domingo, 31 de maio de 2020

Laura Ingalls

Aquando de passeio, bicho-cão desce ravina qual Laura Ingalls em sete anos de vida (autora de este blogue hesita se não serão menos dois ou três... com menina assaz pequena, hum), em genérico primeiro de todos de Little House on the Prairie. Altas ervas cobrem todo bicho-cão, autora de este blogue mal vê-o, não era contraste em cores de pêlo e de ditas ervas e não perceberia-se.

Vai

Quando sentires que não sabes o que hás-de fazer vai buscar o pragmatismo. Está sempre certo, esse bicho, até aborrece.

Sonho

Sonhei que um cliente me tinha perguntado que nuvens eram estas nos meus olhos. Respondi que eram manchas, não nos olhos, mas nos óculos. Retirei os óculos e o cliente apequenou, ficou da altura do balcão.

o tempo diz-me que não sei das coisas,
que as invento

realmente, 06:37   ⇔   idealizado, 07:03

sábado, 30 de maio de 2020

Qual quê de estar a ser irónica

Qual quê de estar a ser irónica naquele post. O abacateiro não tem vinte metros, tem para aí... doze.  É difícil concretizar um número na minha cabeça, mesmo que arredondado. A base do abacateiro não está ao nível do chão do prédio onde moro. Se traçar uma linha entre a base e o prédio, bate para aí na janela do vizinho de cima, que é um quarto andar. Daí para cima não sei onde vai dar, a menos que peça aos vizinhos do oitavo, que é o último, para me deixar assomar à sua janela. É uma ideia.

Antiquário

Os meus blogues antigos estão abertos. Há anos que queria fazer isto e ia esquecendo e esquecendo.


Verde Água


Gina, a mulher que tem um blogue

óié

segue viagem
nem sequer tens bagagem

óié

fica contente
tens a vida pela frente

pistácio

purpurina




acima, à esquerda - sem filtro
acima, à direita - filtro vogue
abaixo, à esquerda - azul extraído
abaixo, à direita - rosa extraído

dois pontos

vamos a trocas:
animália / alimária

dois pontos

redundância:
lembrete remissivo

8181




Sim, era 'e as' o que eu queria escrever. Incrível como os erros se dão, se manuscrevendo. Isto é um erro barra atropelamento de letras na cabeça, depois aparecem junções assim. Faço muitas.

Hum-hum.

Não tenho vontade de fazer nada. Mas faço. Hum-hum.

Chopin

O meu colega esteve numa cliente que tocou Chopin ao piano enquanto ele mudava as fechaduras do móvel. Não sei se tão clássico como a peça que a cliente tocou. Posso perguntar-lhe.

Que foi ela

A casa da cliente tinha quadros que foi ela que pintou e outros trabalhos artísticos, com variadíssimos materiais, que foi ela que executou. Incumbiu o sobrinho de me mostrar as criações dela. Fiquei animada, pensei: olha, uma artista longe de egos daqueles feios.

Lenços

Estes lenços, em vez de me pôr para aqui a descrevê-los, deixo foto.
Pode até ser que alguém se lembre de os descrever.
Em querendo, é força nisso.


Cortinado

A amiga da rica, filha, ao entrar na minha cozinha, espantou-se:
- O que é que aconteceu aqui?!
- Está mais claro, não é? - perguntei, em modo resposta.
- Eu não sei o que fez na sua cozinha, mas passou-se aqui alguma coisa!
Expliquei que tinha virado o cortinado ao contrário, que é bicolor – parte lisa e parte florida. Na altura de o montar achei que a parte lisa ficava melhor como barra, porque, por ser mais escura, melhor disfarçaria o constante roçar de braço para afastar o cortinado por modo a aceder à varanda. Pois tudo bem. Mas fiquei sempre na ideia de o virar. E virei. E a luz dentro da cozinha melhorou tanto que até uma visita notou.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Sexta-feira da parte da tarde

Lisboa está silenciosa e deserta. Na minha zona, está, parece até que voltámos à era do confinamento. Há pouco, ao sair da rua escura para atravessar a avenida, olhei para cima para admirar a torre e notei o cesto da gávea diluído pela luz quente do sol e o alcatrão vazio de carros até à pensão, que são dois quarteirões.
Enquanto preparava o texto acima, a rua do meu estaminé vestiu-se de gente. Quiçá fosse o mundo a desmentir-me, a firmar que as verdades são momentâneas, ou que tampouco as há. Registo a primeira pessoa dessa gente toda:
Uma mulher, por entre os gestos de acender um cigarro, ia dizendo 'no way,no way'. Aquilo era um descontentamento qualquer. Uma negação. Sei lá o que era, o mundo que mo diga.

Notai uma certa pompa na entrada, por favor.

Já entrei num centro comercial. O segurança, mal me avistou, pôs-se logo a jeito de me interpelar com a perguntinha 'onde pretende ir?', não antes 'boa tarde', saudação que foi proferida simpaticamente. Respondi também em bom e fui mandada 'então faça favor'. O que eu ia fazer era uma marcação, que, a bem dizer, é uma questão do foro pessoal mas perfeitamente transmissível, quantas vezes não me chega ao estaminé a empregada doméstica da dona Genoveva para marcar serviços ao domicílio. Ora acontece que hoje fui lá, concretizar a marcação. 'Ah, pode sentar aí' - orientou a menina - mas antes pediu para eu desinfectar as minhas mãos. Obedeci rapidamente mas entretanto percebi que tinha os óculos apoiados na cabeça e aí iam estorvar o serviço, de maneiras que me amanhei como pude, isto em jeitos de não infectar lá muito as mãos. Sim, bem sei que podia arrumar os óculos calmamente, seguidamente desinfectaria as mãos uma segunda vez, mas vi a menina à minha espera e deu-me nervos. Então o que fiz foi: enfiar a haste dos óculos na alça da minha mochila, pousá-la e perceber que as lentes estavam a roçar a parede rugosa, ficar descontente com isso mas deixar ficar, alçar o pé para me apoiar na barra da cadeira destinada precisamente ao poiso dos pés, pontapear o caixote do lixo, que rodou e caiu porque o lixo dali é leve leve levezinho. Enquanto o recolocava em pé, desculpei-me ironicamente: 'Normalmente não sou assim tão desastrada, sabe?' A menina sorriu e, por sua vez, desculpou-me: 'Ah, isso é por conta da quarentena, estamos desabituados das coisas.' E eu concordei ao contrário: 'É isso, é.'
Depois estive a ser castigada por esta menina, tipo assim ali ao nível do nariz, e passei todo esse tempo imbuída de um sentimento chamado complacência.

Graminhas

Novecentos e trinta gramas – três pêras e duas maçãs
Mil e sessenta e cinco gramas – seis bananas
Dois mil quinhentos e trinta e cinco gramas – um quarto de melancia

Aviei-me do que se lê acima e depois vim rua afora, à torreira, desequilibrada, mesmo tendo repartido idealmente o peso pelas mãos. Na direita a melancia, na esquerda o restante. O desequilíbrio constou por conta da posição das mãos, se a da melancia vinha como que segurando uma bandeja em modo empregada de mesa, a esquerda agarrava a boca do saco em modo punho fechado. Eu dizia-vos quais os músculos de qual braço e mão estavam a trabalhar, mas como de pomares percebo nada, digo que não eram os mesmos, ai não eram não, e por isso é que eu vinha em desequilíbrio.

E tu, ó Gina, aumentaste de peso por conta da quarentena?

Eh pá pois. Vejo por ora o ponteiro da balança assente no noventa e seis, só por dizer que já houve um tempo em que se alinhava com o cento e doze. 
Embora ver:
Vem a podre da boa e diz: - «ah, tu estás magra!» - e eu faço hum e apetece-me dizer «pá, pois...» - e avança: «não engordaste com a quarentena!» - e eu faço hum e apetece-me dizer «ai ó pá, quer dizer que não se nota quer estou uma gorda desventurada? sério?!» - e lamenta: «quem me dera!» - e confessa: - «que inveja...» e eu apetece-me perguntar àquele monumento humano «ó miga, esculpa lá, atã tu nã te vês ó espelho?»
Mais:
Vem a lingrinhas e pergunta-me se o que eu quero é ser como ela. Esta, presumo, dispensa-me(se) de desenvolver a questão. Vou só dizer que não tenho como to do list ser como alguém que não eu.

Podcast

Há pessoas extraordinárias e.
Há pessoas extraordinárias e, mas, comuns e.
Há pessoas comuns que são extraordinárias e.
Há pessoas comuns e.
… E todas deviam ser entrevistadas para serem ouvidas (e quiçá vistas) num podcast.

Era uma vez

Era uma vez um estaminé colorido onde habitavam molas coloridas que uma mulher feita de retro film surripiara de um lugar. Esse lugar é ainda incomum, continua morto-vivo. Morto é igual a sem pessoas, vivo é igual a alma.







[espólio]

Nunca mais é dia
Nunca mais é noite

tenho sono
vou dormir
aí há esperança

porque não posso fazer por dormir bem
acontece, ou então não





Por esta altura de final de Maio já dá para perceber que o dia, se contabilizado o momento em que aparece a luz, começa bem cedo. Quando dá aí as seis da manhã já a luz atravessa o estore, mesmo que todo corrido. Por outro lado, o escuro começa, por ora, bem tarde na tarde, dá em aparecer aí pelas oito e meia. 'Nunca mais é dia' apareceu na minha cabeça por conta de acordar bem antes das seis e portanto ainda estar escuro e eu ficar com vontade de me levantar mas perceber que não valeria a pena e 'oh porra pá, nunca mais é dia'. 'Nunca mais é noite' apareceu porque se a noite, digo eu a ausência de luz solar, demorar, como agora demora, demoro eu também a deitar-me e isso aborrece-me porque nesse entretanto não tenho nada de útil ou agradável para fazer e vai que 'oh porra nunca mais é noite'..


nota:
este post já vem daqui

Lisboa, 29 de Maio de 2020

E na tarde quente
Junho está à porta

Tosquia, Francisco Bugalho




quinta-feira, 28 de maio de 2020

SSS de seguida

Sumo de laranja ao pequeno-almoço
Salada de tomate ao almoço
Sopa de espinafres ao jantar

É, qualquer dia sofro uma vitaminose

Questiúncula da grafomania

É que, vamos lá a ver, eu escrevo mais por mim do que para vocês, apraz-me fazer longos registos mas, quando são assim muito muito muito longos, fico a dizer-me cá dentro: eh pá, ó Gina, não te apresentes assim às pessoas, não canses quem cá vem, deixa-te mas é de merdas e escreve em pequerrucho, vá. Mas depois não vou.

Material cirúrgico

Doravante chamarei mascaralha à máscara cirúrgica. É bem que não é máscaro que se chama, né? Digo mascaralha porque, num repente, malembrou da mascarilha. E também porque sim. E vou eu e:
ulha! pois! mascaralha! claro!
Mas pronto, por mor de não sobrecarregar o mundo com tamanha obscenidade, que o pobre, disso, não está precisado, não colocarei a mascaralha em título algum.
Entretanto este fica como sendo um post três em um, fica já aqui duas coisinhazinhas acontecidas há uns dias, quando eu ia 'dentro' de uma mascaralha.

