três décadas, lidei com um fotógrafo amador que me mostrou uma fotografia que, num repente, havia tirado quando viajava no Metro, em pé - elevou a máquina, clicou e captou uma imagem oblíqua e, portanto, longe de bem acabada, via-se cabeças e os varões que servem de amparo aos viajantes. Como era ele que revelava as suas fotografias, teve um trabalhão a endireitar esta, lembro-me de a ver a preto e branco e de a achar linda! Eu, uma jovem que até á data mal possuíra máquinas fotográficas, achei aquilo o máximo, principalmente a possibilidade de se endireitar as fotografias - como era possível alguém poder fazer isso?!, mais: como era possível isso?! Lembrei-me desta pessoa e desta circunstância quando um dia estive num quarto cheio de papéis, livros, fotografias, móveis e móveizinhos, cristos e santinhos, enfim, toda a sorte de bonecadas e papeladas. Nesse dia tirei uma foto mostrando a prespectiva de onde me encontrava (não o quarto propriamente dito) e, por ter clicado à pressa, ficou uma imagem torta que, mesmo usando todos os programas informáticos e apps do telefone de que disponho, não endireito nem por nada.







Últimas fotos de 2019

Digo que são as últimas fotos de 2019 porque são como que restos de coleção, imagens e ideias que foram ficando no telefone, esperando, e diga-se que tão pacientemente quanto as fotos justamente presas no telefone conseguem estar. Sim, justamente, que injustamente é que não é, e já o ano passado fiz isto, que bem malembra. Bom, então, seguem as ditas por ordem de clicadas, com data e tudo (e local, exceptuando as primeiras duas, por questões de privacidade de outras pessoas):

1 de setembro de 2019
As primeiras são fotos que tirei a outras fotos dos ricos filhos e que estão expostas na casa dos meus sogros. Já não tenho presente que assunto usaria para as agregar, mas havia qualquer coisa que eu queria escrever, lá isso havia. Mas, como já ontem referi, há montes e montes de assuntos que não aparecem no lbogue… ai perdão, blogue porque se me evaporam. Deixo-as em pequerrucho porque apresentam um certo estado de miserabilidade, o que descombina completamente com a infantilidade dos ricos filhos, mas pronto, é o que é. Ah, ela primeiro, pois claro, até porque é a primogénita, e tinha seis anos, e ele cerca de um ano e três quartos. Isto até é giro porque parece que está ao contrário, uma vez que a foto do rico filho é de lá mais atrás, eles têm três anos de diferença. Ei-los.



#semfiltro
#semfiltro


Lisboa, Miradoudo da Senhora do Monte, 21 de outubro de 2019
Neste post expus que não dava para ver o que o amante (e presumivelmente amado… pá, na verdade é o que espero) tinha inscrito no colorido cadeado, mas, numa data posterior, ampliei a foto e deu para perceber que é:
'amor é porta aberta, é parte incerta do sonho'
Desconheço se é de algum poeta super conhecido, reconhecido e isso. É, portanto, desculparem esta que vos escreve.



#semfiltro



Loures, 27 de novembro de 2019
Ora bem, eu cheguei a publicar uma foto tipo assim mais ou menos igual a esta, pintei-me a cara de preto para condizer com o que escrevi nesse post. Mas também gosto desta, tanto que não fui capaz de a largar e, agora, chegada à questão de querer como que livrar-me de fotos antigas, é pumba e vá.







Lisboa, 19 de dezembro de 2019
Tem um piadão o candeeiro a sair da rede, não tem? Foi o meu colega quem me chamou a atenção para isso. Na enga de realçar esse facto, o que espero ter conseguido, enfeitei a foto com riscos amalucados e véri véri véri contrastantes, porém: condizentes. Pá, se não consegui, na verdade, sei lá, pois, vocês gostam de mim na mesma, óbvio!







(afinal, destas também não revelo o lugar dos cliques pelo mesmíssimo motivo das fotos dos ricos filhos que já expus acima) 22 de dezembro de 2019
Presumo eu que dá para perceber o quanto gosto do filtro 'aguarela' presente no meu telefone. É muita giro. Tenho então dois cliques captados naquele dia do entulho - 1, a fazer uma selfie tolinha e descomprometida (pronto, que se há-de fazer? a tolice por vezes anda de conluio com os compromissos que temos para com a sociedade em geral e mais não sei o quê) 2, pintei cores por cima e, presumo, portanto e também, que dá para perceber que gosto de pintar por cima de mim, só que desta vez foi em cores.



vinte, vinte

Dois mil e vinte vem aí. Acho graça àquilo de se dizer 20,20; vinte, vinte. Não há muitos dias que me lembrei que o próximo ano, não só é um novo ano, como uma nova década. A não ser que impere aquela ideia de esse tipo de marco começar apenas quando o 1 estiver na casa da unidade, neste caso em 2021. É que, aquando da chegada do novo milénio, havia por aí umas opiniões nesse sentido, mas eu, que não sou doutora de números (nem de letras) considero que do 0 ao 1 vai tempo e, ademais, o algarismo da dezena mudou e, se o algarismo da dezena mudou… né? Pronto, é isso, 'migos, eu cá é que sim, os vintes, os anos vinte, os '20, começam na próxima quarta-feira.

A foto

À conta de ter tirado esta foto…




… Que não tem filtros, e ter ligado os dados móveis nas Salinas de Rio Maior, aconteceu o Google perguntar-me opiniões acerca do local e vai daí escrevi lá o que se lê abaixo.


É um espaço claro e arejado. E histórico. Pode comprar-se os mais variados tipos de sal e outras coisas. Há também comes e bebes. O estacionamento é existente, embora curto. Presumo que em dias de grande afluência não haja espaço, mas não quero desmotivar ninguém. Vão. Vão que é giro e o tempo que lá passarem será bem empregue.

