segunda-feira, 31 de julho de 2017

Cobbler de fruta

Acabei por não colocar a receita do último cobbler que fiz e que havia retirado de um dos programas de Martha Stwart, que passa no canal 24 Kitchen.

Está bem que é meramente bolacha
Está bem que não passa de uma massa vulgar
Está bem que de tão conhecida se torna desinteressante

Mas, nesta receita, a massa leva, não só manteiga, como natas, vai daí há uma variante, vai daí deixo escrito no blogue.

250 gramas de farinha
75 gramas de açúcar
2 colheres de chá de fermento em pó
1 pitada de sal
120 gramas de manteiga
250 mililitros de natas

As natas juntam-se por último, já que antes agarramos nos restantes ingredientes e os misturamos até formar uma espécie de areia. Há duas opções, ou por outra: conheço duas formas de chegar a esta mistura.
1, colocamos os ingredientes sobre a bancada - idealmente de mármore, mas olhem, a minha não passa da mesa da cozinha, que foi fabricada em mdf, ou lá que é, e pulverizada com tinta branca, e, não sendo o ideal, tem resolvido os amassos dos últimos vinte anos – os secos em monte, faz-se um buraco no meio onde se deposita a manteiga. Fria. Quando não, jamais chegará à fina, e desejada, areia. Podemos usar as pontas dos dedos para chegar a essa meta, ou recorrer a uma faca para acelerar o processo. Eu explico, a lâmina cortará a manteiga finamente, vem daí então a finura da areia mediante o desejo que se tem de a obter.
2, colocamos os ingredientes numa tigela grande e larga e poderemos proceder do mesmo modo, enolvendo tudo com as pontas dos dedos, ou então recorremos a um utensílio que, não sendo propriamente sofisticado, é o adequado à tarefa. Trata-se de um pedaço de metal encurvado e rasgado na horizontal, que depois é preso nas extremidades por um punho de madeira. Ora o que é que acontece?, acontece que os rasgos da parte metálica são como lâminas que vão cortando a manteiga finamente.
Chegados a esta fase, é juntar as natas, amassar vagamente, nada de cansar a massa, estender, recortar em forma de bolachas e dispor por sobre a fruta que se esquartejou e preparou ao lume, com os temperos que se quis. Convém que as bolachas não tapem a fruta de todo e que sejam pinceladas com natas e polvilhadas de açúcar amarelo. É levar ao forno para aí uma hora e já está.

Ó pá é tão bom!




sábado, 29 de julho de 2017

#parecesasvelhotas

(pois pareço)

Lisboa, 29 de julho de 2017

Olá, bom dia.
Hoje é dia de trabalho, porquanto estou no estaminé, todavia sendo sábado.
Ah... - Farão vocês.
De nada, ora essa. - Faço eu de antemão.
Estive há pouco na frutaria do nepalês. Comprei uma maçaroca de milho. Gosto. É tão diferente do milho de lata, tão mais... sei lá, doce, crocante. Sabem quando um alimento contém mais sabor num grão, quando natural, do que em cem, quando enlatado? Pronto, se sabem, é isso, se não sabem, não faz mal, eu gosto de vocês na mesma. Uma vez digitalizei – isto agora mudando de assunto sem sair do mesmo parágrafo – parte da fatura da fruta, que ilustrando tem um pé com três cerejas e um cacho de uvas com uma folha da parreira e dois caules encaracolados, que são vínculos da uva preta.
Tenho ovos. Duas dúzias. Já usei o blogue para falar do meu fornecedor de ovos mais que muitas vezes, de maneiras que não estendo esse assunto.
Entretanto tenho que trabalhar. É.
Olá, boa tarde.
Mais logo tenho que fazer gelados. A ver se tenho natas que cheguem. Não tendo, tenho que me abastecer delas. Para os gelados, já descobri que saem melhor quando usadas as natas más. Calma. Chamo natas más àquelas de longa duração, as ultrapasteurizadas, ou lá que é. As outras, as boas, as frescas - é isso mesmo - têm um picozinho azedo no seu sabor que não dá um toque fixe ao paladar do gelado. Portanto, e incrivelmente, as natas más são melhores que as boas.
Estou aqui em conselhos, não sei se faça cobbler de fruta, ou não... Na cozinha, o cobbler é como o feijão. Com feijão fazemos feijoada à transmontana, sopa à lavrador, pastéis de feijão. É feijão, o elemento comum. O cobbler é igualzinho, só por dizer que não é feijão, é bolacha. O cobbler salgado é posto por cima de um preparado de carne, é portanto preparada uma massa sem açúcares, já o cobbler doce vai bem com bolacha docinha, de manteiga ou de natas. Aqui há tempos fiz cobbler de fruta e tirei fotos. As fotos têm então muitos tempos também. Este assunto era um rascunho que andava para aqui no meu documentozinho do coração há também, pasme-se!, montes e montes de tempos. Hoje não tenho tempo para expor a receita com os trâmites todos e mais não sei o quê, nem vou prometer que a porei no blogue um outro dia, nada disso, vou só acrescentar que o cobbler é uma iguaria doce ou salgada, um guisado ou uma compota, aprimorados em sabor, particularmente ao gosto de quem os prepara, que depois se lhe coloca por cima as ditas bolachas. É uma espécie de crumble, por assim dizer, só por dizer, também, que não tem nada a ver e não é melhor nem pior, é diferente e acabou esta conversa.
Boa noite. Bem vindos à despedida de mais um post.
Quer-me cá parecer que eu também pareço as(os) velhotas(os), sempre contando as minhas novidades a mim mesma.