Quando na rua, armada de mascaralha e de óculos escuros, aproximei-me de uma passadeira. O senhor condutor não me viu e não parou. Porém, que é o mesmo que pôr em, desculpou-se vocalmente, e duas vezes.
Desculpe, minha senhora. Desculpe.
Depois aconteceram coisas em mim:
1 - fiz um gesto de cabeça
2 - sorri
Mas não se viu nada. Fui branda, esqueci-me que estava de mascaralha e de óculos. Por ora, a gente querendo ser interpretada em gestos, há que os enfatizar até mais não. Meneares amplos, gestos largos. Calhando, falar, até. Podia eu ter respondido ao cavalheiro:
Ora essa, caro senhor, ora essa.
Pois está claro que podia.

Entrei na grande loja e lembrei-me de espirrar. Pá, saiu. Como sabem, agora é ofensivo espirrar para a frente. O pior foi o pingo a escorrer e eu a enfiar o lenço por baixo da mascaralha e o pingo todo mal limpo e a querer entrar no buraco logo abaixo. Pois é, ou não é, não é nada bonito de se ver, mas aconteceu tudo por baixo da mascaralha, ninguém me viu a lamber ranho.

O balcão

O balcão está noutra posição, já em tempos pus no lbogue... ai perdão, blogue, o que até parece mais à disposição de clientes e todos e todos e todos. Quanto aos clientes, quiçá se façam mais entrados, ao ver de imediato a quem vêm. O pior é que a humanidade é do caraças – assim como há os que vêem gente cá dentro e vai disto ó Evaristo, outros há que fogem quando percebem, precisamente, isso de haver aqui pessoas. Não deixa de ser curioso, e muito, o que um cruzar de olhares atrai ou então retrai. 
Esta mudança trouxe também uma impossibilidade, a de as pessoas notarem a! frase. Há outras frases que me são especiais mas esta é a! frase. Deixo baú (30 novembro 2018):

No mais comum dos meus dias de grafomania está uma espécie de desespero pela falta de gente parecida comigo, o que traz obviamente uma certa solidão, já para não dizer que me sinto desfasada do mundo, como se não lhe pertencesse, como se vivesse num postigo que abro quando quero e daí recebesse o carinho e a credibilidade, como se as pessoas me vissem apenas pela metade. Não quero com isto dizer que o acto de escrever me traz uma infelicidade do caraças mas também. Posto isto, é obviamente raro receber vibrações positivas da parte de quem lê o que escrevo, e é ainda mais raro recebê-las in loco, mas foi o que aconteceu, e aconteceu à conta daquela frase que escrevi no estaminé. Uma cliente mirou-a atentamente e perguntou ao meu colega: «Quem é a Gina?», isto porque assinei, e ele respondeu que era eu. Não assisti a esta parte porque estava lá para dentro, mas quando cheguei à parte iluminada do estaminé ouvi-a perguntar se podia tirar uma fotografia e vi-a subir para o banco-escadote, um tanto ou quanto instável, mas, mediante os avisos e cuidados do meu colega, à laia de despachada, respondeu-lhe que não se preocupasse, ela estava habituada. Fiquei convencida que a senhora queria fotografar o porta-talheres ou o fogareiro, que são elementos vindos do velho estaminé e que fogem ao 'tema' daqui e estavam no seu campo de visão. E sim, chegou a passar-me pela cabeça que ela queria fotografar a minha frase, mas não me fixei nessa ideia, é frequente alguém a notar, pois é, depois lê-la, estranhá-la e não a perceber. Já houve até quem dissesse que está mal pontuada e por isso é que não a percebeu. Bom, tudo bem, eu sei que não está mal quem não percebe o que escrevo, e sei também, e ainda mais e melhor, que não sou eu que estou mal se não percebem. Mas porra, quando percebem, eh pá, a sério... Ai. É que eu não sei se estão a ver a cena, uma senhora subiu a um banco para tirar uma fotografia a uma frase que fui eu!que criei, e percebeu-a! e levou-a com ela! para a recordar!
Emocionou-me bastante, este episódio foi especial para mim, mas não quero estendê-lo mais. É esta a frase em questão:

«Sei. Porque tenho memória, sei.»

Podcast

Ultimamente tenho visto podcasts. Sim, visto. Há uns que oferecem duas possibilidades, ver e ouvir ou ouvir e não ver. Prefiro ver e ouvir porque é uma experiência mais presente, contudo, é boa ideia abster-me do visionamento, tanto numa de poupar as pupilas, como noutra de me concentrar mais e melhor. Diz que perdendo-se um dos sentidos se apuram os outros, com base nisso, eis que. Mas agrada-me ver as pessoas, os gestos e os trejeitos. Alguns dos podcasts que tenho visto estão, entrevistado e entrevistador, armados de auscultadores e há gordos microfones à sua frente.

Tonta Engrácia

O plano é visitar a grande loja para apreçar e escolher portas, gavetas e puxadores, bem como cores, texturas e materiais. Ora como aquela porra já abriu, a visita está para breve. Este post e, ou, a etiqueta, podia chamar-se 'II, Iqueia Inimigo'.

Música

Ando arredada de música. De manhã não ligo o rádio e no estaminé também não. É um silêncio em bom e, mas, triste e pesado.

quando se deixa a ponta onde era para pôr a base

Lisboa, 28 de Maio de 2020

Verde-escuro, a árvore amarela. Muito verde e muito escuro.

Vocês, outros bloogers

Vocês, outros bloggers, não sei, mas eu, sempre que há mudanças dentro do Blogger vou lá passear um bocado, a dias espaçados, naquela de perceber mais ou menos o que muda e como muda. Mexo aqui e ali, no outro dia publiquei logo um post, mostrando a paneleirice de agora se poder inserir uma tabela e tudo. Como ia dizendo, vou avançando, clicando, aprendendo. Depois, quando já não dá para voltar ao Blogger antigo, paciência, não volto.

OWZ, online With Zoom

A bateria do meu telefone gasta-se em vinte e cinco, se até ao cem vamos. Esta é uma maneira parva de dizer vinte e cinco por cento. É que, imaginem, notei este gasto quando dei início a uma aula com a bateria acabadinha de carregar, id est: começou com cem por cento e acabou com setenta e cinco, o que não significa que, e por exemplo, começando aos quarenta e oito acabe com vinte e três. Presumo que uma bateria com meia carga gaste mais rapidamente. Um dia trato de me certificar. Já tenho dado uso a coisas (ainda) menos fantásticas, lá isso é verdade.

Já percebi que, no Body Balance, não é bem bem bem em estrangeiro de Yoga - Yoguês - que a professora anuncia o que se vai fazer, é até num inglês bastante acessível. Temos Baby Cobra. Não sei porque não será Baby Snake, mas pronto. Temos Down Dog e Intense Pose - aqui reina o british - Saudação ao Sol, Tai Chi. Em certa altura a professora ficou sem pio à conta de os filhos lho tirarem. Puxaram um dos fios (o do microfone) porque o queriam para ligar o não sei quê da Patrulha Pata.

No Treino Funcional o professor ficou sem porra nenhuma. Pumba. Onde estaria o Wally? Foi momentâneo, felizmente, e no final elogiou os alunos, que fomos exemplares, quando a ligação foi retomada viu que continuávamos.

A diferença entre Mobilidade e Flexibilidade é que a primeira remete para o mover do corpo e a segunda para a lonjura que possa existir por entre (tipo assim só a título de exemplo) o dedo mindinho da mão direita e o do pé esquerdo, isto em a gente estando sentados no chão, com as pernas esticadas. Na última aula a professora estava no seu quintal. O chão era de cimento e havia duas janelas quase rasas, com rede metálica.

Na aula de Pilates, a professora pediu-me que me chegasse para o armário, acrescentando, à laia de piada, eu que fosse 'ara 'a idade do armário'.

O Ginásio já dispõe de aulas outdoor. É só professores a convidarem-me para comparecer e o caneco. Ena.

duas dúzias* de ovos, eis como as gastei

3 no bolo de iogurte
3 no grão com bacalhau
2 na maionese
3 nas panquecas
4 nas pataniscas de bacalhau
2 no creme de limão
4 no bolo de banana
6 (gemas) nos pastéis de nata

das duas dúzias de ovos sobram então seis claras e três ovos
com as claras farei um bolo cuja receita ainda não parou no lbogue... ai perdão, blogue


*...

Antes de mais, La Casa de Papel

Se da outra vez agrupei todos os posts acerca deste assunto num só, fazendo uma espécie de compilação, agora faço igual.


Gina, a (que já não é a*) desmancha prazeres de 'La Casa de papel'

*por demorar tanto tempo a construir estes posts,
o que significa que já toda a gente sabe como foi,
deixei de ser a desmancha-prazeres que fui em tempos,
e, ressalvando por antecipação, olhem que aquela porra não termina,
é a quarta temporada e ainda não aconteceu o adeus

1º episódio
A Nairóbi tinha sido alvejada no último momento do último episódio da temporada anterior, que eu bem me lembro e a trama continua daí - tentam salvá-la.
O Helsínquia era tolinho, sim senhoras e senhores, mas na temporada anterior, nesta não, lá se desenvencilha e salva a Nairóbi, que, quando acordada, quer ser entregue à Polícia por conta da chantagem de que foi alvo no último episódio da temporada anterior.
Antes que me esqueça: o genérico parece-me diferente, tanto em imagem como no som, isto apesar de ser a mesma intérprete.
Numa altura de grandes ansiedades, há por ali tanto nervo, mas tanto nervo, que todos se voltam contra todos, há até uma cena em que se apontam armas às cabeças. Assim em roda, sabem? Cada um ameaça o outro a seguir. Cada um atrapalha a vida do outro, vá. Isto acontece porque as opiniões divergem no que toca à questão de a Nairóbi se entregar.
Aparece a estrada 435, iei! Eu conheço, eu conheço! Mas é de a ver cruzar-se com a que percorro há anos, a 433.
A tabuleta que indica a estrada aparece porque o Marselha segue por aí com o sinal do Professor para despistar a Polícia, enquanto, nesse preciso momento, o Professor se encontra debaixo de uma caixa para se encobrir de um touro do qual teve que se livrar e livrou-se assim, debaixo de uma caixa. Como é que o Professor foi para ao recinto do touro é que não vos posso adiantar, que não fixei esses pormenores.
A série está trespassada por cenas anteriores, ou seja: há uma mistura de passado com presente. Já na temporada anterior acontecia assim e vem daí esta minha consideração: é uma maneira de os personagens continuarem connosco, mesmo os que entretanto morreram.
O Marselha, o condutor que vai a fazer as vezes do Professor, ainda ao volante, enfia um capacete, despista-se propositadamente, não sem antes deixar o veículo carregado de provas, como por exemplo sangue do Professor, com o qual espargiu o veículo por dentro para que todos cressem que era ele que lá ia.
Pequeno à-parte: parteira diz-se comadrona, em espanhol.
Andam à procura de doadores de sangue para que a Nairóbi seja tratada em condições. É A negativo.
Pequeno à-parte, mas maior que o anterior: pesquisei para saber se é um dos sangues raros mas não conclui nada, quem sabe seja, para que a atenção do espectador aumente.
Procuram um doador entre os reféns. Muitos dizem que não pertencem ao grupo sanguíneo, até que dois se voluntariam. Um deles é o Arturito, o cobardolas.
Numa das partes em que a história vai atrás, o antigo dirigente do assalto, o Berlim, casa com uma jovem. Linda e fresca, como convém à trama. Sabem todos já da grave doença deste noivo. Quando no fim da festa do casório, digo eu: naquela parte em que todos se põem a dançar e a cantar alegremente, o Professor é o único que permanece sentado. Ouvimos a sua voz, comandada pelo pensamento:
«O que pesa mais: o amor ou a morte?»
O Berlim aproxima-se e, como se tivesse ouvido, responde:
«O que pesa mais é a vida.»
Considero uma reposta assertiva - a vida é o que nos pesa. O Berlim acrescenta:
«Porque a morte pode ser a melhor oportunidade da minha vida.»
É que ele é um doente e mesmo assim está-se a casar. Que outras ocasiões são mais promissoras de belas oportunidades de belas coisas viver?
O Denver mostrou-se estupidamente violento quando soube que a Estocolmo tinha estado a falar com o Arturito, amor da sua vida por alturas do primeiro assalto. O Arturito é astuto, conduz a conversa de modo a que o Denver se enraiveça de tal modo que o espanca quase até à morte. Fica o Arturito tão mal tratado, coitadinho.
O Professor sofre horrivelmente porque julga que a Lisboa morreu. Mas não.
A delicada operação à Nairóbi é virtualmente dirigida por um cirurgião. Na esquadra, descobrem esses sinais e cortam-nos. Portanto, a Nairóbi corre ainda mais perigo de vida e é neste suspense que termina o primeiro episódio.