sábado, 28 de dezembro de 2019

A voz

Daquilo dos áudios (e este post é todo ele um apanhado de áudios que fui fazendo ao longo das últimas semanas, cujos tópicos desenvolvo), devo dizer-vos que não faço nem por sombras todos os que gostaria, mas faço alguns porque obviamente gosto de os fazer, ir caminhando e falando sem causa ou coisa de valor a empurrar-me. Confesso que me envergonho um pouco do que estou a fazer, se me cruzo com pessoas, mas continuo. Se for observada de longe, é na boa, qual vergonha qual quê, mas continuar discursando despudoradamente aquando do cruzamento com alguém é do caraças.
Qual é o segredo para ir na rua falando para o telefone sem sentir embaraço nenhum? É colocar o olhar no infinito. No fundo é fazer como faço com os pensamentos ruins, é colocá-los num espaço sem fundo e informe. Au eva, vejo que algumas pessoas me olham de soslaio e com estranheza. É que mesmo colocando o olhar no infinito, vejo. É aquela coisa da visão periférica, vá.
É incrível o número de pessoas que conheço devido à profissão que tenho, há umas (muitas, até) que vejo de longe em longe, quantas vezes se passam anos sem que as reveja. Se isso acontece na rua, é comum essas pessoas não me reconhecerem – porque, lá está, passou muito tempo desde a última vez que me viram, porque não estavam a contar ver-me na rua e a minha figura afigura-se-lhes (ai, esta redundância tem que ficar!) inesperadamente, e precisamente!, na rua e, portanto, numa circunstância diferente, ou pode ainda ser porque estou um bocado mais pó fino e assim... Lembrei-me disto porque avistei uma cliente e, quando percebi que ela não me ia cumprimentar, precisamente porque não me reconheceu, não me quis pôr naquela personagem que cutuca pessoas, para lhe dizer: olhe, lembra-se de mim? É um bocado parvo a gente pôr-se a cutucar alguém, achoq eu aí se está na iminência de levar uma tampa, e isso dói. Uma vez estive em casa dessa senhora e, da sua varanda, admirei toda a extensão da grande avenida lisboeta, tenho quase a certeza que se avistava até o Tejo, o varandim do Zé sei eu que se avistava. Tirei fotografias e tudo, a senhora até me havia incentivado a isso. Aliás, a senhora fez mais, ficou comigo, as duas lado a lado, admirando a cidade, ela não com a cara de deslumbramento que eu tinha, pois claro, afinal tem tudo ali ao pé, é aceder à sua enorme varanda (aquilo mais parece um terraço) e pôr-se a jeito de ver. Sei que pus as ditas fotografias no blogue, presumo que o anterior a este, mas ir buscá-las é difícil e demorado.

pipocas

as soluções são sempre imperfeitas
a esperança nunca é vã

Folhas

Gosto de apanhar folhas caídas das árvores porque cada uma é única e é pela sua unicidade que não as quero (quereria...) deixar escapar, mas deixo, e deixo pelo óbvio - onde arranjar tempo e espaço para as acomodar? Acontece tal e qual isto com as coisas que penso escrevendo, tudo à mistura, aquilo a que eu chamo de pipocas a estalar na minha cabeça. É que também não há duas pipocas iguais, e eu perco tantas, 'migos... E perco pelo mesmo óbvio das folhas acima, como faria para escrever tudo tudo tudo? Estou mesmo saudosa de escrever, oh porra.

Dezembro

Para além do Natal, dezembro tem como feriados os dias 1 e 8, que este ano calharam a domingos e como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, um domingo tem o poder de anular qualquer feriado.

Terminei de transcrever do caderno anterior os escritos que são publicáveis. O término do caderno ocorrera aos 24 de novembro último. Esta tarefa é portanto cunhada de:
por fim; 
finalmente; 
alfim.
Pá, bem sei que estes três são a mesma coisa, mas é que sou grafómana e tenho saudades de escrever. 

O novo caderno é desconfortável, tem as folhas grossas e tesas, difíceis de virar e, por isso mesmo, dobrar o caderno torna-se difícil. A propósito de caderno, já pensei arranjar um bloquinho rudimentar também para questões a escrever no futuro. É que por vezes tenho tempo, vontade, mas não sei o que rabiscar, chegando a ficar desorientada. Ora isto vai contra todo o meu sentimento de escrevente, já que não sou dada a esquisitices acerca de assuntos, tudo me serve, isto no blogue, mas, sendo o caderno o item que preencho (em parte) com confidencialidade, por que será que não sei o que escrever lá?! (porque não tenho companhia) (hum-hum, é isso, é)

Sonho

Sonhei que tinha acordado - esta é gira, sonhei que tinha acordado, mas vá - e estava um preservativo na minha almofada, fora do invólucro e vazio. É. Isto pode querer dizer que não vou ter mais filhos, o que é só um exemplo do que pode querer dizer, pois, na verdade, pode querer dizer o que eu quiser, o sonho é meu. É, já tive sonhos mais giros, já. Mais giros e mais profusos, que retiro eu mais de um preservativo que encontro na almofada ao depois de acordar?

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Lisboa, 27 de Dezembro de 2019

Deixei a Árvore de Natal desligada.

"Quando me perguntarem se o Natal foi bom vou responder que foi melhor do que o ano passado" pensava eu esta manhã. E não, ainda não dei essa resposta. Mas foi.

Tenho muitas saudades de escrever aos montes porque continuo grafómana. Mas isto das Festas. Pois.

Um cliente notou a! frase escrita numa trave do meu estaminé. Soube lê-la e, ainda por cima, gostou. Acrescentou que fez ontem seis anos que a escrevi e eu 'ah pois foi'. Pá, já não me lembrava da data, o que é giro que se farta, tendo em conta o teor da dita -
Sei. Porque tenho memória, sei.

Tenho uma foto em modo 'Lisboa, Lisboa', o que me remete para o meu comum estado de pessoa escrevente e com blogue. Sei lá, sou eu ou coisa assim.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Genética

O meu pai também é ambi-coisas. Nem todas são do mais bonito que há mas deixo uma inócua para dar lustro ao post: o desassossego com que questiona algo que lhe apareça pela primeira vez e a calma com que processa a informação acerca.

Pá, o nome dele é António. Pai, diz 'prazer' às pessoas. Prazer.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Upa-upa!

Sou aquela pessoa que compra todas as cores de feijão menos o preto, e o preto era o adequado - e quão desejado! - e se esquece de perguntar se alguém quer uma fatia do abacaxi que foi comprado com o propósito de servir precisamente no jantar de ontem, a tão afamada Noite da Consoada. Já para não falar - mas falando na mesma, e eu até nem gosto desta expressão, é estupidamente contraditória, mas vá - da ausência de uma forma de fundo amovível no meu rol de tarecos, o que me obrigou a colocar uma maculadíssima forma de alumínio em cima da mesa, retirar de lá umas desconjuntadas fatias de cheesecake e notar uma condescendência ligeira em alguns semblantes. Ora eu acho que nestes factos há graça - sim! - mas se em filmes for visto, o que me faz pensar que ter uma certa piada no blogue faz de mim uma - quase - actriz de comédia, e daquelas de upa-upa. Ou então, e talvez num voo mais baixinho, aquela miúda do secundário que é montes de popular.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Para ti

Ontem despedi-me de alguém assim:
'Então bom Natal para quem for de ti!'
Foi espontâneo, talvez por isso tenha gostado da frase e lembrado logo logo (a repetição é propositada) de a colocar aqui no blogue, como votos de boas festas para toda a gente que aqui chegar. Mesmo que em anos lá da frente.