#pareceasvelhotas foi uma ideia começada no blogue a voz à solta, continuada no Pipoco Mais Salgado e há pouco fui dar com a continuidade no xilre


Altero este post a posteriori. Então não é que masqueceu das fotos do cobbler?! Que no caso foi de pêras e cerejas, óié.





sexta-feira, 28 de julho de 2017

negativa

motivos para males

matei impiedosamente porque odiava
comi exageradamente porque queria
cobicei lascivamente porque vi
orgulhei-me pretensiosamente porque era meu
menti despudoradamente porque me acobardei
poupei avaramente porque era pobre
preguicei languidamente porque me entediei

{há, até para os males, um motivo plausível, 'migos}

A quem me acolher

Estou habituada a entrar à hora que quero
Estou habituada a sair à hora que não quero
Estou habituada a encomendar mercadoria de grande rotação
Estou habituada a encomendar as novidades do mercado
Estou habituada a dispor de autonomia em noventa por cento da logística que mantém o estaminé
Estou habituada a um lugar escondido para ouvir música
Estou habituada a um pátio para tirar fotografias
Estou habituada a uma secretária de madeira prensada
Estou habituada a uma cadeira giratória
Estou habituada a um computador básico
Estou habituada a escrever no computador
Estou habituada a editar o que escrevo

Estou habituada a usufruir cada uma das partes acima descritas. Aqui e agora, ou então do lado de lá e daqui a nada.

Gina, a mulher que não perde a embalagem

Gina, a mulher que cresceu bués

Gina, a mulher que escreve a cor-de-rosa

Gina, a mulher exagerada

Gina, a mulher que ia lanchar

Gina, a mulher na parte escura do túnel

Gina, a mulher do acaso e da circunstância

Eu, no muro

Estou no muro de pedra. Vinha ali descendo a rua mais bonita de Lisboa, imaginando títulos para as minhas fotos, as de hoje e de ontem, bem como aquelas de há dias.

Gina, a mulher do acaso e da circunstância

Gina, a mulher na parte escura do túnel

Gina, a mulher que ia lanchar

Gina, a mulher exagerada

Gina, a mulher que escreve a cor-de-rosa

Gina, a mulher que cresceu bués

Gina, a mulher que não perde a embalagem




... vou então tratar disso ...

Planeando o fim-de-semana

Era uma vez uma sorveteira...
Por ora, o meu lema é experimentar gelados. De

mel e alecrim
bolacha e frutos vermelhos
leite condensado
caramelo
coco
chocolate

Estes são tipo assim os prioritários. É possível que (não) os faça todos este fim-de-semana.

^º^

Coleguismo

O que acontece com o coleguismo é – eu - poder desabafar com um colega acerca do peso dos trocos da caixa. É um bocado por aí, é.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

cor-de-laranja

Era uma vez uma sorveteira...