2º episódio
Incrivelmente, oh vejam lá, o segundo episódio começa mostrando quão frágil está o estado da Nairóbi. Como o cirurgião já não se encontra online, os cirurgiões (que são os assaltantes e, se bem me lembro, quem comanda a operação à Nairóbi é a Tóquio) sem canudo não têm guia.
Ah, não posso crer! A Lisboa chega à esquadra onde em tempos idos tanto falou com o Professor.
O Palermo quer bazar, diz-se farto de tudo, mas a Tóquio não deixa. O Palermo argumenta:
«Ya no estoy entubando.»
Quando o Helsínquia intervém, chamando-o à razão, ele reconsidera e mantém-se.
A Tóquio fala com o Professor e lembra a possibilidade de a Lisboa estar ainda viva.
O Professor e o Marselha estão à batatada enquanto a Lisboa e a Alicia – a actual inspectora e substituta da Lisboa - estão a conversar. Não sei o porquê do desacato dos dois nem o teor da conversa das duas.
De novo aparecem cenas do casamento que já consta no episódio anterior. Canta um coro de padres e, convencido pelos discípulos, o Professor dança alegremente com todos. Que cena tão bonita.
O Professor e o Marselha estão agora de posse daquilo tudo com o intuito de resgatar a Lisboa. Enquanto isso, a Alicia interroga a Lisboa, não usando nem um pingo de condescendência.

3º episódio
O Denver esculpe um coração em ouro. Aquilo foi uma sobra de alguma barra (das roubadas) com certeza. O seu semblante mostra-se sofrido de uma dor em que se mistura amor, ódio e ciúme. E raiva. Muita raiva.
O polícia que caiu à piscina vai ter que cooperar com o Professor e o Marselha. É tanto assim que o papel deste polícia na trama é como que basilar. Lá o convenceram a tentar fazer passar a mensagem que o Professor iria fazer tudo por tudo e até de tudo para resgatar a Lisboa. Convenceram, quero eu dizer... Pois que remédio teve o desgraçado, né? (é)
O Denver transporta agora o seu coração esculpido. O intuito é oferecê-lo à Estocolmo. Encontra-a conversando com o Rio. Não fora toda a tensão desta história e quase pareceria que conversavam descontraidamente. Só que não combina, né? (é) Ou bem que andam de arma em riste e o coração num sobressalto, ou bem que se animam mediante conversas desafogadas de qualquer tipo de retração.
Entra mais um romance em cena: o Bogotá está apaixonado pela Nairóbi. Convenhamos que ver alguém desprotegido e tão frágil faz nascer um sentimento protector, daí é um pulinho para o amor e todas essas coisas do bem.
A Alicia tortura a Lisboa, não a deixando dormir.
O Denver, ao aproximar-se do 'parzinho', percebe que eles estavam descalços. E eu há pouco a dizer da descontração desarrazoada e mais não sei o quê. Pois, realmente é estranho que se mantenham descalços em situações destas. Hum.
Imagens dão-me a entender que o Rio foi sexualmente torturado quando lá longe. Coisas ainda da temporada anterior. Pobrecito... Madre mia.
«Dicem que el amor mueve el mundo, pero lo cierto es que lo odio no lo fica atras.»
Olhem, o Professor... O Professor, hã?, disse «no lo se». Nunca pensei ouvir isto da boca dele. «No lo se». Seguido de, e em modo explicativo de 'a razão por que estou assim é' «estou muito cansado, não consigo pensar». Ele agora já sabe que a Lisboa está viva. A cumplicidade do polícia caído na piscina deu arranque a isso.
A mãe e a filha da Lisboa encontram-se escondidas algures nas Filipinas, então, a Alicia está agora a dar oportunidade à Lisboa de falar com elas. Mas é uma coisa meio que metida dentro de uma chantagem, da qual já não percebi o suficiente para explanar. Ficamos assim: a Lisboa é chantageada e um dos pontos é a segurança de um dos maiores bens da vida, a família. É no meio disto tudo que o polícia vem trazer café e ao pousar a chávena roda o pulso em maneiras de mostrar o relógio do Professor. Ah, então é isso.
Mais um episódio que termina com a Nairóbi em modo quase-a-morrer. Em terminar episódios assim é ela a rainha.

4º episódio
Começa cinco anos antes. Dia D, aparece no ecrã. É referente ao primeiro dia do primeiro assalto. Presumo. Se não for, mal não vem ao mundo, ou à história. É muito engraçado ver o Banco sem toda a questão do assalto - fatos vermelhos às centenas, vestindo assaltantes e reféns, gatilhos vários, uma panóplia de munições e, sobretudo, tensão e medo.
A Nairóbi acorda. Não sei se sonho, se realidade, mas é o que vejo. E vejo que o Gandia quer matá-la. Hum.
A Alicia, a inspectora (e grávida !) tortura, ou sobrecarrega emocionalmente, a Lisboa. Esta pergunta àquela como é que consegue, sendo tão má, chegar a casa e abraçar o marido, em suma: sentir amor. Mas a Alicia revela que, afinal, oh vejam lá, enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Gostei desta frase. Até a vou repetir para ficar isolada:
Enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Porra, que maravilha!
A Alicia aproveita para destilar a dor. Pesarosa, acrescenta que ele ia morrendo por dentro e ela ia gerando vida, também por dentro, ele acinzentava e ela ia ficando cor-de-rosa, ele emagrecia e ela engordava. As últimas palavras deste marido foram: «Põe nas notícias.»
Ora bem, está aqui uma curiosidade – o Gandia foi em tempos segurança no Banco e, naquelas cenas de há cinco anos atrás, já ele apareceu, contracenando com o Berlim. Este trapaceia o Governador, já nessa altura, para tentar amanhar-se de alguma forma, digamos que intentava adquirir umas noções de práticas disto e daquilo, o que o levaria a conhecer muitos aspectos do interior do edifício, o que ajudaria bastante por alturas do assalto. Era nessa altura que o Gandia era lá segurança e foi ele que acompanhou o Berlim nessa visita que, de especial, tem tudo. Eu cá acho. Acabado o negócio entre o Governador e o Berlim – negócio, sim, mas fictício – este encaminha-se para a viatura, que era ocupada pelo Professor, e declara convictamente que o Gandia tem que ser morto. Mas o Professor não quer. Dá-me a ideia que se vai arrepender...
Estão quase todos desconfiados que foi o Rio que 'desalgemou' o Gandia. É que ele apareceu solto e tem estado estes episódios todos preso, portanto: refém mais refém ainda que os reféns.
É noticiada uma falsa notícia: tréguas entre a Polícia e os assaltantes. Entretanto, não percebo se à conta dessa falsa notícia, são entregues dentro do Banco oito grandes porções de paella. Esta pomposa entrega – sim, pomposa, parecia uma festa – é feita pelos polícias. Que giro. Ah, e também há pão.
O Gandia consegue sequestrar a Tóquio para uma sala de pânico, apetrechada de tudo quanto é tecnologia, dali tudo se vê, tudo – portanto – se consegue controlar. O Professor, por sua vez, já não possui uma sala assim, o Gandia cortou-lhe os fios.
Paira ainda a dúvida por sobre o Rio – terá ele ajudado o Gandia a escapar-se? Será o Rio um traidor?
Há um clima assaz novelesco por entre personagens como a Tóquio, o Rio, a Estocolmo e o Denver. Ou seja: a primeira e o segundo deixaram o namoro, os seguintes estão numa situação meio esguelhada, então os parzinhos estão como que a trocar-se.
O Rio revolta-se imenso com tanta desconfiança que os seus colegas têm acerca da sua fidelidade para com o grupo, faz-me crer que jamais os trairia. Então, no ecrã, nem só para mim mas faz de conta, intenta, neste fim de episódio, ir matar o Gandia. O Denver, como acto de solidariedade para com o colega, junta-se-lhe. Vão os dois, corredor afora.

5º episódio
A Tóquio, mesmo acorrentada, pontapeia o Gandia como pode. E olhem que pode. Ai pode, pode. Porra, aquilo só pode doer em muito.
Nos tais tempos antigos, em que vigoravam os preparativos do assalto, o Denver e o Moscovo, principalmente este, pedem ao Professor que um tal de Juanito (familiar desses dois que, por sua vez, são pai e filho respectivamente) fizesse também parte do bando. Pronto, saíra da prisão e queria recuperar-se. Sim, esta questão é irónica: como assim recuperar-se a fazer parte de um assalto de tão grande envergadura? O Professor até lhes diz, à laia de abre-olhos: 'Então mas isto é um assalto...'e eis que um deles responde (acho que o Denver): Si, pero es un atraco decente'. Grande argumento, só vos digo, tanto que o Professor anui. Claro que a opinião do Berlim pesou bastante nesta inclusão, já que fez ver ao Professor quão benéfica poderia ser para o bando. Eis que tudo se prepara e espera-se que Juanito se apeie da camioneta. Mas aparece, não um homem, sim uma mulher. E deveras sensual. Juanito havia-se efeminado, outrossim, fisicamente. Ah. É que já dantes era homossexual mas da têmpera oculta, nada revelando. Agora estão primo e tio boquiabertos com a revelação de Manila. Ou seja: Juanito passou a Júlia, que passou a Manila, em termos de assalto. Pronto, tinha que ter um nome de cidade, né? É. En La Casa de Papel es así.
Há agora um julgamento - julgado: Palermo; juiz: o Professor. O Professor anui, novamente, mas por motivos diferentes, perante pessoas diferentes. É preciso manter-se a união, nada que a quebre se quer ver. Ou ter.
A Nairóbi está bem melhor, lá vai ela, na sua cadeirinha de rodas, visitar a fornalha, que é, a bem dizer, o seu posto de comando. Lá chegada vê-os acagaçados com tudo. E por tanto.
(iei!, nunca esta minha piadinha linguista ficou tão bem empregue, iei!)
A Nairóbi palestra eloquentemente e todos voltam ao seu normal. O sangue flui-lhes e boa parte do medo se foi embora. Arribaram, foi o que foi. Parece um treinador de futebol, esta Nairóbi. É tão engraçada. Ouve-se agora a música dos empreendedores, dos corajosos, e derretem mais lingotes.
E agora beijam-se na boca, a Nairóbi e o Bogotá. Oh... Esta temporada está mesmo mesmo mesmo a ser muito novelesca. É amor daqui, é cenazinha erótica dali e tal e tal... Nada explícito, mas.
Há uma enorme explosão dentro de um elevador. Quem abafou a granada foi o Denver e o Rio. Quem a mandou para lá foi o Gandia, só pode. Outros dois se moveram imediatamente para salvar os colegas e o Gandia dispara fortemente para a porta do elevador, a ver se atinge qualquer um dos quatro. Já percebi quais são os outros dois: o Palermo e o Helsínquia.
Este episódio termina com o a Nairóbi a ser atacada por trás pelo Gandia.