Bom Natal para quem for de ti!

O porco




Quando enfeitei a casa, pus à porta um coração em tecido, adornado com botões e um remate peludo a toda a volta, que comprei este ano. Não sendo lá muito bonito, cativou-me na mesma, mas entretanto já se me abalou a boniteza que lhe via, principalmente porque vi um porco de pendurar (foto acima), onde a gente quiser, e vou pô-lo a substituir o já referido coração. É que assim toda a gente (vizinhança e mundo inteiro) vai saber que continuo amiga de presuntos, morcelas e farinheiras.

Sonho

Sonhei que apanhara o pedaço de uma árvore do chão e, agachada, me pusera a abrir os raminhos para ver bem as folhas (eu e outros, quem quer que fosse, quiçá nos sonhos o blogue também impere nos meus gestos, tenho uma vaga ideia de, ressalvo que no sonho, querer fotografar). Enquanto me dedicava a esta tarefa veio uma mulher ter comigo, questionando-me acerca de algo. Enquanto não terminei de abrir os raminhos, não lhe dei atenção, só depois é que me levantei e a olhei, esperando que a sua questão fosse repetida. Mas antes, ela, meio brincando, disse que eu não lhe estava a ligar nenhuma e se estaria já cansada de a ouvir antes de a ouvir. Pus-me toda eu assertiva e respondi que estava a terminar a minha tarefa e que sim, estou cansada, mas não foi por isso que não lhe dei atenção. Malta: isto é um sonho, é que é mesmo um sonho, e só não ponho aqui que nem em sonhos porque actualmente acredito que posso ser assim, em querendo.

Agora só para o ano

Fiz uma marcação que ocorrerá só para o ano. A funcionária apoquentou-se com as folhas da nova agenda, que estavam rígidas e não se queriam apartar umas das outras. E eu calada, pois claro, mas podia ter dito que a percebo muito bem, a minha agenda anda na mesma. Chegado o dia da marcação, terão passado cento e um dias por sobre a última vez, o que é inédito e portanto surpreendente, já que de outras vezes pouco mais de sessenta passaram. Enfim, coisas. Coisinhazinhas.

Brinquedo

Há um brinquedo que, quando dou com ele, me dá vontade de rir. Trata-se de uma embalagem de detergente para limpar os vidros. É pequerrucho, lá está: por ser de brincar, colorido e bojudo, como os brinquedos normalmente são. E sempre que o encontro dá-me vontade de rir. Só não sei é se já ri alguma vez.

domingo, 22 de dezembro de 2019

Entulho

Se no Verão houve entulho* no blogue, porque não no primeiro dia de Inverno?





Depois vesti o casaco.





*(aqui e aqui)

7243

As luzinhas estão na Árvore de Natal. Os enfeites estão pelas superfícies da casa. As luzinhas foram deliberadamente colocadas, fi-las passar por onde a outra série de luzinhas não brilhava. Os enfeites foram pousando aqui e ali, e usei de espontaneidade.





Ontem, quando a caminho do supermercado, o percurso durou uma canção e meia, ou seja: mais meia canção do que o costume. Já guardei os lençóis e já lavei a varanda. Já coloquei os presentes debaixo da Árvore,'because I care about the presents underneath the Christmas Tree' (piadinha com um verso de uma canção de Mariah Carey, All I Want For Christmas Is You, e que já o ano passado me deu na cabeça gracejar).

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

De quando rabisco no caderno, em casa dos clientes, enquanto o meu colega lhes amanha os estragos domésticos. Ou então sou mas é uma desavergonhada e acabou a conversa. Não acabou nada, ora essa.

Tenho que dizer da estufa, que me pareceu estanque e com plantas lá dentro. Passei rápido demais mas ainda deu para ver que é uma coisa em grande, como um gigante cubo, e transparente.
A cliente perguntou-me se eu me queria sentar ali, à mesa, que é mais confortável para escrever. Que atenciosa. Aceitei.
É uma cozinha gira que se farta, ladeada por um muro - um não, dois – com azulejos de dez por vinte. Esses muros fazem como que um abrigo para o lava-louça, o fogão e um balcão. Mas que grande casarão! A mesa está posta para um e eu encontro-me no lado oposto a esse preparado – há queijinho, iogurte, fatia de pão cacete, tampinha com meia dúzia de comprimidos e jarro - presumo que com água lá dentro, é opaco – é um daqueles jarros da conhecidíssima marca de plásticos, um daqueles modelos que os há há q'anos, herméticos.
Questiúnculas:
Dúvida: Deveria ter colocado uma vírgula entre os há's?
Nota: Lá em cima usei o estanque, aqui uso o hermético.
Numa das paredes está um quadro com queijos da Serra. A perspectiva não está a pique, mas em lonjura, o que faz com que uns estejam a diminuir de tamanho – em baixo grandes, em cima pequenos.
Os compridos são: cinco drageias e uma cápsula.
O iogurte está aberto a colher repousa lá dentro. Mergulhou.
O queijinho é um daqueles frescos, que vêm em forminhas com ondinhas. Se as formas são forminhas , ondas é que as ondinhas não podiam ser.
Ao fundo, o sal e a pimenta, na ponta da mesa que se encontra encostada à parede.
São agora 19:52
A senhora veio, há pouco, afastar o queijinho e o iogurte, para eu ter mais espaço. O outro quadro, que está ao lado do dos queijos da Serra, tem vasilhas e selhas, ou lá que é aquilo.
São agora 20:22
Os queijos da Serra têm gaze - não sei se neste meio se chama gaze, mas lá que parece gaze, parece - a gaze envolve os queijos pela lateral e termina, isto em alguns, no topo do queijo. Se calhar, a pessoa que vestiu uns queijos foi uma e os outros foi outra. Ui, poucas vezes tenho criado frases tão fantásticas como a anterior.

Sim, ainda há estrelinhas na minha vida, e conto-as, mas depois.