Lisboa, 20 de julho de 2017
O que é que eu vou fazer este fim-de-semana?
Um gelado, claro. Um ginado com a minha mágina de ginados.
É que me deram uma máquina de fazer gelados, que trabalha e tudo, já testei e, não trabalhando, imagine-se, vá, que a máquina não arrancava, era eu ir ver as instruções que ficava felicíssima por perceber que um dos item-aviso em caso de a máquina não arrancar é a gente, e passo a citar o livrinho: verificar se a ficha está ligada na tomada da parede.
Creio que me vou estrear com ginado stracciatella, a pedido da rica filha. Entretanto posso optar por outro, mais simples, quiçá devesse começar com o básico italital, mas logo vejo. Mais logo. Entretanto acabei de malembrar que tenho de colocar o pesado interior no congelador, sem tocar em nada nem ninguém, no congelador por – pasme-se! - dezoito a vinte e quatro horas seguidas. E, mesmo tendo o máximo de tempo decorrido, caso se ouça ainda algum líquido ao depois de chocalhar o dito interior, é voltar a pô-lo dentro do congelador. Fica já assente que lhe vou chamar cilindro, porque é o que aquilo é, porque é a forma que aquilo tem.
Lisboa, 25 de julho de 2017
Eh pá, ó Gina, sempre fizeste o ginado?
Sim.
Só por dizer que o fiz no domingo e não no sábado. É que me esqueci de colocar o cilindro - entretanto constatei ter a forma de uma mó, portanto é mas é mó e pronto - no congelador a tempo de no sábado a gente se poder lamber, de maneiras que guardei para domingo e a gente lambeu-se. Ó pá é tão bom, fica tão mas tão bom, com a textura e a temperatura certas.
Para começar apoiei-me no livro da Rita Nascimento - A Vida Secreta dos Gelados Caseiros - que vem com uma catrefada de receitas de gelados e meios de preparação. Digo meios porque fazer gelado não implica necessariamente a utilização de uma sorveteira, a gente pode desenrascar-se com um garfo ou uma batedeira doméstica, retirando o preparado do congelador a cada duas horas e, com um garfo, revolver e raspar as laterais ou, com uma batedeira, bater sem esquecer as laterais, pois é por aí que o congelamento começa. Estes passos servem para destruir os cristais de gelo e incorporar algum ar no gelado, conseguindo assim uma textura semelhante a um gelado capaz. Ora acontece que uma sorveteira consegue um gelado mais capaz.
É.
Mais textura.
Mais cremosidade.
Mais sabor.
Lisboa, 26 de julho de 2017
Vamos continuar com a história dos ginados?
'Bora.
A minha sorveteira é eficiente pra caraças e chegou à minha casa através de um processo mirabolante, um acaso feliz.
A minha sorveteira tem:
a mó que congela o preparado
o recipiente que o recebe
a vara que o baratina
a tampa com o motor para o baratinar e a abertura para o receber
É a solução que existe na mó que congela. É o recipiente que acolhe. É a vara que texturiza.
Fiquei encantada com o resultado do primeiro gelado que fiz com a sorveteira, e aqui convém acrescentar que usei a mesma receita de quando não a tinha, logo aí pude fazer uma comparação, pois sem sorveteira, mesmo desfazendo os cristais de gelo e mais não sei o quê, o resultado pouco se assemelha ao que obtive com a dita. Portanto, olhem, ainda bem que consegui uma.
Lisboa, 27 de julho de 2017
Continuo hoje esta espécie de diário de obra acerca da sorveteira.
Acabei por não fazer o gelado de stracciatella por falta de tempo. Isto, a primeira vez dos meus ginados. A rica filha não se importou, claro que não, afinal havia gelado na mesma.
Isto de ter uma sorveteira e prazer em sorvetar, inventando ginados, pois que é pleno. Sei lá, dá-me vontade de experimentar todas as receitas do livro da Rita Nascimento e, por conta disso, acabo por ter eu a minhas ideias, as quais asseguro que quero pôr em prática. Vejam lá que no livro vêm folhas de linhas, mas vazias, para a gente apontar as nossas invenções.
E pronto, creio que está tudo dito, sei que este post é demasiado longo, que dificilmente será lido integralmente, mas olhem, paciência, quis apresentar este assunto em modo diário. Sabem que, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, sou uma blogger sem par, portanto não me dá jeito nenhum escrever posts sempresempresempre pequerruchos ou longuíssimos. E, para expressar esta última ideia - que na verdade nada tem que ver com o resto do post, mas olhem, e depois, né? - dediquei-me aos extremos, que ali pelo meio há posts grandes, grandinhos, médios, pequenos, enfim, uma canseira. Eu cá, ou bem que escrevo do tamanho que me apetecer, ou então é-me custoso.

que doçura

ó pá tóin xiru!

palhaço, palhaço...
palhaço até ao fim!