6º episódio
O Gandia está agarrado à Nairóbi. Quereis saber porquê, né? Pois que não o sei. Pois que não o registei no relato. Oh, ca pena, pá.
Pela primeira vez, nesta temporada, vejo o Professor fazer o seu mais típico gesto, o que em tempos designei assim:
«… O Professor mantém o tique de subir os óculos com o dedo médio, bem como o drama nos ombros e a determinação na voz. É uma combinação estranha, por isso tão atraente. O dedo sobe-lhe os óculos se surge algum contratempo e, porque surge, é subi-los, a ver se o caso se deslinda só com o gesto. Mas não. Óbvio.»
Chamei-lhe tique, afinal. Acontece então o tique durante a preparação de um evento especial, no atrás lá longe já tão comum desta série. O Professor conversa com a Nairóbi. O verdadeiro nome dela é Ágata. Só o Professor sabia os verdadeiros nomes de todos, nessa altura nem nós, importantes espectadores, os sabíamos. Porém, actualmente, todos sabemos os de todos e, na série, alguns personagens já sabem os uns dos outros, o que era coisa proibida. A Nairóbi e o Professor ainda conversam. Ela quer ser mãe de muitos filhos e não lhe importa que não tenham pai. Quer um doador e mostra que quer que seja o Professor. Combinam que assim se fará. O Professor tem um coração de manteiga, por isso é que nós gostamos tanto dele, mesmo sendo um criminoso do caraças consegue o prodígio de ser de boa índole. Não é fantástico, isto de se ser ser humano? É. Porra, olhem só o ambi-coisas maravilhoso que este homem consegue! A Nairóbi quer também uma casa com vista para o mar e um cão e todas essas coisas de sonho.
Uma das reféns, ao limpar uma das salas, encontra o telemóvel que vinha dentro do ursinho que foi oferecido à Nairóbi aquando do momento final da temporada anterior. Esse ursinho simbolizou o filho dela.
A Manila, infiltrada que está, afinal, no meio dos reféns, não aguentou mais esse papel e vai de mansinho ver como param as modas no centro da cena.
A Nairóbi morre.
O Gandia usou-a para se proteger dos disparos de que estava a ser alvo.
A Nairóbi morreu.
Já não vai haver crianças povoando a Terra. Crianças nascidas da Nairóbi e do Professor.
Este episódio termina com imagens bonitas da bonita Nairóbi e até a canção do genérico é, não mais bonita, mas diferente.

7º episódio
Grande prespectiva da cidade de Madrid, eis o começo. Há toda uma catrefada de polícias e militares a postos, armas apontadas à entrada do Banco.
E vai que está tudo aos tiros. Antes o Gandia anunciou ao Coronel (que está na tenda) que havia imobilizado a Nairóbi e a Tóquio. A Nairóbi sei eu que morreu (sabemos todos, a menos que o leitor tenha saltado partes desta leitura magnífica) mas, da Tóquio, não está declarada a morte no filme. E vai que continua tudo aos tiros, polícias e ladrões, pena não ser brincadeira infanto-juvenil. Pois não, não é.
Vamos quarenta e cinco horas antes de tudo o que acabei de descrever?
Vamos!
O Gandia está trémulo, tem dói-dói, que não se viu no filme o dói-dói que é ou como foi feito, mas tem. A Tóquio, prisioneira de correntes e do Gandia, está a jeito de o ver e, irónica, pergunta: Sabes que estás a sangrar como um porco? Mais atrapalhado ainda fica o Gandia, que desmaia antes de espetar a agulha com o líquido que o aliviaria.
O Professor, ao saber do trágico destino (ai, perdoem-me o chavão) da Nairóbi, lembra o trato que fizera com ela - ou seja, dali já não nascerão niños. Sentencia que se vingará de tal modo do Gandia que lhe fará sete vezes pior e que, doravante, actuará em sete passos para terminar o assalto.
Quem substitui a Nairóbi é a Estocolmo, digo eu naquilo de derreter o ouro, ele é o forno e ele é o calor e ele é o brilho dos lingotes e ele é o.
O Gandia lá se faz acordado, lá se injecta. Os assaltantes tiram-lhe os cabos e ele não pode falar com ninguém de fora ou saber de coisa nenhuma.
Abrem-se as portas do Banco para se dar o funeral da Nairóbi. Estão todos em sentido. Até a Lisboa pode ir ver, prestando homenagem. Que humanos de boa índole, podem , afinal, uns assaltantes ser.
Daqueles sete passos que já referi, o primeiro está dado, é o funeral da Nairóbi (não pesquei por que raio o funeral da mulher mais interessante de toda a trama é um dos passos, mas pronto), o segundo é ser espalhada a notícia da tortura do Rio. Pela Imprensa e tal e tal.
Arturito está-se a ver à rasca com o confronto da Amanda. Amanda é aquela que era secretária do Senhor Presidente do Banco Central. Arturito, ludibrioso, havia-a dopado e pôde abusar dela enquanto dormitava. Só que Amanda recorda pedaços desses abusos e agora está naquela de 'ó pá ó pá mas afinal como é?' Ele nega. Cobarde como é só podia, né?
E pronto, Arturito lá se desculpa, armando uma cena igual a tantas - a mulher não fez nada mas está exposta e, envergonhada, sente-se culpada, mesmo não tendo participado em nada.
A Tóquio,algo fingida, pede ao Gandia para a soltar, garantindo que o cura.
Há conferência de imprensa, o Comandante de outros tempos fala ao povo, negando que a Polícia torturou o Rio. Enquanto isso, mala suerte, todos os jornalistas presentes recebem - nos seus telemóveis, tablets, computadores – o vídeo de um turco confessando o que fizeram e como fizeram. O Comandante nega e nega e nega que assim se passou. Perante tanta atenção a dar-se à conferência, na tenda deixa de se dar atenção aos assaltantes e ao que se passa dentro do Banco.
A Alicia é quem vai ser o bode expiatório desta coisa toda porque a vão acusar – tudo bem que foi ela que intentou tudo quanto diz respeito à tortura do Rio – e nota-se já que tudo farão para que ela seja, depois, ilibada. Pois já se sabe que há aquela questão dos Polícias, têm um desconto do caraças nas maldades que fazem (algumas são merecidas, vá, mas dá uma raivinha, não dá?).
A Tóquio está a fazer o que tem a fazer às feridinhas do Gandia. Ou feridonas. Enquanto isso, do lado de lá da parede, os seus amigos, os assaltantes, tudo fazem para a irem salvar. Ela retira os estilhaços do corpo do Gandia e os outros furam a parede. É giro, isto. Agora vai tirar o pior de todos, se errar ele pode ficar paralítico. Ui, ela matou-o! Quero dizer: não sei o matou, mas que lhe deu uma arroxada do caraças, deu.
Quarto míssil. O Professor fala em todas as torres de Madrid onde estão ecrãs. Está a ver-se a cara dele. Vai falar ao mundo, é o que é. Mostra-nos a gravação de quando a Lisboa foi apanhada e fingiram a sua morte. Tudo isso foi ciladas da Polícia, que, no fundo, praticou ilegalidades.
O Gandia, afinal, ainda está vivo. Todos os assaltantes ficaram preocupados porque o querem vivo, morto de nada lhes serviria. E olhem que nem se interessaram pela Tóquio, que era, aliás o mote do quebra-parede. 'Ainda bem que se interessaram também por mim» refere ela, sarcasticamente. Ela e o Rio abraçam-se. É o amor que se têm. Ele corta-lhe as correntes e ela pergunta-lhe pela Nairóbi. A Tóquio ainda não sabe que a Nairóbi morreu. Chora muito, a Tóquio.
E vai o quinto míssil. Chega alguém dos Serviços Internos para buscar a Lisboa. Oh, vão prendê-la. Quando sai de dentro da tenda é aplaudida pelo povo. Incrível. Já escrevi montes de vezes nestes textos relatadores o quanto é incrível que criminosos possam ser, afinal, aplaudidos, admirados e até, pasme-se, amados.

8º episódio
Este episódio começa com uma cena de paneleiragem. O Berlim e o Palermo estão como que a despedir-se. Ora, como se sabe, o Berlim morreu na temporada anterior, portanto, este pedaço está lá longe no tempo. Eram amantes, namorados, marido e marido, sei lá, estão numa cena bué amorosa.
A Alicia, a grávida, está a confessar tudo.
O Marselha prepara-se para assaltar um restaurante chinês. Escrever restaurante chinês, nesta altura (maio de 2020) é estranhíssimo. À conta do vírus do momento, restaurantes e afins, são existências apenas memoriais, imagine-se logo um restaurante chinês... Ai. Este assalto é comandado remotamente pelo Professor, note-se. Portanto: a ideia é finalizar o túnel, que dará acesso ao parque de estacionamento e que se encontra mesmo ao lado do Tribunal para onde a Lisboa está a ser conduzida. Como a imprensa se mantém inabalável da frente do Tribunal, a Lisboa entrará pela porta traseira, que fica ao lado da porta do dito restaurante. Mas está lenta, a escavação.
Eis o Gandia fora de perigo. O Professor assim quis, e todos contra ele, queriam-no morto.
A Lisboa está prestes a comparecer perante o Juiz para ser julgada. E vamos ver.
Este plano foi chamado de Plano Paris porque é a cidade da liberdade e do amor. E eles amam-se. E os mineiros estão quase a chegar à parede do Tribunal. Ora bem, Raquel Murillo, a Lisboa, está então a descrever extensamente tudo quanto é pormenor acerca do assalto, isto com o intuito de ganhar tempo e assim cansar o Juiz e todas as pessoas envolvidas no julgamento.
Por outro lado, a Alicia está a tramar isto tudo, pois claro, afinal convém existir um certo suspense, quando não o espectador abandona o ecrã, o que seria altamente drástico. 'Altamente drástico' é redundante. O drástico é uma coisa alta e grande. Voltando à Alicia: ela está a conseguir cassetes com imagens do tal Antonanzas, o polícia que ajudou a Lisboa a perceber que o Professor estava do lado dela, isto quando ainda na tenda.
Para aquele momento final junto às cancelas, o Marselha pôs-se dentro do carro, acompanhado de uma mulher, música aos berros, para não se ouvir as marteladas. Aguentou, aguentou, Aguentou. Os polícias a mandá-lo baixar o som, ele às goladas de uma garrafa (mas não era de nenhuma bebida alcoólica, claro). Por fim teve que desistir. A ver vou se não foi em vão.
Os mineiros que escavaram o túnel estão agora a construir uma parede falsa para se esconderem lá. É para resgatarem a Murillo. Ai perdão, a Lisboa. Esconder-se-ão todos lá.
O Gandia vai falar. Não posso estender este tópico porque não relatei mais nada acerca.
A Lisboa já está com eles mas não retive como aconteceu (porra, outra vez?! falas falas e não dizes nada...), fica registado que foi uma situação tão enganosa como todas as outras, em todos os finais. Mas ainda não se encontraram, a Lisboa e o Professor. Mas pronto, isto ainda não terminou.
Todos juram ganhar esta guerra, pela Nairóbi. Cá para mim, acaba assim. Por Nairóbi! Por Nairóbi! Por Nairóbi! - gritam.
Ups! A Alicia chegou ao pé do Professor. Xeque-mate, filho da puta, é que ela diz quando lhe chega ao pé. E acho que acabou. Só que não acabou, como já revelei no post anterior. Haverá mais 'La Casa de Papel', essa é que é essa.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Isolamento*