A menina perguntou-me tal e qual isto: - Gina, o que é que tu vais fazer com o aspirador? - Com um toque autoritário. Respondi-lhe tal e qual isto: - Vou aspirar a tua casa. - Com um toque destemido. Raciocinou e perguntou: - Quando é que tu vais aspirar? - Percebi o verdadeiro motivo da primeira questão e descansei-a: - Quando fores embora porque tu não gostas do barulho, não é? Fez que sim com a cabeça.
Depois falámos de muitas coisas -
- das minhas botas fora dos pés, pousadas a um canto, que lhe expliquei serem botins porque não têm cano,
- das sapatilhas (chamou sapatilhas aos meus ténis, é a 'pronúncia' do Norte, presumo) que eu tinha nos pés, expliquei-lhe que assim trabalho confortavelmente e ainda por cima tinha os botins molhados porque o dia estava de chuva,
- da vaquinha do seu Presépio, não quis que eu a virasse de frente para a sala, qui-la a fazer companhia a outro bicho, os dois virados para a parede; mas depois agarrou na vaquinha para lhe tirar o leite e anunciou-me cheia de saber que aquele era 'leite de fingir', achei montes de piada ser de! fingir e não a! fingir, mas não quis partilhar o leitinho comigo, nem quis que a fitasse enquanto 'mugia' a vaca, ou mesmo quando fingia que bebia o leite – de! fingir.
Agora sim, as estrelinhas.
As estrelinhas são pequeninas partículas (redundância, outra, e são cada vez melhores) de brincar, uma espécie de confettis, vá, que em tempos andaram espalhadas pela casa. Passaram dias e elas foram-se escapando, umas: aspirei-as, outras: sei lá. Quando percebi que restava apenas uma (hum, quiçá reapareçam...) deixei-a em cima do pé do televisor, como contei neste post e na vez seguinte encontrei-a no mesmo lugar porque (eu cá acho que) esses aparelhos emanam umas radiações atractivas ou paralisantes para com certos materiais, tanto que daí em diante tenho vindo a constatar que, por mais que mude a estrelinha de lugar, ela lá estará na vez seguinte. Com tudo, por tanto e por ora, a história termina aqui porque já joguei a estrelinha no lixo.

Resto de coleção




A coleção, quando ainda não estava de resto, vem daqui.

Lisboa, Lisboa

Cortinado

E já escrutinei o cortinado - os pássaros, afinal, tanto estão de costas, oh, como de frente, iei.
E por que é que isto acontece?
Isto acontece porque o padrão é composto por duas correntezas de todos os motivos – as tais flores, as tais cornucópias – vai daí, numa dada altura, a passarada mira-se e, numa outra, não. Se o cortinado fosse mais largo, mais correntezas de padrão haveria, mais pássaros se mirariam, ou então não.

Dias de um Ginásio

179, pode ser?
A perguntinha acima já me foi dirigida algumas vezes ao depois de ter respondido que quero um cacifro até ao número 180. Até. Ah e tal, brinco eu com a/o recepcionista (isto: antes da pergunta) que desse número em diante a gente sente uma corrente de ar ajustada com este Outono que é quase Inverno, porque está um frio da porra, portanto: quem quer sentir uma aragem infeliz no corpo húmido (de suor do treino ou água do banho)? Eu é que não, obrigadinha, e é por isso que respondo 'até ao 180'. Porém, já mais de uma vez me perguntaram '179, pode ser?' Provavelmente a mente estaca-se-lhes no 180 e daí para cima está-lhes presente, mas não daí para baixo. Pá, eu até gostava de deslindar este caso, mas jamais serei capaz.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Quem sou eu?

Sou aquela pessoa que recebe uma encomenda dirigida ao estaminé e quando o estafeta lhe estende a folha para rubricar, pergunta:
Ponho-me onde?
A pessoa só tem que rubricar barra gatafunhar barra rabiscar 'Gina'. Só. A pessoa não tem que se pôr em lado nenhum, que não é isso o expectável. E a pessoa não vai ver entendida esta piadinha, mas isso, para si, é o expectável.

Barulho

Eu já sabia que não gostava de barulho, canto, ou falo, por cima. Acontece, por exemplo, quando no estaminé está muita gente, é como se não suportasse (mesmo!) ouvir pessoas. Ouvir, só ouvir. Concentrem-se no ouvir para perceberem. Não és tu, não é ele, não sois vós ou são eles, é ouvir. Às vezes escrever é triste porque só tu é que vais entender, e este 'tu' sou eu.

Troca de lugares

É uma troca de lugares de, por exemplo, os dois vidros da montra, os que deslizam por caixilhos, os que se sobrepõem, tanto muito como pouco. Desvio um para alcançar o outro, remetendo aquele para o canto mais apropriado do mundo (parece-me, claro, e já se sabe sou esquisita) e ficando com este lado aberto (não que seja preferência, claro, é força maior).

Ora essa, qual quê

Giro mas mesmo giro, nisso do cavalheirismo, é um pintas lisboeta e célebre (em Lisboa, vá) usar disso de ser cavalheiro. A gente ia-se cruzar no estreito passeio do muro da estação de Metro, e ele esperou que eu o terminasse no conforto da calçada e longe do perigo dos condutores destravados, mesmo que só um possível perigo, enquanto ele se mantinha no alcatrão, à mercê do perigo, mesmo que presumível. Mas ca fofo.

É de notar

É de notar que, quanto menor o número de euros, menor a superfície da nota.

Post que não foi vomitado

A senhora, e dona dos bichos-gato, telefonou-me para me pedir para ir a casa dela ver do Kit, que tinha andado de volta da esfregona e comeu uma franja inteirinha e depois vomitou e ficou meio estranho e ela estava naquela de saber se, e tal e tal. Não me pediu de chofre, nada disso, rodeou, perguntando se eu estava próximo à casa dela, e eu que sim, estava, mas não tinha a chave dela comigo, mas que daí a duas ou três horas iria lá ver como estavam as coisas.
E estava tudo bem, o Kit tão interessado na minha presença como em outro dia qualquer, como se fosse o! dia, como que à espera de mim; a Kat atrás do móvel da sala, não tivera tempo de se esgueirar para o cimo do móvel da cozinha, que é o seu cantinho predilecto.
Este post não existe para me pôr debaixo de holofote nenhum, ilustrando o espírito natalício e mais não sei o quê, ai eu fui logo a correr ver do Kit. Não. É antes para registar que fiz o que fiz de vontade, e com o mesmo tipo e tamanho de vontade com que iria ver de uma pessoa. Não encontro mais importância num bicho do que numa pessoa, mas considero os bichos de suma importância.

Graminhas

Setecentos e trinta e cinco gramas de bananas
Setecentos e oitenta gramas de dióspiros
Mil quatrocentos e cinquenta e cinco gramas de laranjas

Acerca destas últimas, é bem que já saibam a Inverno. Agora sim, o sabor das laranjas é sabor a laranjas, não é sabor arranjado e, ou, alaranjado. E assim me prova a Natureza que não há como o fruto da época ser comido na época.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Natal, não empoeirado, mas um bocado pó preto. Boa noite.

