terça-feira, 31 de maio de 2016

virgular é preciso

agora no verão as pessoas andam melhorzinhas, pois é, é, é

Acerca da fóbica

Acerca da 'fóbica' (e num outro post, para destaque), devo dizer que ao presente encontrei um certo destemor e/ou despudor em usá-la, dantes safava a coisa com a 'insegura'.

|deixei de te querer mas tu deixaste primeiro|

Coordenadas

Lisboa;
praça de Londres;
31/05/2016;
14:42;
27º

Isto de (quase) não ter leitores é porreiro porque a ausência de pessoas me é benéfica, uma vez que sou fóbica. Por outro lado, ou o mesmo, sei lá, mantendo um blogue (quase) vazio de gente que lê e que comenta, e querendo eu, por exemplo, apontar no blogue a morada exata onde permanece a gloriosa árvore amarela (já o fiz*), bem como a hora em que percorro a rua mais bonita de Lisboa (já o fiz*), apontarei esses registos sem reservas ou temor, digamos que o isolamento me traz alívio, pois nesse caso é-me dispensável ficar num misto de susto e expetativa – ai que alguém me lê o blogue e vai ter comigo, ali, às tantas horas, em tal dia, ai que nas netes há pessoas perseguidoras e ruins - pronto, coisas assim. Mas se, e hipoteticamente, quem lesse (ou lê) o blogue fosse (é) uma pessoa às direitas e tivesse (tem) uma curiosidade imensa em conhecer o sítio onde está plantada a árvore da minha vida, ou qual é a rua (que considero e por isso chamo de) mais bonita de Lisboa? Pois... Há uns momentos assim como que solitários, e se digo solitários é de solidão o que quero dizer, não é de isolamento.

*já fiz estas divulgações, é um facto, contudo tenho o secretismo colado a mim, colado não, é antes como um braço ou uma perna, dos meus, o secretismo faz-me, quero eu dizer que faz de mim o que sou, ademais gosto de guardar segredos e sei fazê-lo estupidamente bem, tanto que não suscito curiosidade

Torreira

A rua mais bonita de Lisboa estava hoje muito preenchida de pessoas.
Junto ao primeiro banco de quem a desce, uma mulher lia uma revista, de pé, mala e sacos pousados no banco.
Para aí entre a segunda e a terceira árvores do lado esquerdo de quem a desce, um homem encostara-se ao muro e aí lia um livro, de pé. A perna cruzada e o ar absorto pela leitura fez-me lembrar uma estatueta da minha infância, que constava na sala de estar da comadre Maria Paula, é que a posição e a expressão do boneco era aquela que o homem tinha.
Ao cabo dumas cinco ou seis árvores, dois jovens conversavam animadamente, de pé.
Torreira, é o título deste post, por julgar que os bancos estariam demasiado quentes para aquela malta se sentar neles...
Au eva, lembrei-me do seguinte: sou como as árvores, escrevo de pé. Que escreve de pé senão eu?!

Consulta

Não tarda vou ao senhor doutor do trabalho contar dos ossos e das veias e lamentar não contar dos nervos e das falas. Bem sei que toda a gente tem nervos e falas (e ossos e veias), só por dizer que estes são os meus, portanto acrescentam um certo pesar. Andam pelo ar, os teus nervos e falas? Pois, os meus estão cá dentro, os nervos: engulo-os, as falas: vomito-as.

Cliente

«Arranje-me aí uma torneira dessas de jardim meia três quartos se faz favor.»

Pronto, ao menos foi educado e a priori mais não se pede. Mas fez-me refletir, é que há pessoas que não usam vírgulas também quando falam.

Dos vídeos

Descobri recentemente que gosto de discursar.
Se,
descobri,,
recentemente,,,
é,,,,
porque,,,,,
não,,,,,,
sabia,,,,,,,
Não é
É
Discursar é coisa para se fazer só.
Vai,
daí,,
pumba,,,
e,,,,
coiso,,,,,
Não é
É

Interrompimento(s)

Sou interrompida pelos clientes aquando dos relatos para os vídeos, sou sim senhores, é um facto, mas como sei juntá-los, pois que os junto e acabo a conversa. Nota-se contudo as junções, bem sei, só por dizer que marimbo pra isso, quero lá saber, até fica giro e mais não sei o quê, apoiado no acaso e tal. Mas sou também interrompida pelos clientes aquando da feitura de posts, ah ah, mas aí já não se nota nada, ah ah, e, ao escrever, sequer faço reparo nisso, enquanto que nos vídeos é raríssimo eu não pedir paciência aos espectadores porque vou ser interrompida e ao depois anuncio que estou de volta. Sonho há anos, e o termo é esse, 'sonho', construir um só post durante todo o dia, tanto com os interrompimentos normais e naturais de quem escreve num estaminé como este e durante a hora do expediente, como com os erros de digitação e de ortografia. Sério, sonho com isso, mas a possibilidade de ver construído um post encavalitado e sem qualquer pilhéria é grande.

Cliente

Entrou um cliente com a sisudez em alta. Olá, então que é isto, pensava ele, também surpreendido, presumo eu pela expressão que mostrava, só por dizer que a sisudez é que estava em alta. Aqui há anti-traças, perguntou, mostre-me o que tem, nestas duas frases falou. Há sim senhor, respondo eu com a diligência em alta e, calada e nada sisuda, toca de ir buscar:
»»bolas de naftalina com cheiro a coisas que disfarçam o cheiro a naftalina
»»bolas de madeira impregnadas de naftalina que cheira a naftalina
»»pedrinhas de cânfora que cheiram a cânfora
»»cabides com produto inseticida que cheiram a pinho ou então a lavanda
Mirou, virou e revirou tudo, tudo, com a sisudez em alta, ainda. Grande expressão, 'migo, grande expressão, qual tela de cinema que transmite um enredo com suspense imenso. Mas eu, ainda nada sisuda, não deixando contudo de pensar ai credo, o homem zanga-se e ao depois barafusta fortemente. Mas nada disso. Escolheu dois cabides com cheiro a lavanda e oito pedrinhas de cânfora com cheiro a. Cânfora. Escolheu portanto os cheiros menos maus, vá.

Da mala

Há pessoas, creio que as finas, não as finórias, que é lá isso, que dizem carteira, não mala.
Quem é de
bem
diz carteira.
Quem é de
mal
diz mala.
Por outras palavras, o rico leva a carteira, o pobre carrega a mala.
Pois eu, pobre pra caraças que sou, tenho o bolso da mala roto. Oh céus, que vida chata tenho. Passo a explicar, que eu adoro explicar coisinhas. É nesse bolso que guardo o meu bloquinho rudimentar e guardaria a caneta. Mas não. Então e o tempo verbal de 'guardar' é diferente nos dois objetos porquê, não é. É. Ora bem, isso acontece porque continuo a guardar o bloquinho aí, só por dizer que o enfio na vertical e anda-me sempre a escorregar para dentro da mala. Já a caneta... pois que não, de contrário andaria sempre debaixo do forro da mala.

Primeiro

Bom dia. São dez e vinte e três. Pumba e coiso, mais um dia em que fui ao Ginásio de manhãzinha, iupi, sete e meia e eu a rodar uma das três traves que compõem a entrada semi-vedada, iupi, as traves são três mas a gente só tem de rodar uma que logo as outras vão atrás, iupi, eu, sou eu que sou iupi, coisa mai boa e mai linda, que mulher incrível, eu, sou eu que sou, também, boa e linda e portanto incrível. Vá, juízo, vá lá. Hoje foi tão melhor que semana passada, iupi, que desta vez já me apresentei com os cornos atestados de cafeína, iupi, ai tanto iupi, vá, juízo, vá lá, portanto o treino foi feito energicamente, como é aliás meu costume. Então eu agora vou ali assim e já cá venho.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

A chegada à partida*

Chegou a creolina de litro. Marcá-la e arrumá-la fez-me saber que o cheiro daquilo não dá porra de moca nenhuma, dá é uma dor de cabeça do caraças.

*por ser o último post

Texturas

Há umas vezes menos ásperas. Há, há.

Quimera

O setenta e dois e o trinta e nove da avenida são oponentes. Um deles é quimera para mim, o outro não. No que deixou de ser quimera, deixou de o ser quando estive lá em cima mirando a cidade (de longe) e as copas das árvores da avenida (pertinho, pertinho).
Posso tirar fotografias, perguntei eu à cliente.
Pode. Tire as fotografias que quiser!
Tenho-as no blogue antigo. Sei que era verão e sei que não foi o verão passado.
Isto das quimeras são também desejos antigos, ai eu quero ir lá acima, ai eu quero ver como é de cima para baixo porque de baixo para cima já eu sei como é, ai eu quero atirar-me dali e esborrachar-me no chão. Pumba, acabava-se a tristeza. A esperança apoiada na tragédia. Pois. Por isso não me venham dizer que a vida é maravilhosa, está bem. Vai ter que estar. Nem me venham dizer 'ó Gina, deixa-te de merdas', que isso de me deixar de merdas é o que faço em cada segundo que passo acordada.