Porém, actualmente, todos sabemos os de todos e, na série, alguns personagens já sabem os uns dos outros.

(id est: dos nomes)

*...

Isolamento*

A Nairóbi está bem melhor, lá vai ela, na sua cadeirinha de rodas, visitar a fornalha, que é, a bem dizer, o seu posto de comando. Lá chegada vê-os acagaçados com tudo. E por tanto.

(iei!, nunca esta minha piadinha linguista ficou tão bem empregue, iei!)

*...

Gina, a (que já não é a*) desmancha prazeres de 'La Casa de papel'

*por demorar tanto tempo a construir estes posts,
o que significa que já toda a gente sabe como foi

5º episódio
A Tóquio, mesmo acorrentada, pontapeia o Gandia como pode. E olhem que pode. Ai pode, pode. Porra, aquilo só pode doer em muito.
Nos tais tempos antigos, em que vigoravam os preparativos do assalto, o Denver e o Moscovo, principalmente este, pedem ao Professor que um tal de Juanito (familiar desses dois que, por sua vez, são pai e filho respectivamente) fizesse também parte do bando. Pronto, saíra da prisão e queria recuperar-se. Sim, esta questão é irónica: como assim recuperar-se a fazer parte de um assalto de tão grande envergadura? O Professor até lhes diz, à laia de abre-olhos: 'Então mas isto é um assalto...'e eis que um deles responde (acho que o Denver): Si, pero es un atraco decente'. Grande argumento, só vos digo, tanto que o Professor anui. Claro que a opinião do Berlim pesou bastante nesta inclusão, já que fez ver ao Professor quão benéfica poderia ser para o bando. Eis que tudo se prepara e espera-se que Juanito se apeie da camioneta. Mas aparece, não um homem, sim uma mulher. E deveras sensual. Juanito havia-se efeminado, outrossim, fisicamente. Ah. É que já dantes era homossexual mas da têmpera oculta, nada revelando. Agora estão primo e tio boquiabertos com a revelação de Manila. Ou seja: Juanito passou a Júlia, que passou a Manila, em termos de assalto. Pronto, tinha que ter um nome de cidade, né? É. En La Casa de Papel es así.
Há agora um julgamento - julgado: Palermo; juiz: o Professor. O Professor anui, novamente, mas por motivos diferentes, perante pessoas diferentes. É preciso manter-se a união, nada que a quebre se quer ver. Ou ter.
A Nairóbi está bem melhor, lá vai ela, na sua cadeirinha de rodas, visitar a fornalha, que é, a bem dizer, o seu posto de comando. Lá chegada vê-os acagaçados com tudo. E por tanto.
(iei!, nunca esta minha piadinha linguista ficou tão bem empregue, iei!)
A Nairóbi palestra eloquentemente e todos voltam ao seu normal. O sangue flui-lhes e boa parte do medo se foi embora. Arribaram, foi o que foi. Parece um treinador de futebol, esta Nairóbi. É tão engraçada. Ouve-se agora a música dos empreendedores, dos corajosos, e derretem mais lingotes. 
E agora beijam-se na boca, a Nairóbi e o Bogotá. Oh... Esta temporada está mesmo mesmo mesmo a ser muito novelesca. É amor daqui, é cenazinha erótica dali e tal e tal... Nada explícito, mas.
Há uma enorme explosão dentro de um elevador. Quem abafou a granada foi o Denver e o Rio. Quem a mandou para lá foi o Gandia, só pode. Outros dois se moveram imediatamente para salvar os colegas e o Gandia dispara fortemente para a porta do elevador, a ver se atinge qualquer um dos quatro. Já percebi quais são os outros dois: o Palermo e o Helsínquia. 
Este episódio termina com o a Nairóbi a ser atacada por trás pelo Gandia.

6º episódio
O Gandia está agarrado à Nairóbi. Quereis saber porquê, né? Pois que não o sei. Pois que não o registei no relato. Oh, ca pena, pá.
Pela primeira vez, nesta temporada, vejo o Professor fazer o seu mais típico gesto, o que em tempos designei assim: 
«… O Professor mantém o tique de subir os óculos com o dedo médio, bem como o drama nos ombros e a determinação na voz. É uma combinação estranha, por isso tão atraente. O dedo sobe-lhe os óculos se surge algum contratempo e, porque surge, é subi-los, a ver se o caso se deslinda só com o gesto. Mas não. Óbvio.»
Chamei-lhe tique, afinal. Acontece então o tique durante a preparação de um evento especial, no atrás lá longe já tão comum desta série. O Professor conversa com a Nairóbi. O verdadeiro nome dela é Ágata. Só o Professor sabia os verdadeiros nomes de todos, nessa altura nem nós, importantes espectadores, os sabíamos. Porém, actualmente, todos sabemos os de todos e, na série, alguns personagens já sabem os uns dos outros, o que era coisa proibida. A Nairóbi e o Professor ainda conversam. Ela quer ser mãe de muitos filhos e não lhe importa que não tenham pai. Quer um doador e mostra que quer que seja o Professor. Combinam que assim se fará. O Professor tem um coração de manteiga, por isso é que nós gostamos tanto dele, mesmo sendo um criminoso do caraças consegue o prodígio de ser de boa índole. Não é fantástico, isto de se ser ser humano? É. Porra, olhem só o ambi-coisas maravilhoso que este homem consegue! A Nairóbi quer também uma casa com vista para o mar e um cão e todas essas coisas de sonho.
Uma das reféns, ao limpar uma das salas, encontra o telemóvel que vinha dentro do ursinho que foi oferecido à Nairóbi aquando do momento final da temporada anterior. Esse ursinho simbolizou o filho dela.
A Manila, infiltrada que está, afinal, no meio dos reféns, não aguentou mais esse papel e vai de mansinho ver como param as modas no centro da cena.
A Nairóbi morre.
O Gandia usou-a para se proteger dos disparos de que estava a ser alvo.
A Nairóbi morreu.
Já não vai haver crianças povoando a Terra. Crianças nascidas da Nairóbi e do Professor.
Este episódio termina com imagens bonitas da bonita Nairóbi e até a canção do genérico é, não mais bonita, mas diferente.

7º episódio
Grande prespectiva da cidade de Madrid, eis o começo. Há toda uma catrefada de polícias e militares a postos, armas apontadas à entrada do Banco.
E vai que está tudo aos tiros. Antes o Gandia anunciou ao Coronel (que está na tenda) que havia imobilizado a Nairóbi e a Tóquio. A Nairóbi sei eu que morreu (sabemos todos, a menos que o leitor tenha saltado partes desta leitura magnífica) mas, da Tóquio, não está declarada a morte no filme. E vai que continua tudo aos tiros, polícias e ladrões, pena não ser brincadeira infanto-juvenil. Pois não, não é.
Vamos quarenta e cinco horas antes de tudo o que acabei de descrever?
Vamos!
O Gandia está trémulo, tem dói-dói, que não se viu no filme o dói-dói que é ou como foi feito, mas tem. A Tóquio, prisioneira de correntes e do Gandia, está a jeito de o ver e, irónica, pergunta: Sabes que estás a sangrar como um porco? Mais atrapalhado ainda fica o Gandia, que desmaia antes de espetar a agulha com o líquido que o aliviaria.
O Professor, ao saber do trágico destino (ai, perdoem-me o chavão) da Nairóbi, lembra o trato que fizera com ela - ou seja, dali já não nascerão niños. Sentencia que se vingará de tal modo do Gandia que lhe fará sete vezes pior e que, doravante, actuará em sete passos para terminar o assalto. 
Quem substitui a Nairóbi é a Estocolmo, digo eu naquilo de derreter o ouro, ele é o forno e ele é o calor e ele é o brilho dos lingotes e ele é o.
O Gandia lá se faz acordado, lá se injecta. Os assaltantes tiram-lhe os cabos e ele não pode falar com ninguém de fora ou saber de coisa nenhuma.
Abrem-se as portas do Banco para se dar o funeral da Nairóbi. Estão todos em sentido. Até a Lisboa pode ir ver, prestando homenagem. Que humanos de boa índole, podem , afinal, uns assaltantes ser.
Daqueles sete passos que já referi, o primeiro está dado, é o funeral da Nairóbi (não pesquei por que raio o funeral da mulher mais interessante de toda a trama é um dos passos, mas pronto), o segundo é ser espalhada a notícia da tortura do Rio. Pela Imprensa e tal e tal.
Arturito está-se a ver à rasca com o confronto da Amanda. Amanda é aquela que era secretária do Senhor Presidente do Banco Central. Arturito, ludibrioso, havia-a dopado e pôde abusar dela enquanto dormitava. Só que Amanda recorda pedaços desses abusos e agora está naquela de 'ó pá ó pá mas afinal como é?' Ele nega. Cobarde como é só podia, né? 
E pronto, Arturito lá se desculpa, armando uma cena igual a tantas - a mulher não fez nada mas está exposta e, envergonhada, sente-se culpada, mesmo não tendo participado em nada.
A Tóquio,algo fingida, pede ao Gandia para a soltar, garantindo que o cura.
Há conferência de imprensa, o Comandante de outros tempos fala ao povo, negando que a Polícia torturou o Rio. Enquanto isso, mala suerte, todos os jornalistas presentes recebem - nos seus telemóveis, tablets, computadores – o vídeo de um turco confessando o que fizeram e como fizeram. O Comandante nega e nega e nega que assim se passou. Perante tanta atenção a dar-se à conferência, na tenda deixa de se dar atenção aos assaltantes e ao que se passa dentro do Banco.
A Alicia é quem vai ser o bode expiatório desta coisa toda porque a vão acusar – tudo bem que foi ela que intentou tudo quanto diz respeito à tortura do Rio – e nota-se já que tudo farão para que ela seja, depois, ilibada. Pois já se sabe que há aquela questão dos Polícias, têm um desconto do caraças nas maldades que fazem (algumas são merecidas, vá, mas dá uma raivinha, não dá?).
A Tóquio está a fazer o que tem a fazer às feridinhas do Gandia. Ou feridonas. Enquanto isso, do lado de lá da parede, os seus amigos, os assaltantes, tudo fazem para a irem salvar. Ela retira os estilhaços do corpo do Gandia e os outros furam a parede. É giro, isto. Agora vai tirar o pior de todos, se errar ele pode ficar paralítico. Ui, ela matou-o! Quero dizer: não sei o matou, mas que lhe deu uma arroxada do caraças, deu.
Quarto míssil. O Professor fala em todas as torres de Madrid onde estão ecrãs. Está a ver-se a cara dele. Vai falar ao mundo, é o que é. Mostra-nos a gravação de quando a Lisboa foi apanhada e fingiram a sua morte. Tudo isso foi ciladas da Polícia, que, no fundo, praticou ilegalidades.
O Gandia, afinal, ainda está vivo. Todos os assaltantes ficaram preocupados porque o querem vivo, morto de nada lhes serviria. E olhem que nem se interessaram pela Tóquio, que era, aliás o mote do quebra-parede. 'Ainda bem que se interessaram também por mim» refere ela, sarcasticamente. Ela e o Rio abraçam-se. É o amor que se têm. Ele corta-lhe as correntes e ela pergunta-lhe pela Nairóbi. A Tóquio ainda não sabe que a Nairóbi morreu. Chora muito, a Tóquio.
E vai o quinto míssil. Chega alguém dos Serviços Internos para buscar a Lisboa. Oh, vão prendê-la. Quando sai de dentro da tenda é aplaudida pelo povo. Incrível. Já escrevi montes de vezes nestes textos relatadores o quanto é incrível que criminosos possam ser, afinal, aplaudidos, admirados e até, pasme-se, amados.