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Sequela

Lisboa, 25 de julho de 2017 |que foi ontem|

Praça do Duque da Terceira, às 11:44

Rua do Alecrim, im-im-im, pois vim, por aí acima vim

Largo do Chiado, ado-ado-ado, rima com fado, hey mr. Pessoa, how are you?

Rua Garret, ê-ê-ê, êu |^...!| a chegar à Rua do Carmo

Praça Dom Pedro V, às 12:01

Entrei na loja de tecidos. Vasculhei. Quis comprar um tecidozinho, ó-pá-só-um-vá-lá. Não quis comprar nada, o desejo esfriou e desisti do plano de um lindo vestido formar com aquele padrão sensacional. É que tenho montes de tecidos em casa, guardados numa caixa. Há dois anos que não confeciono os meus trapos de verão, não sei, não me apetece, o ano passado ainda tentei e pus-me de roda de uma saia. Aconteceu a saia não me assentar lá muito bem e pumba e coiso, guardei o trapo inacabado, há de lá estar na dita caixa. Hum, esperem lá, se calhar joguei tudo no lixo.
Apanhei o Metro para Telheiras mas saí um bocado antes. Ah e coiso «as linhas do Metropolitano poderão sofrer atrasos entre as 13:00 e as 15:30» dizia a voz do altifalante uma vez e outra, e, por entre essas vezes, a mesma frase corria numa tira de ecrã. Não fiz caso dos avisos, era cedo para esses abalos de linhas.
A minha estação tem uma livraria daquelas que não passam de um cantinho envidraçado onde há umas quantas prateleiras encostadas à parede e ao depois livros e mais livros são empilhados por temas e preços, formando dois corredores que a custo percorri sem derrubar tudo... quero dizer: qualquer coisinha, vá, que derrubar tudo ser-me-ia difícil.
Ora bem, escolhi dois livros, um por mim, outro por convite da senhora que toma conta do lugar. Creio que o convite foi do tipo: ó pá, tu despacha mas é isso, estás aí de um lado para o outro, mirando e revirando livros, sem te decidires por nenhum. Sério. Pareceu disposta a ajudar-me. Eu disse ajudar, não disse acotovelar, nem respingar, nem destratar.
Entretanto, à hora da ajuda da senhora, eu tinha dois livros escolhidos e, obrigando-me a uma condescendência, aceitei uma das propostas dela:

'O Último Minuto na Vida de S.' de Miguel Real

E mantive nas mãos uma das minhas escolhas:

'Mil Amanhãs' de Karen Kingsbury

Quanto a mim são boas escolhas, mas se serão ou não, verei ao depois de ler parte. Escolho os livros pelo título, relegando a capa, que é material que não me entusiasma por aí além, obviamente considero que uma capa lustrosa e colorida salta à vista, mas não condiciona o jogar da minha mão para o retirar da prateleira. Nada disso. Primeiramente é o título, como já referi, depois abro o livro, podendo, ou não, tomar conhecimento de alguma dedicatória do autor ou outras palavras, que geralmente são bonitas e não pertencem a quem escreveu o livro, mas sim a um autor consagrado e isso assim, que fica bem e coiso. Bom, está na hora de prosseguir a minha análise e prossigo-a lendo as primeiras linhas, encontrando aqui duas fases, a primeira é se me prende o olhar de tal maneira que quase irresisto a continuar, a segunda é se não estou a reescrever, com a minha maneira de escrever, o que estou a ler. É assim que meço as minhas escolhas de leitura, desejo por saber o resto da história e, simultaneamente, desligamento total do meu eu que escreve.
No blogue, há muito tempo que não noticio particularidades da minha leitura, mas eu tenho lido. Vou lendo, vá. Poucochinho. A história agora está-me no fim, o que empolga – também poucochinho - e o livro do momento é 'Sem Medo' de Rita Delgado.