Sistema

É um sistema como outro qualquer, este de deixar a tristeza tomar-me e levar-me. Eu depois venço-a, é rendendo-me que a venço. É um sistema. É, é.

o passado é onde encontro certezas,
cheia de dúvidas

...

Banco hater

Deixei-me lá estar. Quieta. Ombros caídos. Costas redondas. Cabeça baixa. Quero lá saber da postura! Queria lá saber da postura. E agora?

Fim de tarde

Naquele fim de tarde cheirava a comboios junto à estação e a estátua não me sorriu. Nunca mais me sorriu, aquela estátua. Nada é como antes mas antes era sim como digo agora, no presente.

Abril(es)

Era abril de dois mil e catorze, quando me sentei no banco hater, o qual, quem sabe, já teria lá escrito o hater, mas não sei e como não sei, tu cala-te, ó Gina. Mas nessa altura eu ainda não chamava banco hater ao banco hater. Ah, mas então eu estava a dizer, ou ia dizer, das árvores, nesse dia tirei uma foto às três árvores que ficam do meu lado direito, se der as costas ao bairro, e normalmente dou, mas que ficam à minha esquerda, se eu não quiser observar o poeta. É uma foto muito bonita, era primavera, as folhinhas despontavam nos troncos, muito verdinhas, as folhas, os troncos é que não.
Em abril de dois mil e quinze lembrei-me de repente dessa foto e quis tirar uma o mais aproximado possível à perspetiva, no dia exato em que se completaria um ano. Não sei o que aconteceu, não me lembro, tampouco me lembro se em abril do ano passado já eu chamava banco hater ao banco hater.
Vamos pesquisar, ponto de interrogação perguntador, zero respostas. Vamos, sim senhores, mas num outro dia. Neste dia vamos só, ainda, deixar uma foto do que julgo ser a mesmíssima perspetiva, tirada hoje. Hoje, 'migos, hoje.


Supermercado

No passado sábado, contrariamente ao hábito desta que escreve, agora sem caneta, ah ah, não fui ao supermercado porque tinha lá ido na quinta-feira antes, por ser feriado e coiso, só por dizer que acabou por acontecer a visita ao supermercado... No domingo, ah ah. Teve de ser. Nessa quinta-feira eu tinha uma promoção daquelas cujo código se encontrava na caixa de mensagens do meu telemóvel e, chegado o momento de descobrir o dito código, eis que me ponho a mexer no telemóvel. Ora bem, isso não tem nada que saber, não é. É. A gente acede e está acedido, não é. É. Mas o meu telemóvel anda parvo, e por parvo entenda-se lento, tanto assim que fui clicando e clicando, esperando e esperando, e num dos intervalos entre cliques e esperas, pousei o telemóvel ali assim junto a mim, avisando a senhora da caixa que o telemóvel anda parvo, ou seja: lento que se farta, e teria de repousar para abrir onde era para abrir e mais isto e mais aquilo, e que entretanto eu ia arrumando as comprinhas nos sacões e tal. Mas a senhora da caixa, indubitavelmente afoita, mas parva pra caraças, aqui o 'parva' é mesmo 'parva', não é 'lenta', como o meu telemóvel, agarra no meu telemóvel e põe-se a ver se sacava o que a gente as duas queria sacar, que eu até sei que a vida é curta e às vezes queremos despachar estas merdices para viver mais e melhor. Contudo, eu, com uma calma apenas aparente, reforcei o meu argumento, numa espécie de aviso, numa espécie de pedido: pois, mas não lhe mexa, é que ele assim fica ainda mais lento. A mulher não fez caso nenhum do que lhe dizia. Nenhum. Era como se o telemóvel fosse dela e eu nem sequer existisse. Claro que ao cabo dum tempo claramente infinito sob o meu ponto de vista, lá se apercebeu que estava a mexer no meu telemóvel, a ver o conteúdo do meu telemóvel, a ser abelhuda à brava. Credo, ainda me descobria todo um rol de fotos de gajos bons com a pila a ver-se, oh céus.
Suscito com mais frequência do que quero este tipo de reações por parte das pessoas, tiram-me as minhas coisas das mãos, certos de que não sei o que estou a fazer, que não tenho razão, que não conheço, que jamais resolverei. Mandava-os todos à merda, mas como não vêm ler o blogue não vale a pena.

Primeiro

Bom dia. São onze e um. Venho falar de canetas, aproveitando este post, que ultimamente aproveitar estes posts 'Primeiro' é o que faço, por me custar amandar para a blogosfera um post onde só o que digo é bom dia e, por junto, anuncio as horas. Venho falar de canetas, objeto que apela ao escrever
-escrever---canetas---escrever---canetas---escrever---canetas
eu cá acho, tendo então montes de vontade de registar que há dois dias caí derrepente... ai perdão, de repente num dos meus vídeos mais antigos e descobri que tinha deixado um papelinho rabiscado por outrem no primeiro banco que encontra quem desce a rua mais bonita de Lisboa, e que além de ser outrem era, e é, também desconhecido. O dito rabisco era assim como que um gráfico, e vai que lhe desenrolei a história e relatei, por junto, ah ah, que havia encontrado acidentalmente uma caneta na mesma transação.
Ora acontece que já não me lembrava de semelhante acontecimento.
Ora acontece que reconheci a caneta como sendo uma que anda aqui aos rebolões no estaminé, como tantas outras.
Ora acontece que até nem estou lá muito satisfeita com a caneta que uso como substituta da tal que veio das férias do ano passado e que já conta com uma catrefada de posts explicando causas e porquês, querendo conhecê-la é digitar 'caneta' na caixa de pesquisa deste blogue que lá irão parar.
Ora acontece que é estupidamente profético que eu tenha visitado aquele vídeo nesta altura tão aborrecida da minha vida de escrevente sem caneta que satisfaça.
Ora acontece que a caneta que achei na hora da despedida do tal papelinho tem um escorrer de tinta absolutamente espectacular, toda eu me envolvo no advérbio fantasticamente quando escrevo com.
Ora acontece que a caneta não tem tampa... e se verte tinta e me suja a mala toda... é chato.

domingo, 29 de maio de 2016

Maio de dois mil e dezasseis tem* cinco domingos

*Hoje, que ainda é domingo, tem, amanhã, teve.


capicua montes de especial

1111

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Cores

Ainda pensei: ah, não vou nada encher o blogue com mais fotos e mais fotos e mais fotos às cores e às corzinhas e as papoilas a ficarem a amarelo e a ficarem a azul e a ficarem a vermelho mas com laivos do seu verdadeiro vermelho e os caules a ficarem sempre mas sempre e sempre a cinzento e até há uma foto onde o que surge a azul é uma outra flor de que não sei o nome.
Depois pensei: ah então e vai que ora essa isto até mostra a destreza manual, qual tremer de mãos qual quê olha eu a segurar a máquina e a ter que escolher e mudar o programa pois cada cor sua morada e é necessário toda uma série de cliques oh ai.
As fotos são estas, ó:

Primeiro

Boa noite. Boa tarde. Bom anoitecer. Bom entardecer. São vinte e cinquenta e quatro. Ainda há luz do e no dia, daí os cumprimentos todos. A sopa está no fogão. Feita. Tem feijão branco, todo desfeitinho. Quero dizer, há uma casquinha ou outra, mas pronto. Tem alho. Tem alho demais, na verdade. As cabeças que comprei são novas, são até meio leitosas, de tão jovens. Cheiram a leite, ah ah. Não cheiram nada, que é lá isso, cheiram mas é a alho jovem e bem jovem, daí a pujança no sabor que dão.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Agenda

É sexta-feira à tardinha, deixo uma tarefa já agendada, segunda-feira entregarei a fatura ao senhor doutor do escritório. Hei-de subir três lanços de escada, a ver se conto os degraus, não quero esquecer. Dois lanços subidos, pararei no patamar e espreitarei o jardim com suas árvores de folhas roxas e bancos de jardim gastos e estátuas enferrujadas e quiosque que serve cafezinhos. Amalucarei aí, afirmo agora, fingindo que as minhas previsões são certeiras. É bom amalucar, ponto de interrogação perguntador, zero respostas. É muito bom. Sabes quando te alegras tanto que parece que o teu peito vai rebentar mas te apercebes que não te é permitido sentir nada, ponto de interrogação perguntador, zero respostas. Então é isso. Não é nada isso, ai, é assim: há a linha do equilíbrio, aquela que percorro, quer queira, quer não, pois por mais monótono que seja percorrê-la é aí que tenho que me manter e, por melhor que seja espreitar através duma janela de prédio, que ainda me surpreende, entreaberta por conta de arejar a escadaria e não para eu me surpreender e me deliciar quando em bicos de pés olho de lá o jardim. Pois é, por mais que seja um manifesto feliz, não me posso deter muito tempo aí, sob pena de amalucar.