7227, capicua

capicua, 7227

Chove

Acordei de madrugada e ouvi a chuva a cair nos vidros da janela. Senti aquilo do aconchego e romantismo bons - estar debaixo dos cobertores, a chuva lá fora, não em cima de mim, o frio que faz quando molha o corpo, o desconforto, e eu no quentinho - enfim, uma catrefada de lugares-comuns. Mas eu gosto da chuva, mesmo estando debaixo dela. Ou tolero-a, vá. É comparável a ter que aturar uma pessoa chata, ou que não goste de mim, porque, mesmo nesses casos, consigo ver uma coisita boa aqui, outra ali.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Exame clínico

Na sala de espera, uso o tempo como antigamente, olhando as pessoas, nada de telefone para nada, nem para escrever, só olhar. Hum, percebo agora que não é nada disso, é que me falta concentração, sei lá eu se me vai escapar ouvir o número da minha senha, né? É.
No ecrã, ao lado da coluna de senhas alfanuméricas e respectivos balcões que as 'chamam', passam filmezinhos disto e daquilo, sempre em roda - termina, recomeça, termina, recomeça - há até uma receita de salada de Verão a ser mostrada, vejam lá, e longe que vai ele, já.
A senhora ao meu lado levanta-se. Tem o mesmo nome que eu, o do CC. Pobrezita. É duro, né, 'miga? Podia até arranjar uma data de amigas, eu, sendo assim tão fofa como sou no lbogue... ai perdão, blogue.
Quando deitada, sendo observada pela senhora doutora, em certa altura ela pergunta-me se já piquei os nódulos. Siderei. Se piquei algum nódulo... Mas alguém pica os próprios nódulos?! Eu não piquei, foi aliás essa a minha resposta. Mais: mas alguém pica nódulos a alguém?

Enfeite musical

Mas qual acordes desafinados da viola quando lhe passo o pano e mais isto e mais aquilo, qual quê. Isso era dantes! Conheci uma minúscula máquina de escrever que, não só é um enfeite, como vai mais longe: é musical, tanto que musicou quando... precisamente lhe passei o pano. E vou eu: hã?! E escrutinei o objecto - o rolo que faz as vezes do rolo que prende o papel (isto quando numa máquina que não seja de enfeite, obviamente) tem relevos que não seguem ordem ou saber nenhum senão... Tcharan! A música da Pantera Cor-de-rosa, que aparece mediante o rodar da manivela. Ó pá, fiquei a pairar. Mas desci logo a seguir para escrutinar mais um bocadinho e percebi que dar à manivela faz os tais relevos passarem por uma correnteza de agulhas, e do metal a roçar no metal nasce o som.

Ambi-coisas

Vou registar como cheguei à expressão que uso, por ora, em alguns posts - ambi-coisas. Digo por ora porque não tarda canso-me da criação, que é minha. Bom. Então. Lembrei-me desta expressão por conta da porra das vontades que tenho de viver e de morrer, ambas de igual tamanho, e que é coisa que me aborrece que se farta. Mas por que raio hei-de saltitar por entre estes opostos? Logo estes?! Depois encontrei-me algures no tempo e no espaço com a palavra 'ambivalência', usada para designar pessoas que são isso mesmo, ambi-coisas, e pensei 'oh! é isto! sou assim!' Mas, por ter medo de me considerar uma pessoa assim tãããããão especial, alguém que contenha em si uma palavra tãããããão importante como 'ambivalência', desconstruí-a e resultou em 'ambi-coisas'. E pronto, sou ambi-coisas, não só no viver e morrer, mas também no expediente e timidez para com pessoas no geral e em envolvimento e desligamento perante situações várias.

Pá, olhem, o meu nome é Gina. Prazer.

Esta manhã

Esta manhã troquei-me os cremes, espalhando na cara o que é próprio para a noite. O Luís disse que eu ia passar o dia cansada à conta disso, ah ah, estou tão cansada como em outros dias e, ou, noites, ah ah. Mas o creme. Já há dias que lhe acho um piadão. Não é um creme fluido, não se retira facilmente um poucochinho com a polpinha do médio direito, mas gosto do toque. É estranho como se pode gostar e não gostar de coisas, deve ser porque sou ambi-coisas.

Corante amarelo

Vem de oito de outubro último, a história do corante amarelo que, ao que parece, acabou. Bom. Então. Em seguida, o corante consta seis vezes no caderno anterior e três no actual, e sempre, mas sempre, na primeira posição. É portanto com enormíssimo orgulho, estou para aqui inchada que eu sei lá, que registo que o corante amarelo participou na minha vida
de
18 de julho de 2018
a
13 de dezembro de 2019
Esta parte foi em números por considerar que, se por extenso, os números perdem valor. Ou então isto é coisa que desce em mim por eu ser mais amiga das letras.

Agora que o Outono está no fim

Se este Outono vi cair alguma folha da árvore amarela?
Vi.
Foi aos vinte e nove de outubro. Soltou-se, rodopiou, caiu em cima do pára-brisas de um carro ali estacionado, retirei-a de lá e colei-a no caderno. Tudo comigo e depois com eu.

Lisboa, Lisboa

A última parte da avenida Almirante Reis, a que chega ao Areeiro, não tem luzinhas de Natal como outros quarteirões. Nesses, as luzinhas são pauzinhos iluminados que agarraram aos postes, em decrescendo, se de baixo para cima, fazendo a forma triangular que tantas vezes simula um pinheiro e, ali, é para isso que estão. Na avenida João XXI a forma (e presumo que a vontade) é a mesma, só que em pequerrucho. Sério, aí as Árvores são mesmo piriris, só não sei por que motivo – será menos importante, essa avenida...?

Pacotes de açúcar

Fui aos Correios na disposição de enviar - ou enfiar…? - uma carta mas, chegada ao pé da ranhura, noto que o envelope, para além de não estar fechado, não continha selo. Nem sei como tal, é que foi mesmo a tempo de. Sim, sou um bocado aérea mas, neste caso, tenho uma espécie de desculpa - o meu colega havia-me incumbido da tarefa sem ter concluído o despacho, muito embora, e neste caso ele também tem uma espécie de desculpa - quem costuma tratar da filatelia do estaminé sou eu, portanto vai daí. Entretanto, já antes de sair armada do envelope - aberto e despido, oh! poor thing... - o meu colega me tinha pedido encarecidamente que lhe trouxesse algo para comer. Fui ao café - que não é o do Zé - e comprei uma merenda feita com massa brioche. Lá- mesmo não sendo o café do Zé - notei que o recipiente dos pacotes de açúcar continha uma nova coleção, com mensagens natalícias e, ou, animadoras, e anunciei ao senhor – que não é o Zé - 'Vou tirar um pacotinho destes, está bem?' e ele 'Ó minha senhora, tire, tire!' Incentivou-me ainda a escolher vários, aproveitei e trouxe três. Tirei foto somente à frente, do verso, trato de transcrever. Então:

1
Onde semeamos amor, crescem sonhos.
2
Onde semeamos amor, crescem alegrias.
3
Onde semeamos amor, crescem encontros.

Entretanto já lacrei - leia-se fechei - e selei - leia-se colei o selo - o envelope e enfiei-o na ranhura. Sim, dobrei o passeio, só não consigo saber quantos passos dei a mais porque não havia levado o telefone em nenhuma das vezes. Pronto, sabem como é, a minha vida é cheia de problemas. Ah, e eis a foto, claro.