Papelada

O senhor da papelada é ganda cromo. Ó pá, o problema que foi percebê-lo. Começou por perguntar se já alguém me tinha chamado beringela, isto ao depois de olhar para o guê do último nome.

• Quis saber do balcão, mas qual balcão?, perguntou, balcão de quê?
• Achou um piadão ao nome do meio do balcão, ah ah.
• Então e bolos?, faz bolos?, perguntou também, só por dizer que não vos sei contar como chegou aí.

Tenho um email e um número de telefone que me liga diretamente a ele, portanto não faltam meios de o encontrar, mas vai que prefiro escrever-lhe, ó pá se prefiro, nem quero saber o que seria uma conversa telefónica com um cromo assim.
Mais um pormenor(zinho): era obrigatório eu manuscrever no fim do documento – recebi o original – e assinar por baixo. E eu, provando que sou baralhada das letras também quando manuscrevo, vai que despacho assim a coisa:

recebio o original

Podia ter escorregado para:

recebi o o original

Ou para:

recebi-o original

Ou ainda:

recebi-o o original

Qualquer das hipóteses de erro que não escolhi poderiam tornar-se deveras engraçadas, já que não são erros de ortografia. Só que não. Eis que se me encalha a mioleira no piorzinho.

São 5!!

Fez, no passado dia 21, 5 anos que a Olívia entrou em casa. A cadela. O cão. O bicho-cão. Que é como lhe chamo, na vida e no blogue.

bicho-cão lindo da dona!
Hum, que cadela mai fofa, pá!
cão!, vem cá!





Entretanto veio até mim este papelinho, sei lá como ou de onde, contendo cincos, pontos de exclamação e bonecos assustados e inanimados. Esta última é assim como que inconcebível e esquizofrénica. Podia ter encontrado melhor, pois podia, e seria outra coisa, obviamente melhor, e bem sei que o boneco expressando susto não combina com a Olívia, que é uma cadela do mais docinho que pode haver, jamais cão algum se lhe assemelhará, que não deixarei que a minha cadela perca o troféu de melhor bicho-cão do mundo. Mas olhem, fica este papelinho, está bem?

Lanchinho

Oh, que belas cores!


terça-feira, 25 de julho de 2017

O rico filho hoje faz anos, 23

Parabéns, rico filho!, ié-ié-iei!
Bom, vamos lá a ver, de manhã vinha pensando no modo como construiria este post, já que por vezes escrevo acerca dos ricos filhos e a bem dizer toda a gente os conhece, que raio vou pôr-me para aqui a dizer, ó pá, italital. E rendi-me ao fácil, indo buscar um post do antigamente, ó:


O (nem sempre) fantástico ouvido do rico filho

Esta música está mal produzida.
Hum, porquê?
Porque se ouve muito os instrumentos e quase não se ouve o rapper.

Está uma torneira a pingar.
Hum, eh pá tens cá um ouvido!
Não, só não sou surdo.

O rico filho veio cá ter com a gente. Quando o avistei do outro lado da rua já eu sabia da sua visita, de maneiras que me pus a falar de longe:
«Vim por aqui só para te ver! Vê lá tu a importância que tens na minha vida!»
«Não ouvi nada do que disseste, mãe.»
Repeti mas não repito no texto.
«Ah, muito obrigado.»
|20 dezembro 2016|


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Entretanto, para mais pôr no blogue, fui buscar a última foto que lhe tirei e que conta com cerca de dois meses. Bem sei que se vê pouco do homem que ajudei a criar, mas olhem, não duvidem que abaixo da testa está o mais belo par de olhos que o mundo já viu.


segunda-feira, 24 de julho de 2017

10:33

Estive a ver à luz de um outro dia os arabescos que colei na porta de entrada. Podiam ser mais vistosos, por meio de cor ou forma ou cor e forma. Sempre considerei que a parte de dentro de uma porta tem um potencial do caraças. É tela em branco, vá. Ou folha. Não me importava de rabiscá-la toda. Todinha. A minha porta é branca... é que dá mesmo vontade de lhe escrever em cima.