Inquietude

Sabem porque sou tão inquieta, ponto de interrogação perguntador, zero respostas, porque se aquieto, encho-me de tristeza.

Socio-isto, socio-aquilo 2

Sou antissocial, já disse, e se disse é porque sinto como verdade. As pessoas aborrecem-me porque não sei lidar com elas, verificando-se também (pois é) o contrário. Vai daí, afasto-me. Ainda não percebi qual das hipóteses acontece mais, já gastei energia à brava a tentar descodificar a minha cabeça e assim contar com mais uma verdade, combatê-la, se for caso disso, porque combato melhor o que tomo como verdade, isso sei eu.

Socio-isto, socio-aquilo 1

Haverá algum antissocial capaz de magnetizar massas? É que está ligado. Ou desligado. Eu cá sou fóbica, portanto estou mas é ligada à insociabilidade. Que palavra tão bonita. Sou, sou, mas é que sou mesmo. Mesmo, mesmo. Um evento social, seja de que tipo for, é como levar-me à forca, e é à força que vou para lá.

Dias dum Ginásio

No balneário:
Enfiei as calças – pretas.
Enfiei a camisola - branca com remates em preto.
Enfiei o casaco – padrão preto e branco.
Ouvi uma delas dizer 'ai eu gosto tanto de preto e branco!'
É uma pena o comentário nada ter que ver com a minha pessoa. Mesmo. É mesmo, mesmo pena o que sinto e é mesmo, mesmo a não-relação que existe.

Banco hater X 3 é = a +1 post

Afinal há mais três posts do passado, mas estes vou escrevê-los, são do banco hater, vale a pena, ou por outra: o banco hater é-me precioso o suficiente para eu preferir escrever.
:::: Num dia estava eu sentada no banco hater, escrevendo coisas no bloquinho rudimentar para não ter de as memorizar, coisa que aliás faço muitas vezes, memorizo muito, mesmo muito, mas não desta vez, quando olho para o chão e vejo uma pedra. Oh, uma pedra! Há algum tempo que quero uma pedra diferente na minha vida, tinha até estipulado - pasme-se, eu a estipular, quando sei que a criatividade não quer nada com o prévio – que traria comigo uma pedra quadrada só para ser diferente da pedra da crua vermelha, que é triangular, e eis que vejo no chão uma pedra mais ou menos assim. Baixei-me para a apanhar e vi que era quadrada, sim senhores, parecia um cubo, sim senhores, mas era feia e tinha muitas irregularidades. Fiquei a rodar a pedra na mão, tentando decidir se, a, trazia, comigo, ou, então, não, e, trouxe-a, sim, senhores. Afinal ninguém é perfeito, ademais o acaso tinha sido mesmo um acaso, eu não estava à procura da pedra, eu estava escrevendo, de cabeça enfiada no bloquinho, mas como sou inquieta até no escrever, movi o olhar e dei com uma pedra que parece um cubo, mas irregular, imperfeito, sem lisuras, portanto é como eu. Arrecadei-a na mala.
:::: Assim que comecei a atravessar a praça vi que estava uma mulher sentada no banco hater. Comecei a falar para ela mentalmente: eh, ó 'miga, saia lá daí! Vá-se embora! Ela levantou-se e seguiu caminho. Por favor: acreditem em mim quando digo que sou repelente.
:::: Estava calor, nesse dia. Fiquei sentada no banco hater até sentir a pele dos braços queimada. Tinha um casaco vestido, portanto a pele estava tapada, mas o casaco era fininho, deixava entrar os raios solares e fiquei com manchas avermelhadas nos braços mas depois passou. Tudo, menos a dor.

Primeiro

Bom dia. São nove e cinquenta e um. Há dois dias tratei mais do passado que do presente e nada do futuro. Há um dia não tratei de nada do futuro, tratando somente do presente e se tratei do passado foi por fazer um post a anunciar que finalmente guardei a caneta que decidi – no passado, ah ah – levar com um restozinho – o restozinho é para não escrever restinho, que, como sabem, sabem, ponto de interrogação perguntador, zero respostas, a gente vocaliza omitindo o acento do é, e estava a fazer-me impressãozinha isso, pronto - de tinta e acabá-la nas próximas férias – no futuro, ah ah. Hoje continuarei dando conta do meu passado, que é o que faço desde sempre - e provavelmente continuarei fazendo, assim a vida mo permita -, afinal escrevo vivências e se as escrevo é imprescindível vivê-las antes de as registar, portanto é passado. Ora o que acontece então para eu estar para aqui a palestrar exaustivamente, ponto de interrogação perguntador, zero respostas, é que tenho alguns posts rascunhados, o que não difere nada do comum dos meus dias de construtora de blogue, nada disso, mas são temas que anunciarei como sendo passado, ademais incluem fotos. Então vamos lá, que para acabar já com a raça deixo neste mesmo post os ditos assuntos e fotos e acabou a conversa. Não, depois é que acaba a conversa... Eh pá, espera aí, esperas, ponto de interrogação perguntador, zero respostas, vou mas é fazer um vídeo a dizer as coisas acerca das fotos e a mostrar as fotos e depois então é que acaba a conversa.



quinta-feira, 26 de maio de 2016

Acontece

Acontece
Que

Guardei
A
Caneta
Junto
Ao
Caderno
Que
Hei-de
Levar
Comigo
Aquando
Das
Férias
F...
I...
N...
L...
M...
E...
N...
T...
E...

Acontece

Acontece que caiu um pingo de tinta para metais em cima da unha do dedo grande do pé direito. É polegar, não é. Não sei. Não é nada. A acetona retira tinta para metais que caiam na unha grande do dedo grande do pé. Tão grande, o post.

Acontece

Acontece que hoje é feriado.

O que é isto?

Era para ser Pilates mas é cártune que construí com o bifanqui das netes. De nada, ora essa.


O que é isto?

Bisbilhotice, claro.


Primeiro

Boa tarde. São dezoito e quarenta e dois. E vivam os feriados revindos, que bem sabem no corpo e na cabeça e no coração.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ah...! A pedra da crua vermelha! (ep 2)




Episódio 1: aqui.

São bases, basicamente é isso, ah ah

A foto abaixo apresenta a base de cartão canelado que foi como que prensada pela base de doze frascos de soda cáustica de meio quilo. A base de cartão faz de base a duas tiras de plástico que retirei da peça que envolvia os doze frascos, que nesta caso não foi prensada e sim repuxada, tão repuxada que os topos dos frascos fizeram-lhe relevos.


Basta

Há nesta zona uma palavrita escrita em paredes várias - basta. É uma palavra em grande, categórica, gritante. Não sei como funciona o nicho dos escreventes de parede, dos poetas de rua, mas ao longo dos tempos tenho notado marcas próprias dalguns, como por exemplo o sopas, sei lá se são conhecedores uns dos outros, se são inclusive amigos, se andam madrugada fora carregando latas de tinta, escrevendo nas paredes a sua poesia. Esse sopas assinou meio bairro, creio até que o coloquei no blogue há muito, muito tempo. De volta ao basta, tirei fotos provando o que digo, em alguns lugares um cão acompanha-o, desconheço se é criação do artista ou então não. Há muitos, muitos mais basta's por aí, se me lembrar e estiver para aí virada, vou fotografando e escrevendo e publicando tudo no blogue.


Continuando a apanhar pontas do blogue

De volta para remendar mais um buraco que o blogue tem. Ontem apresentei queixas, ai tão queixosa, eu, até chorava, eu, e queixava-me, queixei-me de não ter afinal desenvolvido todos os tópicos que apontara no bloquinho infantil, portanto remendo agora o blogue e já antes sequei as lágrimas, senão via tudo turvo e depois era o caraças. Vá.
:::: Faltou falar do muro de pedra ::::
Um dia estava eu sentada no muro de pedra quando toca o telefone, atendo e ouço a voz do meu colega a perguntar onde é que eu estava porque queria vir ter comigo. Respondi-lhe que estava sentada no muro de pedra, isto convencida que ele sabia onde e principalmente o que significa. Mas não. Perguntou meio estranhamente, só meio, 'onde é que é isso...?'. Expliquei-lhe que era atrás da igreja, que passaria ao pé dos bancos todos, contornava dois lados da igreja e era aí. Era e é.
:::: Faltou falar da falta de apetite ::::
Um dia estava eu no lugar (que também pode ser) da musa ou então no banco hater ou ainda no muro de pedra, sei lá, chegando a hora de levantar fosse lá de onde fosse, deu-me a inércia, oh céus, palavra bonita esta, e apontei no bloquinho infantil 'até nem me apetece mas tem de ser'. Ora daqui se depreende que, não é. É. É mesmo, oh preguiça, oh céus, oh vida trabalhosa.
:::: Faltou falar da fotografia verde ::::
Um dia tirei uma fotografia com a cor verde extraída a uma fonte chamada Fontaínhas e presente em Caneças. Nunca cheguei a registar que Fontaínhas é o nome que se dá ao poço de Albernoa, cuja existência me encheu de brilho a infância, porque antigamente eu ia para lá brincar, nunca sozinha, que a minha mãe tinha horror a poços por conhecer demasiadas histórias de afogamentos e até suicídios nesse mesmo poço, mas aquando das lavagens à mão, porque nesse antigamente ainda a água canalizada tinha chegado à aldeia, então, durante as visitas que fazíamos havia necessidade de lavar roupinha e lá íamos nós ao poço, eu: brincar, uma vez fiquei presa numa poça de lama, ia-me dando um fanico, a minha mãe: lavar roupa à mão.