Dias de um Ginásio

Este post é acerca das diferenças entre homens e mulheres, isto excluindo as óbvias, obviamente... Redundância, ah ah. Aquele meu professor de Pilates, o destrambelhado, o que já no outro dia pus no blogue que pergunta a cada pessoa que se encontra na sala pela primeira vez se 'já fez comigo?' e que toda eu me encho de malícia e mais não sei o quê, usa essa expressão apenas para as mulheres, concluí eu no outro dia, pois que, para os homens, o que pergunta é 'hum, já cá esteve?'. Fica logo outra coisa, não fica?

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Gina, em relação com Centro Comercial.

Em quiosque calminho, Gina bebericando café - que, diga-se, estava em horrores, estava em arrependimentos pelos setenta cêntimos que havia custado – vem senhor interromper tão importante evento, perguntando a Gina se sabia onde era casa-de-banho. Gina disse 'não sei' e ficou pensando se cara dela era parecida a urinol, se cara dela era amistosa. Gina ficou sem saber. Café mau. Mau, mau.

Em loja de louças e espelhos e almofadas, Gina considera ser não bom que se compre somente única peça de prata, única peça de taça, única peça de toalhete. É que Gina gosta de colecionar. Gina comprou coisa nenhuma.

Em assunto café, novamente, está, por ora, Gina. Dantes, em tempo de Gina visitar Centro Comercial amiúde, loja de ali assim era cafetaria, não loja de bijuteria, relógios, tudo em lindo de morrer.

Gina vai deixar modo abstrato de escrever. Gina está cansada de tom desengraçado. Gina considera ser aborrecido escrever, e ler, assim. Próximo item será em tom costumeiro de Gina.

É deveras redutor haver duas funcionárias à entrada de certas lojas. Embora compreenda que a ideia é receber os clientes, olhem que não é o que pipoca em mim, o que em mim pipoca é que eu me ponha no ir, preferencialmente sem lá entrar, e o mais rápido que conseguir. Oh porra pá, parecem duas estacas. Mesmo. Digo aquelas que há à entrada de certas propriedades, que geralmente são privadas e, se o são, então o bom entendedor entende que não é para transpor a linha imaginária.

Entrei numa loja na disposição de perguntar pela tal maquineta que quero comprar. A funcionária conseguiu o mínimo dos mínimos de simpatia para mim. Não descreio na ideia que obteve ao olhar-me, que sou nada jovem e me apresento de cara lavada – oh, pronto, lá vem esta comprar uma prendinha de Natal para a/o filha/o – e arranjou até um poucochinho de condescendência. Oh vejam lá. Mas ca fofa. E disse-me até onde encontrar a tal maquineta. Porque ali não havia. Pois.

Surpreendi-me imensamente com uma loja de roupas que tinha a parte dos homens em primeiro lugar! Tipo assim a gente a entrar ali e ser só roupa de gajo! Ai q'órror! Pronto, 'tadinhos, né, também não é assim, a gente sempre primeiro, a gente sempre primeiro, a gente sempre primeiro.

Adoro a sensação de iniciar a descida/subida de umas escadas rolantes e ao primeiro toque do pé no patamar, a velocidade aumentar-se-lhes.

Percebi porque é que encontrei 'os homens' primeiro, foi porque a loja é tão mas tão imensa que tem duas entradas. Portanto: que se dedique cada uma a cada um dos géneros é bem pensado.

Comprei duas camisolas. Comprei duas camisolas. Ah. Ah. Comprei duas camisolas, ah. Ah, comprei duas camisolas. Há mais duas camisolas no meu roupeiro sem portas. E com isto desisti de comprar a tal maquineta. Não sem antes ter procurado empenhadamente a loja sugerida aí acima, no texto.

Ai q'órror! Uma pessoa sente-se mais do mesmo se entra numa loja onde encontra numa mesa uma catrefada de camisolas iguais à que traz vestida. Hum. Sei lá, fica-se corriqueira.

Encaminhei-me, diga-se desaustinada, para a porta de saída da porra do Centro Comercial. O sentido em que ia é para sair, não para entrar. Ou então também se entra na rua, sei lá. Ou sei, entra-se. A avenida que tinha que atravessar é complexa, tem quatro faixas que se intercalam em sentidos, é um problema perceber aquela merda. Avancei.

Ponto da situação:
Tenho uma camisola que vou ter que estreitar nos ombros e uma para usar no Ginásio. O ano passado foi o primeiro ano em que me vi obrigada a usar mais uma camisola no Ginásio, isto por entre aulas, ou então no final, quando se pára para alongar. Cheguei aos cinquenta, foi o que foi. E é. E é mais um, cinquenta e um.

Perscrutei o espaço na esperança, enorme e razoável, de encontrar a entrada para o Metro. Parecia alguém vinda de uma pequena aldeia à procura de algo numa grande metrópole. Não verdade é que o que sou, só por dizer que não se nota nada. O segredo para descobrir a entrada seria seguir as pessoas, se muitas forem – quero eu dizer um aglomerado de gente dirigindo-se ao mesmo ponto, na mesma direção - pois, para onde vai muita gente, muita gente quer ir, e uma entrada para apanhar um comboio é coisa de muita gente querer. Mas as pessoas estavam dispersas, se bem que a hora não fosse de asfixia. Ia um homem aos berros com a - presumo que – mãe. Coxa e velha. Enfim. Por fim descobri a almejada entrada, tinha que descer mais um piso e eis que. E sim, aí sim, havia gente aos montes. Percorri parte da estação e sentei-me para esperar cerca de três minutos que chegasse um comboio. Vazio.

Não posso dizer que tivesse saudades de andar de Metro, mas posso dizer que reconfirmei aquela minha questão contrária, a de, quando já no comboio, escolher o banco que me vai fazer viajar de costas.

Depois foi só subir três lanços de escada e abraçar a minha vidinha do costume, sendo imensamente feliz.

Em algumas alturas deste relato lamentei que não estivesse a captar também imagens. Mas enfim, andar por lugares, seja lá quais forem, falando para o telefone, é bem diferente de andar com ele apontado à minha cara, falando e falando. E sim, este post foi, antes de mais, um áudio que gravei enquanto me movia.

Gina, numa relação com Lisboa.