7:12

Em dias assim, as segunda e terceira coisas a fazer é beber o copo com água e ligar a máquina do café.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Desmantelar o estaminé

Desmantelar o estaminé está a dar cabo de mim. Antes queria aqui uma bomba, queria um bombista, um bum!, cacos e fumo, e até o rescaldo. Sério, por mim podia esta merda ir pelos ares que não me importava. Agora tenho oportunidade de o desmantelar. Eu. Sozinha. Sou eu que o estou a desmantelar, organizo com a cabeça e executo com as mãos. É trabalho. Mas está a dar cabo de mim. Calculei que este corte me fosse custar um bocadinho, mas só um bocadinho, sabia lá eu que era um bocado de tamanhão.

Sinto falta da música, lá em baixo, no lugar escondido

O que leva uma pessoa ao suicídio é a vontade de morrer.
Ah... Decerto elucidei um montão de gente.
Obviamente a vontade vem por isto ou por aquilo ou por isto e aquilo. O suicídio é, não duvido, um ato de bravura, de maneiras que nunca levei a cabo os desejos mórbidos da parte da minha pessoa que é temente e incapaz e vou continuando a viver, temente e incapaz disso também.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

o que é preciso é não perder a embalagem

Inseticida

A pulga não rasteja, que é lá isso, tem mas é cá uma fibra! Sério, é elétrica, qual bola-mundo, que pula e avança.

Cliente quer cremezinho Nívea, ai que se calhar não tem

Tenho, tenho!
É a mana picoa mais despachada. Chamar-lhe isto, nesta altura da sua vida, é estranho, que o menos que ela agora está é despachada, vi-a sair para a rua, vinda do salão, cabelo amarelo-torrado e quês, tez vermelha por conta de problemas de pele, andar titubeante. Bom, pelo menos é a mana que ainda sai de casa, portanto continua a ser a mana picoa mais despachada.

Sonho(s)

Um dia sonhei uma cena de sexo... não é que não saiba descrever uma cena de sexo sonhada, mas nunca tentei, por isso não sei se sei, de maneiras que ficamos com o nome da cena de sexo, era uma cena de sexo, e o sonho metia também um túnel com a sua entrada lúgubre e a sua saída luminosa, que é assim que um túnel é. Ora bem, essa noite foi muito sonhada, sonhei com montes e montes de cenas díspares e disparatadas e, logo pela manhã, lembrava-me de muitas delas mas, conforme o dia ia avançando, as cenas abalavam da minha memória, restando então a de sexo e a imagem do túnel.
Um dia, outro dia, sonhei com moedas e bolachas empilhadas e dispostas pelo chão de xis em xis centímetros. Era só baixar e ir apanhando, assim decerto não sofreria pobreza ou fome. Neste dia... se calhar já era de dia, o céu agora clareia tão cedo, né?, o que tem piada é eu me ter lembrado do que sonhara quando na vida real observei algo muito parecido ao dito sonho e agora já não me lembro do que aconteceu na vida real mas lembro as pilhas de moedas e bolachas. Porra pá, é que sou mesmo especial, tanto que quando me apercebi da pessoa fenomenal que consigo ser, emproei-me logo toda eu, era mãos nas ancas e ombros pra trás, com ganas de berrar:

ai ó pá eu tenho sonhos premonitórios, tá?

Perdidos e/mas achados porque sou mulher para ter uma sorte daquelas, eia pá ca granda títalo queste pôste teinhe

Achei, sem ter perdido, portanto depois de achar é que notei que havia perdido, um papelinho onde guardo o número de telefone do meu cabeleireiro. Não sei porque o guardo, provavelmente é porque sou parva. Não sei porque o guardo na bolsa do meu telefone, possivelmente sou um bocado parva à conta disso. Não sei os porquês disto tudo, a sério que não sei, se afinal o número de telefone em causa está inserido na memória do meu telefone.
Mando desde já dizer que em cima me redimi de toda a parvoíce com a muitíssima inteligência e saber de coisas importantíssimas, como chamar telefone ao vulgo telemóvel.
Ó pá, não sei, tenho apego a papelinhos, mormente se mos escrevem com simpatia, como foi o caso.
Este papelinho estava então caído à porta do estaminé. Estão a ver porque é que é esquisito? Como raio foi ali parar?