Adenda:
Pronto, já posso jogar o bloquinho infantil no lixo. Aguardo coragem.

O post que estava por escrever (ando ainda de roda do passado, oh céus)

Num dia de calor, aqui há atrasado fui a uma gelataria que há ali pra cima comer um gelado na intenção de refrescar. O espaço é muito engraçado, as cadeiras são coloridas e cheias de dizeres poéticos, escritos numa letra de mão. Catrapisquei um dos versos de Fernando Pessoa que diz assim:

Ser feliz é ser aquele
E aquele não é feliz
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis

Nota:
A publicidade faço-a gratuitamente: a gelataria em questão neste post fica na avenida Padre Manuel da Nóbrega, em Lisboa, e acrescento que os gelados são soberbos.

Do fim-de-semana

Ai que atrasada estou com isto do fim-de-semana. É que, como julgo que se sabe, em casa não tenho lá muito tempo para escrever, portanto vai que deixo para depois, mas tem calhado de não dar tempo para rabiscar as coisinhas das comidinhas que fiz e o caneco, de maneiras que olha: vai hoje.
Fiz então, como julgo que se sabe, uma tarte de amêndoa maravilhosa. A amêndoa também era maravilhosa mas eu queria mesmo era falar da tarte, à qual não cheguei a tirar foto por me ter esquecido, oh céus, mas paciência. Quero dizer que é absolutamente espectacular, tanto a textura como o sabor, é molinha e tem também uma certa crocância devido ao uso das amêndoas picadas finamente mas não em pó, é doce mas sente-se um suave travo a limão, portanto é equilibrada. É. É. É. É só coisas boas. Só. No vídeo de onde copiei esta receita vem também cinco ideias para acrescentar a esta tarte, que, querendo, pode funcionar como uma base, pode-se então acrescentar frutos como framboesa (estou danadinha para experimentar esta ideia), maçã, canela e acontece que os outros dois itens ao momento não estão na minha memória mas querendo saber é clicar aqui.
Deixo a receita:


Tarte de Amêndoa


3 ovos
200 gramas de açúcar branco
200 gramas de amêndoa moída sem casca
50 manteiga
raspa de 1 limão

Bater os ovos e o açúcar sem grande empenho, o que interessa sobretudo é misturar. Juntar a amêndoa, a manteiga derretida e a raspa de limão e mexer, usando novamente de pouco empenho. Untar e enfarinhar uma forma de 22 centímetros (apresento o diâmetro da forma que se deve usar porque uma maior fará com que a tarte fique baixinha e menos cremosa), sem esquecer de forrá-la com papel vegetal, que neste tipo de massa a tendência é pegar um bocadinho, e levar ao forno durante uns 30 minutos.

Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e três. Pumba e coiso, começando outra vez tarde isto de escrever. Eia. Fantástico. Porém, hoje, acrescido ao amanhar de coisinhas do e no estaminé, tirei umas fotos à tal folha de que falei no último post que ontem deixei no blogue, portanto é o que está logo abaixo deste onde pousais ao momento. Há-as, as fotos, em cores várias – verde; amarelo; pop e... Bom, a última é naturalmente normal, que de vez em quando concedo a primazia à minha máquina fotográfica montes de espectacular e vai que ela considera o melhor dentro dos seus parâmetros. E a folha ao natural é o quê, ou porque é que eu decidi que esta folha é lindíssima, não é. É. Porque estamos na primavera e a folha tem todos os tons das estações, que são três, pois no inverno não há folhas ali, é aí que está a beleza. Eis então as fotos:




Não vão já embora porque há ainda uma foto tirada esta manhã, uma daquelas a que eu em tempos apelidava de 'A caminho' e espetava com elas no blogue. Hoje vou fazer igual mas não deixando de ser diferente. Tirei a foto abaixo com o filtro extração de cores, neste caso o azul, só por dizer que o que captei não incluiu céu, portanto está uma foto a preto e branco, lindíssima, e acabou a conversa.


terça-feira, 24 de maio de 2016

A folha

Na avenida João XXI, Lisboa, aos não sei quantos de maio do corrente ano, apanhei uma folha do chão por achá-la tão linda e achá-la tanto por conter cores várias em si, portanto ser assim como que um atravessar de estações. Entretanto já envelheceu brutalmente, está toda partidinha, daqui a pouco nem dá para fotografar, coisa que não fiz ainda, sendo que este 'ainda' pressupõe clique um dia desses. Ai tantas coisas que deixo hoje para amanhã. Que rebelde, eu, a contrariar a sabedoria popular.

Mundo precisado

O Mundo precisa de saber que por ora abotoo o casaco com uma mola. Ou por outra: amolo o casaco, que o dito não tem botões, portanto não é abotoar. Não, melhor: amoloo o casaco. É uma mola de cabelo, decorada com um tecido de fios demasiado grossos para a estrutura da mola, que é pequena. As cores são neutras, nem sei dizer quais mas é porque ainda não vi a mola, só olhei para ela durante poucochinhos nanossegundos (como é que isto se escreve? oh céus!*) umas duas ou três vezes, portanto, para mim, não dá para memorizar cores.


*pesquisado a posterior, é efetivamente nanossegundo, estava correto

Post do passado

O bloquinho infantil. Ah ah. Bloquinho infantil, não é. É. Não consigo deitá-lo fora, não é. É. Já fiz uma catrefada de posts onde dizia que usei esse bloquinho para apontar os tópicos do momento, depois fui construindo o blogue apoiada neles, tipo corrimão e isso assim, içar é preciso em alguns dias, até um dia em que me deu um repente e resolvi acabar com o assunto e vá de despejar tudo duma enfiada num só post e acabava a conversa. Acabava. Então e estou a pegar no raio do assunto outra vez porquê, não é. É. Porque me faltam dois assuntos, e quando esses dois assuntos - agora me lembro que às tantas são mais mas adiante – estiverem no blogue então poderei descansar dessa tarefa mas não da tarefa de deitar o bloquinho infantil no lixo. Os ditos tópicos ficarão por escrever mais uns dias, que ainda não é hoje, ai não é não.

Lugar (que também pode ser) da musa

As cadeiras transparentes são mesmo transparentes. Mesmo, mesmo. Por entre elas pude ver um beijo fogoso e sôfrego dum par composto por gente jovem. Há algum tempo que a transparência daquelas cadeiras não deixava transparecer nada.

Entretanto vou mas é enumerar o estandarte que tenho em cima da mesa aquando da hora de abalar dali.

:::: O livro do momento - Estranha Ternura, Miriam Toews. Ainda não referi isto: comprei este livro em 10 de outubro de 2012, na estação de Metro da Alameda. De há uns anos para cá anoto a data e o local da compra do livro e também rubrico, fica tudo escarrapachado logo na primeira página, aquela que eu chamo de morta, porque acho que está, mas que não sei se toda a gente chama assim ou então não, e já agora preencho-a, quem sabe venha morta para o dono do livro lhe dar vida. Se é, então olha, eu dou.
:::: A carteira grande. Guardo aí tantas mas tantas coisas que guardo também a caneta que anda a uso, bem como a caneta que não anda a uso e que tenho de colocar junto ao caderno de memórias que habitualmente levo quando vou de férias mas ainda não coloquei a caneta e já tinha dito isso, não é. É.
:::: A caneta. Esta caneta é a caneta a que me refiro primeiramente no item anterior e acontece que no item anterior já eu debitei o que tinha a debitar acerca de.
:::: O bloquinho rudimentar. Ao momento o meu bloquinho rudimentar deixou os rudimentos do seu ser, que agora sou fina, uso umas folhas bonitas e recortadas com guilhotina. Um dia voltarei às minhas origens, e aqui a origem é ter um bloquinho de folhinhas rasgadas por mim, advindas de folhas A4 inutilizadas.
:::: A caixa dos óculos. Vazia. Ou por outra, com o paninho de limpar as dedadas e o pó e as lágrimas. As dedadas e as lágrimas são desta que escreve, o pó é que não.
:::: A chávena de café. Vazia. O pires. Sujo. A colher. Limpa. O pacote de açúcar. Intacto.