Quem agora se mete na Travessa das Amoreiras a Arroios vindo da Carlos José Barreiros vai poder descer uma escadaria que nada tem a ver com o que era porque foi recuperada. Mas olhem que era muito mais giro como era dantes, com as irregularidades nos degraus, que faziam um andar titubeante – o meu, falo por mim – e, sob certa perspectiva, isso já não tem graça. Depois que desci os degraus percebi que são estreitos e baixos. Na estreiteza está igual, na altura é que não, daí a dificuldade em descer - ou subir – a dita escadaria, é que degraus estreitos e altos... está-se a ver o titubear desta que escreve, né?

Na estação de Metro do Cais do Sodré li 'mais importante do que andar descalça' e peço desculpa ao autor da frase se não é assim, mas foi o que tive tempo de ler. Poeta é feminino, lembrei-me eu, agora, ora (este é para rimar).

Ponderei se não seria boa ideia ir para o lado do Tejo. Hum, não sei. 'Ai vou, vou', decidi. Esta parte da beira-rio faz-me sempre impressão porque ainda não descobri qual é o lugar dos peões. Parece que as duas linhas é para as bicicletas. Ok. Contudo, há no chão um sinal redondo onde estão desenhados um peão e uma bicicleta, e este sinal fica mesmo ao lado dessas duas linhas, o que me leva a concluir que os ciclistas podem andar por todo o lado. Ok.

Atravessei o enorme parque de estacionamento. É enorme porque quase não há carros estacionados. Oh, na verdade não é enorme, qual quê. Mas estes descampados sempre me fizeram um bocado de impressão, e isso sim, é verdade - é muito ar 'migos, muito e muito ar.

Sem cenários

Fazer áudios tem sido bom, isto em substituição dos vídeos e sobretudo no estaminé, porque digo o que considero ser de dizer e não estou preocupada com o cenário. Dantes, em tempos há muito idos, os do velho estaminé, o cenário que eu tinha era lindo e colorido, arrumado, ao contrário do resto, que era de uma feiura desgraçada e que, felizmente, não se via. Embora o presente estaminé não tenha uma belezura encantadora, bem sei que não, não lhe encontrei ainda um cenário capaz e vistoso, mais: longe da vista de alguém. Falo longe da vista porque nesses tais tempos idos, eu gravava os vídeos durante o horário de expediente, se entrasse algum cliente, parava a gravação e depois de atender retomava. Tenho no meu canal dezenas de vídeos interrompidos por clientes, e tudo bem, era o meu trabalho, era eu a gostar de gravar vídeos, de falar, de expor falando. Mas neste meu estaminé não tenho esse gozo, não. Retomando o assunto 'áudios', nestes não se vê eu, não se vê gestos ou expressões, só se ouve a minha voz, o que considero interessante por ser intimista. Agrada-me este mistério da voz e não sou decerto a única.

Para alguns o Natal é um bocado parvo. Quero dizer: a foto é parva.

Lisboa, Lisboa

Sonho

Sonhei que tinha ido visitar a Vespertina. A casa dela encontrava-se agora num lugar tão húmido como antes, com uma vista tão ampla como antes, mas no sonho era branca, não verde de arvoredo, não cinzento de montanhas rochosas, como é na vida real. Tinha que se descer escadarias, isto no sonho, não subir por um elevador novinho e falador - 'troisième étage, déum-déum!'; 'sortie!, déum-déum!' - como foi na vida real.

Se descemos, como vermos as vistas como se num alto mais alto que le troisième étage estivéssemos? Que foi sonho, é uma bela de uma conclusão.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Notazinha:
Tudo o que se põe, se opõe

(a foto é antiga)

Membros

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O pé acima
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O pé para cima

Notazinha:
Tudo o que se põe, se opõe

Hum...

Não existem soluções, mas tentativas, e enquanto tento, aguento.

Hum, eureka… ?

O preto no branco

A pasta de dentes é preta, tem carvão ou lá que é. Diz ser bom para branquear, o que é um bocado estúpido - como branquear quando se é preto como o carvão? Não sei e posso não saber - estou no único ponto do mundo onde posso não saber coisas, no blogue.

Cogitações depois do treino

Chama-se Esther, Esther com agá entre o tê e o segundo é. Pois, que entre o tê e o é só pode ser o segundo é. Bom. Então. Cá no meu conceito poder-se-ia pôr este agá em qualquer lugar que se leria Ester na mesma, exceptuando a seguir ao ésse, que assim ficaria algo como Echeter.

Levei o telefone para falar para ele, e falei, mas não o levei para tirar fotografias, mas tirei.





Dei mais de dez mil passos disse o telefone, mas contou com os da passadeira. Estas passadadeiras são todas xispêtêó, têm até uma caminha para deitar o telefone ou o ipad ou o tablet ou o que for, deite-se lá nada, até, que dará. Trazer o telefone teve também como motivo o querer escrever coisas, há milhões de pensamentos por apontar, os de estar em movimento no Ginásio são facilmente volatilizados, perdem consistência, perco-os, o que lamento e não é pouco. Mas isso de escrever no telefone fica para outro dia, esqueci-me dos óculos. Eu posso até escrever, tudo bem, mas dou tantos erros, clicando nas teclas erradas, que corrigir tudo leva um ror de tempo.

Devo dizer-vos que de onde estou se avistaria o Tejo não fora já noite cerrada. Quero dizer, eu avisto o Tejo, sim senhoras e senhores, adivinho onde está porque conheço a paisagem para lá de bem, só que está escuro. É aquela mancha escura ali, ó. (não, não está na foto)

Entretanto lembrei-me que este ano não decoraram os corrimões do corredor com muitas e muitas luzinhas de Natal. Oh. Nem puseram muitas e muitas Árvores de Natal, optando por uma só, em grande. Das luzinhas, aos mais anos, cada uma tinha a sua sequência de acender-e-apagar, fazendo com que dançassem sem par, sem norte. Olhem, pareço eu, na vida, é toda uma catrefada de coisas que posso ser e, ou fazer, sou e, ou, faço, mas não sei onde está a companhia e, ou, o norte.

Depois

Depois de ter escrito o post anterior - ressalvo: depois, assim sei que não houve influência - lembrei-me da nota presente numa das primeiras páginas de um dos livros do último espólio que adquiri e que diz assim:

«...Uma biografia escrita como o são habitualmente, passando em silêncio todo o lado vicioso e culpado da minha vida, seria falsa, e, se ela tem de ser escrita, deve dizer-se a verdade inteira. Só uma biografia desta espécie - por muito vergonhoso que seja o escrevê-la - pode ser de algum real proveito para os seus leitores.»
L. Tolstoi

É que nem sempre me ponho a contar as minhas melhores questões, os melhores momentos e tal e tal. Pondo, seria perfeita, e a perfeição é uma mentira.