8º episódio
Este episódio começa com uma cena de paneleiragem. O Berlim e o Palermo estão como que a despedir-se. Ora, como se sabe, o Berlim morreu na temporada anterior, portanto, este pedaço está lá longe no tempo. Eram amantes, namorados, marido e marido, sei lá, estão numa cena bué amorosa.
A Alicia, a grávida, está a confessar tudo.
O Marselha prepara-se para assaltar um restaurante chinês. Escrever restaurante chinês, nesta altura (maio de 2020) é estranhíssimo. À conta do vírus do momento, restaurantes e afins, são existências apenas memoriais, imagine-se logo um restaurante chinês... Ai. Este assalto é comandado remotamente pelo Professor, note-se. Portanto: a ideia é finalizar o túnel, que dará acesso ao parque de estacionamento e que se encontra mesmo ao lado do Tribunal para onde a Lisboa está a ser conduzida. Como a imprensa se mantém inabalável da frente do Tribunal, a Lisboa entrará pela porta traseira, que fica ao lado da porta do dito restaurante. Mas está lenta, a escavação.
Eis o Gandia fora de perigo. O Professor assim quis, e todos contra ele, queriam-no morto.
A Lisboa está prestes a comparecer perante o Juiz para ser julgada. E vamos ver.
Este plano foi chamado de Plano Paris porque é a cidade da liberdade e do amor. E eles amam-se. E os mineiros estão quase a chegar à parede do Tribunal. Ora bem, Raquel Murillo, a Lisboa, está então a descrever extensamente tudo quanto é pormenor acerca do assalto, isto com o intuito de ganhar tempo e assim cansar o Juiz e todas as pessoas envolvidas no julgamento.
Por outro lado, a Alicia está a tramar isto tudo, pois claro, afinal convém existir um certo suspense, quando não o espectador abandona o ecrã, o que seria altamente drástico. 'Altamente drástico' é redundante. O drástico é uma coisa alta e grande. Voltando à Alicia: ela está a conseguir cassetes com imagens do tal Antonanzas, o polícia que ajudou a Lisboa a perceber que o Professor estava do lado dela, isto quando ainda na tenda.
Para aquele momento final junto às cancelas, o Marselha pôs-se dentro do carro, acompanhado de uma mulher, música aos berros, para não se ouvir as marteladas. Aguentou, aguentou, Aguentou. Os polícias a mandá-lo baixar o som, ele às goladas de uma garrafa (mas não era de nenhuma bebida alcoólica, claro). Por fim teve que desistir. A ver vou se não foi em vão.
Os mineiros que escavaram o túnel estão agora a construir uma parede falsa para se esconderem lá. É para resgatarem a Murillo. Ai perdão, a Lisboa. Esconder-se-ão todos lá.
O Gandia vai falar. Não posso estender este tópico porque não relatei mais nada acerca.
A Lisboa já está com eles mas não retive como aconteceu (porra, outra vez?! falas falas e não dizes nada...), fica registado que foi uma situação tão enganosa como todas as outras, em todos os finais. Mas ainda não se encontraram, a Lisboa e o Professor. Mas pronto, isto ainda não terminou.
Todos juram ganhar esta guerra, pela Nairóbi. Cá para mim, acaba assim. Por Nairóbi! Por Nairóbi! Por Nairóbi! - gritam.
Ups! A Alicia chegou ao pé do Professor. Xeque-mate, filho da puta, é que ela diz quando lhe chega ao pé. E acho que acabou. Só que não acabou, como já revelei no post anterior. Haverá mais 'La Casa de Papel', essa é que é essa.

Querendo ler os outros quatro episódios é clicar aqui

novidades do novo blogger

 ah
 hum ui pá
 oh ei ena


 quer
 dizer que habemus
 tabelas vírgula em  querendo

verde


hum-hum, é verdade, é

Just because you feel good
Doesn't make you right, oh no
Skunk Anansie



bem como o contrário, né 'miga?

terça-feira, 26 de maio de 2020

inteligente

If it makes you happy
It can't be that bad
If it makes you happy
Then why the hell are you so sad
(Sheryl Crow)



porque é deveras inteligente
só pode, né 'miga?

Sons

Aos primeiros sons de pessoa acordada que eu faça, a cadela vem ter comigo e anuncia: estou aqui, acaricia-me. Obedeço logo de seguida. Assim até invertemos os papéis, né cão? Eu fiel e submissa, tu no poder.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Lisboa, 25 de Maio de 2020

É, também, para me esconder que escrevo. O mundo é instável, as pessoas são impacientes - escrevo para viver as minhas coisas sem desafiá-lo ou apoquentá-las. Percebi isto hoje e, mesmo não estando certa de ser vez primeira, fica como sendo.

Post com cor (-de-laranja)

A cliente cor-de-laranja veio ao estaminé para o meu colega lhe amanhar os travões da bicicleta. Não é bem bem bem ela que é cor-de-laranja, antes é a sua cozinha. Tem um piadão. Cada vez que lá vou pasmo com tanta cor, vai de pegas a puxadores, passa por cestinhas e panos. Ah, e o resto é cinzento, digo eu azulejos, mosaicos e armários. Laranja e cinza é cores a conjugar, e bem, é o que é.

A estátua do poeta

Está a dar fruto, aquilo de de vez em quando cortarem os ramos às árvores – a que está na direção do poeta ainda não consegue tapá-lo e dantes, em Primaveras com este número de dias, tapava-lhe, pelo menos, a cabeça.

Por alturas da manhã

Vocalizei 'vinte metros'. Abri os olhos e vi o abacateiro. É, deve ter vinte metros, deve.

domingo, 24 de maio de 2020

20:31

wordless stop

Programa

Na TV estava a dar um programa de animálias várias onde duas cabras marravam até ao KO. Entretanto, numa cena apareceram quatro algo distantes da câmara, era uma cena a fazer assim a modos que de separador, vá, e notei as cabras quedas e mudas mas, oh que engraçado, cada uma metida na sua vida, não era um grupo, eram quatro cabras. Lembrei um banco de estação de Metro em que algumas – não sei se quatro – pessoas se me apresentaram tão díspares que, como é comum na minha vida de escrevente, chegada ao estaminé pus-me a registar o facto, estendendo o assunto como me aprouve, sem pensar que não é igual a nada, não encarreira, não prossegue. Não ser igual, às vezes, é duro. Como uma marrada.

Programa

Na TV estava a dar uma série daquelas de meter o nariz – e principalmente os olhos - na casa das pessoas. Este é daqueles que, se visto sob certo prisma, acaba por ser um serviço público porque trata pessoas que acumulam em demasia, o que é doentio. Por outro lado, e é precisamente o outro lado, o programa mostra pessoas que limpam as suas casas em demasia, o que também é doentio. Em suma, uns com a casa suja até mais não e cheia de tralha, outros com a casa profundamente limpa e desinfectada. Neste último grupo estava um homem ao qual achei um piadão. Exibia grande aprumo, não só ao nível da limpeza como no mais ínfimo pormenor, tudo na sua casa estava alinhado. Mas tudo. Desde livros a quadros, os talheres todos virados para o mesmo lado, as cortinas simétricas, os ganchos com a mesma distância uns dos outros, as dobras iguais, quais ponta aqui ponta ali quais quê, na na ni na não, nada disso, tudo a bater certo. Estas questões quase parecem cruéis, jamais se consegue simetria seja lá no que for. Bom, então qual foi a piada? Foi que o mesmíssimo homem tinha uma dentição deveras desalinhada. Mesmo. Mas que encavalamento que para ali estava 'migos...

Devia escrever a minha vida, também, à mão.

Agora estou naquela de só pintar as bolas dos is. E nem é pintar, é preencher. Digo as bolas, não só dos is, mas também os pontos finais e os pontinhos da interrogação e da exclamação. Sei lá, é mais pomposo. É até fofo. Os acentos e as vírgulas e as cedilhas são de uma rectidão aborrecida, é um traço e pronto, a bolinha não, a bolinha requer atenção, cuidado. É também, e talvez por isso, demorado, há que haver esmero. Também posso engrossar as maiúsculas, fica giro, realça o início de cada frase. Devia escrever a minha vida, também, à mão.

sábado, 23 de maio de 2020

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Latim

Fui ver o latim e encontrei-o certo e conforme, o que não é de estranhar. Lisboa voltou a ser a metrópole do costume, hoje até o frenesim e o tráfego das sextas à tardinha me ofertou. Mais: a dona Marta e um dos Tó Zés subiam a avenida com as mãozinhas dadas. Hum, bem me parecia que. Também me cruzei com a Lucrécia. Havia muita gente na avenida mas não era para ninguém desses que ela articulava sons. Falar é outra coisa. E conversar é bastante parecido com qualquer uma dessas duas.

Avesso

Ontem andei com a camisola vestida do avesso. Como me esqueci de trazer uma adequada ao estaminé, foi esta a solução que arranjei para a eventualidade de me encardir. É que isto de ser da ferrugem, pá, coiso. Entretanto, cliente algum me avisou da voluntariosa distração. Só a vizinha da vizinha Gislena é que fez um leve trejeito quando nos cruzámos na rua, porém de nada me avisou. Mas foi assim que me apercebi como ia. Sim, visitei um espaço comercial envergando uma camisola do avesso, nomeadamente, a frutaria do nepalês.