Dos vídeos

Ontem pensei ah e coiso e mais isso assim, amanhã tenho de escrever dos vídeos, explicar coisas a mim mesma com a ânsia do registo, como é que faço, como é que sinto, como é que produzo, como é que.
Bom.
Ontem, no vídeo que deixei por último, já refiro umas coisitas em relação a.
Hoje estou virada para as frases abruptas, precipícios e.
Este blogue creio que já contém o seguinte assunto:
sou uma mulher criativa, podem até persuadir-me da ideia mas aviso já que não a largo nem por nada, portanto não obterão bons resultados
Ideias tenho eu, é um facto, ora acontece que o tempo escasseia, o saber é poucochinho, os meios são básicos, não passo portanto duma curiosa com meios suficientes para ditar e produzir os tais vídeos, que, julgo eu, são uma merda. Quando digo que são uma merda não quero ofender quem gosta de os ver, que se atente nisso por favor, está bem. Vai ter que estar. Quando digo que blás e mais blás é por ter consciência de que com meios avançados, equipamento sofisticado e uma capacidade inata para atrair pessoal, eu faria um brilharete. Portanto, note bem: digo que os meus vídeos são uma merda mas também digo que o são porque não os consigo preparar melhor, e não estou, mas é que nem pensar, a querer mudar a minha essência, fazendo todo um esforço para dizer coisas acertadas e fazer tudo muito bonitinho. Não é por aí. É principalmente em termos de hardwere e softwere, aliados à minha repelência natural.
Mas então a criatividade...? Pois é, eu ia falar da criatividade, escrever é cerejas, é tudo o mesmo, ah ah, para mim é. Já o falar é que nem por isso... A não ser nos vídeos, ah ah.
Tenho quatro planos em mente. Sério, são quatro. Qualquer deles implica muitos vídeozinhos, muitos não têm mais do que meio minuto, mas vou a ver e há alguns onde nem carreguei no botão, pasme-se, de maneiras que tenho de os ver todos, um a um, eliminar uns e guardar outros. Depois há a segunda escolha, onde agrupo por temas, posso pôr música ou então não, posso acelerá-los, ou pelo contrário: torná-los lentos, posso acrescentar música a preencher todo o som, ou a preencher meio som, quer isto dizer que se ouve em fundo os sons próprios do vídeo, mas vai que alguns se ouve o vento assoprar no microfone da máquina montes de espectacular e portanto esses são os que preencho totalmente com som, já que esse sopro é muito desagradável de ouvir, quero ainda acrescentar que este tipo de vídeos de que falo neste post não são, obviamente, olha as vírgulas a dar ênfase, aqueles onde relato os meus assuntos, nesses nunca coloquei música. Seguidamente tenho grupinhos de vídeozinhos e posso então agrupar estes, oh céus, segue-se mais uma maratona de fundo, estou cansada, tenho a cabeça prestes a rebentar, tamanha é a informação que lá tenho, não me posso esquecer dos separadores, não me posso esquecer dos dizeres (há alguns onde ponho separadores com informações sucintas), não me posso enganar na ordem dos vídeos, chamo-lhes inclusive nomes nada extraordinários, tipo: 'pimeira parte, falta por musica'; 'com musica pronto juntar'; 'viagem nao tem musica'. Não ter acentos é propositado, está bem. Vai ter que estar. É que assim despacho-me rapidamente e ademais é para eu perceber, portanto é para comunicar comigo mesma e se fui eu que escrevi o mais certo é perceber o que escrevi.
Pronto, duvido que este post esteja entendível, mas.

Cliente

O senhor comandante lamentou-se da idade que tem, 88, da idade da mulher, 80, isto ao depois de eu lhe perguntar que tal ia a sua vida, que é uma pergunta geralmente perguntada pelas pessoas e eu sou uma pessoa que no geral faço perguntas corriqueiras e desinteressantes (e já agora acrescento que este é um processo previamente estipulado por desconhecidos, o que torna esta ideia perguntadora um bocado bem bom de tola). Só por dizer que o senhor comandante, respondendo com o lamento que respondeu, me pôs a rir tanto mas tanto que o tornei conhecedor dum dos meus desejos:
Olhe: eu quero viver até aos cem! Até posso durar 99 e ½ , tudo bem, mas tenho que viver no ano 2068! Quero ter o prazer de estar viva no ano em que faz 100 anos que nasci! Posso morrer em 1 de janeiro que já dá!

Dias dum Ginásio

Levantei-me quarenta e cinco - note bem: quarenta e cinco – minutos antes da hora habitual a que me levanto para ir trabalhar, só por dizer que foi para ir ao Ginásio que madruguei desta maneira amalucada, e nunca tal coisa tinha acontecido na minha vida, é portanto vez primeira. Gostei do feito porque marcou toda uma série de diferenças, no post anterior falei das indesejadas rotinas e olha, até parece que. Mas não, é que não tem mesmo nada a ver, um post não puxou o outro, são independentes. Para começar digo já que treinar sem cafeína no bucho e principalmente na cabeça, é doloroso. Entretanto houve um conjunto de fatores diferentes, como aliás já referi, mas sou assim como que um bocado repetitiva, dizendo que sou grafómana fica romântico e poético e tal, mas o que sou mesmo é repetitiva. Adiante. Os fatores foram: pessoas diferentes e portanto caras diferentes e idades dessas pessoas diferentes - ou seja: para mais velhos, realmente os jovens, madrugar não é com eles - caras inchadas de sono, bocejos, expressões absortas, máquinas ainda silenciosas, o espaço mais vazio. E eu... E eu, não é. É. Então, ora essa, eu custei a aguentar o treino de sempre, sentia-me perra, arquejante, insuflada de dores, desejei - amiúde e ardentemente - interromper o treino para encher os cornos de cafeína. Mas não. Sou tão mas tão estóica. Depois, aquando da hora de me lavar e isso assim, era só marias naquela terra, ó pá, tanta mulher, credo, que paraíso para alguns, tal o número de mamas e pássaras e regos de cu. Eu, habituada que estou a ter espaço pelo adiantado da hora a que frequento o Ginásio, no horário que hoje escolhi vi-me aflita para arranjar um lugarzinho onde coubessem os meus glúteos arredondados, empinados e perfeitamente tonificados. Aliás, até avanço o seguinte: o balneário estava de tal forma preenchido que quando me levantei para retirar a roupa do cacifro me obriguei a pousar a mochila no lugar dos glúteos fenomenais, não fosse perder o lugar por ter ido ao mar. Mas foi giro. Ó pá tóin xirú! E à hora do términus deste post já tenho dois cafés a bombar.

Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e dois. Eia pá, tão tarde. Já amanhei o serviço, encaminhei umas coisas e despachei outras. É assim diariamente, não admira que as coisas do costume dêem segurança. Não sei se já perceberam que as rotinas dão uma segurança incrível, está bem que sejam aborrecidas, está bem que sejam indesejadas, está bem que sejam um ramerrão constante, está bem que.
Mas.
São portos de abrigo, colos de mãe, aconchegos de lar, abraços amigos e.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Maminhas

É maminhas, é. É, é.


Cliente

Esteve aqui aquela pessoa a quem eu chamo a mulher do blogue, e que realmente existe, tem corpo e sobretudo tem expressão, e é por tê-los que dei o nome que dei à mulher que afinal não é do blogue. Um dia vi-a no lugar (que também pode ser da) musa, e isto tudo sabendo que aquela pessoa não era a mulher do blogue, mas eu achando que era, mas eu sabendo que.
Não era.
E eis que a mulher do blogue me entra no estaminé com aqueles olhos grandes, quiçá se fazem grandes para observar, que eu sei bem como é, faço olhões quando me ponho a ver, não só com os olhos mas também com a cabeça. Ficam enormes, os meus olhos, a cabeça é que não.
Mas não era a mulher do blogue, como creio que já se percebeu, e foi bom falar com ela e com as meninas gémeas, e foi bom perceber que posso falar com a mulher do blogue mesmo que ela não seja tal coisa. Uma das meninas procurou no expositor de porta-chaves um que dissesse Peugeot porque é a marca do carro do pai. Não há menina, avisei, já viste, perguntei, tantas marcas e não há Peugeot, lamentei. E ela, com o juízo das crianças, refletiu um pouco e concluiu que:
Isto aqui é tão giro.