Pendentes




Acerca do fazer-da-Árvore, há pendentes. Confesso-vos que não a terminei, id est, as fotos que já mostrei não a mostram como deveria estar; como estará um dia desses. Falta-lhe mais uma catrefada de enfeites e também uma série de luzinhas, porque encontrei uma fundida. Tenho ainda que decorar o resto da casa. E não, não me apetece, por isso é que ainda não está, que tempo não faltou.

Gina, numa relação com o supermercado.

Comprei dois packs de cerveja. Hum. O motivo é a ver se bastam até ao dia depois do Natal. Aquele, o da ressaca, o 26. Hum.

Escolher vinhos, para mim, é fácil, embora os beberique. Como sabem, e se não sabem não faz mal eu gosto de vocês na mesma, bebericar não é beber. Os critérios de escolha são:
que estejam em promoção
que não custem mais do que cinco euros
que a descrição no rótulo me agrade
Desenvolvo este último critério. Desta vez comprei duas garrafas e, quando assim é, gosto que os rótulos se distanciem em experiências, sejam como que opostos, se um diz ser encorpado e persistente, o outro que seja subtil, delével, se um diz ser frutado, o outro que lembre madeiras. Pronto, coisas assim.

A Julia Roberts estava na caixa do bacalhau. Não sei o que isto quer dizer mas posso alvitrar, que alvitrar comigo pode estar, é que ela é toda despachada e a bicha do bacalhau, nesta época, já se sabe. Aquilo vai tudo andar numa roda viva, qual clientes amigos da lentidão e indecisão, qual quê, é escolher e acabou! Só não levam nos cornos porque.

Comprei um pack com duas almofadas de dormir. Baixinhas, agora que já as vi. Vou ter que usar o par. Vou ter que comprar outro pack. Vou ter buéda almofadas.

Demorei mais vinte minutos nas compras. Isto porque tinha mais compras a fazer. É meu costume, nesta época, rechear a despensa abastadamente. Sei lá, receio faltar alguma coisa e depois não ter tempo de ir buscar, ou ter, mas gastá-lo todo nas bichas. A propósito, o incrível de me ter despachado menos cedo é que havia gente aos montes pelo supermercado, mas não, ainda, nas filas. Quer isto dizer que há mais gente com montes e montes de compras a fazer.

A senhora da caixa que me calhou hoje é pouco dada a conversa, não usando delongas vocais... Isto existe? Agora existe. Mas a senhora. Contudo, comigo, conversa. Percebi que me perguntava aquilo de eu querer selos para aquisição dos bicharocos feios, e respondi que não. Ela riu e observou: foi a minha colega que perguntou à cliente dela, pensava que era consigo? e eu que sim, pensava.

Nada de atrapalhar gentes que entram em seus veículos dans le même temps que moi. Nada de atrapalhar, même qu'il ya une place de entremeio.

Comprei dois Pais Natais... pais natais...? Não, definitivamente não, Pais Natais. Um é de menino e o outro é de menina. Um tem desenhado um saco azul na base e, no outro, o saco é cor-de-rosa. O do saco azul tem desenhados dois sinos, uma prenda e quatro partículas de gelo. O do saco cor-de-rosa tem desenhados brinquedos a saírem-lhe da abertura. O Pai Natal do saco azul tem o dele fechado pela mão. Direita, já agora. Pá, pronto. Viajaram comigo até casa naquele compartimento ao pé da manete das mudanças, que não os quis partidos, tampouco amachucados. Qui-los antes o mais próximo possível ao aspecto que têm quando saem da fábrica.

As garrafas de vinho foram entremeadas por um garrafão com água que está aos pés do pendura. É assim, uma pessoa tem um carro velho e depois tem que andar com suplementos destes. Mas que grande almofada que um garrafão cheio de água pode ser para duas garrafas de vinho, sim senhores. E senhoras. Ai. Senhoras e senhores. Mesmo assim foi uma viagem em perigo, a dada altura um condutor fez-me sinais de luzes alegremente - olá, olá! 'miga! cuidado! - é que havia um acidente. Bem sei que acidente não combina com alegremente mas o blogue é meu, portanto vai daí. (não era um acidente com pessoas acidentadas, era um acidente com dois carros amachucados algures, é chato, bem sei eu o que isso é, principalmente se se ficar apeado, ah pois sei)

Cheguei a casa sem vontade de arrumar as compras. Tinha saído de casa disposta a fazer o que é de fazer; o que é para fazer. Só isso. Gina Maria, não penses, tu não penses. Estava sol. Mas vim para casa e arrumei as compras. Relembrei, por exemplo, os lenços de papel que trouxera. São com motivos de Natal e dizeres de esperança, ou coisa no género. Dois dizem, 'peace', outros dois dizem 'hope', outro diz 'joy' um outro diz 'love'. Podendo eu relacionar por que é que dois dizem o que dizem e somente um diz o que diz... Hum.

Fica neste post uma foto de um arco-íris que apareceu há pouco no meu campo de visão. O que está descrito acima foi vivido ontem, escrito hoje, a foto foi vivida e tirada hoje, como já tinha anunciado. Ah, e está sem filtro. Em algumas fotos acho importante ressalvar isso.



O que vale é que vocês gostam de mim na mesma.

Gosto um tanto em muito da existência de livros, sejam quais forem. Satisfaz-me, vá.
Desconheço, ainda e para já, se gosto de ler, quiçá não tenha coragem de admitir que não.
Sinto uma enormíssima desconcentração aquando da leitura seja lá do que for.

Espólio: livros

Anna Karenine, Tolstoï, em dois volumes
A Vida de Tolstoï, Daniel Gillès
Papoilas e Malmequeres, (?)

Este último não é explícito quanto ao autor, é uma 2ª edição da Fundação 'A Caridade' (Lisboa), datada de 1950. No prefácio da primeira edição, que consta também no livro, e foi escrito por Rosado Fernandes, a dada altura, reza (verbo escolhido propositadamente, afinal, né...?) assim; tal e qual isto:

«Os pequeninos não compreendem a sabedoria humana, que só os enfastia e aborrece; mas ei-los que pressurosos correm a ouvir a voz amiga que sabe falar-lhes a linguagem límpida da Caridade.
É este o segredo dos luminosos Contos, que as mães portuguesas vão ler aos seus filhinhos - doce esperança desta terra que viu nascer Santo António de Portugal.»



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Gosto um tanto em muito da existência de livros, sejam quais forem. Satisfaz-me, vá.
Desconheço, ainda e para já, se gosto de ler, quiçá não tenha coragem de admitir que não.
Sinto uma enormíssima desconcentração aquando da leitura seja lá do que for.