Troca de figuras

Encontrei-me com um papel que dizia 'vamos salvar o planeta' mas troquei para ali umas letras e, sei lá eu por que caso ou figura, li 'vamos salvar a punheta'. Pá, é bem na mesma, ora essa, e por que caso ou figura não seria?

Nºs

Esta é a porta Nº 4. A pessoa que escreveu isto já tinha escrito os Nºs 1, 2 e 3. Se não escreveu é tudo bem na mesma na vida da gente todos, óbvio.


Post em duas cores

Como não prender uns papelinhos com dois clipes, um amarelo e um vermelho, se os belos dos papelinhos são papelinhos para terem, precisamente, essas cores? Não vai dar, né?

Pousos matinais

Pousei um pouco por Rio de Mouro, e foi lá que aconteceu o post anterior.
O que me levou a fazê-lo acontecer foi a salada de alface que preparei ontem à noite e foi nesse momento que o idealizei e gravei na memória, esperançada de o não perder. Ora, como se vê, não o perdi.
Pousei em Benfica (Lisboa) e nada.
Pousei em Palhavã (Lisboa) e tirei uma foto, da qual guardei o azul. Já que não consegui realçar a peça metálica que a seta indica, olhem, fiz assim.


aufaufa tem mais piada do que alface



(se em som, tem)



quinta-feira, 21 de maio de 2020

Material cirúrgico

Diz que os sorrisos se percebem através do tom de voz, isto se em conversas telefónicas, e eu espero que também se percebam através dos olhos. Bem sei que as máscaras nos abafam a voz mas tenho esperança que os olhos actuem como mais-valia. Ou por outra, o que eu espero mesmo é que tomem todo o seu potencial. Diz-se que os olhos espelham o que sentimos, vai daí, eis que pumba e coiso, anunciamo-nos. Quiçá mais e melhor, agora me lembro, é que ficando isolados, mais se atenta neles.

Material cirúrgico

Ulha! Uma empresa em que sou freguesa ofereceu-me uma máscara daquelas apaneleiradas. Chegou via Correios. Tem três camadas: o interior em algodão, o meio em polipropileno, o exterior em poliéster, todas aos cem por cento, é nível 3, reutilizável, lavável até 5 vezes, com clipe nasal extraível. É de tamanho único/adulto, pesa 22 gramas e foi fabricada em abril/2020. O prospecto diz ainda que é uma 'máscara social' e o meu colega começou logo no gozo, ah, se é social não é para ti. Vejam lá a fama que eu tenho. E o proveito.

Completamente diferente, a planta à janela.

Agora a planta à janela é completamente diferente, habita um vaso completamente diferente, até a hora deste avistamento é completamente diferente. Poderá, eventualmente, acontecer que é o mesmo dia da semana e até o do mês e, ainda, o mês. Imagine-se: em vintes e uns de maios que haja acontecido a uma quinta-feira, de um qualquer ano transacto, posso eu ter tido este mesmo avistamento. Pois posso, andei anos a escrever acerca da planta à janela:

e que agora está assim assado, e eu hoje estava desta maneira e, ou, daquela, e a planta à janela e o muro em frente e eu sento-me lá, e ai que está frio, agora não quero, e ai que calor, que sombra bem vinda

Ah, o lugar é que é igual igual igual.
O mesmo, quero eu dizer.
À janela.
Pois.

dois pontos

suspiro:
trampolim

A tipa a actualizar-se

Que tipo de pessoa usa a Internet, concretamente o blogue, para registar listas de lugares a limpar dentro da própria casa?
É o tipo de pessoa que não é lá muito criteriosa com a escolha dos temas que apresenta na sua página virtual.


ou seja: eu


escolher caixas e mudá-las
coser argolas cortinado
limpar restos tinta roupeiro
limpar janelas quarto azul
limpar portas cozinha
limpar portadas sala*
limpar portas sala
limpar sala (profundamente)
reorganizar despensa (mais: limpar)
limpar móvel cozinha (mais: lavar cestos)*
encaixotar cadernos X**
*(feito no passado domingo)
**terei que adiar, falta-me as caixas


Até ver, o tema fica por aqui. Mas até nem me apetece, há assuntos aos quais tenho um apego desmesurado. Ai. Mas não fiz tudo, sabem? E isso também me agarra ao tema.

Aproximações

No decorrer do passeio com a cadela encontrámos um antigo colega do Luís e o cumprimento deles foi à moda do fist pump. Hum, distanciamento social tipo assim mais ou menos distante de cumprimentos de regras a bem de o vírus não propagar lá muito e tal...
Então, andas a passear o cão ou é o cão que te anda a passear a ti? - Perguntou o tal.  Só depois de ele falar é que o reconheci, e pá, já dantes era parvo.

OWZ, online With Zoom

Não abonam a beleza, as câmaras da plataforma Zoom. É certo que o propósito das aulas não é para ali me pôr a admirar o trombil, mas porra, quando calha pousar lá o olhar, ui, ca susto – nariz abatatado e bué pregas.
E vai Localizada.
A semana passada foi preciso uma cadeira e tudo. E era para a gente se sentar. Não era nada, era para a gente quase! se sentar – vai abaixo, não toca no assento, levanta – dizia a senhora professora.
E vai Powerflow.
Powerflow foi a primeiríssima aula recebida através da plataforma Zoom, já havia contado no blogue, incluindo o giro que foi perceber num ápice como ligar o microfone e que nem havia procurado como ligar a câmara antes que me 'fosse embora' (ler tudo aqui), antevendo que seria mais prodituvo... ai perdão, produtivo se a professora me visse. E é. Agora que tenho para aí uma dezena de aulas praticadas, sei quão benéfico é a gente ver e ouvir o emissor. Nunca mais fiz Powerflow, deixei de ter horário para isso, e lamento.

Blás&Blás

Tenho um fornecedor com um nome que vou pôr como 'BlásTotal', sendo a parte 'Total' verídica.
Ora bem, introdução criada e exposta, seguidamente apresentarei o corpo.
Precisava de apontar faltas de artigos mas não malembrava do nome completo de quem mos fornece. Disposta a não perder tempo, chamei de CoisoTotal - digamos que criei um nome que me remeteria rapidamente à entidade certa – e registei 'peço desculpa' entre parêntesis, mesmo sendo uma piadinha privada e tão tola quanto inconsequente, não julgando, mas é que nunca por nunca, que a representante de tal firma fosse efectivamente ler este meu rabisco. Mas leu. E rabiscou ela também, mas o nome certo – 'BlásTotal'.
E pronto, por ora era isto.
Fim.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

O corpo pede descanso, a cabeça não.

De manhã fui ao supermercado. Há muito tempo que não me apetecia tão nada de nada ir ao supermercado, o que me cansou. Comprei guardanapos. Há meses que faltava guardanapos cá em casa. Não é que estivesse na lista - que, by the way, consultei somente após ter enfiado para aí metade das compras no carrinho – é que andava na lista de faltas que tenho na cabeça. Pois. Sou já conhecedora disto tudo. Tudo. O nada de nada, o quão cansativo pode ser uma visita ao supermercado, consultar a lista tardiamente e faltas de mantimentos gravadas na memória. A propósito de memória, agora lembrei-me que, quando a caminho do supermercado, me lembrei – ai, adoro estas repetições escusadas e sem jeito nenhum – que ontem retomei as consultas de acupuntura e, imediatamente antes da inserção das agulhas, o senhor doutor disse que íamos fazer um reset. Na altura tomei a expressão como sendo 'apagar tudo e recomeçar'. E é. Ou é mais ou menos, vá, afinal não se apaga tudo tudo tudo, um recomeço contém a memória de um começo. Precisamente: reset – redefinir, recompor, restabelecer (aqui). Ah.
Comprei quatro garrafas de vinho. Transportei-as no chão do carro, intercalei-as com um saco de pastilhas para a máquina de lavar louça, um pacote de sal para usar na já dita máquina e uma embalagem de rolos de papel higiénico. Trouxe vinhos assim aos bués para evitar a escolha. É que havia duas marcas em promoção com dois tipos de vinho diferentes, aliás, três, Premuim, Reserva e Colheita Selecionada. E uma pessoa sabe lá qual é o melhor, né? Às vezes leio os rótulos e é assim que decido quais vêm comigo mas hoje não me apeteceu toda aquela trama de retira os óculos, lê tudinho, pondera, escolhe, guarda os óculos.
Fiz três aulas online. Mobilidade logo pela manhã, Pilates quando a tarde era ainda um rebento e Body Balance quando a noite se avizinhava. Sim, é demais. Foi por isto que dei o título que dei a este post.

Loures, 20 de Maio de 2020

O que eu desejava era que ela se fizesse crescida como se estivesse lá no canteiro de onde a trouxe. Que rompesse aquela membrana e arredondasse como estão redondos os seus pares. Mas não. Ah, e este é o seu vigésimo dia, foi recolhida precisamente no primeiro dia do mês em que estamos. Não percebendo patavina do que raio é que esta questão numérica significa, é clicar aqui. De nada, ora essa.


dois pontos

vamos a trocas:
triângo
losangulo

dois pontos

temperatura ideal:
parte fria pra caraças+parte quente aos bués

dois pontos

crianças:
puerilidade

dois pontos

parir:
sair peso de dentro

terça-feira, 19 de maio de 2020

Loures, Loures





Temos sem e com filtro. O sem ganha porque este tipo de registo fotográfico não se quer alterado. O com ganha porque eu quis realçar a oliveira. Haverá elementos mais lourenses, não duvido, assim como não duvido que as oliveiras são francamente lourenses.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Destaque

Gosto tanto desta frase que a vou isolar:

Enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.