Primeiro

Bom dia. São nove e trinta e sete. Nada tenho a dizer das horas que hoje são. Tudo tenho a dizer do que resta, que é tanto, quem sabe é tudo, portanto: é mesmo tudo.

domingo, 22 de maio de 2016

Ali assim

Fui ali assim à Praia da Física, junto a Santa Cruz, ver as vistas. Trouxe de lá fotos, trouxe aliás muitas mais, mas deixo estas, assim às cores, que a minha máquina é mesmo montes de espectacular, tanto que prepara estas maravilhas coloridas, umas assim, outras assado, a primeira então é de gritos, estou até rouca. Havia também café muito bom e até o cruássã estava muito bom, auévâ, o meu creme de pasteleiro é muito melhor, é portanto ainda muito melhor que. Claro que é muito melhor, gudnêsse, é O melhor, se considero ser O melhor DO mundo só pode ser O melhor, não é. É.


Tenho a dizer

Tenho a dizer dos planos salgados d' ontem que os alhos era para irem ao forno com camisa que é, ou era, para não queimarem, e ainda acrescentei azeite, que o frango, mesmo sendo um bicho gordo, precisa dum bocadinho de gordura, olarila, e pus ainda tomate seco. Não sei se foi seco ao sol, o tomate, está bem. Está. E o frango estava bom, denotava-se-lhe um certa falta de sal, auévâ, pronto, comeu-se.

Primeiro

Boa tarde. São quinze e quarenta e seis. Tanto para fazer. Também para escrever. Que tal acerca do rato maluco que amalucou há dias. Pois que. Até tenho medo de selecionar todo um texto, que ainda toco para aqui nalguma tecla, é que pode ser qualquer uma, e lá se vai o texto escrito com tanto amor daquele assim mesmo coiso e também dos outros todos. Bom, vamos lá selecionar este para o justificar. Ah, é verdade, ontem, já contando com esta questão do rato maluco cá de casa, publiquei o texto sem o justificar, abri o blogue, voltei a abrir o post, justifiquei o texto, e vai que deu certo, mas, não dando, tinha o texto numa outra janela, estão a ver, era só ir lá e pumba. Mas não foi preciso, auévâ, sendo, estaria safa. 

sábado, 21 de maio de 2016

Dos planos

Os planos, tanto doces como salgados eram tarte de amêndoa, bolachas com o resto da massa que sobrou da semana passada e frango com alfazema, limão e mel. Os doces já os fiz. Adorei a tarte (e já me debruço por sobre a dita), as bolachas arriscam-se a ser mais do mesmo, mas eu cá sou uma mulher criativa, de maneiras que, não havendo disposição para estender a massa e recortá-la com formas bonitas, fiz bolas com as palmas das mãos, espalmei-as muito bem, outra hipótese era pressionar o polegar bem no centro da esfera. Mas não. Ora vai que em três bolachas espalmadas pus pedacinhos de gengibre cristalizado, em três pus sementes de papoila, vão seis, em três pus coco ralado, vão nove, e em quatro pus amêndoa palitada, vão treze. Estão ótimas. Obrigadinha. A tarte copiei-a dum dos canais de culinária que vejo habitualmente, La Dolce Rita, e a receita está neste liqnue. Muito boa a tarte, muito boa, e é tão boa quanto rápida de fazer, sério, é só mexer, não tem nada daqueles processos demorados, que não desprezo, nada disso, sei bem que às vezes é preciso, ou então é preciso se queremos comer diferentemente, que a comida elaborada não foi feita - somente - para deslumbrar os olhos das visitas, qual quê, antes de mais a comida foi feita para morder e saborear, depois é que vem o resto. O frango é assim como que amaricado, pronto, tem mel e limão e, pasme-se, alfazema. É, fica bem, experimentem. Eu só não sei é das doses, mas a comida salgada (salgada?! ah ah) permite variantes conforme é o gosto da pessoa. O que lá pus foi:
sal,
louro, por sinal os paus, que andei para ali de roda dos ramos que tenho a secar por conta de se me ter esgotado o stoque de folhas de louro, mas adiante, e parti os paus e joguei-os para o tabuleiro onde já tinha as coxas de frango. Sim, são coxas, só coxas. De frango. Mas dizia eu do que lá pus, então continuando:
sumo de limão, muito sumo de limão, ok, muito, pus o de dois, pequeninos, e agarrei em mais dois, pequeninos, e cortei-os aos gomos,
um ramo de alecrim fresco, ou rosmaninho ou alfazema lá que é aquilo, olhem: tem uma flor roxa que parece um ananás, pronto,
gengibre cortado às rodelas, isto foi para aí quê, uns cindo centímetros de tronco,
três colheres de sopa de sementes de alfazema seca, daquela que uso para infusões de chá e que o senhor Adeodato me disse ser bom para a cabeça, mas não fico mais ajuizada lá por beber aquilo em forma de chá nalgumas manhãs desta vida, sabe-se lá se não fico então cheia de saber por comer frango com tempero disso, não é. É.
E pus mais o quê... Mel! Mel, pá! Mel! duas colheres de chá, assim a deixar escorrer da colher e a tentar espalhar uniformemente.
Ah, e alhos, montes, uns sete ou oito, aqui ainda há menos precisão, sei lá quantos foram. Está tudo a repousar no tabuleiro. 

Primeiro

Boa tarde. São catorze e oito. De manhã fui ao supermercado, nada de novo, a não ser a senhora da caixa ter umas pestanas muito compridas e uma sombra de olhos muito lilás, o que, quanto a mim, para as nove da manhã, é vistoso, daí o registo, e também me ter mandado beijinhos à despedida, daí o registo. Fui para lá a ouvir a canção do momento, vim para cá ouvir a canção do momento. Qual é a canção do momento, é aquela que diz stendâpe fore laife, das déssetâni tchailde. Já a ouço desde janeiro, em todos os ires e todos os vires, no que ao supermercado diz respeito, ao sábado, note bem: ao sábado. O ano passado era a marina ende da daimondesse a cantar que não é um rouubóte. Enfim, os minutos são apropriados, os segundos também, é mesmo à conta do percurso. Sério. Tal e qual, quando arranco carrego no plei e ponho o volume de som no vinte e dois, que não é muito, ora essa. Já na canção deste ano, pois que é mais extensa um bocadinho, e se quero ouvir o auge da dita, que ocorre para aí no meio do minuto terceiro, tenho de ser travada ao entrar em rotundas e entroncamentos onde perca a prioridade, ou desacelerar por conta dalgum lento-da-estrada. Mas, querendo ouvir tudo, e às vezes quero, estando já estacionada, o melhor é ficar dentro do carro a ouvir o resto e depois vibrar com a parte apoteótica da música mais lamechas de sempre. Como no blogue quem faz as escalas sou eu, apeteceu-me dizer que o stendâpe fore laife é duma lamechiche que rebenta com a escala. Que fui eu que construí, claro.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Ah...! A pedra da crua vermelha! (ep 1)



És velha, não podes ter um blogue

O que leva uma pessoa a cobrir os cabelos brancos? É obviamente o desejo intrínseco de prolongar a juventude. Pensáveis o quê, algo muito diferente disto, não?



Pois que lá fui eu, cobrir cãs, para aí num dia desses. Começou por ser uma aventura, que o cabeleireiro mudou de morada, e esta vez, sendo visita segunda, não tinha ainda estudado o caminho, se percorrido a pé, que na vez primeira fui de carrinho. Ora bem, fiquei tonta com o perto que fica do estaminé, é que é sempre em linha reta, sempre, sempre. Falámos de coisas como livros e palavras - porque eu usei palavras que lhe soavam estranhas - falámos tanto que ele perguntou se eu lia muito, ao que respondi que leio, sim senhores mas a minha vontade é escrever, quando leio é mais porque escrevo e, se escrevo, não é tanto porque leio, porém ajuda-me e abre caminho à escrita. Acho que este blogue ainda não contém a seguinte ideia: interrompo amiúde a leitura para rabiscar coisas em papelinhos que sempre tenho comigo, não são coisas propriamente advindas da leitura que estou a fazer, ao passo que o contrário não acontece.

Imagem a menos

Estão a ver, no blogue também há coisas a menos (isto tem que ver com o post anterior). Foi assim, este menos: ontem tive tempo para umas coisas lá em casa e eis que liguei o pc para despachá-las, acontece porém que o pc, sozinho, note bem: sozinho, resolveu atualizar-se, o que me tirou para aí duas horas de prazer imensurável. A atualização era ao nível do Windows, portanto agora estou no 10 e tenho o pc cheio de imagens e sons que (ainda) não decifro, o que a mim pouco importa, que lá me vou amanhando, assim mais ou menos como faz toda a gente, vá. Ora acontece que os espaços são diferentes e vai que o blogue se organiza doutra maneira, está mais largo ou o raio, bem sei que já estão a pensar: ó Gina, mas olha que o Windows nada tem a ver com o blogue, que eu digo: está bem, mas dantes eu punha imagens pequeninas às três duma enfiada horizontal e agora cabem lá quatro e, sendo que ontem trazia nove imagens do bloquinho infantil para publicar, era mesmo bom e acertado, três por três, ah ah. De maneiras que não senhores, nada disso, couberam quatro, portanto quatro por quatro e eis que sobrou uma, o que fez um blogue coxo, com uma imagem ali assim, pequenina, meio coisa, meio coisa mas à esquerda, um blogue coxo, é isso, um blogue coxo. Fiz as contas e pensei: olha, vou já resolver isto, ponho-as em tamanho médio e acabou a conversa. Não acabou nada, que as imagens eram nove, número ímpar, de maneiras que o blogue continuou coxo. E continua, ainda lá está, coxo, mas menos. Logo à noite vou lá e acrescento uma imagem, vou safar a coisa digitalizando a capa do bloquinho infantil. Ah ah. Deixo aqui também a imagem a ilustrar o post desde já e já lá vou acrescentá-la. Isto de alterar publicações a posteriori é esquisito, parece que afinal se pode mexer no passado, movê-lo, desconstruí-lo. Destruí-lo...?