Achei, sem ter perdido, os documentos do meu incrivelmente potente e confortável automóvel (é para rimar dois a dois) de matrícula portuguesa. Aos pés, quero dizer, às rodas do dito. Era eu a chegar-me, já observando longamente a matrícula portuguesa do meu veloz automóvel, para lhe meter a mão no puxador, quando... eis que pumba e coiso, os documentos no chão. É que não sei se está a dar para perceber que fui onde tinha de ir, vim de lá, e os documentos do meu automóvel português e valioso que se farta... no chão, esperando-me. Pacificamente. Ao depois de me acalmar fiquei também eu pacífica, nada como sentar-me num... ai perdão, no! meu bonito automóvel que tem a matrícula montada à portuguesa, dois números – duas letras – dois números. O ano da dita é que não revelo, quando não, lá se vai o espectáculo em que transformei o meu carrito.

ó 'migo, você ainda não fez a pergunta...

… foi o que disse a um pedinte que me interpelou enquanto eu esperava o boneco verde do semáforo
o introdução tinha sido 'posso fazer-lhe um pergunta?' e eis que essa porra não havia meio de lhe sair da boca, que antes houve toda uma exposição do rol de desgraças que a vida lhe proporcionou até então, vejam lá que até lhe havia chegado a bipolaridade e mais uma série de complicações ao nível do sangue e...
(ó migo, você e italital, foi aqui que eu disse o que está no título)
… ficara sem mãe recentemente, havia-lhe aparecido uns caroços estranhos e mais não sei o quê e era se eu tinha uma moedinha que lhe dispensasse
ah!, que estranho, não?! nunca suporia... é pra uma sopinha, né?, pensei eu
não, disse eu
e o boneco acendeu-se em verde e em vermelho e em verde e foi neste boneco que pude avançar com a minha vidinha montes de agraciada

Senhora com unhas pintadas de fresco...

... Pediu-me, despudoradamente, preciso que se note bem, que lhe retirasse as chaves do carro de dentro da sua mala. Não, não nos conhecemos, nunca nos víramos, mas este meu ar confiável, pá... É que eu chafurdei mesmo dentro da mala da senhora. Sério.

Dias de um Ginásio

Sabem aquelas pessoas que nos fazem sentir uma calma que nos não pertence?, aquelas pessoas calmas e calmas e calmas que a gente não tem remédio contra o contágio?, aquelas pessoas do bem mas do bem mesmo bem, não do bem imposto na educação e sim porque são do bem que é o bem mais do bem que há?
É assim, um dos recepcionistas do Ginásio que frequento. No outro dia estendeu-me a chave do cacifro 231 e eu, de convencida a pessoa calma pelo contágio, ia sair-me com esta:

Deste-me o 231 para eu ficar ao pé da balança, foi?

Mas não me saí. Mesmo sendo uma brincadeira. Não saí porque ia ficar mal.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Muita saúdinha

Na sala de espera há uma mesinha e duas cadeirinhas para crianças. Na mesinha há folhas A4 e uma caixa com canetas. É para as crianças, claro. Eu, por mim, já estive a fazer os meus desenhos, atualizando a lista de supermercado com as minhas canetas de cores. Terceiro andar, este. Mandam os doentes cá para cima. A vista é soberba. É estranho ser num topo este tipo de atendimento, não saberão dos potenciais suicidas? Ah, está bem, o vidro é inquebrável. E não tem fechos ou fechaduras. E não é propriamente uma janela, é uma placa de vidro. Enorme. Cá pelas minhas contas tem três por dois metros. Tenho calor. Falta aqui o ar, 'migos. Saberão da claustrofobia? Caraças, pá, nunca estou bem!


perguntou-te 'o que te falta?'
'não sei' é resposta tola, pensaste tu, porque 'não sei' é tido como 'não quero saber', porque 'não sei' é dos fracos e tu não és, e 'não sei' foi a tua resposta
mas eis que há vezes em que a resposta – certa – é:
não sei
estás cá porque não sabes, não és tola nem fraca por não saberes ou tampouco por dizeres 'não sei o que me falta'


Entretanto, para me distrair, fui ler o que outras pessoas escreveram, a ver se percebo que há mais gente, e que há gente que escreve, como eu. Nunca uma vírgula me pareceu tão bem colocada como esta última, é que, não a pondo, ia parecer que ninguém escreve como eu. Mas não - há, como eu, mais gente que escreve.

domingo, 16 de julho de 2017

28



Ó Luís!, estamos um bocadinho diferentes, né?





