A senhora do Banco envergava uma indumentária de palco, parecia uma bailarina – vestido em corpo justo e saia de tule, sabrinas e fitas a cruzar os pés e pernas.
Os bancos da praça estão na praça, o poeta está encoberto pelas folhas das árvores ao seu redor, as mesmas estão, ainda, revestidas de crochê.
No lugar (que também pode ser) da musa não estava ninguém, quero eu dizer: ninguém daquela 'minha' gente.
A árvore amarela está de um verde adulto, escurecido, notei pintinhas numa folha aqui, noutra ali. Nasceram ervinhas no sítio onde estava o banco em que eu me sentava para mirar o ar. O banco não vai voltar.
A rua mais bonita de Lisboa tem listas verdes demarcando os limites de uma ciclovia e por entre tem desenhos de tinta branca em forma de bicicleta. As pinturas são tão recentes que ainda vi o molde do desenho nas mãos de um obreiro que por ali andava.
O latim, a meu ver, precisava que algum obreiro fosse destacado para avivar as letras. Achei-o diferente, apagado. Não quero nem pensar que eu é que estou isso.
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