Primeiro

Bom dia. São dez e cinquenta e quatro. Estou a entrar no ritmo normal, antes de mais trato dumas coisinhas no estaminé e depois é que venho dizer bom dia ao mundo. Ou Mundo, deve ser Mundo, para não tirar importância nenhuma, é que nem só um bocadinho, qual quê. Sou uma daquelas escreventes que usa palavras a mais e demais. Pois. Para quê o mais e o demais na mesma frase? Porque enfatizo o que escrevo e porque me faz sentido enfatizar o que escrevo e porque me faz sentido ficar enfatizado o que escrevo. A grafómana em ação, ah ah. Já tive vários blogues mas nunca tive um com um título que tão bem me assentasse como este, ai não tive não. E as dúvidas, tantas que são, para quê? Oh. Este oh é um daqueles ohs onde há lamento à brava e uma beca de resignação, portanto devia ter-se seguido as reticências e o ponto de exclamação.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Bloquinho infantil

Estou cansada de esperar oportunidade para desenvolver todos os tópicos que apontei no bloquinho infantil. A ideia primária era digitalizar cada duas páginas do bloquinho e quando todos os tópicos estivessem desenvolvidos apresentar todos, todos, todinhos os posts que houvesse construído. Mas não. É que estou cansada, ademais nem sempre gosto de planos e ocorre que este é um desses 'nem-sempres', que me está a cansar pra caraças a imposição que me faço, pois está, e, como calculo que os leitores calculam, tanto a imposição como a criatividade e principalmente o prazer, logo que se encontram, fogem, tomando direções diferentes, tipo assim os bicharocos que se encontram na mata e mais não sei o quê, que nem se podem ver uns aos outros, quanto mais cheirarem-se e o caneco. Portanto vou mas é pôr aqui as imagenzinhas do meu bloquinho infantil fofinho e queriduxo da mamã linda, não sem antes desenvolver o que há, ainda, para desenvolver e acabou a conversa.
Eis então os tópicos que ainda havia para desenvolver:

:::: Não tenho cansaço. Não tenho energia. Tenho cansaço. Tenho energia. Tenho cansaço. Não tenho energia. Não tenho cansaço. Tenho energia. De há uns tempos para cá sinto ao extremo um cansaço físico. É a idade. Cá pra mim já conto com a idade. A idade é par com o tempo, digo naquela ideia de que o tempo mói mas cura, é culpado de estados de alma mas não há nada a fazer. É tipo isso assim, afinal a idade mói com umas e cura outras, e culpamos-la dos sentires, sendo um dos sentires a impotência de nada poder fazer para contrariar aquilo a que se chama o avanço. Ou a idade. Ou o avanço da idade. Ando todavia mais direita por aí, rua afora, estrada afora, mundo afora. É a postura que o Pilates ensina. Isso da ginástica e quês transmite consciência do corpo à cabeça, é quase sem notar que me amanho, endireitando as costas, afastando os ombros das orelhas, levando a bacia para a frente. Gosto imenso de praticar Pilates, primeiro porque me trata do sistema linfático como mais nenhum tipo de exercício, depois, lá está a postura a ser corrigida a cada momento da minha vida diária.
:::: Entrou uma cliente que se desequilibrou e por aí ficou, que desequilibrar não é cair. Mandei-lhe com uma expressão nada original: 'Não caia!', à qual ela me ganhou, pois respondeu vivamente: 'Não vim cá pra isso!» Ah ah. Achei um piadão à mulher.
:::: A escolher: um novo toque de telemóvel. Imperativamente, vá lá, ó Gina, trata lá disso. Mas ainda não me deu o clique. Quero mudar de toque porque o que escolhi há meses, sei lá quanto, é comum e quando ouço um telemóvel tocar raramente é o meu e vai que fico triste – ó pá, a mim ninguém me liga, coitadinha de mim, tão triste, tão só, sem hífen, que com hífen arranjava outra história, tão abandonada pelas gentes do bem e o camandro. Do bem não, dos telemóveis, aí é que é para picar, ó Gina.
:::: Dia de Não Fazer Dieta, anunciaram na Radio, sei lá eu em que dia, ora essa, é ter lido o primeiro parágrafo deste post que logo se percebe porque é que não me lembro. Ah, esperem lá, eu registei a data no tópico, era dia seis de maio último. Ah ah. Dia de não fazer dieta. E eu sei lá o que comi nesse dia. Ah ah. Não é meu costume fazer dieta e ando sempre a fazê-la, isto porque me contenho forçadamente, oh céus, e quantas vezes me desmamo sem qualquer pejo, oh céus outra vez. Tão bom comer, tão bom, tão bom, o meu colega diz que um dos segredos para uma vida saudável é a gente comer e beber um bocadinho de cada 'veneno' de vez em quando. Creio que ele tem razão, contanto não haja doenças a privar a gente de comer isto ou aquilo, esse é um dos segredos do equilíbrio.
:::: Na rubrica da Radio Comercial que o Nuno Markl apresenta – Gira-Discos - falou ele um dia acerca da canção 'Say You, Say Me', do Lionel Ritchie, que tem um ritmo que desorientava o pessoal aquando do tempo dos slows. Pois era. Era, era. Bem me lmbro lá no bailarico, a gente a querer dançar agarradinho mas ao depois lá vinha a batida rápida e ficávamos assim: ora, então que é lá isto? Dançamos como? Ah ah. Uma das vezes, passada a desorientação, fiquei no mesmo ritmo do slow e pronto.

Eis então as imagens:

Primeiro

Boa tarde. São dezasseis e cinquenta e seis. É de tarde, é. De manhã estive a fazer outras coisas, isto fora do estaminé, claro, mas sem estar a trabalhar, que eu cá, por vezes, ai tantas vírgulas, credo, encontro-me fora do estaminé... as reticências foi para evitar uma vírgula, mas acabei por recuperá-la na mesma por conta de querer acrescentar o porquê de aplicar as reticências, o qual, vendo bem, ai, ó-i-ó-ai, ninguém pediu. Eu às vezes estou fora do estaminé em funções laborais mas não foi o caso desta manhã e acabou a conversa.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Marlon Brando

O lume do marlon, brando, não é comigo. Sei lá, eu cá gosto de despachar. Se é refogar, se é fritar, mas não se é cozer. A meu favor, ou a favor do meu saber, há um ponto importante, ouvi eu no outro dia o Chef Avilez dizer na Radio Comercial. Memorize-se o seguinte, disse ele, cada bolha da fervura é sabor que se evapora, os alimentos têm de cozer lentamente. Já no refogar, e agora sou eu a falar, é tudo pra cima, sinto que a cebola tem de estalar, o azeite crepitar, isso é fritar, quando não é mas é cozer, lá está. Pronto, é assim: as pessoas revelam-se nos mais variados gestos e tendências, eu sou uma besta, é o que é.

Tipo isso assim

O sim-fingidor não embrutece, não é. É. O não-fingidor sim embrutece, não é. É.

Chuva

A chuva amainou, o que me apraz. Não pela chuva, já aqui disse, portanto estou e repetir ditos e escritos, que marimbo para a chuva mas não marimbo para o chapéu-de-chuva. Pronto, tenho problemas em andar com cabeça coberta e o melhor é não estender mais o assunto. Sou no entanto mais passiva à chuva do que ao chuveiro e o problema não é a água, é a cabeça, mas por dentro. É, é.

Pontuação

Podia ser para falar exclusivamente de vírgulas, este post, mas não é, é da pontuação. Diz que a pontuação faz muito por um texto, consequentemente faz montes de coisas boas por quem gosta de ser entendido quando escreve, gosto que, creio, a todos acontece. Não vou vir para aqui dizer que não sei pontuar e mais não sei o quê. Não. Sei lá se sei pontuar! Olha, tu que lês, eu sei pontuar? Vou vir para aqui dizer, isso sim, que tenho um especial prazer em não usar vírgulas e pontos de interrogação, bem como um prazer descomunal em usar o ponto de exclamação. Pronto! As vírgulas, uso-as pouco porque transmito, quiçá, gaguez e fraqueza, os pontos de interrogação, quase aboli-los do meu escrever é porque esperar respostas é doloroso. Os pontos de exclamação, usá-los, ainda que comedidamente, deve-se à rebeldia, que eu cá também tenho uma beca disso.