(nem devia ser, mas é) um destaque é um isolamento

espanhol

dicem que el amor mueve el mundo, pero lo cierto es que lo odio no lo fica atras

ouvido en 'la casa de papel'

Gina, a (que já não é a*) desmancha-prazeres de 'La Casa de Papel'

*por demorar tanto tempo a construir estes posts,
o que significa que já toda a gente sabe como foi,
deixei de ser a desmancha-prazeres que fui em tempos,
e, ressalvando por antecipação, olhem que aquela porra não termina,
é a quarta temporada e ainda não aconteceu o adeus

1º episódio
Nairóbi tinha sido alvejada no último momento do último episódio da temporada anterior, que eu bem me lembro e a trama continua daí - tentam salvá-la.
O Helsínquia era tolinho, sim senhoras e senhores, mas na temporada anterior, nesta não, lá se desenvencilha e salva a Nairóbi, que, quando acordada, quer ser entregue à Polícia por conta da chantagem de que foi alvo no último episódio da temporada anterior.
Antes que me esqueça: o genérico parece-me diferente, tanto em imagem como no som, isto apesar de ser a mesma intérprete.
Numa altura de grandes ansiedades, há por ali tanto nervo, mas tanto nervo, que todos se voltam contra todos, há até uma cena em que se apontam armas às cabeças. Assim em roda, sabem? Cada um ameaça o outro a seguir. Cada um atrapalha a vida do outro, vá. Isto acontece porque as opiniões divergem no que toca à questão de a Nairóbi se entregar.
Aparece a estrada 435, iei! Eu conheço, eu conheço! Mas é de a ver cruzar-se com a que percorro há anos, a 433.
A tabuleta que indica a estrada aparece porque o Marselha segue por aí com o sinal do Professor para despistar a Polícia, enquanto, nesse preciso momento, o Professor se encontra debaixo de uma caixa para se encobrir de um touro do qual teve que se livrar e livrou-se assim, debaixo de uma caixa. Como é que o Professor foi para ao recinto do touro é que não vos posso adiantar, que não fixei esses pormenores.
A série está trespassada por cenas anteriores, ou seja: há uma mistura de passado com presente. Já na temporada anterior acontecia assim e vem daí esta minha consideração: é uma maneira de os personagens continuarem connosco, mesmo os que entretanto morreram.
O Marselha, o condutor que vai a fazer as vezes do Professor, ainda ao volante, enfia um capacete, despista-se propositadamente, não sem antes deixar o veículo carregado de provas, como por exemplo sangue do Professor, com o qual espargiu o veículo por dentro para que todos cressem que era ele que lá ia.
Pequeno à-parte: parteira diz-se comadrona, em espanhol.
Andam à procura de doadores de sangue para que a Nairóbi seja tratada em condições. É A negativo.
Pequeno à-parte, mas maior que o anterior: pesquisei para saber se é um dos sangues raros mas não conclui nada, quem sabe seja, para que a atenção do espectador aumente.
Procuram um doador entre os reféns. Muitos dizem que não pertencem ao grupo sanguíneo, até que dois se voluntariam. Um deles é o Arturito, o cobardolas.
Numa das partes em que a história vai atrás, o antigo dirigente do assalto, o Berlim, casa com uma jovem. Linda e fresca, como convém à trama. Sabem todos já da grave doença deste noivo. Quando no fim da festa do casório, digo eu: naquela parte em que todos se põem a dançar e a cantar alegremente, o Professor é o único que permanece sentado. Ouvimos a sua voz, comandada pelo pensamento:
«O que pesa mais: o amor ou a morte?»
O Berlim aproxima-se e, como se tivesse ouvido, responde:
«O que pesa mais é a vida.»
Considero uma reposta assertiva - a vida é o que nos pesa. O Berlim acrescenta:
«Porque a morte pode ser a melhor oportunidade da minha vida.»
É que ele é um doente e mesmo assim está-se a casar. Que outras ocasiões são mais promissoras de belas oportunidades de belas coisas viver?
O Denver mostrou-se estupidamente violento quando soube que a Estocolmo tinha estado a falar com o Arturito, amor da sua vida por alturas do primeiro assalto. O Arturito é astuto, conduz a conversa de modo a que o Denver se enraiveça de tal modo que o espanca quase até à morte. Fica o Arturito tão mal tratado, coitadinho.
O Professor sofre horrivelmente porque julga que a Lisboa morreu. Mas não.
A delicada operação à Nairóbi é virtualmente dirigida por um cirurgião. Na esquadra, descobrem esses sinais e cortam-nos. Portanto, a Nairóbi corre ainda mais perigo de vida e é neste suspense que termina o primeiro episódio.

2º episódio
Incrivelmente, oh vejam lá, o segundo episódio começa mostrando quão frágil está o estado da Nairóbi. Como o cirurgião já não se encontra online, os cirurgiões (que são os assaltantes e, se bem me lembro, quem comanda a operação à Nairóbi é a Tóquio) sem canudo não têm guia.
Ah, não posso crer! A Lisboa chega à esquadra onde em tempos idos tanto falou com o Professor.
O Palermo quer bazar, diz-se farto de tudo, mas a Tóquio não deixa. O Palermo argumenta:
«Ya no estoy entubando.»
Quando o Helsínquia intervém, chamando-o à razão, ele reconsidera e mantém-se.
A Tóquio fala com o Professor e lembra a possibilidade de a Lisboa estar ainda viva.
O Professor e o Marselha estão à batatada enquanto a Lisboa e a Alicia – a actual inspectora e substituta da Lisboa - estão a conversar. Não sei o porquê do desacato dos dois nem o teor da conversa das duas.
De novo aparecem cenas do casamento que já consta no episódio anterior. Canta um coro de padres e, convencido pelos discípulos, o Professor dança alegremente com todos. Que cena tão bonita.
O Professor e o Marselha estão agora de posse daquilo tudo com o intuito de resgatar a Lisboa. Enquanto isso, a Alicia interroga a Lisboa, não usando nem um pingo de condescendência.

3º episódio
O Denver esculpe um coração em ouro. Aquilo foi uma sobra de alguma barra (das roubadas) com certeza. O seu semblante mostra-se sofrido de uma dor em que se mistura amor, ódio e ciúme. E raiva. Muita raiva.
O polícia que caiu à piscina vai ter que cooperar com o Professor e o Marselha. É tanto assim que o papel deste polícia na trama é como que basilar. Lá o convenceram a tentar fazer passar a mensagem que o Professor iria fazer tudo por tudo e até de tudo para resgatar a Lisboa. Convenceram, quero eu dizer... Pois que remédio teve o desgraçado, né? (é)
O Denver transporta agora o seu coração esculpido. O intuito é oferecê-lo à Estocolmo. Encontra-a conversando com o Rio. Não fora toda a tensão desta história e quase pareceria que conversavam descontraidamente. Só que não combina, né? (é) Ou bem que andam de arma em riste e o coração num sobressalto, ou bem que se animam mediante conversas desafogadas de qualquer tipo de retração.
Entra mais um romance em cena: o Bogotá está apaixonado pela Nairóbi. Convenhamos que ver alguém desprotegido e tão frágil faz nascer um sentimento protector, daí é um pulinho para o amor e todas essas coisas do bem.
A Alicia tortura a Lisboa, não a deixando dormir.
O Denver, ao aproximar-se do 'parzinho', percebe que eles estavam descalços. E eu há pouco a dizer da descontração desarrazoada e mais não sei o quê. Pois, realmente é estranho que se mantenham descalços em situações destas. Hum.
Imagens dão-me a entender que o Rio foi sexualmente torturado quando lá longe. Coisas ainda da temporada anterior. Pobrecito... Madre mia.
«Dicem que el amor mueve el mundo, pero lo cierto es que lo odio no lo fica atras.»
Olhem, o Professor... O Professor, hã?, disse «no lo se». Nunca pensei ouvir isto da boca dele. «No lo se». Seguido de, e em modo explicativo de 'a razão por que estou assim é' «estou muito cansado, não consigo pensar». Ele agora já sabe que a Lisboa está viva. A cumplicidade do polícia caído na piscina deu arranque a isso.
A mãe e a filha da Lisboa encontram-se escondidas algures nas Filipinas, então, a Alicia está agora a dar oportunidade à Lisboa de falar com elas. Mas é uma coisa meio que metida dentro de uma chantagem, da qual já não percebi o suficiente para explanar. Ficamos assim: a Lisboa é chantageada e um dos pontos é a segurança de um dos maiores bens da vida, a família. É no meio disto tudo que o polícia vem trazer café e ao pousar a chávena roda o pulso em maneiras de mostrar o relógio do Professor. Ah, então é isso.
Mais um episódio que termina com a Nairóbi em modo quase-a-morrer. Em terminar episódios assim é ela a rainha.

4º episódio
Começa cinco anos antes. Dia D, aparece no ecrã. É referente ao primeiro dia do primeiro assalto. Presumo. Se não for, mal não vem ao mundo, ou à história. É muito engraçado ver o Banco sem toda a questão do assalto - fatos vermelhos às centenas, vestindo assaltantes e reféns, gatilhos vários, uma panóplia de munições e, sobretudo, tensão e medo.
A Nairóbi acorda. Não sei se sonho, se realidade, mas é o que vejo. E vejo que o Gandia quer matá-la. Hum.
A Alicia, a inspectora (e grávida !) tortura, ou sobrecarrega emocionalmente, a Lisboa. Esta pergunta àquela como é que consegue, sendo tão má, chegar a casa e abraçar o marido, em suma: sentir amor. Mas a Alicia revela que, afinal, oh vejam lá, enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Gostei desta frase. Até a vou repetir para ficar isolada:
Enviuvou recentemente por conta de um cancro no pâncreas do marido.
Porra, que maravilha!
A Alicia aproveita para destilar a dor. Pesarosa, acrescenta que ele ia morrendo por dentro e ela ia gerando vida, também por dentro, ele acinzentava e ela ia ficando cor-de-rosa, ele emagrecia e ela engordava. As últimas palavras deste marido foram: «Põe nas notícias.»
Ora bem, está aqui uma curiosidade – o Gandia foi em tempos segurança no Banco e, naquelas cenas de há cinco anos atrás, já ele apareceu, contracenando com o Berlim. Este trapaceia o Governador, já nessa altura, para tentar amanhar-se de alguma forma, digamos que intentava adquirir umas noções de práticas disto e daquilo, o que o levaria a conhecer muitos aspectos do interior do edifício, o que ajudaria bastante por alturas do assalto. Era nessa altura que o Gandia era lá segurança e foi ele que acompanhou o Berlim nessa visita que, de especial, tem tudo. Eu cá acho. Acabado o negócio entre o Governador e o Berlim – negócio, sim, mas fictício – este encaminha-se para a viatura, que era ocupada pelo Professor, e declara convictamente que o Gandia tem que ser morto. Mas o Professor não quer. Dá-me a ideia que se vai arrepender...
Estão quase todos desconfiados que foi o Rio que 'desalgemou' o Gandia. É que ele apareceu solto e tem estado estes episódios todos preso, portanto: refém mais refém ainda que os reféns.
É noticiada uma falsa notícia: tréguas entre a Polícia e os assaltantes. Entretanto, não percebo se à conta dessa falsa notícia, são entregues dentro do Banco oito grandes porções de paella. Esta pomposa entrega – sim, pomposa, parecia uma festa – é feita pelos polícias. Que giro. Ah, e também há pão.
O Gandia consegue sequestrar a Tóquio para uma sala de pânico, apetrechada de tudo quanto é tecnologia, dali tudo se vê, tudo – portanto – se consegue controlar. O Professor, por sua vez, já não possui uma sala assim, o Gandia cortou-lhe os fios.
Paira ainda a dúvida por sobre o Rio – terá ele ajudado o Gandia a escapar-se? Será o Rio um traidor?
Há um clima assaz novelesco por entre personagens como a Tóquio, o Rio, a Estocolmo e o Denver. Ou seja: a primeira e o segundo deixaram o namoro, os seguintes estão numa situação meio esguelhada, então os parzinhos estão como que a trocar-se.
O Rio revolta-se imenso com tanta desconfiança que os seus colegas têm acerca da sua fidelidade para com o grupo, faz-me crer que jamais os trairia. Então, no ecrã, nem só para mim mas faz de conta, intenta, neste fim de episódio, ir matar o Gandia. O Denver, como acto de solidariedade para com o colega, junta-se-lhe. Vão os dois, corredor afora.

faltam outros quatro episódios, se demorar tanto tempo a escrever esses como demorei a escrever estes, temos que esperar ainda umas semanas, mas pronto, o que vale é que vocês gostam de mim na mesma