Nota:
aos 16 de julho de 1989 era também domingo


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Cliente quer solução para chinelos com sola descolada

Ah, isso a senhora leva a cola de contacto, que é aquela cola que e blás e beca-beca.
Ah, vê lá tu
– sim, eu: a senhora, a senhora: tu –
que deixei uns chinelos no Algarve, novinhos, novinhos, calcei-os uma vez, e depois, quando lá voltei, descolaram-se mal lhes pus os pés. Porque será que as coisas se estragam sendo tão novas?
Perguntou ela, e a pergunta dela estava mesmo a pedir esta resposta minha:

Porque precisam de ser mexidas!

(uáte else, né?)

Número 20




And I'm on my way, I still remember
These old country lanes
When we did not know the answers
And I miss the way you make me feel, it's real
We watched the sunset over the castle on the hill



Frente ao nº 20 estava o Ed Sheeran mas em moreno e em quarentão.

Almoço

Omelete de claras
Batatas
Cenouras
Tomates

A omolete, deixei-a repousar ao depois de jogar lá para dentro: (talvez 2 colheres de sopa de) pimento vermelho desidratado; (talvez 2 colheres de sopa) de salsa; (talvez 1 colher de sopa de) pão ralado com tempero oriental.
As batatas e as cenouras, cozi-as em água, sal e uma folha de louro.
Os tomates, cortei-os às fatias grosas e grelhei-os, não sem antes os temperar com sal, pimenta e alecrim.

Ando para experimentar fazer os tomates assim há montes de tempo, já calculando que é bom que se farta. E é. As dicas são pincelar parcamente o grelhador com azeite e deixá-lo aquecer bem antes de colocar as fatias de tomate. Nota: usei tomates grandes e maduros. Ora bem, maduros convém estarem, são mais carnudos e mais saborosos, agora a escolha do tamanho depende da destreza de quem os grelha. Eu cá safei-me, mas admito que pode muito bem ter sido por ter optado por fatias bem grossas.

Óculos meus

Uso óculos há seis anos. Nos primeiros cinco anos e três quartos portei-me extremamente bem quanto ao paradeiro dos ditos, que jamais os retirava de cima das ventas sem os depositar no seu receptáculo. Há portanto três meses que me porto mal, deixando-os por toda a parte. Ele é:

mesinha-de-cabeceira, qualquer uma
secretária do computador
mesa de apoio
mesa de jantar
prateleira da cozinha
balcão da cozinha
microondas
móvel da entrada, qualquer um

{isto quando em casa, que no estaminé continuo fofinha e queriduxa}

Vocalmente errado

Conheço uma enfermeira que diz:

ópois
e
há-des

Está bem que enfermagem tem que ver com ciências e números e assim, mas porra, ê cá fásmuma confesâum.

Novidade

A vizinha do rés-do-chão tem um tapete novo à entrada de sua casa. Quadriculado. O padrão há de ter um nome, mas asseguro que não é vichy. Ah, e o tapete é em forma de meia-lua. De nada, ora essa.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Venho provar que escrevo bem, ora vede lá

Afinal sempre dei cabo da caneta verde, ó:




Não escreve nada de jeito, assim de bico torto, e toda a gente sabe que eu tenho que escrever de jeito. Substitui-la-ei pela caneta azul-turquesa, mal malembre de a ir buscar ao baú das canetas coloridas e lápis de cor.

dois pontos

espelho:
nuns dias
bonita
noutros
não

dois pontos

carência:
ai nida méne
certeza:
ai nide mai méne

Para quê?

Para quê ocupar a cabeça e o tempo com minudências?







Para quê ocupar a cabeça e o tempo com utilidades?







Para ocupar a cabeça e o tempo, claro!, pois que não foram feitas para mais nada.

Não me venham dizer que não é o Bugs Bunny...

Ó pá, fiz coisinhazinhas tóin xiras com o meu bloquinho rudimentar