De repente

De repente devia ser derrepente. Sério. Quantas vezes ao redigir um texto me dá na cabeça o derrepente, a minha cabeça forma essa palavra. Não existe? Pois, isso sei eu, mas dá-se-me assim como que um lamento. Tolo. Que isto de inventar a gente inventa.

Do fim-de-semana (ainda)

A massa vienense que fiz no sábado (foi depois deste post que me lembrei), fi-la diferentemente. Tinha um pacote de natas e um pacote de farinha de arroz encetados e mesmo a precisar de uso, quando não: lixo, e vai que retirei um pouco de peso à manteiga, isto contando com a gordura das natas e, quanto à farinha, devo ter adicionado para aí uns cem gramas. Esta farinha não contém glúten, portanto faz as bolachas mais quebradiças, é preciso não abusar senão a gente arrisca-se a não conseguir sequer retirá-las do tabuleiro, contei portanto com esse facto também, crendo que um quinto de farinha de arroz não traria mal nenhum, como efetivamente não trouxe. Pronto, este vídeo está terminado... Ah, pois, isto não é um vídeo, ah ah. Este post está terminado.

Primeiro

Bom dia. São dez e quarenta e seis. Há um rolo de mangueira cristal de cinco oitavos de polegada repousando na minha cadeira. Felizardo, o rolo. Olha eu em pé escrevendo o arranque do dia e o rolo refastelado na cadeira que é minha.

terça-feira, 17 de maio de 2016

«Sou o algo indefinível que fica entre a genialidade e a estupidez.»

A fazer:
Atualizar as letras e as datas das marcações de estética
Colocar a numeração no sítio certo das lâminas, bóias e tabuleiros
Medir o espaço que falta preencher com os meses, bem como os retângulos dos meses
Dar conta da anotação do castelo de torneira, do cofre, do canhão e da fechadura
Abastecer o recipiente de guardanapos
Colocar o cartão do homem dos porcos no lixo
Arrumar os limpa-pratas lá em cima
Ligar o coisinho dos cheiros à corrente
Medir a fita de estore em pedaços de quatro e de seis metros e metê-los em sacos
Limpar o pó a tudo com parte dos guardanapos que abasteci

Pensamento

Estou ainda a pensar no póstumo e no legado. Estão ligados, tipo assim um nariz e uma boca - um cheiro e um paladar.

Datas

:::: Dezassete de maio de dois mil e dezasseis, terça-feira, dia de guardar a caneta espanhola
:::: Dezoito de maio de dois mil e dezasseis, dia de recolher a pedra da crua vermelha

Do fim-de-semana: Tarte de Maçã*, sim senhores!

Estou atrasada com isto, devia ter escrito este post ontem, o mais tardar, a bem dizer devia era tê-lo escrito no sábado mas estive a viver a vida, de maneiras que guardei para ontem mas vai que não determinei oportunidade, eu sou assim, determino as minhas oportunidades para escrever e o caneco. Vamos lá então. No sábado fiz uma tarte tatin, tarrete tátã, se à francesa, tarte tatin... se à francesa. Pois. Esta tarte tem a particularidade de ser invertida, parece que diz a história que umas manas – Tatin - deixaram queimar o caramelo e não podendo, ou não querendo, deitar tudo no lixo, fizeram um aproveitamento e a ideia duma tarte invertida surgiu.
Ora bem, levei então 3 maçãs ao lume com 100 gramas de manteiga e 3 colheres de sopa cheias em alto cogulo com açúcar amarelo, acrescentei ainda 1 colher de chá rasa de canela em pó, 1 pitada de gengibre em pó e sumo de ½ limão. Fiz uma espécie de refogado, vá. As maçãs, que estavam descascadas e cortadas em pedaços, cozeram, ou refogaram, ah ah, mas não foi preciso mais do que 10 minutos naquele banho bom, o ponto ideal percebe-se quando se obtém um molho espesso. Entretanto tinha já preparado a massa vienense que cobriria a maçã**, estendi-a o mais fina que consegui, recortei m círculo que estivesse de acordo com o diâmetro da tarteira - onde entretanto já tinha colocado as maçãs -, acrescentando mas 2 centímetros e coloquei-a por sobre as maçãs, usando os 2 centímetros para envolver as laterais, fazer assim como que uma tarte, sim senhores, mas ao contrário, que no fundo é essa a principal característica deste tarte, e levei ao forno a 180º durante aproximadamente 30 minutos.

a receita da massa vienense a que se acede quando se clica no linque dos dois asteriscos vai dar a uma quantidade industrial de massa, ressalvo aqui que quaisquer cinquenta por cento desta receita chega para forrar a tarte em questão no post, guarde-se o restante para bolachas ou congele-se para futuras aplicações

«A montanha pariu um rato»

Foi no mesmo dia em que escrevi este post que me resolvi a ver se retirava da fresta o desabafo. E lá estava o tal, consegui retirá-lo sem problema de maior, nem precisei da folha de serra do meu colega nem nada, safei-me com uma mera folha de papel A4 que para ali andava, manuscrita um destes dias pelo homem do petróleo. É, «a montanha pariu um rato». Mesmo. É só isto afinal.




Rebuscando na memória como já rebusquei durante estes dias, recordei que a época em que redigi o desabafo queria era não querer; não regressar; não viver e sim escrever; sim partir; sim morrer. Aquilo foi um começo, pobre, efetivamente pobre, do que eu queria encenar, e efetivamente encenaria quando pusesse em papelinhos o que sentia, e sinto, e os enfiasse na ranhura do legado. Ah ah. Legado. Pois. Homessa. No entanto não fui corajosa o suficiente, de maneiras que num dos dias seguintes o sofrimento atenuou porque sim, ou então porque soube acabar com ele, e quase esqueci o assunto. Quase. Só que ficou na memória a parte fixe: olha eu, a suicída, eia que giro, a que desabafa em papelinhos e os esconde, na ânsia do póstumo. O póstumo... Olhem, há uma parte de mim que despreza o póstumo, com o desprezo mais desprezível que consegue.

AO

Gostava de saber como é a vida do álcool ao depois do acordo ortográfico. Será álcól? Ah ah. É que os dois ós são para dar vivacidade à segunda sílaba, não é. Não sei.

Lanchinho

Ele é
pêras em cores.
Ele é
'ah que saudades disto assim'.
Ele é
ocupar espaço sem critérios inteligentes.
Ele é.


Primeiro

Bom dia. São nove e cinquenta e nove. Ando a começar isto cedo pra caraças, ando, ando.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Triângulos

E triângulos, como é? Ó pá, é coiso. Finito. Finando: há então três triângulos e uma pétala de papoila que já em tempos foi vermelha e aos dias de hoje é roxa. Daí se depreende: o tempo arroxeia pétalas de papoila.
Estive a usar a minúcia, pronto, fui buscá-la e assim, para olhar, minuciosamente, claro, e verifiquei que a pétala detém em si, ainda, laivos vermelhos, o que evoca... Não sei.
Vou deitar tudo fora e deixar o rebordo livre de restos de história e já cá venho.

Impreterivelmente

Deixarei os metais no caixote de lixo da rua mais bonita de Lisboa. E o papel? O papel... Pois que não, por ser identificativo, como uma estrela de xerife ou uma cruz suástica.
Post alterado a posteriori a partir daqui.
Voltei a esquecer-me dos metálicos. Caraças, pá. Quando dei por mim estava na praça, sentada no banco nadois, que àquela hora era o único a ter sombra pela metade, metade essa onde, por sorte, caibo. Comecei a olhar, procurando caixotes de lixo. Havia dois, um na linha de duas árvores que ficam entre a linha do banco si e do banco gatafunhos e outro mais à frente, não fixei em que linha mas era giro à farta que fosse na do banco hater. Ah ah. Os metálicos joguei-os no segundo caixote de que falo neste post, o papel no terceiro. É, neste post os caixotes de lixo são três. Ah ah.

Olhe que já está fechado!

Tenho andado indecisa entre
esconder o meu antigo blogue
ou
não esconder o meu antigo blogue
É que pode não parecer mas eu penso nos leitores. Muito. Sei lá se querem ler, reler, se uns outros descobrem que existo, se me sentem as alegrias e as tristezas, se gostam tanto e tanto do que lá está, se a leitura é um deleite. Isto tudo, mesmo que num blogue abandonado e inerte. Sei lá. E agora até ando a receber comentários spam e tudo, dá mesmo vontade de.

Uns meses numa agenda

Pois é, escrevi coisas na agenda.

Fui lá ver.

Já nem me lembrava o quê.

Lembrei.

Tirei fotos